Educamos os nossos filhos para serem obedientes. Há algum mal nisto? Queremos que nos obedeçam porque sabemos o que é melhor para eles, sendo este argumento indiscutível.
E pretendemos que nos obedeçam sem demora, que acatem os nossos pedidos, sugestões e ordens. Porque nós sabemos o que é melhor e necessário, e porque desobedecer aos pais, e mais velhos, é muito feio. Fazemos má cara, dizemos que são mal-educados se desse modo se comportarem, e castigamo-los se for o caso.
A maioria das vezes, não nos damos sequer ao trabalho de explicar porque queremos as coisas assim, porque impomos a nossa vontade. Pedimos ou ordenamos do alto da nossa condição de lideres inquestionáveis, e a pressa, os horários, as diversas tarefas que aguardam as nossa atenção, não nos deixam disponibilidade para explicar razões. Não podemos perder tempo!
Portanto, esperamos uma obediência cega. E, se pedir para que se vistam rapidamente, pois o autocarro parte dentro de 15 minutos, ou têm que estar na escola ou numa consulta, a determinada hora, é suficiente para que o pedido seja uma ordem a obedecer, a frequência com que fazemos estas coisas levam-nos por um caminho comum, para tudo o resto. Porque dentro deste extenso pacote de ordens e pedidos, que fazem parte do nosso dia-a-dia, há muito do que não é evidente, do que não é compreendido sem mais palavras do que a sugestão, pedido e ordem.
Porém, estamos a formatar os nossos filhos, as nossas crianças, para ouvirem e obedecerem, sem retorquírem, sem contestarem, sem pedido de explicação. Estamos a criar crianças e jovens que obedecem sem espírito crítico. Que aceitam o poder dos mais velhos, sem questionar. Que aceitam fazer, e ser, aquilo que pode ser, e muitas vezes é, nocivo para eles próprios. Não os estamos a educar para saberem dizer "não" quando a situação o exigir. Quando, em situações mais extremas, estão em perigo.
Ensinamos as gerações novas a sentirem-se mal, para nos fazerem sentir bem.
Esta obediência cega formata adultos para serem bons seguidores, e é assim que a sociedade os quer, para fazer deles "bons trabalhadores", e "bons cidadãos". E isto interessa exactamente a quem? A quem manda, e se antes foram os pais e professores, passa depois para políticos, chefes e patrões.
Não haverá anarquia se ensinarmos as crianças e jovens a pensarem de forma crítica, construtiva e consciente. Haverá mudanças estruturais, necessárias para um mundo melhor, e pessoas mais equilibradas e felizes.
Temos nós, que entretanto, aprender a ouvir "não" e a ouvir razões e argumentos, sem sentirmos que isso nos questiona de forma ameaçadora, enquanto pais e educadores. Apenas nos questiona, e não há mal algum nisso, muito pelo contrário.
E pretendemos que nos obedeçam sem demora, que acatem os nossos pedidos, sugestões e ordens. Porque nós sabemos o que é melhor e necessário, e porque desobedecer aos pais, e mais velhos, é muito feio. Fazemos má cara, dizemos que são mal-educados se desse modo se comportarem, e castigamo-los se for o caso.
A maioria das vezes, não nos damos sequer ao trabalho de explicar porque queremos as coisas assim, porque impomos a nossa vontade. Pedimos ou ordenamos do alto da nossa condição de lideres inquestionáveis, e a pressa, os horários, as diversas tarefas que aguardam as nossa atenção, não nos deixam disponibilidade para explicar razões. Não podemos perder tempo!
Portanto, esperamos uma obediência cega. E, se pedir para que se vistam rapidamente, pois o autocarro parte dentro de 15 minutos, ou têm que estar na escola ou numa consulta, a determinada hora, é suficiente para que o pedido seja uma ordem a obedecer, a frequência com que fazemos estas coisas levam-nos por um caminho comum, para tudo o resto. Porque dentro deste extenso pacote de ordens e pedidos, que fazem parte do nosso dia-a-dia, há muito do que não é evidente, do que não é compreendido sem mais palavras do que a sugestão, pedido e ordem.
Porém, estamos a formatar os nossos filhos, as nossas crianças, para ouvirem e obedecerem, sem retorquírem, sem contestarem, sem pedido de explicação. Estamos a criar crianças e jovens que obedecem sem espírito crítico. Que aceitam o poder dos mais velhos, sem questionar. Que aceitam fazer, e ser, aquilo que pode ser, e muitas vezes é, nocivo para eles próprios. Não os estamos a educar para saberem dizer "não" quando a situação o exigir. Quando, em situações mais extremas, estão em perigo.
Ensinamos as gerações novas a sentirem-se mal, para nos fazerem sentir bem.
Esta obediência cega formata adultos para serem bons seguidores, e é assim que a sociedade os quer, para fazer deles "bons trabalhadores", e "bons cidadãos". E isto interessa exactamente a quem? A quem manda, e se antes foram os pais e professores, passa depois para políticos, chefes e patrões.
Não haverá anarquia se ensinarmos as crianças e jovens a pensarem de forma crítica, construtiva e consciente. Haverá mudanças estruturais, necessárias para um mundo melhor, e pessoas mais equilibradas e felizes.
Temos nós, que entretanto, aprender a ouvir "não" e a ouvir razões e argumentos, sem sentirmos que isso nos questiona de forma ameaçadora, enquanto pais e educadores. Apenas nos questiona, e não há mal algum nisso, muito pelo contrário.