segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Viagem no tempo

Enquanto esperávamos a hora do expresso na Rodoviária, o Duarte, que é fascinado por História, perguntou-me, se eu pudesse, qual o período da História que eu gostaria de visitar; de vez em quando faz-me umas perguntas que me fazem pensar mais um bocado. Ainda me faz disto.
Lembrei-me primeiro, e disse-lhe, que viajar para o passado era quase sempre muito perigoso, sobretudo quando se é mulher, mas recordando-me precisamente disso, respondi: ao tempo de Jesus Cristo, para o ouvir falar e talvez seguir durante algum tempo; e também ao de Sidharta Gautama, para o observar em silêncio hipnótico, debaixo da árvore. 
- Ah, querias assistir ao nascimento de duas religiões, conclui ele. Não era por isso, era apenas para estar próxima e sentir a energia daqueles dois seres incríveis. 
Nem sequer me lembrei de me projectar para o futuro, porque se o passado me assusta, então os tempos que hão-de vir atemorizam-me, e isso, definitivamente, era algo que não gostaria de partilhar com ele.
A perspectiva de um mundo apocalíptico não é algo que eu julgue positivo, na educação dos filhos;isso somente lhes tira a esperança no futuro. E destrói-lhes a infância, como afirmou Greta Tunberg.
Creio que positivo é ensiná-los a estar neste mundo fazendo o seu melhor, fazendo a parte deles, porque de facto, esse é o único contributo alcançável.
- Tu não mudas o mundo, faz o que podes, e o teu mundo muda, e com isso o mundo muda contigo.