Como
já tinha contado por aqui antes, tenho estado muito activa nas redes
sociais, mais exactamente no FB. Antes da Palermia tinha cerca de 200
amigos, porque só aceitava pessoas que conhecia, depois, entendi que
deveria fazer frente unida com aqueles que pensam como eu, e relevei o
anterior critério. A moldura a apoiar os Médicos pela Verdade Portugal,
da minha foto de perfil identifica-me mais facilmente, e creio que isso
fez com que começassem a chover pedidos de amizade, que ainda assim
rastreio. Dispenso os Trolls.
Os
meus amigos anteriores praticamente emudeceram, por assim dizer; acho
que descobriram uma faceta minha que desconheciam, e além disso, aquilo
em que acredito e que divulgo deixa-os muito cépticos e desconfiados,
afinal a narrativa oficial continua a ser difícil de largar. Estão
cautelosos, esperando que as notícias e teorias partilhadas apareçam nas
televisões, coitados. Esperam que daqui a duas semanas o confinamento
acabe, as lojas e escolas reabram, e que as suas vidas voltem ao normal,
ou "novo normal", para mim, o "novo anormal". Coitados. É que depois de
duas semanas vem mais duas, depois até à Páscoa, e depois mais um mês
para salvar o Verão, e por aí fora. Andamos nesta lenga-lenga há quase
um ano mas ainda não repararam.
Comecei
a notar uma maior inclinação para a dúvida, em dois ou três amigos, a
suspeição de que esta história não estaria bem contada. Eu vou
observando, sem nada dizer. Já sei que ninguém convence ninguém, cada um
faz o seu caminho, no seu tempo.
Talvez
pela minha insistência e preocupação com a saúde das pessoas, e resgate
da economia, muitos pensem que estou também desesperada a defender o
meu negócio ou a minha sobrevivência. Não é de todo o caso. Faço apenas o
que me parece bem fazer, por em consciência sentir que é importante
defender o que está certo. Eu sei, como muitos me dizem, sentindo a
frustração, que essas pessoas vão colher o que semeiam mas continuo a
sentir empatia pelas dificuldades que enfrentam e enfrentarão. E apesar
de frustrada também, e compreender esse argumento, quero continuar a
sentir compaixão pela dor alheia. Quero continuar a ser generosa e
colaborativa, no que estiver ao meu alcance. E quando me dizem "vamos
ver se as escolas abrem brevemente", eu penso com ternura "coitada", mas
já nem sequer respondo.
O
caminho que a Humanidade trilhava não estava certo, e tínhamos que ser
postos nos carris adequados; o mega consumismo, a poluição, o foco no
ter em vez do ser, no exterior em vez do interior, o egoísmo e ganância,
a desvalorização da família, da natureza, dos outros reinos, tudo isso
indicava o colapso do nosso planeta e da nossa raça. Esta é uma
oportunidade excelente para reavaliarmos o nosso modus vivendi, mas
receio que a grande maioria não esteja a ver todo o panorama. Como ouvi
algures: "A dor é uma das mais poderosas ferramentas que o ser humano
tem para a transformação", uns vão observar e absorver,
transformando-se, outros terão mesmo que passar pela dor.