Via( mais vale um ovo de chocolate pequeno e bom!) |
Nestas duas últimas semanas ouvi algumas madrinhas queixarem-se acerca dos afilhados; que tendo vários (era o caso), esta época sai-lhes cara, para quem nem sequer tem interesse de lhes aparecer durante o ano. No domingo de Ramos, seria uma boa altura para levar um bouquet às madrinhas, mas nem isso, parece.
Os padrinhos são escolhidos para substituírem os pais, à falta destes, mas afigura-se-me que quase sempre os pais os escolhem sem essa consciência. Se a tivessem, haveriam de comportar-se de forma a fomentar o convívio frequente entre padrinhos e afilhados; teriam o cuidado de cultivar esse relacionamento. E certamente, conversariam com os filhos, ensinando-lhes a importância desse laço. Consequentemente, não havendo nada disto, os afilhados comportam-se como se a única coisa a esperar dos padrinhos fossem os presentes nas datas da praxe, como um direito adquirido, sem qualquer tipo de retorno.
Na verdade, os padrinhos não querem mais do que algum interesse pela parte dos afilhados; algumas visitas ao longo do ano, alguns telefonemas ou mensagens - muito mais do hábito deles, que passam os dias a enviar sms- uma qualquer forma de atenção e carinho. Porque é disto de que se fazem as relações, empenho de parte a parte, e manifestação de interesse pelo bem estar do outro. Relações uni-laterais estão condenadas ao insucesso. Afinal, não é isso que nós, pais, queremos para os nossos filhos? Pessoas que gostem deles genuinamente, e que estejam lá para eles, quando precisarem?
Boa Páscoa!