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(Getty Images)
Recordo-me que quando criança qualquer coisa me interessava para guardar: um frasco de perfume vazio, uma lata de bolachas, um porta-moedas que uma tia já não queria, um lenço velho, etc, etc. Via beleza e utilidade em tudo e acho que por isso encaro esse espírito colector na minha filha com muita brandura.
Creio que actualmente não guardo muitas coisas; se numa estação não vesti uma peça de roupa uma vez sequer, desfaço-me dessa roupa. O que não utilizo tento passar a quem possa ser útil; faço assim com as roupas e brinquedos das crianças. No final do Inverno faço uma arrumação geral e no final do Verão outra, o que resulta na supressão de variados itens.
Porém, algumas coisas passam pelo meu exame ano após ano sem que eu consiga libertar-me delas; as cartas que o meu pai me escreveu, quando eu estudava fora de casa. Umas 50 cartas de amor, que o meu marido me escreveu quando éramos namorados. As flores secas de ramos que o meu marido me ofereceu. Os testes de gravidez dos meus filhos. As fotos de uma galeria de personagens que eu nem conheci, mas que são a minha história e mais uma coisa ou outra, que fazem o conteúdo do meu baú de recordações.
Existem momentos na minha vida que tento gravar até ao mais ínfimo pormenor, porque o que eu gostaria mesmo era ser capaz de guardar momentos e sentimentos. Não no meu cérebro, que um dia desaparecerá com o resto do corpo, mas na minha alma, para me acompanhar pelos tempos e vidas futuras.
Diga-me, e o seu baú de memórias, como está?
Tenha uma óptima semana!