sexta-feira, 26 de julho de 2019

Bolo de Cenoura Vegetariano


É um bolo rápido e simples de fazer, mas muito saboroso. Fica pequeno, porém para duas pessoas, que é o caso cá em casa, dá perfeitamente, até para diversas vezes, pois sendo consistente, cada fatia acaba por satisfazer plenamente. 


Bolo de Cenoura Vegetariano

Ingredientes;
Uma cenoura grande e crua
100 gr de farinha com fermento
50 gr de açúcar amarelo
3 colheres de sopa de óleo de girassol
Meia chávena de bebida vegetal ( aveia)
Uma colher de chá de canela em pó
Uma mão cheia de sultanas
Uma mão cheia de pepitas de chocolate negro


Como fazer:
Ralar a cenoura no processador de cozinha, e juntar-lhe o açúcar, envolvendo bem. Acrescentar a canela, o óleo, as sultanas, pepitas de chocolate e voltar a envolver tudo. Juntar a bebida vegetal e a farinha, bater novamente ( se precisar de mais bebida vegetal, acrescentar mais um pouco) e levar ao forno em forma untada e enfarinhada, até cozer. 

Fiz uma cobertura de chocolate com uma tira dissolvida num pouquinho de água no micro-ondas. É que chocolate combina mais que bem com bolo de cenoura

 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Dica da leitura: Um anjo falou comigo

Via
Encontrei este livro num alfarrabista, na Feira do Livro de Braga; já tinha escolhido outros de antemão, mas perante a profusão daquele stand, pedi em pensamento, que me viesse parar às mãos o livro que eu precisasse de ler neste momento. E foi este. 
Estou numa fase crescente de espiritualidade, portanto, ler sobre os anjos faz sentido. Desde pequena que tenho o hábito de rezar ao Anjo da guarda, e incuti o mesmo ritual aos meus filhos. Até aqui, tudo muito banal, comum a tantas pessoas! Todavia, já tive momentos na minha vida em que senti verdadeiramente que algo invisível me protegeu. Mas também isto, seja, afinal, muito mais comum do que à partida se pensaria.

As histórias são realmente inspiradoras, espantosas e muitas vezes inexplicáveis, e poderão dar esperança e ânimo a quem estiver a passar por momentos menos bons; aos outros, certamente que inspirará de formas pessoais e únicas. Afinal, os anjos revelam-se de inúmeras formas, basta ficarmos atentos. E ficar atenta é um jogo que, definitivamente, eu quero fazer.

Vou transcrever umas linhas, que me disseram muito:
" Poucas pessoas teriam a coragem de negar que os arco-íris inspiram veneração, mas, se tirar um tempo para fazer uma pausa e observar, existe uma grande beleza e fascínio no mundo natural. Desde as quedas-de-água aos pores-do-Sol, desde as teias de aranha às gotas de orvalho, existem maneiras ilimitadas dos anjos se revelarem diante de nós. Na verdade, tudo o que inspire sentimentos de reverência e fascínio em si pode ser um veículo para os seres celestiais comunicarem a sua presença afectuosa. " 

Título: Um Anjo Falou Comigo
Autora: Theresa Cheung
Editora: Planeta
Nr. de pág. 239

segunda-feira, 22 de julho de 2019

- O meu filho não gosta de ler

De vez em quando alguma mãe comenta comigo que o filho não gosta de ler. Todas sabem que a leitura é importante, que ajuda a escrever melhor, a não dar erros ortográficos e sintácticos, que alarga os horizontes, alimenta a imaginação, e etc., e portanto, não conseguem convencê-los a pegar num livro, e ler. 

Posso dizer, por experiência própria, que mesmo tendo feito da leitura uma actividade desde a tenra infância, e a promovido ciclo após ciclo, essa também poderia ser uma queixa minha. Relativamente à Letícia, a leitura foi sempre uma constante, com períodos mais ou menos intensos de leitura, a minha intervenção resumiu-se a eventuais dicas de livros. E isso deu frutos, na disciplina de Português. Porém, em relação ao meu filho... isso já são outros quinhentos. 
A entrada na adolescência arrumou com as colecções que proporcionavam livro após livro, como os "Gerónimo Stillton", surgiu depois o "Diário de um Banana", mas que pelos escassos números depressa foi arrumada. Vieram os mangas, que pelo preço de um qualquer livro, o meu filho lia de rajada em duas horas (muito desenho e parca leitura), e entretanto, um livro ou outro com mais sumo. As sociedades distópicas sempre foram do seu agrado, por isso "1984" e "O admirável mundo novo" , foram leituras feitas num ápice, entrecortadas por outras leituras que eu lhe "impingia", essas feitas a grande custo, e por isso, bastante demoradas! 
No final do 10º ano, obriguei-o mesmo a ler "Os Maias", nas férias de Verão, por ser leitura obrigatório no 11º mas também por ser um dos meus livros favoritos, e me custar acreditar que o Duarte não gostaria. Não, não foi nenhum abuso! Na verdade, após as primeiras 50 páginas, começou a gostar realmente do livro. Ainda hoje me cita passagens e frases. A Letícia fez o mesmo, no ano passado, e com ela resultou bem, de igual forma. No início do ano lectivo, constatou que foi a única da turma que leu Os Maias e isso trouxe-lhe dividendos.

Voltando ao Duarte, o que fui constatando é que o desafio estava em descobrir livros do seu agrado; assim que isso acontecia, ele tornava-se um leitor voraz. Actualmente, descobri a colecção "The witch" de 5 livros, cada um com um título diferente, que o está a agarrar. A impressão inicial foi desde logo positiva, por ser inspirado num jogo ( ou foi o jogo que se inspirou nos livros?), e ele já o ter jogado. Uma das coisas boas em ter os filhos a ler, é que nesse tempo estão afastados no computador, ironicamente, aqui o benefício veio precisamente de ter estado no computador!

Portanto, quando alguma mãe me afirma que o filho não gosta de ler, a pergunta que lhe faço de seguida é - mas nunca gostou de ler mesmo nenhum livro? E a resposta tem sido sempre que sim, e até me contam qual ou quais. Ou seja, a questão é mesmo descobrir "o livro"! Então, a minha proposta é dar-lhes oportunidade de descobrirem os livros que lhes interessam, e tanto pode ser passear por livrarias, como levá-los a bibliotecas. As livrarias podem ser óptimas para pesquisar, e posteriormente, levantar em bibliotecas, pois com as férias grandes, não há carteira que aguente. 

Em suma, nunca desistir de promover a leitura com o fatídico " O meu filho não gosta de ler", há sempre esperança, e certamente haverá sempre um livro que se irá destacar, por estar de acordo com o gosto de cada um.

terça-feira, 9 de julho de 2019

6 Documentários Que Vale a Pena Ver


Actualmente prefiro documentários a filmes. Talvez seja tendência porque saem a uma rapidez maior do que nunca, e só gravando vou conseguindo vê-los. Muito interessantes, diversificados e reais. E sobretudo, muito bem produzidos.

A Pintora da Rainha - RTP2
Nascida em França no séc. XVII, Madamme Vigé Le Brun, foi uma retratista famosa, que conviveu com a elite europeia. O seu talento revelou-se cedo, aquando da morte do pai. Obrigada a tornar-se o sustento da família, tinha 14 anos, e depressa adquiriu uma clientela rica e aristocrática, até chegar a pintar a rainha Maria Antonieta. Casou, teve uma filha, proporcionava festas memoráveis, e o seu salão era frequentado pelos intelectuais e elite. Até à Revolução, quando a sua proximidade à corte francesa a fez temer o pior e fugir para Itália, num exílio que duraria 13 anos, e durante o qual viveria em Viena e S.Petersburgo. Morreu com 86 anos, pintou mais de 660 quadros. 
Este documentário de 2 episódios, baseia-se nas suas memórias, e revela-nos uma mulher extraordinária, em talento e autonomia. Uma lançadora de tendências, uma referência artística e alguém incrivelmente carismático. 

Três cidades à Conquista do Mundo - RTP2
Três episódios para a história de 3 cidades: Amesterdão, Londres e Nova York. Desde a fundação, e de como no decorrer dos séculos, se tornaram em centros comerciais prósperos e basicamente, centros do mundo. Muito interessante, até mesmo do ponto de vista turístico, para quem pretende visitar estas cidades.

Aquela que vai mudar o mundo - RTP2
Este documentário de 3 episódios, dedica-se a relatar a construção de 3 estradas, em três países, Namíbia, China e índia, em localidades muito remotas e isoladas. A construção destas estradas, que visam tirar do isoladamente estas populações, são feitas pela força de vontade dos cidadãos. Vão permitir que o camião passe para construir poços, e que assim as pessoas deixem de se abastecer em charcos que provocam doenças; vão permitir que as pessoas possam ir aos hospitais quando estão doentes, e que se abasteçam de alimentos e outros bens. 
Para nós, as estradas são tão básicas e abundantes, que realmente não pensamos no impacto directo que têm nas vidas das pessoas. 

Cyborgs entre nós RTP3
A tecnologia está a desenvolver-se de forma acelerada e a integrar-se nos nossos corpos. Há já quem tenha pernas biónicas, por exemplo, para substituir as suas, mas estamos a entrar num ponto em que as pessoas começam a ponderar anexar ao seu corpo tecnologias que nunca fizeram parte dele, para o tornar mais eficiente. Um chip na pele, para evitar carregar cartões, justifica? As questões éticas que se levantam são muitas e abordadas neste filme. Estamos prestes a tornar-nos em cyborges? Estará a nossa humanidade está em risco?

Jack London - Aventura Americana RTP2
Este famoso autor americano do SEC.XX teve uma vida conturbada, muito interessante e surpreendente. Por vezes, mesmo quando tudo parece contra nós, o sucesso é alcançável. Uma biografia muito inspiradora. 

Chambord 1519 - 2019: O Renascimento RTP2
Construído no Séc.XVI por Francisco I, este palácio é um dos monumentos mais importantes do vale de Loire. A sua manutenção custa 24 milhões de euros por ano, quantia essa que vem da receita dos bilhetes, de mecenas e do ministério da Cultura. Porém, o Estado francês quer que Chambord se torne autónomo em 2020. Como o palácio precisa de reparos constantes, devido à sua pedra frágil, o calcário, a direcção procura constantemente formas de rentabilizar o castelo, com concertos, exposições, visitas guiadas e animadas, e nomeadamente a recriação da vinha e o Jardim originais, que aliás trouxeram dividendos extraordinários. Visitar o Palácio é deveras interessante ( é aqui que está a famosa escada dupla, atribuídas a Da Vinci), mas conhecer os bastidores complementa excepcionalmente a visita.


quarta-feira, 3 de julho de 2019

O Dia Em Que a Gaiola Ficou Aberta - foi um dia de susto

O passarinho já tinha nascido em cativeiro, portanto, a gaiola era a sua casa, nem sequer se lembrava de outra. Por vezes, sentia-se triste, não sabia exactamente o que lhe faltava, porque comida e água lhe eram oferecidas diariamente, mas ainda assim... 
Saltitava pelo espaço, mal estendendo as asas, cantava, ora melodias alegres, ora mais tristes, comia, dormia, numa existência repetitiva dia após dia.

Uma manhã, a porta da gaiola ficou aberta e o passarinho viu-a. Aproximou-se dela e instintivamente saiu, voando desajeitadamente, e pousou no móvel mais próximo. Olhou de fora a sua casa, pela primeira vez. Pareceu-lhe realmente pequena, quando agora que olhava em redor, tudo lhe parecia engrandecido. E nesse momento em que avaliava o seu entorno, viu que a porta da varanda estava também aberta, escancarada para uma cor azul, com pinceladas de branco. Vinha daí uma aragem fresca, que lhe fez abanar um pouquinho as penas delicadas. Era uma sensação convidativa, e por isso, o Passarinho, não hesitou em lançar-se no segundo voo, pousando-se no candeeiro do tecto. 

Ó, como era fresco aquele ar do lado de lá! E as cores vibrantes moviam-se, numa dança esfuziante e hipnótica. Mas ele tinha medo. Na sua gaiola sabia com o que contar, estava seguro, apesar de até já ter sentido alguns sustos, como daquela vez em que o seu canto imprevisto incomodou alguém já aborrecido, dando um abanão súbito à gaiola. Mas ainda assim...

Olhou para a gaiola, e olhou para fora. O lar, e o mundo. O conhecido e o desconhecido. E quase sem pensar, como se o seu pequeno corpo tomasse o comando, voou novamente, para o segundo candeeiro do tecto que ficava ainda mais perto da porta. Tremeu de emoção, excitação e temor. O vento abanava-lhe agora as penas com mais força, como que o incitando à libertação, num frenesim exterior que bem poderia reflectir a sua alma.
Algo o fez olhar subitamente para um par de olhos atentos, que o observava silenciosamente. Enroscado no sofá, o Gato tinha levantado somente a cabeça, e olhava-o expectante. O Passarinho conhecia-o, já lhe tinha causado também alguns sustos, inquietou-se por isso, mas também sabia que agora o Gato não o podia alcançar. Simplesmente sabia. O que ignorava é que ao Gato nem lhe passava pela cabeça apanhá-lo; num mantra silencioso, repetia : Vai, voa! Aproveita a porta aberta, sê livre!

Claro que os gatos não pensam, mas sentem, e sentir é também uma forma de pensar, dado que tantas vezes, agimos impulsionados pelos sentimentos. E claro que os animais não comunicam telepaticamente, e porém, o Passarinho, como que ouvindo o conselho do Gato, olhou novamente para o exterior. 
Toda a sua vida aprisionado, confinado a um espaço diminuto, e agora tinha a oportunidade de ser livre, de ser um habitante do mundo!

- Vai, seu tolo! Não hesites! Continuava o Gato - Tem cuidado, não baixes a guarda, mas vai viver a vida de um animal livre. A tua vida!
Como que desistindo, o Gato baixou novamente a sua cabeça, pousando-a nas patas dianteiras, mantendo o seu olhar, sempre fixo, no Passarinho; a vida pode dar-te oportunidades, mas só tu as poderás aproveitar. 

A tremelicar, o Passarinho abriu as asas lentamente... 


Conto dedicado a todos os "passarinhos" que estão à porta da gaiola.