quinta-feira, 30 de julho de 2020

Apesar de tudo...

Nós a passearmos na rua, e eu a apanhar parte da conversa entre os meus filhos.
.....
- Esta é mesmo a melhor época para viver, estou tão contente por isso. 
- yah... mesmo. Só os boomers é que acham que não.

( Que injustiça, nem pensamos assim nem somos boomers! )

segunda-feira, 27 de julho de 2020

A sabedoria secreta da natureza - dica de leitura

Via

Peter Wohlleben é guarda-florestal, apresentador num programa na televisão alemã e autor de vários livros. O título atraiu-me desde logo, e embora não seja o género de livros que normalmente leio, li e gostei mesmo muito. 
É alguém que estuda e vive na natureza, que viaja nas férias para locais onde continua a aprender e observar, alargando um conhecimento profundo, e adquirindo perspectivas acima do empírico. E aquilo que partilha nestes livros pode ser simples ou complexo, mas sempre narrado de forma compreensível e fascinante. 

Há diversas histórias maravilhosas, mas esta, em particular, fascina-me, não sei se por gostar imenso de lobos, ou por ela mesma, talvez ambas; aconteceu em Yellowstone, onde os lobos foram caçados até à sua extinção, em 1932. A partir daí as mudanças começaram a acontecer rapidamente, sem predadores, outros animais ocuparam o espaço, devoraram a vegetação das margens dos rios, que desaparecendo deixou de fazer barreira durante as chuvadas, e permitindo a camadas de solo resvalar sem residência, até alterar o curso dos rios. Em 1995 foram libertados lobos capturados no Canadá, para reequilibrar o parque; esfomeados procuraram comida, que havia em abundância. O número de alces diminuiu drasticamente, a as árvores mais pequenas tiveram oportunidade de crescer, e a partir daí todo um ecossistema mudou e recuperou o equilíbrio.
  
Outra, é a capacidade de comunicação das árvores, que conseguem passar informações às vizinhas quando por exemplo, uma praga de insectos a ataca, e essas começam imediatamente a segregar alguma substância repelente; ou quando sentem a seca, dando oportunidade às outras de dosearem o gasto de água, através da transpiração feita pelas suas folhas.

 É portanto um livro que a propósito do Ambiente e sua defesa nos traz um conhecimento e compreensão capazes de nos converter pelo respeito, à sua defesa. A natureza é tão maravilhosa, tão perfeita e colaborativa, que conhecê-la é reverenciá-la e querer protegê-la. Deveria ser leitura obrigatória, não apenas nas Escolas! 


Título: A sabedoria secreta da natureza
Autor:  Peter Wohlleben
Nr de págs: 196
Editora: Pergaminho

quinta-feira, 23 de julho de 2020

O canal menos violento



Durante muito tempo nem sequer passava pelo Fox Crime, achava-o muito violento. Não sei se pelo nome, ou se por alguma vez ao fazer zapping ter visto algo realmente violento, do tipo CSI, série que me repugna. 
Portanto, a dada altura, fazendo exactamente zapping pelos canais, vi Crime disse ela, uma série que segui e gostava imenso, há igualmente, imenssnnnsos anos. Para mostrar aos meus filhos como eram as séries dos anos 80, ficamos a ver o episódio e  achei tão giro rever a Jessica Fletcher com as suas indumentárias impecáveis,  espantou-me como tanto daquilo está, actualmente,na moda, o pied-de-poule, as sweat marinheiras, a clássica gabardina, o sempre eterno colar de pérolas, etc. além disso, as paisagens bucólicas dos estados unidos, e o crime propriamente dito, tão esbatido, para não provocar náuseas, como os de agora. E dai descobrir "Midsomer murders " foi quase imediato, e sendo também dessa época, encantei-me pelas paisagens do campo inglês, as casas das Cotswolds, a decoração do interior e jardins, e fiquei fã. Os crimes também sempre nada perturbadores, afinal são apenas o mote para o que daí se desenrola, a investigação e interacção entre os diversos personagens. Basicamente, o de somenos importância. 
Por fim, encontrei "Rosemary & Thime", uma série sobre duas simpáticas jardineiras, qualificadas e desenvoltas que atraem crimes, sempre em cenários telúricos, seja do countryside inglês, da Provence ou Toscania. Aqueles paisagens maravilhosas, as pequenas localidades típicas, e as casas antigas e históricas, são o cenário idílico que me fascinam, muito mais do que a trama propriamente dita. E no fim de cada episódio, a exibição do jardim em que trabalharam é o final perfeito.
Para brinde, a abertura da série é magnifica, uma combinação visual e sonora perfeita, que me deixa sempre mesmerizada. 

São séries de outra era, em que se privilegia o intelecto humano, a qualidade dos diálogos e interacção das personagens, em centros rurais e aprazíveis, entre pessoas absolutamente normais. Não chocam pelo tipo de crime que ainda ninguém ouviu falar, nem espantam pela tecnologia que descobre o que comeu a vítima há 10 anos atrás. As câmaras são tranquilas, os planos vagarosos, o que resulta numa visualização prazenteira, ou contrário das outras, que me deixam stressada e agoniada, não aguento, estilo CSI.  

Em suma, constatei que de todos os canais que conheço, o Fox Crime é mesmo o menos violento, se exceptuarmos o já mencionado CSI, e não sei, um ou outro do género, pois não vejo mais nada. 

segunda-feira, 20 de julho de 2020

A indiferença é conivente!

Mesmo quem não vê notícias já ouviu falar, penso, na tragédia que ontem se abateu sobre um "canil" em Sto Tirso, em que centenas de animais, ainda não se sabe ao certo o número, morreram, devido a um incêndio, e sobretudo pela recusa da proprietária em abrir o "canil", para o resgate. A GNR defendeu o direito à propriedade privada, impedindo que a população, que, entretanto, ali acorrera para ajudar, procedesse ao salvamento. Surreal, tudo isto. 
Felizmente, venceu a vontade dos populares, veterinários, enfermeiros e membros de associações de defesa animal, entraram à revelia e salvaram os animais que conseguiram. Entretanto, outro "canil", a um km deste foi descoberto, e também aí se passavam cenas de sofrimento inconcebível, que a todos deixaram chocados e perplexos. Também foram resgatados. 
Para cúmulo, a situação era conhecida pela autarquia de Sto Tirso, e pelo veterinário do canil municipal, inclusivamente, uma queixa tinha sido feita em 2018, que não deu em nada. Surreal este descaso.

Os vídeos partilhados revelam testemunhos incríveis, pelo que a humanidade tem de mau e de bom. Muitos, muitos jovens, o que me dá esperança no futuro, a contrabalançar aqueles que deixam as praias e parques cheios de garrafas e caixas de piza, por estes dias, a serem heróis reais.

Quem ajudou precisa agora do nosso auxílio, para tratar os animais feridos, para os alojar, alimentar, etc. , seja através de doações, de adopções e FAT's. Quem estiver em posição de o fazer, por favor, faça-o. Partilho também o link da Petição para uma Declaração de Direitos dos Animais, temos que proteger quem não o pode fazer.   

Animal save Portugal  
Petição por uma Declaração de Direitos dos Animais

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Batido de Meloa




Com este calor só apetece líquidos frescos, se forem nutritivos e saborosos junta-se a sede com a vontade de comer! E agora mesmo lembrei-me que acrescentando mais uma banana para engrossar, pode dar um óptimo gelado. Irei experimentar.

Batido de meloa

Ingredientes:
Duas fatias de meloa
Um kiwi
Meia banana da Madeira 
Rebentos de trigo* a gosto (ofereceram-me um vaso, mas é fácil cultivar)
Uma pitada de canela
Meio copo de água fresca

Como fazer:
Colocar todos os ingredientes no liquidificador e bater. 
O sabor mais predominante é da meloa, esta era picante e portanto, ficou um sabor surpreendentemente mais intenso.  

* Os rebentos de trigo são ricos em proteínas, hidratos de carbono, vitaminas C,E,B,B17 e minerais como cálcio, magnésio, fósforo, sódio e potássio.
Proporcionam elasticidade a pele, cabelos e unhas e , devido ao seu valor nutritivo,são parte importante de uma dieta saudável. aqui

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Uma Oportunidade única

Como todo o resto na vida, a Quarentena também teve aspectos positivos. Eu vi-os, sim, duvido é que a maioria das pessoas tenha também reparado. E a minha dúvida consubstancia-se com os números astronómicos de calmantes e anti-depressivos que foram e são vendidos. 
Ora um dos grandes aspectos positivos, foi o tempo que as pessoas tiveram para si mesmas. Não havia forma de escapar, não havia trabalho (ou menos horas), não houve tempo perdido em transportes e viagens, não houve problemas alheios, criados no emprego, que roubam energia e foco, enfim, o exterior fechou-se, parcial e substancialmente, reduziu-se, nos obrigando a recolher-nos. 

Confinados em casa, víramo-nos para aqueles que também estão no seu interior, a família, e a própria casa. Por isso, tanta gente falou que fez limpezas e arrumações procrastinadas há anos, iniciou jardins e hortas em terrenos até aí mais ou menos esquecidos, cozinhou e fez pão frequentemente, e claro, quem tinha filhos, sobretudo de baixa idade, teve também, e talvez principalmente, que se virar para eles, apoiando, esclarecendo, guiando, na continuação do ano escolar. 
Tudo isto é aquilo que habitualmente faço, à parte a escola por ter filhos já autónomos, e portanto, para mim a rotina não foi novidade, e aliás, aprecio-a deveras. Continuei a ter tempo para mim, para as leituras, e mais intensamente para a minha educação espiritual, na qual estou cada vez mais focada. Por tudo isto, foi-me um tempo grato e proveitoso. Em contrapartida, por regra, aquilo que vi e ouvi foi exactamente o contrário, e lastimo que assim seja; que este tempo oferecido/imposto não tenha servido para quem, habitualmente, assoberbado pelo trabalho, afazeres de casa e família, não tenha encontrado um certo tempo para se descobrir, para reflectir sobre si e sua vida. 
Eu tenho bem claro que é dificílimo, senão praticamente impossível conciliar emprego e família, com desenvolvimento pessoal, e portanto viver, é disso que se trata. 

Engana-se quem pensa que viver é trabalhar, comer, dormir, pagar contas, casar, ter filhos, pagar mais contas e com sorte, adquirir casa e carro próprios, e ir de férias. Isto são actividades que na realidade nos distraem e afastam no nosso primeiro propósito, aqui. Todas essa actividades são viradas para a materialidade, e obviamente que quem se identifica apenas com este lado da existência, concentra-se neles, mas quem acredita que somos mais do que um corpo físico, tem tendência a procurar alcançar outros objectivos, e o primeiro caminho para o fazer, é o do auto-conhecimento. Creio que a maioria das pessoas ainda acredita que somos mais do que este corpo. Para isso, necessitamos de tempo disponível para nos virarmos para dentro, todavia, tudo na vida nos empurra para fora. E desligamo-nos. 
Pois esta quarentena, e agora o prolongamento para muitos ainda, proporcionou a oportunidade para tal. E contudo, as pessoas entraram em pânico; descobrira-se vazias, sem o emprego. Não se reconheceram sem aquilo que habitualmente fazem, como se aquilo fosse o que são, e não apenas um meio de proporcionar o pagamento de contas. Poderia dizer também realização profissional, mas não creio que a maioria das pessoas o sinta, infelizmente. 
Frequentemente, as pessoas confundem quem são, com aquilo que fazem e possuem, e quando isso lhes é retirado, o que fica? Nada. E ser nada é avassalador, fica-se sem chão. E porém, essa tontura vertiginosa, pode ser a oportunidade do renascimento, para abrir a janela para um mundo interior que tem existido negligenciado; ou então, mais fácil, escolher o adormecimento, os tais calmantes que provocam o torpor do corpo e mente. Até que tudo isto passe, como um pesadelo. 

Os números não mentem, revelam qual foi a escolha feita pela maioria. E se por um lado lastimo, por outro compreendo, todos temos o nosso tempo, nesta escola que é a vida, mas havemos todos de chegar lá. 

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Síndrome de Estocolmo

Sei de famílias, a viver em apartamentos, com crianças pequenas, que durante a quarentena não saíram de casa, uma única vez. O medo era tão grande, que o confinamento foi levado ao extremo, e desde o dia um, nem sequer um passeio na natureza, longe de todos, foi feito. Obviamente que as coisas não correram bem; o humor geral estava de rastos, a disposição fosse para o que fosse era nula, a boa vontade na colaboração inexistente. No quesito Escola idem; os mais pequenos faziam birra, e nem castigos nem prémios, os incentivaram ou demoveram. A paciência dos pais que, por norma, já não é acima da média, também não ajudou. 
Dominados pela pressão extra, que resultava em frustração, o ano lectivo, ficará para estas famílias como uma experiência de má memória, acima da própria quarentena. 

Lamento muito por estes agregados familiares. Sobretudo pelos filhos, que foram reféns do medo dos pais e do país. E certamente, ficarão marcados para sempre. Já antes imaginava que sim, toda esta história "do bichinho muito pequenino que ninguém vê e que anda no ar", como um pequenito me disse da varanda, iria deixar mossa. E já antes previa que muitos precisariam de ajuda psicológica para o ultrapassar; e portanto, confirma-se, quem antes berrava para sair de casa, ir ao parque infantil e brincar com os amigos, agarra-se agora às pernas da mãe, com medo de se afastar. 

 

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Ciao, Ennio!



Há poucos dias, ouvia música quando o Duarte entrou, e perguntei-lhe, a modo de teste, se conhecia, - é aquela do Clint Eastwood, não é? É do Ennio Morricone, digo eu já pensar que não, - Pois, do filme The Good the Bad and the Ugly, não é? Para mim, se falares em músicas de Westerns é isto. 
E pronto, passou.  
E hoje acordei com a notícia de que Ennio Morricone, este compositor excelente, tinha também passado para outra dimensão, onde talvez, continue a compor músicas, quiçá, ainda mais maravilhosas.