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quarta-feira, 25 de junho de 2025

As Flores Mais Perfumadas Para o Jardim

Para além da beleza que as flores proporcionam ao jardim há outro aspecto que tinha ignorado até começar a sentir a sua presença - o perfume! É delicioso sentir o odor das flores, sobretudo depois do pôr-do-sol, parece que o perfume se liberta para dar continuidade à presença das flores, através de outro sentido. 

Não foi aspecto que eu tivesse em conta no momento de decidir que flores semear, porém agora que me apercebo dessa importância é algo que recomendo.
No meu jardim, as flores que mais perfumam o ar são a Madressilva ( que escolhi por ser uma trepadeira autóctone), muito duradoura em floração, e aromática.

As coroas-de-rei ( sobretudo as brancas), mas essas só quando nos aproximamos delas, ou as ponho no centro da mesa.

As ervilhas-de-cheiro, cuja floração é demasiado rápida ( ainda bem que semeei algumas mais tarde, e por isso ainda as tenho), mas cujo odor é também sentido só na proximidade. Estas evito ao máximo de as cortar, pois cada flor representa uma vagem com sementes para o próximo ano. 

Ao apreciar o aroma das minhas flores, que faço logo pela manhã e durante o dia sempre que possível, só lastimo não poder engarrafar o perfume e guardar para o resto do ano. Não consigo explicar quão bom é, mas em compensação, sei que ficará na minha memória olfactiva. 

quarta-feira, 11 de junho de 2025

"Os benefícios da caminhada"

Eu aprendi isso num dia ruim 👇🏼
Daqueles em que o mundo pesa e tudo que a gente quer é sumir debaixo do cobertor.

Mas, por alguma razão, eu levantei e fui andar.
Sem meta e sem fone.

Aos poucos…
Deixei de olhar só pro chão e comecei a enxergar o horizonte.

Quando a gente se sente ansiosa e triste, o corpo encolhe.
A respiração encurta, o pescoço tensiona, o olhar se fecha.

Mas basta caminhar alguns minutos e algo muda:
🧠 O cérebro entende que você saiu do modo “ameaça”.
A visão periférica ativa o nervo vago, a circulação melhora, o cortisol cai.

🧬 Não é papo. É fisiologia.
Caminhar, especialmente ao ar livre, reorganiza os sistemas.
Regula hormônios, reduz inflamação, clareia o pensamento.

👩‍⚕️ Desde esse dia, eu prescrevo caminhada com a mesma convicção com que prescrevo exames.
Porque eu vi — em mim e em muitas mulheres — o impacto que isso tem na saúde física e emocional.

🧡 Quando foi a última vez que você andou sem pressa, só pra respirar melhor?

Dra Nayara Rocio, Instagram


https://youtube.com/shorts/snMPiMrswI0?si=2knq73NzfJ63qKal

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Preservar Fruta Fresca

Via Organizando & DecorandoFB

Esta é a legenda original da foto acima: "Levei 36 anos para descobrir que se colocar frutas em frascos de vidro, elas duram para sempre!

😳esses, sem mentira, tem mais de 3 semanas, antes tinha sorte se durassem 5 dias. Não sei quem mais conhece esse truque mas se não conhece, de nada! 😁"

Testei e realmente funciona, desde quinta-feira passada a fruta, morangos, mirtillos e cerejas estão em frascos e em perfeitas condições, duvido que chegue a 3 semanas, mas somente porque essa fruta irá ser comida antes! É boa demais esta época da fruta.



quarta-feira, 4 de junho de 2025

O Mundo Precisa de Cor!

Via

Estes dias estava a observar os carros na estrada, que passavam por mim, e constatei que 95% são pretos e cinzentos, poucos brancos e raros de qualquer outra cor. E lembrei-me de que nos anos 80, quando as pessoas começaram a comprar carros, ou seja, qualquer pessoa, até então era algo inatingível para a maioria, havia carros de todas as cores, vermelho, laranja, verde, amarelo, azul, tudo em variados tons. 

O mesmo acontece com as casas, antes eram coloridas, fossem de azulejos ou pintadas, as cores eram muito diversificadas, de acordo com o gosto dos seus proprietários. Actualmente só vejo casas pretas e cinzentas, e mesmo aquelas cuja arquitectura é dos anos 70, estão a acompanhar a moda, sendo também pintadas nessas duas cores. O que me parece ainda mais feio. Não é uma questão de gosto, é uma questão de tendência, e todos a seguem, como habitual nas modas. E por falar em modas, vi recentemente um reel de um jovem, a mostrar a secção masculina de uma loja de roupas, em que tudo era bege, preto e branco, e ele, de camisa colorida, perguntava: Onde estão as cores?! Também a moda caminha nesse sentido. 

Não é que eu seja saudosista ( embora esta afirmação não tenha nada de errado, como não ter saudades de algo que achamos bom ?!), porém, parece-me que o mundo todo vai nesta tendência da mono cor. Eu não gosto, e por dois motivos: O mundo fica mais triste, se aquilo que nos rodeia é igual, deixa de ser estimulante, por isso nos referimos às cores vivas como "alegres", em oposição, as restantes são tristes, e isso vai impactar a nossa mente, entristecendo-nos. 

Por outro lado, quando tudo é uniforme a criatividade é contida, e cessa de expandir-se, e o ser humano é um ser criativo que precisa de aplicar essa ferramenta natural que possui, para sua realização e satisfação. 

Agora aprecio, realmente, quando vejo um carro verde alface ou azulão. Ou uma casa antiga recuperada, com uma pintura esmerada rosa velho com relevos brancos, ou umas portadas violeta.  O mundo precisa de cor, nós precisamos de alegria, e tudo o que nos rodeia impacta-nos, para o mal ou bom. 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

quarta-feira, 21 de maio de 2025

"Eleições"

Há 30 anos comecei a viajar pela Europa e vi como a população europeia se foi transformando, parecendo cada vez menos a verdadeira Europa, sobretudo em certos países. Eram os países mais ricos, e por isso Portugal estava à margem como destino, o que me agradava sobremaneira. O meu problema com isso não se relaciona com cor ou nacionalidade, mas com receio do que uma cultura antagónica à nossa, a ocidental dos valores elevados, respeito pela vida física e respeito pela escolha de vida de cada um, de religião, de sexo, de como cada pessoa escolhe viver, sendo prática normal e corrente, ficasse ameaçada. 

Porém, o jogo virou quando a U.E. começou a forçar os países a receber pessoas de origens tão distintas e até opostas às nossas, e em cada terra de Portugal, grandes ou pequenas, o tecido populacional se começou a mostrar, visivelmente, alterado. Em simultâneo, a criminalidade aumentou, e apesar de nas notícias, e muitos políticos, dizerem que uma coisa não está correlacionada com a outra, a população portuguesa, na sua maioria, sabe que está. Para mais, foi público que os imigrantes estão a entrar em Portugal de forma descontrolada, nunca houve a exigência do registo criminal, por exemplo. As pessoas, sobretudo mulheres, jovens e crianças, começaram a sentir os olhares e até perseguição, nas ruas, nos parques, nas áreas públicas, um assédio nunca antes visto. A segurança geral acabou; em certas terras as portuguesas naturais já não saem à noite, evitam certas ruas e zonas, porque aí já aconteceram coisas muito más. Nunca antes visto em Portugal, as violações colectivas passaram a ser notícia. Portanto, só quem vive numa bolha social ou se encontra em estado de negação não vê tudo isto a decorrer perante os nossos olhos. Não se preocupa ou alarma. 

Em suma, não foi de espantar, por conseguinte, o resultado destas eleições; por um lado o eleitorado escolheu novamente o mesmo governo, com aquela habitual premissa de "por não terem a maioria vamos deixá-los trabalhar", o prémio da vitimização, e a direita que denuncia o panorama social e político sobe, em detrimento de quem é responsável pela situação actual, e que teimosamente persiste em não querer ver, nem reconhecer. 

A segurança e futuro de Portugal preocupa-me, pelos meus filhos e os dos outros; quero que o nosso país possa oferecer-lhes uma vida segura e digna. Que continue a ser um país onde os direitos das pessoas sejam mais do que tolerados, sejam respeitados, e isso seja normal e inquestionável. 

Não acredito em extremismos, só e apenas quando se trata de preservar os grandes valores humanitaristas que fundam a civilização ocidental. 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Dica de leitura- "O Doutor Jivago"

Via Alfarrabista Terra Média

Boris Pasternak nasceu em Moscovo, a 10 de fevereiro de 1890; a sua família ucraniana era abastada e de origem judia; o pai, pintor e professor universitário ( aliás, era amigo de Tolstoi e quem lhe ilustrava os livros), a mãe, pianista de concertos e filha de um conhecido industrial. A título de curiosidade, a sua família alegou ser descendente de Isaac Abrabanel, um famoso tesoureiro judeu sefardita do Séc.XV, em Portugal.

Pasternak estudou Filosofia na Alemanha, regressando a Moscovo em 1914, quando publicou a sua colecção de poesias, sendo conhecido na Rússia, principalmente, como poeta.

Em 1958 publicou o romance "O Dr.Jivago" na Itália, o governo russo tinha proibido a sua publicação por entender que era uma crítica ao comunismo, e imediatamente o livro se tornou num sucesso mundial. Nesse ano, Pasternak ganhou o Prémio Nobel da Literatura, porém teve de o recusar, forçado pelo regime soviético, e só 1989, com Mikhail Gorbatchev é que "O Dr Jivago" foi finalmente publicado no seu país. 

Em 1965 o livro foi adaptado ao Cinema, sendo um sucesso estrondoso, mas infelizmente o autor já não viveu para o saber, tinha falecido em 1960. 

Este romance histórico relata as primeiras décadas do século XX, fim da era Imperial e início do bolchevismo na Rússia, através da vida da personagem principal, Iuri Andreievitch, conhecido por Dr.Jivago. Inicialmente, é-nos relatada a vida desafogada da classe privilegiada a que pertence Iuri, ainda um jovem estudante de Medicina, que entra na idade adulta nessa época de convulsão social e política, que se proporcionou a ajustes de contas, frequentemente cegos, entre explorados e exploradores. A vida tornou-se extremamente difícil e desafiante, para além daquilo que o povo já conhecia, e julgava miserável. 

A sociedade russa, todavia, adaptava-se a todos os embates, improvisando e tentando sobreviver. Entretanto, casado e pai de um menino, o Dr.Jivago decide com a mulher sair de Moscovo, devido à insegurança e fome, e ir para a Província, aonde tinham propriedades, em busca de segurança. Após uma longa e atribuladíssima viagem chegam finalmente ao destino, para constatarem que nem nos confins do país se escapa ao sofrimento e miséria humanas. Aí, o Dr. Jivago encontra Lara, uma enfermeira que conhecera na juventude, e a sua vida começa a dividir-se. Entre a sua actividade de médico começa a escrever, algo que há muito ansiava fazer; esses escritos serão mais tarde fonte de rendimento, e muito apreciados.

A família acaba por se separar e o Dr. Jivago regressa, penosamente, a Moscovo, aonde o esperam mais desafios e complexas dificuldades. A II guerra mundial cola-se à catastrófica mudança de regime, comunista, e os russos lutam contra o invasor, prolongando a fome, destruição e tragédia. 

Não é uma leitura fácil de se fazer, acompanhar o desfragmentar da humanidade, a luta pela sobrevivência que chega ao ponto da antropofagia, em que o homem se transforma num animal feroz, que mata para não ser morto; a imposição de uma cultura comunista que termina com a opinião pessoal, com a inspiração do sentido moral, e impõe o passo do grupo; viver segundo conceitos estranhos a todos e o aumento da tirania; a imposição de Leis arbitrárias de forma aleatória, num dia funciona de certa maneira e no dia seguinte aquilo está proibido e severamente castigado, faz-me sentir uma compaixão imensa pelo povo russo. O que eles sofreram é inenarrável. E faz também crescer a minha admiração, pela resiliência, pela inteligência, pela capacidade de improviso e superação. Esta parte humana não raras vezes me comoveu a ponto de pousar o livro, e o fechar, de tão assoberbada me sentir.   

Também possui uma parte mais ligeira mas breve, embora importante para mim, é um gosto ler sobre a cultura clássica imperial russa, como viviam, como eram as suas casas, como recebiam, como preservavam os alimentos de forma natural, as suas referências literárias e musicais, como viviam em família e sociedade, tudo isso me encanta e fascina. 

Por tudo isto é, obviamente, uma leitura que recomendo vivamente. 

Título: O Dr.Jivago

Ayutor: Boris Pasternak 

Editora: Colecção Mil Folhas

Nr de págs:606       

segunda-feira, 12 de maio de 2025

"Fraco é o Maio que não rompe uma croça"

 

Via Pinterest


Estava aqui a pensar que este mês de Maio também não tem sido lá muito famoso, chuvoso e frio, que em breve será Verão e isto nem parece Primavera, quando me lembrei de um ditado que a minha mãe repete, ocasionalmente, " Fraco é o Maio que não rompe uma croça", justificando o frio e chuva. 

A croça é uma espécie de impermeável feita de palha, que se usava nas aldeias, pois protegia das intempéries e pela largueza proporcionava movimentos, e braços livres que permitiam a continuação dos trabalhos rurais, fosse com os rebanhos, fosse a trabalhar a terra. Muitas tinham capucho para proteger a cabeça, também. Até princípios do século XX ainda se usava muito, em meados do mesmo já eram poucos os que as vestiam, nas aldeias do Norte, mais afastadas. Era algo que se fazia com a produção local (totalmente sustentável!), todos os lavradores tinham palha, económica e eficiente. 

A propósito do dia chuvoso de hoje apeteceu-me destacar este elemento do vestuário rural português e, também, lembrar que se o ditado antigo assim o dizia era porque Maio sempre foi um mês mais próximo do Inverno do que do Verão! Nós é que temos pressa de dias de sol e bons, e então queixamo-nos do tempo, mas o clima está certo. Aliás, ainda temos outro que o comprova: "Em Maio come a velha as cerejas ao borralho"! 

O que me vale para me animar, é que, nas pausas da chuva dou um salto ao jardim, e observo que a Primavera está a fazer o seu trabalho muito bem, as plantas estão viçosas e os tubérculos brotam da terra, impulsionados pela força vital que opera maravilhas, fora do nosso alcance visual. 

Via Pinterest

quinta-feira, 8 de maio de 2025

"Unbox with me" 😀



Estava para fazer uma daquelas "cenas" que essa malta influencer faz, os unbox with me de roupas, desta marca e daquela, e depois kaboum...saíam os tubérculos de dálias! Mas já estava a demorar demasiado ter tempo para preparar a câmara, o tripé, e tudo e tudo, e a terra clamava por estas coisas lindas, pelo que tirei fotos apenas. Quer dizer, as dálias que ficaram na terra já estão crescidas uns bons 15 centímetros! Mas estas vão para vasos, vai ser o teste deste ano, quero ver como se irão dar. 

A caixa, o embrulho de papel rosa, e os brindes, uma revista e marcadores de madeira para os vasos, mereciam 100% um desses reels de luxo! Isto é que me faz vibrar, abrir uma caixa destas, e agora a expectativa nas próximas semanas! Estou que não me aguento. 

terça-feira, 6 de maio de 2025

The Front Garden - Os filósofos jardineiros


Apesar da falta de qualidade deste documentário vale a pena o esforço. O que os jardineiros dizem sobre a motivação de jardinar é tão único, e pessoal, e porém tão humano e comum a todos nós! 
De onde lhes vem a inspiração, de como se sentem ao trabalhar no jardim, do que sentem ao observá-lo, do resultado que reflecte cada personalidade, é fascinante e comovente, pela profundidade inesperada.
Uma delícia! 

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Receita de Tarte de Limão

 



Esta tarte de limão é deliciosa e realmente fácil e rápida de fazer. Como nos deram uma quantidade enorme de limões tenho priorizado aquelas receitas que os levam, e portanto já repeti esta duas vezes. É do agrado de todos, não tem como errar. 

A receita apareceu-me na Internet, é do site 1001 Ideias da Susana Sinceridades. 

Tarte de Limão

Ingredientes:

6 ovos

100 gr de manteiga

250 gr de açúcar

Raspa e sumo de 2 limões (sumo coado)

1 base de massa folhada ou tenra

Como fazer:

Pré-aquecer o forno a 180º.

Forrar a tarteira, ou forma, com a massa folhada ou tenra, e reservar.

Bater os ovos com o açúcar até ficar um creme fofo e claro. Juntar a manteiga semiderretida, a raspa e sumo coado dos limões, juntar bem.

Verter este preparado para a tarteira e levar ao forno 20 minutos a 180º. Verificar se está bem firme, pode precisar de ficar no forno mais 10-15 minutos. 

E é só. Aconselho mesmo, é daquelas receitas para fazer quando não há muito tempo para sobremesas mais elaboradas.

terça-feira, 29 de abril de 2025

O Apagão

Quando a electricidade falhou já não sequei o cabelo, mas estava calor, e portanto, não foi problema. Pensei que fosse local, porém ao querer levantar dinheiro para as compras no MB vi que estava totalmente desligado, e que seria uma anomalia invulgar. Porém, foi uma hora mais tarde, que o estafeta me contou, por ter ouvido na rádio, que era um blackout em toda a Europa, que poderia ser resolvido em algumas horas mas também poderia durar 3 dias. Liguei imediatamente para a minha filha, e não lá não havia apagão nenhum, e nas Notícias tinham dito que tinha sido apenas em Portugal e Espanha. Depois daí, já não consegui fazer mais chamadas nem enviar mensagens. 

Como a minha casa funciona, praticamente, a electricidade ficamos muito limitados. Engraçado que apesar dos painéis solares no telhado não possamos usufruir deles, porém, estiveram sempre a produzir para a Rede. Que bom para eles, com o nosso investimento! Por estas coisas se vê como funciona o Mundo. 

Felizmente, com o fogão de campismo ( que nunca serviu para campismo!) resolvemos a questão das refeições, o que já foi bom. E graças ao dinheiro vivo consegui fazer compras na Feira. O que se prova com isto que dinheiro em efectivo é liberdade, e independência. Devemos ter sempre em casa uma soma considerável e tentar pagar sempre com dinheiro. 

Contaram-me que foi o caos nos supermercados e Bombas de combustível, nos poucos que ainda aceitavam cartões. Os carrinhos voltaram a encher-se, lembrando o famigerado confinamento de 2020. Muitos entraram em pânico. Imensos negócios fecharam por incapacidade de laboração. Essa não foi, novamente, e de todo, a minha realidade. 

Ao caminhar no Parque percebi que imensas pessoas se entretinham por ali, a passear os cães, sentadas nos bancos desfrutando da fresca, brincando com os filhos, jogando em grupos, novos e mais velhos. Ninguém a olhar para os telemóveis. 

Para falar com a minha mãe tive que ir a casa dela. Estava lá mais família, e entretivemo-nos até tarde a conversar, e a rir, curiosamente a minha mãe, dependente da televisão, estava muito bem humorada. 

E havia quem perguntasse, ouvi na rua: Então era assim que se vivia dantes? Pois era. E não nos faltava o que fazer, como nos entreter, sozinhos ou acompanhados. O silêncio também é bom, e a supressão das distrações sucessivas benéfica. 

Foi um dia diferente, desafiador. Gostaria que todos tivessem retirado, desta inédita situação, algo de bom. Com isto, já temos muito para reflectir!


quarta-feira, 23 de abril de 2025

"Monkey see monkey do"!

 


Eu tinha recebido as peanhas como presente de aniversário há 2 anos e hesitava onde colocá-las, e como decorá-las, de modo que na visita ao Palácio Real de Varsóvia me deparei com esta decoração e, imediatamente, percebi como faria cá em casa. 


As minhas peanhas não são tão douradas, o que eu gosto, mas são antigas. Os pratos são dinamarqueses, em vez de estarem na parede dos pratos, estão aqui. Não sei agora se continuarei a formar aquela escadinha da montagem original ( apesar de nesta foto parecer um espaço pequeno há margem para mais), ou se fica assim mesmo. Veremos o que me vai surgindo, não vou à procura, para já estou contente com o efeito. 
As viagens também servem para isto, para me inspirar, e posteriormente fazer lembrar destinos, e dias especiais. 

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Filme de Páscoa - Marcelino Pão e Vinho


Não conhecia o filme, foi através de uma cena, muitíssimo comovente, partilhada no Instagram que o fui procurar no YT, e vi na sexta-feira passada. Logo que o partilhei alguns amigos disseram-me que tinha sido um filme que os marcara na infância. É realmente uma delícia de filme! Do tipo que já não se faz, raro, com equilíbrio perfeito entre o cómico, o humano e o divino.
Hoje, em particular, a visualização deste filme ainda se justifica; para ver só ou em família, é uma boa forma de celebrar a segunda-feira de Páscoa. 

Sinopse:
Um frade franciscano conta para uma menina doente a lenda de Marcelino, um bebê que foi deixado na porta do mosteiro e criado pelos religiosos. Após frustradas tentativas de entregá-lo para adoção, acaba sendo criado pelos doze frades franciscanos.
Marcelino cresce fazendo travessuras e levando todos no convento à loucura com sua desobediência e imaginação; mediante a solidão e a falta de crianças de sua idade para brincar, se diverte inventando apelidos para os frades, cria um amigo imaginário chamado Manuel, inventa histórias inacreditáveis.
Uma das histórias que relata, porém, desafia a curiosidade dos religiosos, que a resolvem conferir pessoalmente, constatando com surpresa o divino poder da inocência, e Marcelino se torna o protagonista de um milagre que marcará para sempre o vilarejo espanhol onde ocorre a história."

quinta-feira, 17 de abril de 2025

A Mesa do Compasso da Minha Infância

 



Estas flores, cujo nome desconheço ainda, que tenho no Jardim, costumam florir por altura da Páscoa; trouxe um caninho do jardim da minha mãe, e ela por sua vez levou o dela de casa da minha avó paterna. O jardim da minha avó, onde eu tanto brinquei, já não existe, portanto, gosto ainda mais, suponho, de saber que existem estas flores vindas de lá e que me evocam tempos de infância, que me marcaram pela simplicidade, bucolismo, família, e solidão, o que não era necessariamente mau. Quiçá veio dessa vivência o meu pendor solitário, que estimo como uma qualidade. 

Mas a história que queria contar sobre estas flores relacionam-se com a Páscoa. A minha memória mais antiga sobre esta data, é fotográfica; a mesa da sala que a minha mãe decorava, para receber "A Cruz", ficava lindíssima, e lembro-me de a observar ao nível do meu olhar; a toalha especial de croché bordada, com pratinhos de vidro de Doces Brancos, outros de biscoitos amanteigados, e por toda a mesa amêndoas baunilhadas tipo francês da Costa Moreira, brancas e rosa, e por entre tudo isto, estas florzinhas espalhadas por toda a superfície. 
Obviamente, não podíamos tocar em nada enquanto o Compasso não passasse, mas eu e as minhas irmãs não resistíamos a surripiar uma ou duas amêndoas, enquanto esperávamos. 
Eram dias felizes. 

Feliz Páscoa!



terça-feira, 15 de abril de 2025

Dica de Leitura : O segredo de Champollion

 Via 

O que me atraiu neste livro foi esta frase simples: " A fantástica história da decifração dos hieróglifos"; o mistério do Antigo Egipto tem grande poder sobre mim.

Jean-Michel Riou é formado em Ciências Políticas, autor de diversos livros, e também apaixonado pelo Antigo Egipto, realizando através desta história o sonho de escrever sobre a aventura humana e científica da expedição de Napoleão ao Egipto.

Tendo colocado a Europa em guerra com as sucessivas invasões a diversos países, Napoleão projecta uma expedição ao Egipto em 1798, para a qual convoca uma numerosa equipa de renomados científicos, que transporta em navios, com os seus sofisticados equipamentos, para esse país. Só a preparação e viagem já se revelam atribuladas e perigosas, e nem sequer se sabe ainda, pela certeza, o que Napoleão pretende daquele país. Verão que não é subjugá-lo, embora a certo ponto isso venha a acontecer, e de forma sanguinária, mas antes um objectivo cultural muito definido - a decifração dos hieróglifos dos faraós, que a maioria crê ser tarefa impossível. Mas qual o derradeiro interesse de Napoleão, com isso?
É portanto, com o achado casual da "Pedra de Roseta", que tendo parte traduzida para o grego, que a decifração começa a ser possível, embora ainda extremamente difícil. 

Após alguns anos no Egipto, sem atingir o objectivo, os "sábios" são forçados a partir, juntamente com o exército, recuando perante a ameaça inglesa, deixando para trás grande parte do espólio apreendido, que será confiscado pelos ingleses ( a Pedra de Roseta está no Museu Britânico, em Inglaterra, e também motivou a decifração pelos seus intelectuais, originando uma competição entre as duas nações), sendo já em solo francês que o estudo da decifração se fará por longos anos ainda, pelo genial Jean-François Champollion, que fizera desse objectivo a sua missão de vida. 

O Decifrador, em quem Napoleão depositava uma confiança desesperada,  acabou por ter sucesso, os hieróglifos traduziam-se por "sons e ideias", e contudo o resultado não foi de todo o esperado.  

Pelo meio há episódios de espionagem, de lutas e intrigas, e até romance, tudo contado através de três participantes da expedição, os sábios e amigos Morgan de Spag, Pharos-J Le Jeancem e Orphée de Forjuris, que dividem a narrativa em três partes, e a entregam a uma editora em 1854 para ser aberta em 2004. 

Eu não gosto da figura de Napoleão, um facínora que invadiu países, roubou, destruiu e matou, e aqui foi-me novamente mostrado que se tratava de um megalómano, egocêntrico, que não hesitou em converter-se ao Islão para se insidiar mais no Egipto, com o objectivo de, quiçá, tornar-se ele próprio uma espécie de faraó. Todavia, gostei de aprender mais sobre esse episódio da decifração dos hieróglifos, e de como tantos objectos acabaram expostos em França, e Inglaterra, pelos seus diversos museus. 


Título: O segredo de Champollion

Autor: Jean-Michel Riou

Editora: Asa

Nr de Páginas: 411

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Receita de Chocolate de Tâmaras

 


Ao escrever o título deste chocolate de tâmaras lembrei-me daquele do Dubai que fez o povo ocorrer ao supermercado, pagar não-sei-quanto, que já era caro, e ainda houve quem o vendesse na Vinted a 60€. Faz-me sempre rir essa história!

Não provei esse mas garanto que este é muito superior; e porquê? Porque é feito com ingredientes biológicos e de grande qualidade, e a combinação de todos funciona perfeitamente. Para ser aprovado pelo Duarte, que me pediu para repetir, e repeti, está tudo dito!

Fiz tudo isto a "olhómetro", foi algo assim:

Chocolate de Tâmaras

8 Tâmaras medjool

2 Colheres de sopa de manteiga de amendoim

50 gr de pepitas de cacau 

Como fazer:

Abrir as tâmaras ao meio, retirar o caroço, colocar num papel de forno todas juntinhas, viradas para cima; dobrar o papel por cima delas e com o rolo da massa espalmar, fazendo pressão para que alarguem e preencham todos os espaços. Cobrir com manteiga de amendoim e regar com o cacau derretido em banho-Maria, cobrindo toda a superfície. Levar ao frigorífico a solidificar, o que acontece rápido. 

Eu ainda pus umas pedrinhas de sal marinho e gostamos. Mas estou agora a imaginar pistachio esmigalhado, também deve ficar bom. 

E é isto. Simples e delicioso! 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Um Caso a Ser Pensado

Isto foi-me contado por alguém que não fez qualquer juízo sobre a situação, limitou-se a relatá-la. Portanto, o jovem tirou a licenciatura em Gestão, foi trabalhar um ano para um banco, achou que ganhava pouco, e decidiu tirar o Mestrado, mas desta vez numa prestigiada universidade europeia. Depois, concorreu para uma vaga de uma empresa internacional conhecida, sediada na Alemanha, para a qual concorriam cerca de 1200 candidatos. Fez provas, entrevistas, entrevistas e provas, passando diversas etapas até restarem somente 3 candidatos. Contra as suas próprias expectativas, foi o escolhido!

Agora vive nos arredores de uma grande cidade alemã, onde trabalha, e paga700€ por um quarto numa casa de um estrangeiro oriundo de uma cultura muito diferente da ocidental. Já sabe que terá de sair dai a algum tempo, e preocupa-se com a dificuldade em arranjar um quarto. Antes deste viveu num apartamento que o marcou pela sujidade, e cada vez que visita uma casa para responder a um anúncio de Quarto para alugar, sabe que será escrutinado, e escolhido ou dispensado com a minúcia de um patrão que admite um novo funcionário. 

Não ganha o suficiente para ter um apartamento, um estúdio que seja. Um cantinho que chame seu, e tenha total privacidade. Quando vem a casa e regressa vai cabisbaixo, custa-lhe um bocado, mas depois fica bem. Fez-me lembrar quando os bebés são deixados no Infantário a chorar, mas mal as mães desaparecem eles calam-se e "ficam bem". Que remédio, não é?

E tudo isto deixou-me a pensar em como o esforço, o trabalho, o estudo de tantos anos, o investimento financeiro dos pais, no final, nem sequer permite aos jovens que sejam autónomos. Saem das suas casas, dos seus países, atraídos por vencimentos tentadores, e afinal estão pior do que em casa. Sim, porque francamente, ganhar menos e ter menos despesas vai dar ao mesmo. E se ainda puderem ficar em casa dos pais, sendo solteiros, continuam a ter uma casa acessível a todas as divisões como sendo, efectivamente, sua. 

Esta falácia do estrangeiro, pode não ser para todos, mas será para muitos. Afinal, depois de tanto esforço continuam a trabalhar para sobreviver, para pagar contas, e nem sequer conseguem ter independência. Ficam longe da família, dos amigos, de tudo o que lhes é familiar, e para quê? 

Houve aqui um retrocesso no nosso estilo de vida, e ninguém mais o vê?! 

segunda-feira, 31 de março de 2025

Frédéric Chopin : Nocturne No. 9 in B major


Foi o último vídeo que o meu amigo Pedro me enviou, de música, talvez por eu ter comentado que na última viagem que fiz, em Fevereiro, encontramos no centro histórico de Varsóvia, bancos na rua, onde se carregava num botão e ouvíamos parte das sonatas de Chopin. 
O Pedro tinha o curso de piano do Conservatório, e o piano continuava a ser o seu instrumento favorito. 

quinta-feira, 20 de março de 2025

Oração

O que é a Luz na Alma:

1. É o desejo do Céu.

2. É amar o Amor.

3. É Deus escondido no olhar.

4. É ir correr até à Vida.

5. É saber que o Infinito Mistério cabe no Coração Pequenino.

6. É ouvir a dor silenciosa.

7. É caminhar até à porta fechada. 

8. É bater à Porta até ser dia.

9. É mostrar a Luz do Céu como perfume derramado.

10. É transformar o pó da terra em caminho para o Céu. 


                                       P.E. 11/Jun/2022


segunda-feira, 17 de março de 2025

Até à Próxima, Pedro! 🙏

 

Via

Eu acredito realmente que somos Espírito ou Alma, que este corpo é apenas um biotraje que a Alma utiliza nesta experiência terrestre. Que somos eternos e, portanto, a morte faz tão parte do processo da vida como o nascimento. Mas é tão difícil ficarmos sem aqueles que nos são queridos! 

Saber que nunca mais vou abrir a porta e ver aquele rosto.

Que nunca mais o vou convidar para almoçar ou jantar.

Que nunca mais vamos ficar a conversar, estando já todos a dormir, sobre assuntos que a maioria das pessoas não fala. 

Que nunca mais vou ler no WA: Bom dia, Fernandinha!

Que nunca mais o terei na minha mesa com as suas filhas. 

Que já não o ouvirei mais a tocar piano na sala, enquanto se desculpa dos enganos, apesar dele ser melhor do que o piano! 

Que já não o vou ver a construir a casa de madeira.

Que já não vou acompanhar aquela segunda vida - "Ainda tenho tanto para viver! Ainda vou ser muito feliz." 

Que nunca mais vou ouvir aquele riso malandro e franco. 

Nunca mais verei as fotos dos seus almoços e placas de terras recônditas. 

Já não ouvirei os planos mais mirabolantes a tornarem-se realidade. 

Que já não posso contar com o meu amigo de Lisboa. 


O que conversamos, o que nos rimos, o que lastimamos. Era um carácter íntegro e único. 

As saudades são sempre o pior, e já as tenho por antecipação. A falta que este querido amigo me vai fazer...


quarta-feira, 12 de março de 2025

"Retrato de Um Casamento"

 Esta é uma daquelas histórias que a minha mãe contou ao longo dos anos, algumas vezes, desta vez apanhei-a mais atentamente, e deixou-me reflexiva. 

Há muitos anos, a vizinha dela foi ao velório de um parente afastado; naquele tempo os defuntos ainda se velavam em casa; era hora de almoço, e a família comia na cozinha; ela entrou silenciosamente, para não os perturbar e pôs-se num canto sombrio da sala, a orar pelo senhor. Entretanto, entra a esposa do falecido, e julgando estar sozinha com ele, ajoelha-se a seu lado, e começa a conversar com ele, em voz baixa, agradecendo-lhe pela vida que lhe proporcionara, que fora muito bom marido, bom pai, e bom homem, que tudo o que tinha feito na sua existência era bom, e digno. E muitas outras coisas bonitas, que a vizinha da minha mãe nunca tinha ouvido na vida, e ouvia siderada, permanecendo em silêncio até ao fim. 

A esposa deste senhor nunca soube que aquela conversa tinha sido testemunhada, a parente nunca lho confessou. Mas contou à minha mãe, sempre maravilhada, com aquela homenagem tão sincera e excepcional. 

E aquilo que me ocorre pensar é que se não for para deixar um marca destas na família que constituímos nem valia a pena começar a empreitada. Mais vale viver para si, que também é direito de cada um. 

segunda-feira, 10 de março de 2025

Preocupações de Jardineira



 


Enquanto estive fora a minha maior preocupação era que as flores desabrochassem e eu não estivesse cá para ver. 

É das primeiras coisas que faço de manhã, ir ao jardim e observar as plantas, as flores, as árvores, os arbustos, um a um. Analiso os estragos feitos durante a noite, e arranjo alguma forma de os remediar. Falo com todos eles, animo-os para ficarem fortes e saudáveis. Mas creio que este ano foi, sobretudo, devido à mudança da terra para os vasos que os narcissos, as tulipas e os jasmins medraram. Estou também a pensar fazer o mesmo com as dálias novas, as que ficaram na terra vão decorar a bordadura como Deus quiser. 

Observar o jardim foi das primeiras coisas que fiz, quando cheguei, e as flores estavam mesmo quase a desabrochar. Podia-se dizer que esperaram por mim, tal como lhes pedi.
A satisfação e alegria que isto me dá! 

quinta-feira, 6 de março de 2025

"O Carnaval na Política"

Há coisas que por mais que tente não consigo entender. Não consigo entender como o conceito de paz é tão estranho à maioria; não consigo compreender como pessoas com filhos e netos, sobrinhos e irmãos, e pessoas que amam são a favor de uma guerra, noutro país, para onde os políticos europeus os querem atirar como carne para canhão! 

Ouçam o professor António Sousa Lara, não concordo com tudo, tudo, mas concordo com muito do que diz, e apresenta bons argumentos e conhecimentos. E desta vez, alguma diversão.

O Carnaval na PolíticaPara reflectir.

terça-feira, 4 de março de 2025

Fora Do Ninho. Ainda Mais.

Quando os filhos saem de casa para estudar inicia-se um processo que, frequentemente, não tem retorno, e se tiver é quase sempre bastante breve. É um marco tão impactante que até pode causar sentimentos menos bons, e essa famosa sensação do ninho vazio, pois para além do sentimento momentâneo, intuímos que chegamos ao fim de uma era, da família nuclear coesa, debaixo do mesmo tecto.

Depois disto há outro momento; quando os filhos partem para estudar fora do país. Se antes regressavam aos fins de semana ( os meus sim, estavam cá batidinhos!), essa fase intensifica-se pela ausência. A saudade é garantidamente maior, e as preocupações também sobem a outro nível. Para além disso, tem acontecido, que conheçam por esses países alguém por quem se apaixonam, e então o regresso fica fora de cena. Desde que soube, há muitos anos, que isso aconteceu a um rapaz aqui da Vila, que isso se fixou no meu cérebro, não sendo porém argumento para travar os meus filhos dessa experiencia, que é, normalmente, tão enriquecedora.

Pois bem, chegou o momento em que a saída do ninho exigiu uma maior força de asas, e a distância se ampliou para lá dos fins-de-semana! E todas as reflexões, sentimentos, emoções e preocupações saíram daquele espaço arrumado da minha mente e se expuseram sem pudor, para que as enfrentasse. Eu sei que sair de casa proporciona um crescimento enorme, a nível pessoal; e acredito que essa mudança ampliada a outra distância, cultura, língua, proporciona uma expansão da mente ainda muito maior. E quando vemos os nossos filhos ilusionados com a perspectiva dessa experiencia só podemos apoiá-los, e ficarmos a torcer por eles. 

É outra fase da vida, da nossa enquanto pais, da deles, enquanto filhos a emanciparem-se, a crescerem no mundo. É decerto desafiante, mas que seria da vida se não o fosse?  

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

A Maior Vigarice da Vida

Pagar impostos do dinheiro que ganhamos.

Pagar impostos do dinheiro que gastamos.

Pagar impostos daquilo que já possuímos quando já pagamos impostos desse dinheiro que ganhamos e gastamos. 

E pagar impostos continuamente até ao fim da nossa vida. 


Para reflectir. 


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Estêvão Lopes Morago - Magnificat octavi toni



Esta música dá-me paz. Dá-me vontade de parar, e maravilhar-me perante todas as coisas criadas por Deus. De contemplar a quietude.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Dica de Leitura - A Home For All Seasons

Dica de leitura de Miranda Mills

O que me atraiu neste livro foi a localização, ou o tema central, quer dizer, uma cottage parecia ser a personagem principal, e o local onde estava inserida, o campo inglês, para mim isto é irresistível. 

É uma espécie de diário, livro de apontamentos, de investigação, que começa quando Gavin Plumley, um declarado citadino, decide mudar-se para o campo, com o seu marido, Alaistair, por sua vez, um verdadeiro homem do campo. Na busca pela casa perfeita, encontram Steps House em Pembridge, num canto remoto de Inglaterra, pela qual se apaixonam imediatamente, e assim a adquirem. 

Ao fazer o seguro para Steps House são confrontados com a necessidade de saberem a idade da casa, inicialmente do Séc.XVIII ( porém dando sinais de mais antiguidade), e começa assim uma investigação que vai levar o autor através da História da casa, de Pembridge, da Inglaterra e até um pouco da Europa. 

Pembridge é uma aldeia antiga, que já na Idade Média tem registos, da actividade agrícola e pastoral, que está na base do seu enriquecimento mas que também sofreu grandes vicissitudes. 

Interessaram-me imenso certas curiosidades, que ainda actualmente impactam, como por exemplo, a referência ao azevinho, abundante na aldeia, e que hoje em dia é muito mais abundante do que na época, ao contrário daquilo que nos dizem! Aliás, menciona ainda Plínio, o Velho, romano, nascido no ano 23, que escreveu "o azevinho é raro, e quando encontrado, recolhido com toda a cerimónia".

O azevinho era tido como protector contra os maus espíritos, talismã de sorte e até cura para a melancolia. Foi rapidamente capturado pela religião, usando-o decorativamente no Natal, apesar de ainda reter a sua primeva associação à fertilidade, com a viscosidade das bagas comparada ao sémen. 

Gavin Plumley explica que este arbusto necessita de luz e com a deflorestação das florestas, os espaços por onde a luz entra é muito maior. Pode até ser, mas eu também penso que o facto das pessoas o terem nos seus jardins justifica em muito o azevinho ser tão comum.

Steps House é vizinha imediata do cemitério, e da igreja local, onde Gavin também procura informação; propósito do despojamento das igrejas protestantes, elas não eram assim originalmente, eram como as católicas ( pois eram católicas), porém, os reis que fundaram e cimentaram o Protestantismo, entenderam, sobretudo Eduardo, nas Reformas no séc.XVI,  que as pessoas não deveriam adorar imagens e por isso foram recolhidas, para sua alteza real; estes bens das igrejas representava uma riqueza colossal, com a arte, os objectos de ouro e prata, que assim foram legalmente confiscados, perante a indignação do povo, que não teve outra opção senão render-se. As mudanças também proibiram as procissões, e o toque dos sinos, para as missas; posso, facilmente, imaginar quanto tudo isto afectou a população, dado que as procissões tinham o objectivo de agradecer pelas colheitas e pedir abundância, para as seguintes. Por essa época, diversas actividades foram abolidas, como por exemplo a dança, que as entidades religiosas viam como pagãs, e que levavam a actos pecaminosos, sendo por isso os seus infractores castigados seriamente. Como não haveriam de ficar deprimidos?!

Outra coisa que sempre me fascinou imenso, e desconhecia o porquê, é a popularidade dos Pubs em Inglaterra. Ainda, actualmente, ir ao Pub é uma prática comum, fortemente enraizada, e na sua origem está o frio das casas! Apesar de todas as casas terem lareira, eram frias, a do pub estava permanentemente acesa, tornando a divisão quente e aconchegante. Além disso, era também onde as pessoas podiam socializar, e assim espantar e melancolia do Inverno ( a depressão nessa estação existiu sempre), sendo que beber um fino era apenas o pretexto para tudo isto!

Na Idade Média, Pembridge estava muito isolada, para mais a Lei inglesa proibia que as pessoas trespassassem campos e florestas pertencentes ao Estado, o que tornava as viagens para levar o gado ao mercado londrino, coisa de meses, e isolava a localidade, obrigando-os a comercializar entre si. Recentemente, aconteceu uma espécie de regresso ao passado. Como o casal já passou o "confinamento" de 2020 na aldeia, perceberam ainda mais então a importância de comprar localmente, e apoiar os produtores locais. Isso para mim já está mais do que assente, porém gostaria muito que todos tivessem tido essa descoberta, e mudassem de atitude. Gostei desse alerta. 

A propósito das "alterações climáticas", o autor refere a mini-idade de gelo que assolou a Europa no séc.XVI, que provocou escassez de bens alimentares, e consequentemente mortes em grande número, referindo que animais congelaram repentinamente, nas posições em que se encontravam. Dizem as notícias que algo semelhante se prevê em 2030, eu penso que sem alarme aguardemos porque o futuro é sempre incerto, e contudo, estas coisas já aconteceram antes, sem industrialização, nem aviação. São ciclos naturais.  

Recorrendo aos arquivos religiosos e civis, às canções populares, poesia e arte, referindo sobretudo Bruegel, cujos quadros detalhavam minuciosamente as actividades dos camponeses, providenciando assim valiosa informação sobre a vida e estações no séc.XVI, o autor constrói com esses fragmentos, uma manta de retalhos encantadora e informativa sobre uma era passada, que me proporcionou grande prazer ao lê-la, levando-me a reflectir também sobre a actualidade. 

Por tudo isto, e muito mais, é uma leitura que recomendo, infelizmente, não há versão traduzida, mais uma vez. Em inglês compro na Blackwells, cujos preços já incluem imposto da alfandega, e assim não há retenções nem más surpresas. 


Título: A Home For All Seasons

Autor: Gavin Plumley

Editora: Atlantic Books, London

Nr de Págs:309

   

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

"73% dos estudantes pretendem emigrar"

Ouvi a notícia na Antena2. Segundo estudo da Federação Académica do Porto mais de 73% dos estudantes pretendem emigrar, após conclusão de estudos.
Uns falam da "sangria de talentos", outros do custo de milhões, ao Estado, destes estudantes, que vão beneficiar outros países, que investiram zero na formação de profissionais de topo. 

A mim ocorre-me o drama que é para estes jovens terem de abandonar o seu país, as suas famílias, e passarem a expatriados. 

À falta que estes profissionais fazem à nossa pátria, e população, através do seu trabalho e impostos.

A baixa natalidade, que continua a descer entre os portugueses, pois estes jovens vão e não regressam.

E a entrada de imigrantes, que os governos insistem em justificar como contrapeso dos que saem, quando não chegam com a preparação dos que partem, e pelo contrário, com valores e formas de estar na vida antagónicas às nossas. 

Enquanto mãe de dois jovens, a terminarem os estudos superiores, esta conjuntura frustra-me tremendamente, e enquanto cidadã revolta-me para além do dizível. Quem ainda não olhou para esta situação e compreendeu o drama que se está aqui a gerar anda mesmo com a cabeça enfiada na areia.  

Notícia aqui

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Receita para o fim-de-semana: Arroz de Lentilhas e Cogumelos

Este arroz ficou delicioso, é realmente comida reconfortante para dias de Inverno. Numa só caçarola, e fácil, como eu gosto. A quantidade de água depende, eu queria algo entre o seco e o malandro. 


Arroz de Lentilhas e Cogumelos

Ingredientes:

Uma chávena de cogumelos frescos

Meia chávena de cogumelos desidratados "black fungus"

Meia cebola

Meio dente de alho

Uma chávena de arroz carolino

Uma chávena de lentilhas castanhas cozidas


Como fazer:

Saltear a cebola picadinha em azeite, juntar meio dente de alho picado, deixar estalar, e acrescentar caldo vegetal. Deixar cozinhar 5 minutos, juntar os cogumelos secos, previamente demolhados em água quente, durante 20 minutos, reservando essa água. Deixar cozinhar 15 minutos. Juntar as lentilhas, e a água dos cogumelos, deixar cozinhar mais 5 minutos. Adicionar o arroz, e os cogumelos frescos fatiados; temperar a gosto com sal marinho, pimenta-caiena, e uma colher de sopa de molho de soja bio. Se precisar de mais liquido juntar o caldo de vegetais. Por fim, a meia cenoura ralada grosseiramente. Deixar cozer o arroz, cerca de 20 minutos e servir! 

Eu colocaria ainda coentros picados, se tivesse. Ficaria supimpa!  

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

A Importância da História de Família

Via

 Só demasiado tarde comecei a pensar em perguntas que gostaria de ter feito ao meu pai. Há muita informação de família que se perde porque os pais e avós não contam aos filhos, e toda é importante. Mais cedo ou mais tarde torna-se relevante. Confesso que ouvi, inúmeras vezes, histórias que a minha mãe contava com desinteresse, e por vezes até aborrecimento, mas como isso nunca a desanimou, ela contava à mesma. Em retrospectiva apercebo-me disso, e que agora as aprecio realmente. 

Há ainda quem pense que sobre os mortos não se deve contar nada de negativo e guardar apenas o lado bom, e por isso contam somente aquilo que os beneficia. Eu discordo totalmente disto, é preciso ser justo e contar as coisas boas e más, foi assim que eles foram, assim que actuaram, e porém ter compaixão e empatia, por não terem conseguido fazer melhor. Se eu sei que o meu avô materno foi violento para os filhos, e também sei que perdeu o pai aos 6 anos de idade, e desde aí foi espancado sem piedade, pelo irmão mais velho que se impôs como "chefe de família", vou compreendê-lo um pouco melhor. 

Guardar segredos, também para defender aqueles que partiram, é outra coisa com a qual discordo. Acontece que os segredos são frequentemente de Polichinelo, vem uma pessoa de fora, e conta aquela passagem, naturalmente, ou propositadamente, perante o membro ignorante dos factos, que se sente atónito e sem reacção, perante revelações impactantes. 

Conhecer a história de família e aprender a respeitá-la, é um processo importante, para a nossa saúde e equilíbrio. Saber a história da família, dificuldades, problemas, sucessos, progressos, explicam muitas situações actuais, e funcionam como inspirações para os nossos próprios problemas e bloqueios. 

Portanto, isto é, efectivamente, um tema de grande interesse, conte o que sabe, partilhe com a geração seguinte, e pergunte mais à geração anterior. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Sensibilidade Masculina

É comum dizer-se que as mulheres são mais sensíveis do que os homens, e penso que todos concordamos com esta afirmação, vim agora a saber a explicação para isso, de acordo com o Dr.Bruce Lipton é resultado de programação, segundo ele os homens foram programados para não serem sensíveis, senão como conseguiriam ser soldados? Como matariam pessoas?

Para reflectir e mergulhar noutras informações, aqui, às 1,28.00

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

A Bonnie - Coisas de Cão

 Todas as vezes que sentada no sofá, a ler ou a escrever, me levanto para ir à cozinha fazer algo absolutamente necessário, como pôr o pão no forno, ou espreitar um bolo, a cadela levanta-se e coloca-se à minha frente, a barrar-me o caminho. Parece que dorme, mas levantando-se depois de mim, consegue antecipar-me. E fica ali a bloquear-me um momento. Penso que se conseguisse treiná-la a fazer o que preciso de fazer não me levantava eu. Não sei se isto é normal, li que os cães felizes dormem normalmente 16 horas por dia, a nossa, das duas uma, ou não é feliz, ou tem receio que se lhe acabe a felicidade.

E pronto, voltou para a cama dela, mesmo aqui. Tenho a certeza que da próxima vez que me levante, se Deus quiser, daqui a 40 minutos, para tirar o pão do forno, salta novamente à minha frente e tudo de repete. Não sei nada, é a primeira vez que temos um cão.  

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Reflexões Sobre a Vida e a Morte


Ao escrever o título hesitei, as pessoas fogem o mais que podem deste segundo tema, a morte é tabu na nossa cultura, e porém, estou convicta, que se o tratássemos com a naturalidade que merece, não apenas a nossa vida teria outra tranquilidade, como o final dela não nos assustaria tanto.  
Vale a pena ouvir tudo, para reflectir, para nos ajudar a expandir a mente, 

 "A primeira dimensão do amor é  a vontade de compreender". 

"Na realidade não vivemos à altura das nossas capacidades mas das nossas crenças".

"Quando temos a capacidade de mudar as nossas crenças aproximamo-nos da nossa capacidade."

" Não é fácil estar encarnado na matéria... a sabedoria não é resultado da inteligência... é o resultado da reflexão, e esta consequência da quietude."

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Notícias do Jardim - Inverno

Dálias e Brincos-de-Princesa

Desde que começou a chover, no Outono, que a minha actividade no jardim se reduz ao formato intermitente, dou lá uma saltada ente chuveiradas para fazer qualquer coisa muito rapidamente, porém, estas duas primeiras semanas brindaram-nos com sol, apesar do vento frio, e céu cinzento, alguns dias, que foi o bastante para fazer aquilo que é mais demorado ( e menos agradável) - a limpeza! 

Comecei por cortar, radicalmente, a trepadeira Lanterna-Chinesa, que apesar de dar flor todo o ano, e nesta época isso ser ainda mais preciosa, devido à falta de cor no jardim, por se mostrar um autêntico viveiro de caracóis. Por mais que apanhasse havia sempre mais no dia seguinte! Então o pé ficou, porém reduzido a duas hastes. 
 

Podar a videira e glicínia é sempre uma tarefa que me requer coragem, pois inclui partir os galhos em tamanho transportável, sendo os galhos grossos, essa limpeza é mesmo a parte menos apelativa. Mas em dois dias foi feito! E no final, ao olhar o jardim da sala achei que fazia toda a diferença, ficou mais bonito. 

Voltando atrás. Em Novembro semeei as Ervilhas-de-cheiro, nos rolos de papel higiénico, e deixei alguns no exterior, outros na Lavandaria, estes cresceram demasiado, ficaram muito altos e finos, sem estrutura; há 2 semanas cortei cada pé de ervilha-de-cheiro, acima das primeiras duas folhas e coloquei todos estes pés em água, entretanto já ganharam raiz, assim, quase dupliquei o número de pés desta trepadeira que adoro. Nunca semeei tão cedo estas sementes ( normalmente é no início da Primavera, contudo, segui a dica de uma jardineira inglesa), mas a ideia ao antecipar é que também elas floresçam mais cedo e se prolonguem pelo Verão. Veremos. 

Cortei quatro ramos dos brincos-de-Princesa e enterrei todos num vaso, onde estão a ganhar raízes, excepto um, que permanece murcho, mas vou esperar ainda. 

Cortei também ramos do alecrim, plantei em terra, e estão viçosos. 

Quando as suculentas com flores, que comprei em Dezembro na Feira, para o centro da mesa, começaram a murchar plantei as mais fortes num vaso, já ganharam raízes e já mostram algumas folhas minúsculas a nascer. A ideia é ter as suculentas na Primavera e Verão e no Inverno usar as flores das mesmas para o centro da mesa. Não sei o nome desta suculenta, mas certamente que durante o ano as vou fotografar e partilhar aqui. 

A reter, há plantas que podemos propagar e ter muitas mais a custo zero, como as mencionadas acima, e outras, por exemplo hidrângeas e roseiras, ambas já no jardim bem representadas. 

No Verão de 2024 tivemos poucas dálias, nada que se compare a 2023, então tinha decidido comprar tubérculos de mais dálias, e de mais variedades, o que fiz há cerca de uma semana; a Fam Flower Farm, que se localiza na Holanda, oferece uma escolha vasta e maravilhosa, que esgota cedo, só enviará em Abril mas já estou super entusiasmada com esta aquisição. 

O jardim está muito verde, com a chuva do Minho não poderia ser diferente, e a cor faz-me falta, porém já brotaram da terra os narcisos, jacintos e tulipas, e brevemente aqui e ali voltará a ser colorido. É uma questão de paciência, e algum trabalho, que é aliás a essência da jardinagem!