Nem todos os filhos do pintor desenham extraordinariamente bem. Nem todos os filhos do escritor consagrado gostam de escrever. O filho do político pode naturalmente abominar a política. E o filho do economista ser mau aluno a Matemática. Ser filho "de" não significa ter o mesmo talento "que". Podemos herdar gostos e tendências mas não é garantido, e muito menos será que se herde a genialidade. Aconteceu a muito poucos, parece-me, aliás, assim de repente só me recordo dos Strauss, e dos Bruegel.
É certo que não deve ser fácil seguir as pisados dos pais quando estas são imensas, e sujeitar-se à comparação entre um e outro. Talvez muitos evitem seguir as mesmas carreiras por isso mesmo. Porém, a grande parte não o fará por falta de vocação. E não há nada de errado com isso, é um direito legitimo que nos assiste, seguir o nosso caminho.
Nem todos estamos talhados para grandes feitos. Todavia, esta constatação evidente parece ser de difícil aceitação, para muitos pais. Esperam que os filhos os igualem, ou superem alcançando o sucesso que eles não conseguiram, e mostram-se frequentemente insatisfeitos, impondo um grau de exigência desmesurado. Por isso, frequentemente, resultado de frustrações e amarguras, as relações entre uns e outros são tensas, difíceis.
Tudo o que os filhos querem dos pais é serem aceites. E quando a condição para isso é o sucesso, e este não é alcançado à medida do que os pais esperam, não há obviamente motivo para orgulho. Na falta deste a aceitação é impossível.
A definição de "sucesso" é tão variável como a definição de "bom gosto", pelos tempos. E também subjectiva, dependendo do sujeito. Para mim, é não virar costas àquilo que é correcto. E ser feliz. Ouvir pais dizer que o que querem é que os filhos sejam felizes vai-se tornando mais comum; sinal da mudança de mentalidades, dirão uns, ou reflexo de sociedade desenvolvida, preocupada com o supérfluo, dirão outros. Seja como for, é uma novidade boa.
Independentemente de expectativas, desejos e sonhos, existe da parte dos pais um imenso amor pelos filhos. Por isso acredito que as relações entre pais e filhos podem ser mais fluídas e cristalinas. E fáceis. Temos apenas que nos aceitar como somos, seres independentes e únicos, cada um com o seu caminho para fazer. Este é o nosso grande desafio, interiorizar e aceitar que os filhos não são o nosso reflexo. Mas têm imagem e luz próprias.
É certo que não deve ser fácil seguir as pisados dos pais quando estas são imensas, e sujeitar-se à comparação entre um e outro. Talvez muitos evitem seguir as mesmas carreiras por isso mesmo. Porém, a grande parte não o fará por falta de vocação. E não há nada de errado com isso, é um direito legitimo que nos assiste, seguir o nosso caminho.
Nem todos estamos talhados para grandes feitos. Todavia, esta constatação evidente parece ser de difícil aceitação, para muitos pais. Esperam que os filhos os igualem, ou superem alcançando o sucesso que eles não conseguiram, e mostram-se frequentemente insatisfeitos, impondo um grau de exigência desmesurado. Por isso, frequentemente, resultado de frustrações e amarguras, as relações entre uns e outros são tensas, difíceis.
Tudo o que os filhos querem dos pais é serem aceites. E quando a condição para isso é o sucesso, e este não é alcançado à medida do que os pais esperam, não há obviamente motivo para orgulho. Na falta deste a aceitação é impossível.
A definição de "sucesso" é tão variável como a definição de "bom gosto", pelos tempos. E também subjectiva, dependendo do sujeito. Para mim, é não virar costas àquilo que é correcto. E ser feliz. Ouvir pais dizer que o que querem é que os filhos sejam felizes vai-se tornando mais comum; sinal da mudança de mentalidades, dirão uns, ou reflexo de sociedade desenvolvida, preocupada com o supérfluo, dirão outros. Seja como for, é uma novidade boa.
Independentemente de expectativas, desejos e sonhos, existe da parte dos pais um imenso amor pelos filhos. Por isso acredito que as relações entre pais e filhos podem ser mais fluídas e cristalinas. E fáceis. Temos apenas que nos aceitar como somos, seres independentes e únicos, cada um com o seu caminho para fazer. Este é o nosso grande desafio, interiorizar e aceitar que os filhos não são o nosso reflexo. Mas têm imagem e luz próprias.