Hoje inicia-se o ano escolar para os meninos do
1º ano, do 1º ciclo, e sendo, habitualmente, um dia já bastante
stressante para muitas crianças e pais, a entrada em escola nova,
professor desconhecido e colegas estranhos, este ano torna-se dramático,
arruinando para muitos a experiência da escola, e de uma nova fase de
vida.
Uma amiga levou hoje de manhã o
filho à escola, esperando entrar, tal como combinado na Reunião com os
E.E., porém, foi-lhe interdito o acompanhamento do filho a sala, para
que o entregasse em mãos à professora, porque assim tinha sido decidido
pelo Agrupamento, e o email enviado ontem às 21h, não lhe tinha chegado.
Quem já passou por isto sabe como este dia é importante, e simbólico,
entrar na sala de aula, com o filho, é como um rito de passagem de
confiança; é como se disséssemos aos docentes: a partir daqui, a
responsabilidade pelo meu filho é sua, voltarei para mo entregar,
esperando que esteja bem. E os miúdos sentem este processo como um acto
responsável, da parte dos pais, sentem confiança no local e nas pessoas
responsáveis, porque sabem que os pais estão atentos, sentem-se
protegidos!
Portanto, se o filho
da minha amiga entrou sem dramas, porque tem uma mãe que conversa com
ele muito tranquilamente, explicando-lhe tudo com muita paciência e
coerência, outras crianças tiveram menos sorte; em particular uma, que
foi levada para dentro ao colo de uma funcionária, de onde tentava
escapar esbracejando, aos gritos, como se estivesse a ser raptada por
estranhos ameaçadores (e não seria assim que estaria a sentir-se?),
perante o olhar inerte da mãe. A minha amiga veio da escola de coração
partido, fartou-se de chorar, e quando me contou, obviamente, o sangue
ferveu-me nas veias.
Está a
cometer-se um crime hediondo contra as crianças, e infelizmente, com o
beneplácito dos pais. Como é possível termos chegado a este ponto? Como é
possível que os pais se demitam das suas responsabilidades? Os filhos
são nossos!
Se tivesse de levar o
meu filho hoje, à Escola, ele faria como aquela menina; apesar da
professora querida e compreensiva que teve, eu tive que o acompanhar à
sala nos 3 primeiros dias, chegando a ficar lá dentro uma hora, até o
Duarte ficar bem na sala. Portanto, o que faria hoje? Ou me deixavam
entrar, desinfectada, mascarada, com luvas e protecções nos sapatos, ou o
meu filho voltava para casa.
Creio
que com a Letícia seria bem diferente, ela estava tão entusiasmada com a
ideia de ir para a escola "a sério", que entraria sem dramas. Mas cada
filho é diferente, e numa turma há muitas crianças diferentes, que não
estão a ser respeitadas.
Hoje é um
dia em que muitos traumas se estão a criar. Em que muitas crianças estão
a sentir-se abandonadas pelos pais, que as entregaram a estranhos
mascarados, em locais desconhecidos, onde lhes é exigido distância dos
outros meninos, permanecer sentados em espaços exíguos, não tocar nisto e
naquilo, lavar e desinfectar as mãos compulsivamente, etc.etc. .
E
tudo isto para quê?! Sinto-me indignada por estas crianças. Os adultos
que quiseram aderir à narrativa do medo, usar máscara, até onde nem
sequer lhes é exigido, fecharem-se em casa, desinfectarem-se até a
epiderme perder a capacidade de lutar contra os vírus, que o façam, mas
deixem as crianças em paz!
Acreditar
na notícia da Palermia em Março é uma coisa, continuar a repetir a
mesma cassete em Setembro, quando estão a morrer duas ou três pessoas
por dia (sempre com doenças associadas), sabendo nós que morrem 100
diariamente devido a doenças cardiovasculares, faz ainda sentido?!
Justifica-se que estas arbitrariedades estejam a ser impostas às
populações, inclusivamente às crianças, o grupo mais forte e saudável?!
Só
não tendo o coração a bater no lugar certo, ou os neurónios a
funcionar mal, se pode acreditar ainda que tudo isto faz sentido e é
necessário.
E fiquem sabendo que a indiferença também é criminosa!
Dia 20 de Setembro, manifestações em Lisboa, Coimbra e Porto, pelas crianças, por todos, por uma escola sem máscaras.