terça-feira, 29 de setembro de 2020

Férias de Verão 2020

Como a tantos portugueses, os planos de férias de Verão, este ano, saíram frustrados. Tínhamos previsto passar oito dias em Viena, onde temos um amigo querido que, devido à idade avançada, queríamos ver, e onde a Letícia visitaria uma série de museus de Arte. A parte mais emocionante para mim, quando visito outro país é essa de encontrar amigos queridos e familiares, e só por isso não me importo de repetir destinos, apesar de haver tantos que não conheço e que gostaria de visitar. Também pesou o facto da Letícia não se lembrar  nada destas férias, em 2007, e por estudar Artes se sentir mais motivada para este destino.

Mas, entretanto foi o que todos sabemos, o nosso voo foi cancelado, depois reactivado mas eu já não estava nada interessada em ter que fazer teste para viajar, usar máscara no avião, visitar interiores de monumentos e museus com máscara, e cumprir quarentena, nem se fala! Havia possibilidades de outros destinos, mas a minha desconfiança relativamente às regras malucas que surgiam por todo o lado nunca me predispuseram a correr o risco; e ainda bem, por amigos fui sabendo que em Saint-Jean-de Luz e Biarritz, destino de praia que ponderei, a máscara era obrigatória na rua; e que em Córdova, com 42º a máscara também era obrigatória. Portanto, não obrigada!

Fomos fazendo por aqui uns passeios, encontro com família no Caramulo e Luso, idas à praia, Caminha, Esposende e Vila do Conde; passeios pelo Alto Minho, cujo verde florestal me enche a alma, e reaviva memórias de infância, e que bem se passeava por Vila Nova de Cerveira, até parecia que estávamos em Espanha, com tantos espanhóis, e no Sistelo, igualmente, o calor intenso pedia mais banhos na água fria do rio, do que caminhada nos trilhos, e saímos de lá renovados, como que baptizados pelo espírito de Gaia. Maravilhoso. 

Comemos muitas vezes fora, talvez mais do que habitualmente, desfrutamos do nosso jardim com maior consciência da sorte que temos. Porque dos restaurantes abdicamos, enquanto durarem as regras sanitárias covidescas. 


Por fim, na primeira semana de Setembro, repetimos o destino de 2018, voltando à Praia del Rey, onde fizemos piscina, praia, visita a Óbidos, Peniche e praia do Baleal. Foram uns dias em família muito relaxados, os primos todos juntos, como em crianças, desfrutando de sol, natureza, e tranquilidade, como se estivéssemos num mundo à parte. Aliás, tenho tido muita sorte, neste quesito, frequentemente me sinto num mundo alheio a esta maluquice toda, parece-me ainda aquele mundo do "antes", e esqueço-me totalmente da outra realidade. 

Portanto, tinha presente que as férias haveriam de ser sem máscaras e na natureza. Foram cá dentro, e que bem que soube!  

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

O sítio onde os bebés esperam que os pais cresçam...

Hoje a minha filha faz 18 anos. É um cliché dizer que passou a voar, mas passou, e surpresa, para ela também; ontem estava algo nostálgica, se pudesse repetia outro ano com a idade de 17, disse. É o fim de uma etapa e principio de outra, explicou conscientemente. 

Entretanto, estes dias, estivemos a ler alguns posts do blogue Pokemon & Tiaras, que escrevi durante alguns anos com as pérolas dos pequenos. Fartamo-nos de rir. Eis uma das primeiras, tal qual ficou registado a

                                                                                                                         " segunda-feira, Janeiro 15, 2007

Letícia com 5 anos

A Letícia a olhar para uma foto da mãe de quando esta tinha 5 anos.
- E eu, mãe, onde estou?
- Tu ainda não tinhas nascido, filhota! A mãe ainda era muito pequenina.
- Ah, já sei, estava na escola de bebés!"

( Eu escolhia umas coisas bem fofinhas para ilustrar os posts!)

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Primeiro dia de escola, dia de horror

Hoje inicia-se o ano escolar para os meninos do 1º ano, do 1º ciclo, e sendo, habitualmente, um dia já bastante stressante para muitas crianças e pais, a entrada em escola nova, professor desconhecido e colegas estranhos, este ano torna-se dramático, arruinando para muitos a experiência da escola, e de uma nova fase de vida.

Uma amiga levou hoje de manhã o filho à escola, esperando entrar, tal como combinado na Reunião com os E.E., porém, foi-lhe interdito o acompanhamento do filho a sala, para que o entregasse em mãos à professora, porque assim tinha sido decidido pelo Agrupamento, e o email enviado ontem às 21h, não lhe tinha chegado. Quem já passou por isto sabe como este dia é importante, e simbólico, entrar na sala de aula, com o filho, é como um rito de passagem de confiança; é como se disséssemos aos docentes: a partir daqui, a responsabilidade pelo meu filho é sua, voltarei para mo entregar, esperando que esteja bem. E os miúdos sentem este processo como um acto responsável, da parte dos pais, sentem confiança no local e nas pessoas responsáveis, porque sabem que os pais estão atentos, sentem-se protegidos!

Portanto, se o filho da minha amiga entrou sem dramas, porque tem uma mãe que conversa com ele muito tranquilamente, explicando-lhe tudo com muita paciência e coerência, outras crianças tiveram menos sorte; em particular uma, que foi levada para dentro ao colo de uma funcionária, de onde tentava escapar esbracejando, aos gritos, como se estivesse a ser raptada por estranhos ameaçadores (e não seria assim que estaria a sentir-se?), perante o olhar inerte da mãe. A minha amiga veio da escola de coração partido, fartou-se de chorar, e quando me contou, obviamente, o sangue ferveu-me nas veias. 

Está a cometer-se um crime hediondo contra as crianças, e infelizmente, com o beneplácito dos pais. Como é possível termos chegado a este ponto? Como é possível que os pais se demitam das suas responsabilidades? Os filhos são nossos!

Se tivesse de levar o meu filho hoje, à Escola, ele faria como aquela menina; apesar da professora querida e compreensiva que teve, eu tive que o acompanhar à sala nos 3 primeiros dias, chegando a ficar lá dentro uma hora, até o Duarte ficar bem na sala. Portanto, o que faria hoje? Ou me deixavam entrar, desinfectada, mascarada, com luvas e protecções nos sapatos, ou o meu filho voltava para casa. 

Creio que com a Letícia seria bem diferente, ela estava tão entusiasmada com a ideia de ir para a escola "a sério", que entraria sem dramas. Mas cada filho é diferente, e numa turma há muitas crianças diferentes, que não estão a ser respeitadas. 

Hoje é um dia em que muitos traumas se estão a criar. Em que muitas crianças estão a sentir-se abandonadas pelos pais, que as entregaram a estranhos mascarados, em locais desconhecidos, onde lhes é exigido distância dos outros meninos, permanecer sentados em espaços exíguos, não tocar nisto e naquilo, lavar e desinfectar as mãos compulsivamente, etc.etc. . 

E tudo isto para quê?! Sinto-me indignada por estas crianças. Os adultos que quiseram aderir à narrativa do medo, usar máscara, até onde nem sequer lhes é exigido, fecharem-se em casa, desinfectarem-se até a epiderme perder a capacidade de lutar contra os vírus, que o façam, mas deixem as crianças em paz!

Acreditar na notícia da Palermia em Março é uma coisa, continuar a repetir a mesma cassete em Setembro, quando estão a morrer duas ou três pessoas por dia (sempre com doenças associadas), sabendo nós que morrem 100 diariamente devido a doenças cardiovasculares, faz ainda sentido?! Justifica-se que estas arbitrariedades estejam a ser impostas às populações, inclusivamente às crianças, o grupo mais forte e saudável?!

Só não tendo o coração a bater no lugar certo, ou os neurónios a funcionar mal, se pode acreditar ainda que tudo isto faz sentido e é necessário.

E fiquem sabendo que a indiferença também é criminosa!

Dia 20 de Setembro, manifestações em Lisboa, Coimbra e Porto, pelas crianças, por todos, por uma escola sem máscaras.




segunda-feira, 14 de setembro de 2020

O que quero...

 Há uns tempos, algum dos meus filhos me perguntou o que eu gostaria de alcançar na vida. Na altura, respondi que almejava olhar para trás e concluir para seria uma pessoa muito melhor do que era ao nascer. 

Agora explico em dois aspectos. O primeiro enquanto pessoa; sentir que evoluí enquanto ser humano, que me tornei mais empática, solidária, generosa, e sobretudo consciente. 

A segunda, como mãe; saber que os meus filhos me amam, respeitam, sentem a minha falta, procuram os meus conselhos, se sentem à vontade e sabem que podem contar comigo. 

De momento, estou satisfeita com o caminho realizado, mas com noção de que tenho ainda muito para trilhar, sobretudo no primeiro ponto. Portanto, o que eu quero de momento, é tempo.