Via |
Os excessos das Queimas das Fitas são sobejamente conhecidos por todos, mas penso que este ano a parada subiu mais ainda. Não apenas pela violação de uma jovem num autocarro, com assistência e filmagem, como pela divulgação do vídeo de outra jovem seminua, filmada sem saber. Mas há mais. Muito mais, para lá das ruas sujas de latas de cerveja e garrafas de outras bebidas alcoólicas.
O artigo da jornalista Laurinda Alves esclarece sobre mais práticas, consentidas é certo, durante a semana da Festa dos estudantes. O que se passa nos recintos, agora chamados Queimódromos ( equivalente em importância ao Sambódramo!), alcançou um nível para lá do despudor, o que ali se faz e promove é a devassidão nua e crua.
Duvido que se os pais dos estudantes, ou mais exactamente das estudantes, soubessem o que acontece no queimódromo, as deixassem participar destes festejos. Mas não sabem, nem sequer fazem ideia da quantidade de álcool que os filhos bebem, pensando que é somente "beber um bocado a mais"!
E essa é, provavelmente, a razão para a jovem violada não querer apresentar queixa; como explicar à família o estado de inconsciência, a ponto de ser abusada sexualmente, e nem ter notado?
Lamento que a rapariga não tenha coragem para assumir a violação, e que permita ao violador ficar impune. E que consinta aos observadores passarem incólumes pelos pingos da chuva. Lamento por ela, que se deixe refém desta gente, que sabem quem são, e quem ela é.
Porque ela continua a ser vítima, e tem direito a justiça. Seria isso que os pais lhe diriam, ou indignados, a acusariam de se pôr a jeito?
Acredito que a maioria dos pais criam os filhos com grandes dificuldades, seja de que ordem for. Acredito que muitos estarão na Universidade com grande esforço, ou até sacrifício dos pais. E é para isto que eles lá estão? Para se "divertirem" sem regras, sem valores morais, e sem pudor?
Os rapazes, perpetuando o papel de predadores, abusam, e as raparigas consentem em ser abusadas, crendo-se talvez, livres e modernas.
Os estudantes universitários já não são crianças a quem tudo se desculpa e justifica; são jovens, adultos, quase a entrar na mercado de trabalho.
O meu choque e espanto só têm perguntas: - Que tipo de profissionais vão sair daqui? Que professores, engenheiros, médicos, advogados, enfermeiros, técnicos disto e daquilo? Que tipo de pessoas são estas? De que fibras são feitas?
Aonde vai isto parar? Haverá um limite?