Compreendo que
esteja tudo em aberto, que quase tudo seja incerto, e por isso o desafio
de formar jovens para o mercado de trabalho do futuro seja missão
arriscada. Mas penso que surge com isso uma oportunidade de ver o
trabalho de outra forma; que é imperativo formar os jovens para uma nova
dinâmica laboral. Desmistificar a importância do trabalho. Prepará-los
para um futuro em que se trabalha para viver, não se vive para
trabalhar; que o emprego é um meio de proporcionar uma série de coisas
que contribuem para o nosso crescimento, e desenvolvimento ao longo da
vida, para além de pagar contas. Que a vida acontece, sobretudo, fora da profissão. Claro que isto
não interessa ao mercado capitalista, que pretende mão-de-obra
convencida que existe para trabalhar; mas nós existimos para viver e para nos superar-nos.
Não querendo desdenhar o trabalho, penso que este deveria ser apenas uma pequena parte da vida. E portanto, para a grande maioria parece que o trabalho é que lhes dá sentido. As pessoas confundem-se com o que fazem. Deixam de ser. A dedicação extrema à profissão pode resultar num profissional bem sucedido, e olhando para trás todos lhe reconhecerão esse valor, mas se isso resultar na renúncia a tudo o que de mais a vida lhe oferece, eu pergunto: foi realmente uma vida bem sucedida? Excepto se a pessoa for um Einstein, um Beethoven, um Bach, que deixa um legado à humanidade que a modifica e permanece pelos séculos, não vejo como pode ser uma vida de sucesso.
Focadas no exterior, as pessoas desvinculam-se do seu interior, e não o escutando, não o desvendando, ele vai acabar por desvanecer. O trabalho como foco primeiro é uma alienação de si mesmo, e pode ser um vício ou uma fuga. Cresce o homem para a vida pública, extingue-se para o seu interior.
A Escola já não funciona por ser um modelo que preparando trabalhadores para o mercado de trabalho como este os quer, já não agrada aos jovens. Estes querem algo mais da vida. E por conta da Escola estar na onda errada, não está sequer a formá-los para serem humanos com espírito crítico, conscientes do real valor da existência e encaminhá-los para a realização do seu melhor, falha. E na falta da indicação desse caminho, vão-se perdendo os jovens em devaneios fúteis, como os jogos de computador e as redes sociais.
Acredito que o mercado de trabalho está em transformação exactamente por a humanidade estar ela mesma em mudança. Falta encontrar o rumo.
Não querendo desdenhar o trabalho, penso que este deveria ser apenas uma pequena parte da vida. E portanto, para a grande maioria parece que o trabalho é que lhes dá sentido. As pessoas confundem-se com o que fazem. Deixam de ser. A dedicação extrema à profissão pode resultar num profissional bem sucedido, e olhando para trás todos lhe reconhecerão esse valor, mas se isso resultar na renúncia a tudo o que de mais a vida lhe oferece, eu pergunto: foi realmente uma vida bem sucedida? Excepto se a pessoa for um Einstein, um Beethoven, um Bach, que deixa um legado à humanidade que a modifica e permanece pelos séculos, não vejo como pode ser uma vida de sucesso.
Focadas no exterior, as pessoas desvinculam-se do seu interior, e não o escutando, não o desvendando, ele vai acabar por desvanecer. O trabalho como foco primeiro é uma alienação de si mesmo, e pode ser um vício ou uma fuga. Cresce o homem para a vida pública, extingue-se para o seu interior.
A Escola já não funciona por ser um modelo que preparando trabalhadores para o mercado de trabalho como este os quer, já não agrada aos jovens. Estes querem algo mais da vida. E por conta da Escola estar na onda errada, não está sequer a formá-los para serem humanos com espírito crítico, conscientes do real valor da existência e encaminhá-los para a realização do seu melhor, falha. E na falta da indicação desse caminho, vão-se perdendo os jovens em devaneios fúteis, como os jogos de computador e as redes sociais.
Acredito que o mercado de trabalho está em transformação exactamente por a humanidade estar ela mesma em mudança. Falta encontrar o rumo.