quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Frio Natalício

Via

Mais do que os piscas-piscas coloridos das ruas e montras, que agora parecem confundir Natal e Carnaval, constatei este ano que é o frio das temperaturas de 0º que me evoca a época natalícia. 

O que antecede o Natal não é chuva, é o frio, aquela camada branquinha de geada que cobre como um manto leve a vegetação rasteira, e deixa brilhos nas árvores. Vejo-a pela manhã, quando abro a janela e espreito o exterior, e apenas há cerca de 4 dias o cenário se tem revelado deste modo. Aquela visão invernosa provoca-me sentimentos de alegria, pela beleza, e gratidão, porque estou a observá-la do meu espaço protegido, quente, reconfortante. 

Sempre me foi penoso imaginar as pessoas que passam o Natal nos trópicos, de chinelos e mangas-curtas, como se fosse um castigo, o nosso Natal relaciona-se com camisolas quentinhas de lã, lareiras, bebidas aquecidas e comidas reconfortantes. Como dois mundos, o da casa e família, e o de fora e natural, coexistindo em harmonia. 

Bem, finalmente o frio chegou, mesmo na semana que antecede o Natal, como o último sortilégio para que este recupere, pelo menos, parte da sua magia. Tão lindo...

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Preparar o espírito natalício

 


Achei esta ideia tão gira. 
"Embrulhe 24 livros e coloque-os debaixo da árvore para as crianças escolherem um todas as noites antes do Natal. Todas as noites eles retiram um dos livros e você passa algum tempo lendo-o para eles"

Se já souberem ler podem ser eles próprios a ler o seu livro, e poderá ser um momento de leitura familiar, aconchegados no sofá, com um chocolate quente. Que aconchegante! 

O ideal é fazer uma selecção de livros natalícios, ou passados no Inverno, para entrar no espírito da época. Se não houver stock em casa, as Bibliotecas são um recurso, e a noção deste défice poderá ser também um motivo para os adquirir como presente de Natal. 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Uma Cidade Mística

 

Museu das Belas Artes. Fourgiére.Mercado de Natal.Museu Irmãos Lumiére

Regressar a Lyon durante a Festa das Luzes, é sempre especial, porém este ano foi muito diferente, não tanto como uma viagem cultural mas antes espiritual. Vi a cidade de outro ângulo, e senti a sua energia mais pura. 

Voltamos a visitar o Museu das Belas Artes, a entrar na Basílica de Fourgiére, na Igreja de St.Jean, e em todas as outras igrejas antigas, a ver as projecções de Luzes com imagens e movimento nas fachadas mais icónicas, a passear pelo Marché de Noel, a entrar em livrarias, a comer a pastelaria refinada, a experimentar novos restaurantes. 

Todavia, o sentido desta visita foi imediatamente definido pelo primeiro local que visitamos a Basílica de Fourgiére, e pelo segundo, Cadence, uma livraria dedicada somente a temas religiosos, filosóficos e espirituais. 

Entramos também, e pela primeira vez, num cemitério, em busca da tumba de Philippe de Lyon, um médico do séc.XIX que curava os doentes de forma incompreensível para a ciência, e que por isso ficou conhecido pelos milagres que operou. Ignorava a existência desta pessoa até poucas semanas antes da viagem. O local da sua última morada física continua a ser venerado, e muito florido. 

Nos arredores de Lyon, visitamos também Jean Marie de Viannay, o Cura Santo de Ars, a casa-Museu e a Basílica, que pelo exterior induzia em erro, revelando-se um local de grande beleza e paz, talvez sobretudo devido aos cânticos angelicais de um grupo de freiras. Também este cura, de finais do Séc.XVIII, foi sobrecarregado pela procura constante dos pobres e enfermos, a quem atendia durante 17 horas por dia; as muitas graças pelos milagres estão plasmadas em placas de mármore, nas paredes da basílica. 

A energia da basílica tocou-nos profundamente e sentimos uma vontade de aí permanecer indefinidamente, contudo outros compromissos nos esperavam e tivemos que sair, embora pesarosamente. 


Ars, basílica de Ars. Fête des Lumiéres

A festa das Luzes, que leva habitualmente a Lyon cerca de 2 milhões de visitantes, revelou-se, tenho que o admitir, per se, decepcionante, tem vindo a perder qualidade e quantidade, contudo continua a ser uma festa que envolve famílias, e todas as gerações. E apesar dos chuviscos a multidão não se desmobilizou, antes se passeava tranquilamente pela beira rio, Velha Lyon e Presqu'ile, e sem guarda-chuvas. 

O que fez a diferença nesta viagem foi de facto a mística, inclusivamente a única pessoa francesa que conhecemos, e com quem conversamos horas, revelou-se ela própria alguém muito elevado espiritualmente. 

E tudo se conjugou desta forma, estou convencida, por duas razões, a primeira porque viajou connosco uma amiga, que está no sendeiro da espiritualidade, e porque eu própria estava a precisar de um fôlego vindo de Cima. E assim o recebi. 


terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Magia ...

Há acontecimentos na vida que estragam para sempre, músicas, sítios, datas. Não queria que acontecesse com o Natal, festa de que gostei sempre tanto, e ensinei os meus filhos a gostar. 

Não sei se será definitivo. Mas pelo menos este ano...quebrou-se a magia. E não sei como a recuperar.