quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Como conchas vazias

 

Via
No fim de semana à noite demos uma pequena volta pelas ruas antigas de Guimarães, uma parte abaixo do centro histórico, e por isso um pouco fora do circuito turístico, mas bem que merece ser apreciada, as casa típicas com as varandas de madeira, as casas brasonadas e as igrejas são lindas. Porém, de noite, é uma zona morta, raras são as casas habitadas, e por isso não há luzes nos interiores, não há sombras dos seus habitantes através das cortinas, nem ruídos de conversas a chegarem ao exterior. Silêncio e escuridão.

É triste de se ver, e imagino que para os poucos residentes e resistentes, seja mesmo deprimente, verem partir um a um, pessoas que conhecem pelo nome porque viveram ali toda a vida, talvez até tenham ali nascido, até restar apenas um. 

Quando as casas de família começaram a ser vendidas a fundos de investidores para alojamento local os preços dispararam, e todos os herdeiros, já antes atraídos pelos apartamentos modernos com garagem na periferia da cidade, puseram os bens imobiliários na mira desses abastados estrangeiros, abdicando uns filhos voluntariamente, outros por incapacidade financeira, da casa dos pais, e avós. E os centros das cidades estão agora assim, despojados dos seus habitantes, fantasmagóricos, sem alma. 

Sem pessoas que morem nas casas permanentemente, que estendam as roupas nas varandas, batam portas e toquem campainhas carregados de compras, as cidades históricas não passam de parques temáticos. Que atração pode ter isso para os turistas?! Inclusive para nós, que somos da região, e nos sentimos ali totalmente fora do contexto.

Deve haver forma de manter as cidades habitadas, e as Câmaras Municipais cometem um erro enorme ao não investir na manutenção de vida genuína, e combater esta desertificação, poderiam talvez impor quotas para habitantes, e não permitir que todos os prédios fossem para turistas. Actualmente este fenómeno acalmou, devido à "pandemia" e restrições turísticas, mas os proprietários aguardam a retoma, e entretanto as casas permanecem desabitadas e pior, a entrar em decadência.  

As cidades não são feitas somente por monumentos e imóveis históricos, a alma das cidades são as pessoas, são elas que geram a energia única de cada local, e sem habitantes tudo se torna igual - despojado do seu carácter único. 

Mais um efeito do capitalismo selvagem, um crime contra o povo, e contra a nossa história, perante o nosso olhar complacente.

 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Adoptar em Portugal

 

Via Adoptar e Acolher
 

A adopção esteve sempre no meu horizonte, mesmo desde muito nova, mas foi algo que nunca se concretizou. Houve uma época em que até pensava "para quê ter filhos se há tantas crianças nos orfanatos?"; agora orfanatos é uma palavra que não se diz, está pejorativamente conotada, mas também sei, desde há alguns anos, que afinal existem tantas crianças institucionalizadas (é como actualmente se diz) porque o processo de adopção é imensamente burocrático, demorado e penoso. E pior, até consta, e tem havido matéria publicada nesse sentido, que este processo é mais do que defeituoso e incompetente, é perverso, pois por cada criança institucionalizada a própria instituição recebe do Estado uma quantia choruda, apetecível. 

Esta reflexão vem a propósito de uma entrevista* maravilhosa que li, a Maria Sequeira Mendes, professora universitária, autora do livro "Adopção tardia", criadora do site -Adoptar e Acolher- e mãe adoptiva de duas crianças, em que ela fala sobre tudo isto. 

Desde logo, os seus filhos saem dos cânones, por serem considerados já "demasiado velhos" para os pais candidatos, com 7 e 17 anos, e por ter sido um par, eram irmãos e ela quis mantê-los juntos. Devo dizer que tenho uma consideração, e admiração, enormes por gente que pensa e age desta forma; merecem tudo de bom!

Maria Sequeira Mendes diz que adoptar crianças em idade avançada também tem aspectos positivos, como por exemplo, a comunicação ser mais facilitada. E que não adianta aos pais adoptivos quererem crianças pequeninas ou bebés por acharem que eles não se recordam das suas vidas anteriores, está sempre lá algo problemático.

Uma coisa que me chocou saber foi que à medida que as crianças se aproximam dos 14 anos, deixam de ser indicadas para adopção, mas encaminhadas para casas de autonomia. Quatorze?! Empataram-nos durante anos, para descartá-los, precocemente, com termos politicamente correctos - para casas de autonomia! Entristece-me. 

Outra coisa foi a devolução das crianças mais crescidas, que aumentou, porque os pais não conseguem estabelecer um vínculo; segundo a entrevistada, estes devem ouvir as crianças, elas têm consciência do que lhes aconteceu e devem ter voz activa, ao contrário do que acontece em Portugal, e na educação de crianças em geral. Querer mudar repentinamente a criança, como por exemplo o corte de cabelo, pode ser agressivo e intrusivo. Há batalhas que se evitam, isto é, aliás, trivial na educação de todas as crianças.

Seja em que idade for, a adopção é um processo desafiante, e na minha modesta opinião, é necessário que os candidatos tenham basicamente dois requisitos: paciência e amor. Continua a ser um tema que me interessa sobremaneira, acredito que a família é a célula base da sociedade, e fundamental para a construção da nossa personalidade, equilíbrio e saúde. E que todos deveríamos ter direito a uma família feliz. Utopia? Talvez, mas é na busca da realização de ideais que a humanidade avança e evolui.  

 

*Entrevista da revista Activa, pág.118, nr 372, Nov.2021    

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Quiche de couve-flor e alho francês


É uma quiche super fácil de fazer e deliciosa. Prática também, dá sempre para duas refeições, ou seja, para 6 pessoas. 

Quiche de couve-flor e alho-francês

Ingredientes:
Uma couve-flor com cerca de 400 gr
Três pé de alho francês
Meia cebola
Meio pimento vermelho
Um pacote de natas vegetais
Uma colher de chá de cúrcuma
Três colheres de sopa de linhaça dourada 
Três colheres de sopa de farinha de grão de bico
Uma pitada de sal e pimenta a gosto
Um rolo de massa folhada

Como fazer:
Picar a cebola e refogar ligeiramente numa sertã com azeite; juntar a couve-flor cortada aos bocados, o alho-francês às rodelas, o pimento aos quadrados, temperar com o sal, pimenta, envolver e deixar cozinhar até os ingredientes ficarem tenros.
 
Num recipiente misturar o creme vegetal com a linhaça dourada, farinha de grão, e cúrcuma, envolver tudo e despejar sobre os legumes cozinhados, envolvendo tudo. Rectificar os temperos. Despejar numa forma forrada com a massa folhada e levar a assar ao forno quecido, a 180º, cerca de 25 minutos. 
Para ficar mais sólida convém deixar arrefecer um pouco, antes de cortar.

Decorar com sementes e servir!   

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

O que se passa no mundo?

 

Enquanto no mundo os cidadãos se mobilizam aos milhões, formando manifestações que agregam "vacinados" e "não-vacinados", em defesa da liberdade, e contra a ditadura sanitária, em Portugal nada disto passa nas televisões, e fazem de algo que não aconteceu o atentado da história, e de um jovem autista o maior terrorista da nação. Brincam convosco descaradamente. Eu excluo-me porque, obviamente, não vejo jornalixo.

No Canadá formaram o "comboio pela liberdade" dos camionistas, a quem se juntaram os camionistas norte-americanos, os agricultores e cidadãos em geral, que os apoiam com a presença, comida, combustível e doações, atingindo o espantoso valor de 9 milhões de dólares. Esta iniciativa impulsionou iguais por todo o mundo, neste momento na Europa está a formar-se um comboio pela liberdade, também com presença portuguesa, que se dirige a Bruxelas. 

Na Austrália e Nova-Zelândia, países que têm sido duramente reprimidos com a restrição total da liberdade dos cidadãos, com a desculpa da falsa pandemia, são milhares a sair à rua. Na França, todos os fins-de-semana há milhões em todo o país, com expressiva presença em Paris; na Itália, igualmente, estando os italianos a boicotar o passe sanitário pedido pela restauração, com piqueniques  nas ruas e praças. São apenas alguns exemplos, em todo o planeta,  manifestações em massa estão a acontecer.

Estas pessoas estão quase todas "vacinadas", dizem que acima dos 80% na Europa, portanto já compreenderam que as regras inconstitucionais implementadas contra a liberdade e direitos dos cidadão não são pela saúde dos mesmos, mas pelo controlo populacional. 

As manifestações têm decorrido pacificamente, há gritos de revolta, slogans de apelo, mas também há música, há orações, união e empatia. Mas sobretudo há coragem. 

No outro lado, daqueles que nos oprimem há isto: 

E isto: 


     

 

"Façam o que eu digo, não façam o que eu faço!" 

 

Mas no fim, é para isto que caminhamos, nós somos os 99%!E dizemos não consentimos a "ditadura sanitária" que nos querem impor. 

 

Deixem de ver televisão, sigam os jornalistas independentes que trazem informação verdadeira, o que se passa no mundo realmente, fruto de investigação, Página Um e Canal Sérgio Tavares, por exemplo.

Investiguem. 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Dica de leitura - A minha história com Bob

 

Via
 Não é o tipo de livro que eu compraria, foi-me oferecido como presente de aniversário, e por estar na pilha dos livros a ler há algum tempo pensei que seria o momento, para além de começar o ano com uma leitura leve, e bem-disposta. Li-o em três manhãs, e realmente é aquele tipo de leitura que nos deixa um sorriso no rosto, e o coração alegre.

Narrado pelo próprio James Bowen, um jovem músico de rua, que "adopta" um gato que lhe aparece na entrada do prédio onde vive, numa fase em que tentava endireitar a sua vida. Fica sempre aquela coisa de quem escolheu quem, pois com os gatos insinua-se serem eles que escolhem os tutores, parecem saber mesmo quem precisa deles!

Apesar da vida difícil, o que faz James hesitar em acolher o gato permanentemente, a vida muda precisamente, e instantaneamente para melhor, com a entrada do felino em sua vida. Como deve ser!

Esta narrativa dá-nos também uma perspectiva real da vida dos artistas de rua, que não é nada fácil, estão como todos as tentar ganhar a vida, enfrentando estigmas sociais e estereótipos nada empáticos; ignoramos o que está por detrás daquele rosto, das lutas que trava e travou. Do esforço que faz para se aguentar à tona. E isso é muito interessante e educativo. 

Cá está um livro que deveria fazer parte do PNL, por abordar temas importantes da vida, e fazer refletir sobre valores que nos humanizam; fala dos animais abandonados, que se tornam de rua, dos artistas que tentam singrar numa área extremamente difícil ( já deu para ver nos "Got talent's" que gente com muito talento abunda, faz-lhes falta aquela pitada de sorte!), dos problemas da tóxico-dependência, da família, instabilidade na infância, e sobretudo da superação humana, e de como a adopção de um animal nos traz tantos benefícios! 

É portanto uma leitura para todos.

 

Título:A minha história com Bob

Autor: James Bowen

Editora: Porto Editora

Nr de págs: 188

 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Jogos de azar

Estava a pensar que seria interessante partilhar um vídeo que ouvi ( digo que ouvi porque com a grande maioria é isso que acontece, estou a fazer outras atividades que não requerem muita atenção, e aproveito para me instruir em certos assuntos), de 3 entrevistados de língua espanhola, "vacinados*", em que partilham os efeitos secundários, mas já não sei como localizar o vídeo, e depois lembrei-me que também não faria grande diferença; a maioria ouve testemunhos diretos, e ainda assim arranja formas de justificar e minimizar as consequências. Portanto, partilho à mesma uma das frases pronunciadas, que me ficou, acreditem se quiserem. 

Uma das entrevistadas, que se queixou de irregularidades preocupantes no seu ciclo menstrual, confessou que já tinha tido conhecimento de efeitos secundários da dita "vacina*" noutras pessoas, mas que foi para a frente com a experiência porque pensou que seria algo que não aconteceria com ela.

Assim uma espécie de roleta russa! 

* Por definição, vacina impede e protege do contágio, coisa que esta substância experimental não faz, por isso não é aceite como vacina.