quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Adeus. E até à Próxima!

 


E todas as vezes que penso que o mundo perdeu mais um pouco de cor, de graça, de alegria, a Natureza lembra-me que a vida é cíclica. Que depois dos dias cinzentos e chuvosos, do frio que gela os ossos, o sol virá, e com ele o céu azul, o calor que aquece o corpo e anima a alma. 

Entretanto, vai-me dando sinais como promessas, e neles eu vejo a manifestação de Deus. Somos dele e a ele voltamos, continuamente. São estes momentos provas práticas em que as minhas crenças são testadas inequivocamente. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A Beleza Rural

 


Ao caminhar pela Natureza, onde o rural toca indelevel a paisagem montanhosa, sou surpreendida, por vezes, com os toques de beleza artificial, que alguém de outrora se importou o suficiente, para aí os colocar, como uma cancela de ferro, que limita o caminho público do terreno privado. 
A pessoa que a idealizou não se limitou à utilidade da divisão, do aviso de trespasse, fê-lo com uma intenção de beleza, como se tratasse da moldura adequada à beleza natural. 

Já não se fazem destas coisas, pois não?! Lamentavelmente, são ofícios que se vão perdendo, capacidades e técnicas que caem no esquecimento, pois a actualidade dispensa a estética em prol do moderno e funcional. 

Eu penso que poderíamos aliar ambas, e que se o homem tentasse sempre agir em consonância com a Natureza o mundo seria muito mais belo. 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Pessoas Comuns Fora de Série

Estava eu numa sala de espera, e a senhora sentada ao meu lado começou a falar comigo; aguardava a vez para fazer um exame, enquanto eu esperava a pessoa que fui acompanhar. Não sei a idade, tem um filho de 43 anos, disse-me, e trabalha como cuidadora de uma septuagenária. Contou-me como era um trabalho difícil, apesar de ser apenas nocturno, e de durante o dia essa senhora ter mais duas empregadas a cuidar dela.  Em 3 anos apegou-se muito àquela senhora, que tem ainda o filho de 45 anos a viver com ela, mas que nada faz pela mãe. Bem, as coisas têm mudado, por conta desta minha interlocutora, que por diversas vezes tomou a iniciativa de se dirigir ao filho e o chamar à razão; "É muito mimado, sabe? Habituou-se a receber, e não está acostumado a dar", explicou-me. Porém, o bom senso e bom coração desta senhora, de aparência humilde e Português atropelado, tem levado a grandes mudanças naquela casa e família. 

Mencionou que não quer que o próprio filho bata no neto, e que o primeiro lhe diz "Ai não quer? Mas você a mim batia-me!" Ao que ela lhe perguntou " E tu gostaste? Não pois não? Então agora não batas, faz melhor que é obrigação dos filhos fazer melhor do que os pais."

Adorei aquela senhora. E tenho pensado muito nela, e na sabedoria que a vida lhe proporcionou. Espero que não tenha nada de grave e continue por aqui, a ensinar e inspirar as vidas que toca. 


quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Natal - Parte I

É estranho começar a ver a decoração de Natal e não sentir a época como habitualmente. Suponho que é preciso sentir o Natal no coração antes de tudo, e eu não estou a sentir. E muito sinceramente, nem sequer faço questão, até porque este não será um Natal festivo, em qualquer circunstância.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

"É a vida"

É muito inesperado e surpreendente como a vida consegue ser tão incoerente, ao acontecer tantas coisas boas e más, ao mesmo tempo. Como havemos de gerir sentimentos tão conflituosos? 

Raras vezes me sinto assim tão sem resposta. 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Inventou carro movido a lixo e oferece os planos

"Para a glória de Deus" - a quem atribui a inspiração

A humanidade tem, de facto, uma criatividade e potencial ilimitados! E se o resultado fosse executado com sentido de partilha e cooperação a vida seria muito mais fácil, para todos. 

Este senhor argentino, engenheiro reformado, começou a pensar o que faria com o seu tempo livre, e em vez de ficar sentado a beber cervejas lembrou-se de inventar algo que beneficiasse a humanidade e dessa resolução saiu um carro movido a lixo. 
Em vez de guardar os direitos para si, deu a patente à humanidade, o manual está disponível para descarregar grátis, num gesto de génio em que se protege (as grandes corporações não gostam que as prejudiquem), e ajuda as pessoas. 

Este é verdadeiramente um veículo ecológico, usando o motor original, move-se com a utilização do lixo, que abunda e não falta nunca, dando-lhe um fim definitivo, e pelo cano de escape sai oxigénio e vapor de água! Não contamina, emite oxigénio! 
Com o lixo que encontrou pelo caminho, este senhor, fez cerca de 10,000 kms. 

Nesta entrevista ele termina com 2 conselhos, aos jovens: Não façam um trabalho pelo dinheiro, façam o que gostam, irão sentir-se sempre de férias; e aos mais velhos: Não renunciem aos vossos sonhos, nunca é tarde! 

Para que este projecto se torne comum seria necessário industrializá-lo, para agilizar o abastecimento, o que deveria ser prioritário, sobretudo para governos e comunidades que se dizem preocupadas com o Ambiente. Entretanto, que avancem os privados! 

( Planos para descarregar, aqui)

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Transição de Estação


Fico sempre admirada por haver tantas pessoas a terem o Outono como estação preferida. Sobretudo pessoas da minha região, quer dizer, não vivemos propriamente numa província onde as folhas das árvores secam gradualmente, permitindo a transformação e passagem de uma cor para outra, verde, amarelo, laranja, castanho, como se vê nas lindas fotos associadas ao Outono. 

No Norte, passamos do calor e das roupas leves para as galochas e lãs. 

Eu tento ajustar-me à passagem das estações e aproveitar o que cada uma tem de melhor, mas sinceramente, a que mais me custa é mesmo esta, deixar o Verão e entrar no Outono, por precisamente implicar chuva, e chuva a potes! Se pelo menos fosse o frio... mas não, são dias e semanas seguidas de chuva. O seu som monótono e repetitivo, de manhã à noite, é cansativo. Suponho que a chuva é como a neve, muito mais bonita nos filmes do que na realidade. 

Suspeito que esta transição desafiante seja sentida por muitas pessoas, e que isso se reflicta no grande número de deprimidos que surgem por esta época. Como sou uma pessoa um pouco ( há quem discorde com o pouco...mas adiante)reactiva, depressão não me provoca, mas alguma irritabilidade e impaciência, creio que sim. Portanto, o desafio é encontrar estratégias para transformar a casa, as rotinas, os dias, de forma a tornar tudo muito mais agradável e apaziguador. 

O que eu faço:

Tapetes - Volto a colocá-los depois de terem sido recolhidos no início de Verão. É muito mais agradável pousar os pés na lã do tapete quando me levanto de manhã. 

Almofadas- Troco as capas das almofadas de algodão e seda dos quartos e salas, para os tecidos mais quentes e macios.

Velas - Começo a acendê-las mais frequentemente, e volto a colocar uma no parapeito da janela da cozinha, gosto daquela luz tremelicante ao fim do dia, ou noite. 

Pães & Bolos - Volto a fazê-los com maior frequência, não há nada mais reconfortante do que o cheirinho do bolo, ou pão, a cozer no forno, e chamar para o lanche a família que vem a correr.

Compotas e doces - Faço com a fruta da época, a marmelada e compota de abóbora e maçã, para lanches e sobremesas. O cheirinho destas iguarias a cada confecção é outra característica da época que guarda boas memórias.   

Chás - Renovo o stock de chás, gosto deles bio, e de variar para agradar a todos. Recomeçamos a tomar chá também às refeições. 

Livros - Depois das actividades mais viradas para o exterior, do Verão, volta o tempo de recolher mais ao sofá e dedicar mais tempo à leitura. 

Roupa - Troco a roupa de Verão pela de Inverno, nos armários. Troco os lençóis de cama de algodão pelos de flanela ( somos friorentos e gostamos de roupa de cama fofa) e estes são mesmo, com lindos padrões conforme o gosto de cada habitante da casa. 

Sol - Aproveitar melhor os momentos de sol, quando intervala a chuva, seja no jardim, seja numa caminhada ou passeio. Não podemos mesmo esperar por um dia de sol, é agarrar o momento, carpe diem

Fotografia - Tirar fotos predispõe-nos a olhar os espaços de outra forma, é a busca pela beleza, pelo ângulo adequado, pela perspectiva diferenciada. E depois, ao observar as fotos no pc, volto a sentir aquelas emoções positivas. 

Certamente outras pessoas farão coisas diferentes, como por exemplo ir às compras de roupa de Inverno, as tendências ditam novas aquisições (já fiz assim no passado), mas cá em casa somos pouco consumistas, só compramos, praticamente, quando precisamos, portanto por si só não é prática "anti-mood". Todavia, o que importa mesmo é encontrar actividades que nos ajudem a elevar o espírito, e sentirmos o aconchego de uma estação que antecede outra que se propicia igualmente para o recolhimento. E porque isto ainda vai demorar, temos mesmo que nos sentir bem, a cada dia.