Contou que "nesse tempo os jovens tinham simpatia por tudo o que era suprimido pelo regime". Ser próximo da Igreja era uma espécie de protesto?
Sim, era um dos aspectos. O ateísmo era a religião do Estado, forçada pela violência. Por outro lado, havia uma verdadeira sede de profundidade espiritual e um desejo de beleza num socialismo cinzento.
Tomas Halík, teólogo católico, ordenado na clandestinidade, in revista Sábado, nr 626
Fez-me lembrar as lutas travadas na educação dos filhos, em questões que se engrandecem apenas porque são interditas.
Alias, faz-me pensar naqueles adultos, a quem a palavra "obrigatoriedade" ou "interdição" faz despertar uma faceta revolucionária desconhecida. Escamoteiam a lógica, o bem que daí há-de vir, ou qualquer outro aspecto positivo, tudo porque a única resposta à "obrigatoriedade" ou "proibição" só poderá ser a insurreição.
E eu pergunto-me: - Demasiadas proibições na infância? Na adolescência? Arbitrariedade nessas proibições?
Há lutas que não merecem ser travadas, sendo caprichos de quem se pensa autoridade, como acontece a muitos pais; "Pais impertinentes criam filhos desobedientes".
E outras que não merecem ser empreendidas, sendo apenas ajustes de contas pelo passado.