Como eu tenho uma visão positiva, relativamente às informações recebidas sobre a maternidade, há quem as renegue, e dispense sucintamente. Não por arrogância ou presunção, mas porque sentem essas ajudas como alfinetadas. Quando nos damos como exemplo, colocando-nos num patamar acima, distanciamo-nos dos outros; quando começamos o conselho por uma crítica, o corte na comunicação é imediato. Quando ficamos surdas perante a frustração da outra, rejeitamos a empatia. E assim sendo, mesmo que a intenção seja boa perdem-se oportunidades de interajuda.
Vou ser irritante, e dizer que a minha experiência com a amamentação foi muito positiva. Que fiz assim, e assado, e ultrapassei os problemas. Vou ser mesmo chata, e dizer que os meus filhos não tiveram a terrível fase dos dois anos; nunca fizeram birras no supermercado por querem um brinquedo ou uma determinada guloseima. Nunca me fugiram e me fizeram correr atrás deles pela rua, ridiculamente, porque me davam a mão sem queixumes.
Quer isto dizer que sou uma mãe perfeita? Não. Apenas que nisto as coisas correram muito bem. Talvez tenha usado as estratégias certas, talvez a natureza e personalidade dos meus filhos tenham ajudado. Porque se eu explicar como fiz, a outra mãe, ela pode tentar sem sucesso, como aliás já aconteceu.
Porém, noutras coisas, falhei, e falho, apesar das boas intenções. Então, o que pretendo dizer é que de uma vez por todas, as mães deveriam deixar de sentir essa pressão para serem perfeitas. Para fazerem tudo bem. Ninguém faz. Nem no trabalho, nem em qualquer outra actividade, como seria então no projecto mais desafiante do Mundo, que é a maternidade?!
A experiência de cada uma é única, e ninguém tem a obrigação de se justificar perante as outras. Não podemos comparar, e ainda menos, julgar. E talvez quando isso acontecer, as mães deixem de sentir essa pressão para serem mães perfeitas.