Ao ver este vídeo lembrei-me de uma notícia que li há algumas semanas, sobre a entrada na escola, pasme-se... aos cinco anos! Como se seis anos não fosse já demasiado cedo, pelos vistos há quem defenda que a entrada aos cinco, para casos especiais, seja prática. A infância já está a ser encurtada de forma violentíssima, seja pelo que se espera e exige das crianças actualmente, seja por aquilo que a sociedade/cultura lhes oferece, disponibilizando-lhes acesso a ideias e práticas para as quais não têm maturidade. Ainda assim, há vozes que se levantam para destruir a infância totalmente, e tolamente. Para além de não permitirem que as crianças vivam a infância em pleno, desfrutando desta fase da vida como base para a construção de personalidades equilibradas e felizes, o objectivo, que é a formação académica cada vez mais cedo, sai-lhes gorada.
Os jovens são cada mais vez mais imaturos e despreparados. A perspectiva de escolherem uma profissão "para toda a vida", assusta-os. Muitos, nem sequer sabem exactamente a profissão que querem escolher. Encontram-se perdidos. E para se encontrarem, a perspectiva de fazer um gap year - pausa de um ano-, parece-lhes a solução.
Partir pelo mundo, viajando, fazendo voluntariado, aceitando trabalhos para os quais têm estudos acima dos requeridos, é a saída que lhes convém. Não sei se partem para se encontrarem, ou se partem para fugir. Ou ambas. Acredito que voltem efectivamente mais maduros, conhecendo-se melhor e sabendo o que querem.
Seja como for, a maturação requer tempo, portanto, por que tanta vontade em antecipar a entrada nos filhos na escola? Para chegarem ao mercado de trabalho antes dos outros? Para começarem a ganhar dinheiro mais cedo? Há estudos feitos que provam que os alunos mais novos têm resultados mais baixos, comparativamente com os seus colegas mais velhos.
Está visto que os filhos frequentemente boicotam os planos dos pais. E mais cedo ou mais parte ficamos sem controle sobre eles.
Só temos uma oportunidade para os educarmos, e não sendo nenhuma experiência que possamos repetir, talvez o melhor fosse tão termos tanta pressa em lançá-los para o mundo.