Já não me lembrava de ir ao Cinema com os meus dois filhos; a entrada na adolescência revelou diferentes gostos, e os meus aproximam-se mais dos da Letícia, portanto, relativamente a este filme, foi o Duarte que, por assim dizer, me convidou, mesmo antes de eu saber que este filme ia sair. Há cerca de um ano que ele tem os Queen na sua playlist, e os ouve, entre outros dos anos 80, diariamente. Foi portanto um programa a três que muito nos agradou.
Os
espectadores eram maioritariamente da minha geração e mais velhos,
poucos jovens lá estavam e mais nenhuns com os pais. Fez-me reflectir
com pesar que pais e filhos já não encontram chão comum.
Todas as críticas que li e ouvi, diziam bem do filme e nós também gostamos bastante. É uma história que poucas novidades trás ( mas que para mim foram importantes), é contada de forma simples e sem grandes recursos a artifícios técnicos elaborados, um pouco como se tivesse sido realizado na década de 80. E portanto, mantém um equilíbrio fidedigno, entre história pessoal e de grupo, privada e pública, sem cair na lamechice em que poderia facilmente desembocar. Rami Malek foi um Fred Mercury estupendo, encarnou de tal forma o cantor que por vezes me questionei se a fita tinha passado de ficção a documentário.
Momentos houve em que esquecemos que estávamos no cinema e cantamos também, como se fosse um concerto, e foi bom!
Li hoje uma notícia sobre o filme estar a ser muito vaiado no Brasil; nas breves e ligeiras cenas de homossexualidade, a plateia assobia e grita por Bolsonaro. Não saberiam que o Fred Mercury era gay?! De qualquer forma, achei este sinal muito preocupante.