terça-feira, 23 de abril de 2024

Adoramos não ser responsáveis!

Na semana passada estava descalça no jardim, a "aterrar", quando já farta de ouvir a Becas a miar agressivamente à gata dos vizinhos, do lado de lá da rede, me levantei para a obrigar a sair daquele sítio, mas antes de chegar a ela, bati com o pé direito, com toda a força, na perna do banco de ferro; imobilizei-me imediatamente, e pela dor aguda percebi desde logo que aquilo poderia ser mau. A minha mente começou automaticamente a arranjar "culpados" para o acidente; o banco estava fora do sítio porque o meu marido o tinha tirado do lugar habitual para lavar a parede na semana anterior, e não o tinha reposto. Era, portanto, dele a culpa. Mas eu tinha-me levantado e dirigia-me à Becas, que me tinha obrigado e lá ir; a culpa era da gata! 

Mas a Becas miava à gata dos vizinhos, se ela não estivesse ali, nada disto tinha acontecido! A culpa era, afinal, da gata dos vizinhos! 

Porém, porque estava a gata dos vizinhos ali? Porque eu a habituei a dar-lhe biscoitos por aquele sítio, quando ela vem miar com fome. 

Fiz o círculo completo, em segundos; mas voltou para mim. Fosse como fosse, a responsabilidade seria sempre minha, todavia neste caso é por demais evidente. Ainda assim, a minha mente procurou descartar responsabilidades pelo acidente. 

Portanto, tenho uma pequena fractura no dedo mínimo do pé, e tenho que aguentar a dor e incómodo por cerca de 3 semanas, porque num momento de distracção, de irritação, não medi correctamente a distância entre a perna do banco e o passeio. Tudo eu.