quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Primeiro dia de escola, dia de horror

Hoje inicia-se o ano escolar para os meninos do 1º ano, do 1º ciclo, e sendo, habitualmente, um dia já bastante stressante para muitas crianças e pais, a entrada em escola nova, professor desconhecido e colegas estranhos, este ano torna-se dramático, arruinando para muitos a experiência da escola, e de uma nova fase de vida.

Uma amiga levou hoje de manhã o filho à escola, esperando entrar, tal como combinado na Reunião com os E.E., porém, foi-lhe interdito o acompanhamento do filho a sala, para que o entregasse em mãos à professora, porque assim tinha sido decidido pelo Agrupamento, e o email enviado ontem às 21h, não lhe tinha chegado. Quem já passou por isto sabe como este dia é importante, e simbólico, entrar na sala de aula, com o filho, é como um rito de passagem de confiança; é como se disséssemos aos docentes: a partir daqui, a responsabilidade pelo meu filho é sua, voltarei para mo entregar, esperando que esteja bem. E os miúdos sentem este processo como um acto responsável, da parte dos pais, sentem confiança no local e nas pessoas responsáveis, porque sabem que os pais estão atentos, sentem-se protegidos!

Portanto, se o filho da minha amiga entrou sem dramas, porque tem uma mãe que conversa com ele muito tranquilamente, explicando-lhe tudo com muita paciência e coerência, outras crianças tiveram menos sorte; em particular uma, que foi levada para dentro ao colo de uma funcionária, de onde tentava escapar esbracejando, aos gritos, como se estivesse a ser raptada por estranhos ameaçadores (e não seria assim que estaria a sentir-se?), perante o olhar inerte da mãe. A minha amiga veio da escola de coração partido, fartou-se de chorar, e quando me contou, obviamente, o sangue ferveu-me nas veias. 

Está a cometer-se um crime hediondo contra as crianças, e infelizmente, com o beneplácito dos pais. Como é possível termos chegado a este ponto? Como é possível que os pais se demitam das suas responsabilidades? Os filhos são nossos!

Se tivesse de levar o meu filho hoje, à Escola, ele faria como aquela menina; apesar da professora querida e compreensiva que teve, eu tive que o acompanhar à sala nos 3 primeiros dias, chegando a ficar lá dentro uma hora, até o Duarte ficar bem na sala. Portanto, o que faria hoje? Ou me deixavam entrar, desinfectada, mascarada, com luvas e protecções nos sapatos, ou o meu filho voltava para casa. 

Creio que com a Letícia seria bem diferente, ela estava tão entusiasmada com a ideia de ir para a escola "a sério", que entraria sem dramas. Mas cada filho é diferente, e numa turma há muitas crianças diferentes, que não estão a ser respeitadas. 

Hoje é um dia em que muitos traumas se estão a criar. Em que muitas crianças estão a sentir-se abandonadas pelos pais, que as entregaram a estranhos mascarados, em locais desconhecidos, onde lhes é exigido distância dos outros meninos, permanecer sentados em espaços exíguos, não tocar nisto e naquilo, lavar e desinfectar as mãos compulsivamente, etc.etc. . 

E tudo isto para quê?! Sinto-me indignada por estas crianças. Os adultos que quiseram aderir à narrativa do medo, usar máscara, até onde nem sequer lhes é exigido, fecharem-se em casa, desinfectarem-se até a epiderme perder a capacidade de lutar contra os vírus, que o façam, mas deixem as crianças em paz!

Acreditar na notícia da Palermia em Março é uma coisa, continuar a repetir a mesma cassete em Setembro, quando estão a morrer duas ou três pessoas por dia (sempre com doenças associadas), sabendo nós que morrem 100 diariamente devido a doenças cardiovasculares, faz ainda sentido?! Justifica-se que estas arbitrariedades estejam a ser impostas às populações, inclusivamente às crianças, o grupo mais forte e saudável?!

Só não tendo o coração a bater no lugar certo, ou os neurónios a funcionar mal, se pode acreditar ainda que tudo isto faz sentido e é necessário.

E fiquem sabendo que a indiferença também é criminosa!

Dia 20 de Setembro, manifestações em Lisboa, Coimbra e Porto, pelas crianças, por todos, por uma escola sem máscaras.