quinta-feira, 19 de maio de 2016

2016 - O ano das leguminosas

Tomei conhecimento, apenas este mês, que a ONU tinha decretado 2016 como o ano das leguminosas. Fiquei um pouco perplexa por não ter ainda ouvido falar nesta campanha, e pergunto-me se estará tão activa como deveria estar.

Desde o séc.VII a.c. que fazem parte da alimentação humana, todavia o consumo de leguminosas tem vindo a decrescer, globalmente, de ano para ano. Em Portugal, o consumo por habitante ano é de 4,1 kg (os mais consumidos são o feijão e grão ), estando em queda de há 20 anos para cá. Explicam-se estas mudanças com o aumento do poder de compra, e alterações dos hábitos alimentares. 
Também a produção nacional de leguminosas está em queda, representando somente 0,04% da produção mundial, apesar dos nossos solos e exposição solar serem muito propícios a este cultivo. 

Os benefícios de um maior consumo de leguminosas são diversos: pelas vantagens ambientais, não são alergénios, são saudáveis, são opção para quem não consome carne, são práticas e duradouras, e são económicas. 

As leguminosas são uma importante fonte de proteínas, vitaminas, minerais e fibras, podendo ter um papel importante na prevenção de doenças como a diabetes, a doença cardovascular e a obesidade, uma vez que promovem a saciedade, reduzem a absorção de colesterol, e ajudam a manter estável a glicemia. in Plataforma contra a obesidade
 
Quando combinadas com cereais, conseguem competir com a qualidade das proteínas de origem animal - carne, pescado, ovos e leite - sendo uma alternativa válida a estes alimentos para o alcance das recomendações proteicas diárias. Têm a vantagem de não contribuir para o consumo de gorduras saturadas.

O aumento do consumo de leguminosas é uma mais-valia para a saúde alimentar da população, mas também para a economia e sustentabilidade do país. Por apresentarem elevada qualidade nutricional e custo reduzido, tendo em conta o poder de compra da maioria dos Portugueses, o seu consumo promove uma alimentação variada e equilibrada. in Movimento 2020 

Considerando a mudança de hábitos alimentares, o número crescente de pessoas, crianças inclusive, com problemas de obesidade, e doenças decorrentes da má alimentação, o Movimento 2020, propõe uma série de medidas para reverter o quadro. A saber:

  • Promover a ingestão de pelo menos 3 porções de leguminosas por semana.
  • Incentivar a introdução das leguminosas na alimentação infantil entre os 9 e os 11 meses de idade.
  • Fomentar os incentivos à produção nacional de leguminosas (80 a 90% das leguminosas consumidas em Portugal são importadas).
  • Envolver o cidadão na definição de estratégias para aumentar o consumo de leguminosas e fornecer ferramentas para alcançar esse objectivo.
  • Mobilizar os profissionais de saúde, as instituições públicas e privadas, o sector da restauração e a indústria para a promoção do consumo recomendado de leguminosas.
Desde que me tornei vegetariana que, cá em casa o consumo de leguminosas tem aumentado, e posso afirmar que é do agrado de todos. Os meus filhos nunca gostaram do feijão na sopa, de forma que esse fica ralado junto com a base, e assim não notam e comem-no sem queixas. De resto, em feijoadas, em hambúrgueres, em estufados, em saladas, as leguminosas são muito apreciadas. 
Já partilhei algumas receitas, como a Salada de feijão frade com abacate e a Feijoada, mas notei agora que um dos nossos grandes favoritos não está ainda aqui. Prometo que a próxima será um maravilhoso Dahl indiano. Entretanto, vão comprando as lentilhas verdes! 

Fontes: 
Revista Visão 11-17/02/2016
Plataforma Contra a Obesidade
Movimento 2020