Estamos bem. Estamos todos em casa, cada uma fazer as suas coisas, tranquilamente. Até os gatos, parecem que intuíram algo, andam mais cá dentro, sempre junto de nós, a dormirem nas suas camas.
Fui às compras e não me faltou nada, porque no tipo de loja onde habitualmente faço compras (pequenas e locais), os clientes parecem ser mais "calmos", e vão comprando sem açambarcar. Portanto, é menos um problema para resolver, porque nunca fui pessoa de ficar em filas para comprar. Nem sequer em saldos, muito menos para pagar mais. A família alargada está bem, uns mais preocupados do que outros, uns a trabalhar ainda, mas todos a tomarem as precauções indicadas e possíveis. A cada dia que passa vejo menos pessoas e menos carros nas ruas; cada vez mais lojas e negócios a fecharem portas. Nota-se que o medo vai tomando terreno insidiosamente. Mas eu e a Letícia temos feito caminhadas de manhã; ainda se pode sair para os parques, e temos de aproveitar, até pela nossa saúde mental. E também por lá vamos encontrando outros como nós, em solo ou aos pares.
Ainda não tirei as espreguiçadeiras para o jardim, mas penso desfrutar de uns banhos de sol, segundo parece, o bicharoco não gosta de calor, e a vitamina D também é necessária. Sinto-me grata pelo nosso pequeno jardim.
Vou vendo e lendo histórias de pessoas que mostram as suas verdadeiras faces, e revelam o que de pior e melhor têm, como aquele homem no Continente que levou 10 kgs de bifes, outros 10 disto e daquilo, mais os 14 últimos frangos e recusou ceder um à senhora idosa, atrás dele; e penso na astúcia do talhante, que escondendo um, conseguiu satisfazer o pedido da senhora.
Portanto, estou sobretudo preocupada pela forma como as pessoas estão a reagir, e irão reagir, pois parece que o pior ainda está para vir; como pagarão as contas, as rendas, os empréstimos, os ordenados? Esta coisa catastrófica vai acabar de vez com a nossa economia, se a vida ficar em suspenso em todo o país. Está certo, as pessoas primeiro, mas de uma forma ou de outra, isto vai terminar mal, só que de formas diferentes. Não me parece que as autoridades estejam a lidar com tudo isto de forma ajustada e competente; tanto nos recomendam a quarentena, como deixam entrar estrangeiros, turistas, infectados, oriundos de focos conhecidos, mantendo abertos monumentos e museus, num exercício que parece esquizofrénico, a qualquer cidadão equilibrado. As informações que nos têm transmitido têm sido inexactas e frequentemente erróneas; a marcação de reuniões urgentes tem sido lenta e descontraída; há aqui claramente sinais contrários que me fazem duvidar se há interesse em resolver esta história para um final mais ou menos feliz.
A imprensa continua com as notícias alarmistas, como aquela sobre a morte do treinador espanhol, de 21 anos, que segundo eles "morreu de corona", quando se tratava afinal de alguém com um grave problema cancerígeno; é como a história do burro que caiu quando lhe puseram em cima uma sardinha; estava carregadíssimo, mas foi a sardinha que o fez cair! Isto é terrorismo, não é jornalismo.
Uma coisa é certa, a vida como está a decorrer agora é única para todos nós; e isto assusta. Há dias, vi uma jovem mulher, chorar, enquanto pagava as compras; é tudo muito estranho, repetia ela. E é. Mas ainda assim, devemos manter a calma e prosseguir com a vida da melhor forma. Como li algures, este é o momento das famílias se unirem, de pais passarem tempo com os filhos, das pessoas darem valor aos pequenos prazeres, como ter tempo para ler um livro, ouvir uma música sentado no sofá; para observar como as árvores florescem e as borboletas voam indiferentes, nem que seja pela janela; valorizar coisas que não têm preço, como a saúde e família; para compreenderem que o dinheiro e os bens materiais não são o mais importante.
Será uma óptima oportunidade para reavaliarmos o nosso modelo de civilização, e passarmos de vez para o comunitarismo, em vez do capitalismo e competição. Pode não parecer, mas acredito que tudo isto poderá ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal, e claro, assim massificado, repercutirá a nível global. Uma mega oportunidade de mudança, para um modelo superior da humanidade.
É deveras importante continuar com as medidas de prevenção indicadas, mas sobretudo, manter a calma, acreditando que tudo passa, e isto também passará.
Fui às compras e não me faltou nada, porque no tipo de loja onde habitualmente faço compras (pequenas e locais), os clientes parecem ser mais "calmos", e vão comprando sem açambarcar. Portanto, é menos um problema para resolver, porque nunca fui pessoa de ficar em filas para comprar. Nem sequer em saldos, muito menos para pagar mais. A família alargada está bem, uns mais preocupados do que outros, uns a trabalhar ainda, mas todos a tomarem as precauções indicadas e possíveis. A cada dia que passa vejo menos pessoas e menos carros nas ruas; cada vez mais lojas e negócios a fecharem portas. Nota-se que o medo vai tomando terreno insidiosamente. Mas eu e a Letícia temos feito caminhadas de manhã; ainda se pode sair para os parques, e temos de aproveitar, até pela nossa saúde mental. E também por lá vamos encontrando outros como nós, em solo ou aos pares.
Ainda não tirei as espreguiçadeiras para o jardim, mas penso desfrutar de uns banhos de sol, segundo parece, o bicharoco não gosta de calor, e a vitamina D também é necessária. Sinto-me grata pelo nosso pequeno jardim.
Vou vendo e lendo histórias de pessoas que mostram as suas verdadeiras faces, e revelam o que de pior e melhor têm, como aquele homem no Continente que levou 10 kgs de bifes, outros 10 disto e daquilo, mais os 14 últimos frangos e recusou ceder um à senhora idosa, atrás dele; e penso na astúcia do talhante, que escondendo um, conseguiu satisfazer o pedido da senhora.
Portanto, estou sobretudo preocupada pela forma como as pessoas estão a reagir, e irão reagir, pois parece que o pior ainda está para vir; como pagarão as contas, as rendas, os empréstimos, os ordenados? Esta coisa catastrófica vai acabar de vez com a nossa economia, se a vida ficar em suspenso em todo o país. Está certo, as pessoas primeiro, mas de uma forma ou de outra, isto vai terminar mal, só que de formas diferentes. Não me parece que as autoridades estejam a lidar com tudo isto de forma ajustada e competente; tanto nos recomendam a quarentena, como deixam entrar estrangeiros, turistas, infectados, oriundos de focos conhecidos, mantendo abertos monumentos e museus, num exercício que parece esquizofrénico, a qualquer cidadão equilibrado. As informações que nos têm transmitido têm sido inexactas e frequentemente erróneas; a marcação de reuniões urgentes tem sido lenta e descontraída; há aqui claramente sinais contrários que me fazem duvidar se há interesse em resolver esta história para um final mais ou menos feliz.
A imprensa continua com as notícias alarmistas, como aquela sobre a morte do treinador espanhol, de 21 anos, que segundo eles "morreu de corona", quando se tratava afinal de alguém com um grave problema cancerígeno; é como a história do burro que caiu quando lhe puseram em cima uma sardinha; estava carregadíssimo, mas foi a sardinha que o fez cair! Isto é terrorismo, não é jornalismo.
Uma coisa é certa, a vida como está a decorrer agora é única para todos nós; e isto assusta. Há dias, vi uma jovem mulher, chorar, enquanto pagava as compras; é tudo muito estranho, repetia ela. E é. Mas ainda assim, devemos manter a calma e prosseguir com a vida da melhor forma. Como li algures, este é o momento das famílias se unirem, de pais passarem tempo com os filhos, das pessoas darem valor aos pequenos prazeres, como ter tempo para ler um livro, ouvir uma música sentado no sofá; para observar como as árvores florescem e as borboletas voam indiferentes, nem que seja pela janela; valorizar coisas que não têm preço, como a saúde e família; para compreenderem que o dinheiro e os bens materiais não são o mais importante.
Será uma óptima oportunidade para reavaliarmos o nosso modelo de civilização, e passarmos de vez para o comunitarismo, em vez do capitalismo e competição. Pode não parecer, mas acredito que tudo isto poderá ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal, e claro, assim massificado, repercutirá a nível global. Uma mega oportunidade de mudança, para um modelo superior da humanidade.
É deveras importante continuar com as medidas de prevenção indicadas, mas sobretudo, manter a calma, acreditando que tudo passa, e isto também passará.