Todas as vezes que se anunciam subidas de temperatura (que nem sempre acontecem ou nem sequer tão acentuadas) parece que a maioria das pessoas entra em pânico. Entretanto, no seu dia-a-dia o que fazem para minimizar a sensação de calor? Em que acções estão implicadas? A maioria, pelo que vejo, nada, e até pelo contrário, para além da anuência às alterações climáticas actuem em oposição. Vou dar um exemplo, na Vila onde moro, que felizmente é a freguesia com mais árvores do concelho, as pessoas queixam-se constantemente das árvores, que estão muito altas e entopem as caleiras dos telhados, que entram pelas janelas e varandas, não lhes permitindo ver o que se passa na rua, que sujam se folhas as ruas, seus terraços e jardins, que a poda das freguesias vizinhas é que é exemplar, quando na realidade é uma total mutilação das árvores (até dói só de olhar!), em contraste com a nossa poda moderada, feita aliás por um arboritultor, formado por uma universidade inglesa.
Em suma, o valor das árvores é reconhecido mas apenas em teoria. Na vida prática e real só parecem ver-lhes defeitos. A mim isto irrita-me sobremaneira, e indigna-me que a ignorância se pretenda sobrepor ao conhecimento.
Há dias vi este meme que adorei:
Se o calor o incomoda, plante uma árvore
Se a chuva o incomoda, plante uma árvore
Se gosta de fruta, plante uma árvore
Se gosta de pássaros, plante uma árvore.
Fica assim comprovado que as árvores são a solução para todos os tipos de pessoas, e que todos as deveríamos plantar, e que nessa impossibilidade, pelo menos, todos as deveríamos defender.
Nesta época na nossa Vila, respira-se em todo o lado o perfume suave e adocicado das tílias, é uma Vila naturalmente perfumada. Não tenho palavras suficientemente adequadas para transmitir o quão maravilhoso é, e a felicidade que me proporciona. Só vivenciando. Tenho plena consciência, que sobretudo nestes dias, e durante algumas semanas, vivo um verdadeiro privilégio, graças às árvores.