segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Programa de entretenimento ou pedagógico?




A polémica do programa Super Nanny da SIC terminou com a suspensão da transmissão do terceiro episódio. Vi o primeiro, levada pela curiosidade que este burburinho causou, e apesar do que já tinha lido sobre o mesmo, sempre numa linha de crítica sem atenuantes, confesso que não me pareceu excessivo. Há de facto a exposição da criança, e à partida sou contra, mas esta exposição dos filhos não é já feita actualmente nas redes sociais? Aonde os pais partilham fotos, por vezes tão íntimas como os filhos no banho, ou na praia, sem outra motivação que não a vaidade? E portanto essas situações nunca deram azo a intervenções de associações, tribunais ou o que quer que fosse.
Parece-me que há uma maior exposição da família, que se declara publicamente incapaz de educar os filhos eficientemente. E isso a mim causa-me grande espanto. Talvez este risco seja cruzado em desespero de causa; são pais que precisam efectivamente de ajuda. 

Não penso apenas nos pais que dão a cara no ecrã, penso nos outros que vêm o programa, que vivem situações idênticas ou mesmo iguais, e que frustrados não sabem como corrigir os problemas. O programa aponta falhas e apresenta soluções, divulga estratégias que podem ser aplicadas por outros educadores, muitos dos quais, talvez a maioria, não terão acesso a técnicos que os ajudem nesse sentido. É por isso um programa de fundo pedagógico, e esse valor deve ser-lhe reconhecido.

Por conseguinte, sinto-me bastante dividida nesta questão; por um lado penso que as crianças devem ser preservadas sim, e por outro acredito que crianças mal educadas, serão crianças infelizes. São famílias que não conseguem educar bem a progenitura, porém estão conscientes dessa falha e querem corrigi-la. O que está certo então, o supremo direito da criança à privacidade, ou o direito a uma educação equilibrada, que fará dela uma criança feliz, num ambiente familiar igualmente equilibrado e feliz?
Estamos numa zona cinzenta, e não me parece mesmo que este programa seja tão facilmente condenável.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Comida saudável, segundo o meu filho

Eu a tirar o vapor da panela de pressão.
- Ui que cheiro! Que nojento. Diz o Duarte a passar.
- A que te cheira? Pergunto curiosa, afinal eram apenas legumes cozidos.
- A coisas saudáveis. E é nojento!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Ballet - Para miúdos e graúdos



No principio do ano fui com a minha filha ver o Bailado da Bela Adormecida, do Russian Classical Ballet. Estava nos nossos planos desde o ano passado, porém na altura já não conseguimos bilhetes. Portanto, desta vez não poderíamos perder a oportunidade, avisou-me a Letícia, com os olhos arregalados. 
Nem eu nem ela gostamos propriamente de Ballet, mas tínhamos curiosidade em ver um espectáculo destes ao vivo, e para mais, com uma companhia russa, o que nos pareceu extremamente promissor.

Por ser um espectáculo nocturno (começou às 21:40), estranhamos a quantidade de crianças pequenas ( desde os 2 anos, mas havia sobretudo entre os 6 e 9), de forma que já me parecia uma matinée de cinema ao domingo, de antigamente, o que augurou um certo burburinho, com falatório e birras de sono; porém, nada disso aconteceu. Muito pelo contrário, as crianças assistiram ao espectáculo bem comportadas, e não vi nenhuma adormecida. Inclusivamente, uma pequenita por detrás de nós, falou o tempo todo com a mãe, no tom baixo dela, mas sempre a propósito da história, muito interessada em compreender tudo o que se passava.

A plateia era constituída maioritariamente por mulheres, muitas com filhas.  Suponho que os pais levam os filhos ao futebol, dividindo-se assim os interesses. O que é uma pena, pois este tipo de espectáculo eleva o ser humano, expande horizontes, dando a conhecer a música, a dança e a história. É também uma forma de educar para as grandes Artes. Concedo, que devia ter efectivamente outro horário, este espectáculo de tarde proporcionar-se-ia muito mais para as crianças. 
 
Uma historinha conhecida por todos, a música de Tchaikovsky, cenários maravilhosos, um figurino exuberante, sempre com alguma referência à cultura russa, ao que o Russian Classical Ballet dá vida, é um espectáculo que aconselho vivamente. Não é propriamente barato, contudo, como presente de Natal por exemplo, é perfeitamente possível. Suprime-se uma embalagem debaixo do pinheiro, trocando-a por um bilhete. E tenho quase a certeza que se tornará um presente memorável para qualquer criança.
No próximo ano há mais!

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Empadão de cogumelos #vegetariana


Este empadão ficou delicioso, embora não seja uma afirmação unânime, pois a Letícia não confirma propriamente, mas creio que apenas por não apreciar o puré em forma alguma. Portanto, eu gostei muito. 

Empadão de cogumelos 
Ingredientes:
3 batatas
leite vegetal q.b.
azeite a gosto
12 cogumelos Paris
cebola
alho
sal, pimenta e cúrcuma
molho de soja

Como fazer:
Cozer as batatas descascadas e partidas ao meio, com um pouco de sal. Fatiar os cogumelos e salteá-los em azeite, alho, pimenta, por  de 5 minutos, juntar o molho de soja a gosto e mexer.
Amassar as batatas, juntar o azeite, e leite vegetal, e envolver. Colocar num pirex uma camada de puré, de seguida os cogumelos salteados, e cobrir com outra metade de puré. Bater numa chávena um terço de água com uma colher de chá de cúrcuma, e pincelar a parte de cima do empadão. Vai ao forno a gratinar.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Adolescência II

Ao procurar, dentre a papelada que guardo da Letícia, por um texto que ela me pediu, encontrei este poema, que ela escreveu no 5º ano. Sem título, ou será o título este "Poema" que o encabeça, faz-me tanto sentido actualmente, como na época fez, associando-o à natureza. Agora, parece-me verdadeiramente visionário.

       Poema
                             Mãe Outono
                             Folha que dorme em pleno Outono
                             Folha que balança nos braços da mãe.
                             Folha pequena que cai
                             agora pois cresceu sem
                             a mãe dar conta.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

No primeiro dia do ano?

Via


Ver o meu filho a montar uma secretária, com ajuda de dois primos que orientou, num projecto que durou 3 horas, no primeiro dia do ano, fez-me sentir orgulhosa.
As aprendizagens escolares são importantes, mas não são as únicas importantes na construção da personalidade. O que se faz fora da Escola, o que se aprende e descobre, não tem nota, não recebe avaliação formal, mas são lições fundamentais. 
Ainda que sobrem alguns parafusos... orgulho👌