segunda-feira, 24 de abril de 2017

A Baleia Azul e Por 13 Razões

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Nas férias de Páscoa a Letícia leu diversos livros, dentre os quais " Por 13 Razões", e depois disso viu a série. Quando as aulas começaram, ficou bastante espantada por todas as colegas conhecerem, e terem visto a mesma série; segundo ela, foi promovida por Selena Gomez, ao publicar fotos no Instagram com os actores da mesma, tornando-a instantaneamente em sucesso global.

A série trata da história do suicídio de uma adolescente, que antes grava em cassetes as razões pelas quais desiste de viver; as 13 razões, são basicamente pessoas que a maltrataram. Essas cassetes divulgarão nomes responsáveis por actos mais ou menos criminosos, e por isso muitos têm necessidade de bloquear a difusão dos conteúdos.

Quando  perguntei à minha filha se lhe parecia que a história promovia o suicídio, ela respondeu-me que dependia de quem lesse, e como quisesse interpretar; podia levar a pensar que a saída para estes problemas só poderia ser a morte, ou poderia levar a decidir ultrapassar os problemas, e viver. 

Entretanto, surge o desafio da Baleia Azul, que consiste numa série de 50 níveis, que os jogadores têm que fazer, e cada desafio mais malvado ou louco do que o outro, que culmina com o suicídio do jogador. Este jogo ainda não fez vitimas em Portugal, mas já fez várias no Brasil. 

Segundo a Letícia, a série, juntamente com o Desafio da Baleia Azul estão a lançar tendência entre os adolescentes. Infelizmente, a "moda" é muito perigosa, sobretudo numa idade em que os pequenos problemas adquirem proporções gigantescas, e a saída mais fácil é quase sempre a opção; escolher a morte, em vez de escolher ultrapassar os problemas.

Infelizmente, todo este cenário revela a conjuntura actual; o acesso de jovens demasiado imaturos, a informação vinda de fonte desconhecida, com propósitos dementes. Reflecte ainda uma realidade familiar que prima pela ausência de vínculos fortes, onde os jovens se sintam aconchegados e orientados. Onde partilhar inquietações seja seguro, acreditando que na família estão os aliados que os ajudam a ultrapassar os problemas.

Em idades reconhecidas pela Psicologia como complicadas, em que os jovens procuram privacidade e afastamento da família, conjuga-se o crescente respeito pela parte dos pais à privacidade reclamada dos filhos. Porém, estes já não ficam sozinhos dentro do armário; estão permanentemente ligados ao exterior. Reféns de sedutoras influências das quais os pais nem sonham.