quinta-feira, 25 de junho de 2015

A Mãe Espanhola

"Na minha opinião, as mães portuguesas não fazem grande diferença das espanholas, porque as nossas sociedades estão cada vez mais parecidas e isso faz com que a educação que damos aos filhos seja cada vez mais similar.
Se calhar, nós somos mais expansivas. Eu, como mãe espanhola, diria às mães portuguesas para exprimirem mais os sentimentos aos filhos, não só com palavras mas também com beijos, abraços, festas... porque isso pode fazer milagres! E quando temos que ralhar com eles que seja também para ralhar mesmo. Também lhes diria para valorizarem mais o facto de serem portugueses, a defender a sua cultura, a sua língua e a terem orgulho neles próprios."

       Maria José Benito, 2 filhos de 11 e 14 anos, in Activa Maio-2015

Concordo com tudo o que a Maria José diz, aliás é uma crença que vivo na prática. Ela não mencionou algo que as mães espanholas fazem diariamente, que é passear os filhos pelos parques e jardins, ao fim da tarde, e que é também uma óptima dica.
Porém, se pudesse dar-lhe uma resposta diria às mães espanholas para vestirem os filhos de forma mais descontraída e confortável. Andam sempre excessivamente bem vestidos, muitas vezes com roupa de festa.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

- Ai não atendes o telemóvel?! Espera aí...!

Uma mãe americana, farta de cair no voice mail do filho adolescente, lançou o Ignore no more. Esta aplicação bloqueia o telemóvel à distância... e ele tem que lhe ligar para obter a password

Digam lá que não é brilhante?
1.49 para Android, em breve disponível para iPhone

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Carta à Mãe Que Grita


Mãe Que Grita.

Eu sei que a vida por vezes é difícil, que as preocupações e frustrações são muitas e constantes. Que engolimos sapos, uma e outra vez. E que por tanto sopapo apanhar, mostrando-nos fortes, acabamos por explodir com coisas que não valem nada. É a gota que faz transbordar o copo. E frequentemente, os responsáveis por essa gota são os nossos filhos. 

Dizemos-lhes então o que não dissemos ao chefe, ao colega mal humorado, ao condutor agressivo, ao marido implicativo, à sogra inconveniente, e a quem realmente merecia ter ouvido "algumas verdades". A corda rebenta pelo elo mais fraco, sendo que mais fraco são aqueles que mais amamos. Porque disso não tenho dúvidas.

No calor da discussão dizemos aos filhos coisas muito más, numa conversa que não passa de monólogo, pois nem sequer os ouvimos realmente. A acusação de banalidades fortalecesse com o nervosismo que os outros nos causaram. E dizemos palavras que marcam, fazemos ameaças, exigimos mudanças, agredimos com comentários humilhantes.

Há pessoas que ainda acreditam que insultar alguém, rebaixando as suas capacidades, é estratégia vitoriosa para levar o outro a mudar. Essa técnica de Psicologia invertida resulta raramente, aliás no que respeita à educação, a estratégia do comentário positivo é o caminho certo.
E por vezes, não é tudo isto dito de uma só vez, repetem-se as palavras durante muito tempo, como se a cassete rebobinasse e voltasse a passar automaticamente. Porque a raiva vai ganhando força e persiste em ser verbalizada, ao invés de apaziguar-se, depois de ser dita. E a palavra queima, e marca a alma da criança, como ferro em brasa. Que cliché!  Mas não por isso menos verdadeiro, é o terror. 

Não julguemos nós que o que foi dito, por não ser referido novamente, esquece e caí numa espécie de limbo. Não esquece quem fala, consumido frequentemente pela culpa, e não esquece quem ouve, minado desde o interior, em sua auto-estima, confiança e amor-próprio.
No momento, a criança promete o que lhe é possível prometer à Mãe Que Grita, para que pare. Se o faz é mais por medo do que por amor, e sentido de fazer o que é certo. 
Que seja por medo, dizem certas mães, desde que façam! Eu sei, já as ouvi. Se é uma dessas mães, continue comigo. 

Se é por amor e respeito que pretende educar, como se deve, até para que um dia também possa ser tratada do mesmo modo, e não como tarefa desagradável que se faz por obrigação, siga-me. É científico, Einstein afirmou: se atirar uma bola azul à parede, receberá de volta uma bola azul. 
Não pense que atirando uma cinzenta recebe uma bola amarela.

Faça um mea culpa. Não permita que um voto tácito de silêncio enterre nas profundezas os seus gritos, e a resolução do problema. O silêncio é cama de rancor e amargura.
Vai doer? Vai, mas depois cura. Assuma que não deveria ter gritado, nem dito as palavras que disse; que está arrependida. Que sabe que a magoou e por isso lhe perde perdão. Que nem sequer pensa o que disse. Que aliás, acredita exactamente no oposto; no valor da criança, nas suas capacidades. Explique porque se sentiu descontrolada. Porque é disso que se trata.

Provavelmente, quando criança também falaram assim consigo, e a culpa não foi sua. Provavelmente, se conversar com a sua mãe, também ela lhe contará como foi tratada pela mãe dela, e perceberá que a culpa não é de ninguém; vem de longe, transversal a gerações, sabe Deus onde terá começado. 
Recorde a menina que foi; do medo que sentiu, da solidão e do sofrimento. Talvez até se recorde de como desejava que fosse diferente. A empatia pode alavancar a mudança.
É que sua geração pode ser de viragem; todos temos oportunidade de quebrar padrões familiares, e começar a fazer melhor. A fazer história, a nossa história resgatada. Apresente a menina que foi à criança, partilhe com ela a sua dor infantil; a compaixão e generosidade da criança vão espantá-la, mas também reconfortá-la. Vai ganhar fôlego para fazer melhor, para ser melhor. Porque é isso que todas as mães querem, fazer o melhor pelos seus filhos. Infelizmente, querer não basta e por vezes o nosso melhor é mau, é insuficiente, magoa.

Nós somos humanas, falíveis, repletas de defeitos, e as crianças sabem-no, nem sequer vale a pena escamoteá-lo. Temos isso em comum, mas ao não o assumirmos, e nos colocarmos num altar de  impiedoso julgamento, cavamos um fosso intransponível entre a nossa humanidade. 

Mãe Que Grita, os filhos são o elo mais forte. É a eles que vamos buscar força e inspiração para enfrentar os problemas da vida, o chefe, o trânsito, e as preocupações. E é por eles que gritamos!

As Escolas são as Novas Fábricas 2

Via
Em resposta ao Conselho de Escolas que propõe uma pausa de Outono de 2 dias e meio, Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais, contrapõe com um mês de férias de Verão.

Segundo este senhor, dado que professores e alunos, e pais, já agora, se queixam da excessiva extensão dos programas, a solução seria aumentar o número de aulas. Assim à partida, a solução poderia ser reduzir os programas, mas não, opta este senhor pela via do caminho mais tortuosa e angustiante. 

Não sei dos filhos dele, mas os meus contavam as semanas e dias para entrarem em férias. Estavam genuinamente cansados! O Duarte teve aulas todas as manhãs e três tardes, enquanto a Letícia teve apenas uma tarde livre. Entre aulas, trabalhos e testes, durante a semana não lhes restava tempo para mais nada. E fins-de-semana? Muitos foram aqueles passados a estudar. Isto já é praticamente escola a tempo inteiro.  
Nunca tantas crianças sofreram de stress e depressões devido à Escola, como actualmente.
As crianças, os alunos, precisam de tempo para brincar, de tempo para elas e para estarem com a família. 

Essa dos "pais querem um mês de férias de verão", reduz-se a uma pessoa, pois nem as crianças nem a grande maioria dos pais concordam com este absurdo. Certamente que este presidente da CONFAP não me representa, nem com esta declaração representa os interesses dos alunos.

Para aqueles que pensam que os alunos têm demasiadas férias, consultem o calendário francês.


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Chocolate à prova de crianças

Anda a publicidade continuamente à volta dos chocolates para as crianças, nunca se lembrando dos pais. Assumem que gostamos de qualquer um, esquecendo que havendo qualquer um, é para as crianças que vai. E assim sendo, devem estar guardados, fechados e escondidos, para evitar excessos que provoquem cáries e dores de barriga.

Até agora. Chocolate 70% cacau com laranja. Pode ficar à vista, pousado em cima da mesa, e desembrulhado. Ninguém lhe toca.  
Alvíssaras! 

terça-feira, 9 de junho de 2015

E que tal adoptar?




É verdade que é tendência nossa valorizar o que se paga. O que é uma pena pois as melhores coisas da vida são grátis, e se as valorizássemos mais seríamos certamente mais felizes. Não andaríamos enganados e a enganar-nos a nós mesmos.
 
Neste caso é sobre a adopção de animais, que deveria ser sempre a primeira das opções. São rafeiros mas muito mais saudáveis do que os ditos de raça, que devido aos cruzamentos muito próximos têm mais doenças. E em simultâneo, como efeito, a criação de animais de raça, que é uma industria abusadora, esmoreceria. 

A questão é mais sociológica e profunda do que parece; voltamos sempre àquela história do ser e do ter. 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Suplementos Multivitamínicos & a Nutri Ventures


O Duarte não quis tomar os suplementos vitamínicos; um ano acima do indicado na embalagem confere-lhe um avanço etário que ele não permite minimizar! Porém, a Letícia de boa vontade os aceitou. E a mim pareceu-me bem, pois é ela quem mais evita comer frutas e vegetais. Ó, luta diária!
Facto é que ela se lembrou de os tomar diariamente e gostou muito do sabor a laranja. Cá para nós, aquele formato que faz lembrar as gomas dos ursinhos também ajudou! Perguntei-lhe se para além disso sentiu algum efeito, e palavras dela: " com mais energia e mais concentrada nas aulas". Pareceu-me convicta na afirmação.
Viterra Baby e Viterra Junior são dois multivitamínicos direccionados para bebés e crianças, respectivamente, que oferecem a solução mais completa e de acordo com as necessidades específicas dos mais novos.

A associação da #NutriVentures a estes dois produtos justificou-se para reforçar que os suplementos não substituem uma alimentação saudável mas proporcionam às crianças as vitaminas, minerais e ómega-3, 6 e 9 para terem um desenvolvimento saudável e uma maior resistência e energia. 

A Nutri Ventures é a primeira marca de entretenimento infantil no mundo que promove exclusivamente a alimentação saudável, de uma forma eficaz e divertida. 

Com Viterra Baby ou Viterra Junior e a Nutri Ventures, os mais novos vão ter não só a dose certa de multivitamínicos como vão poder divertir-se com os seus heróis através de jogos incluídos nas embalagens em cada um dos suplementos disponíveis em farmácias e parafarmácias.
E as novidades da Nutri Ventures não ficam por aqui: 
Este fim-de-semana prolongam-se as actividades a pensar nas crianças. No domingo, dia 7, no Estádio do Jamor, vai haver uma grande festa da Nutri Ventures com actividades desportivas, concerto, e outras actividades que promovem a alimentação saudável, para crianças dos 4 aos 10. É totalmente gratuito. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

O Amor Maternal é Natural?


Segundo a filosofa francesa Elisabeth Badinter o amor maternal não tem nada de natural. Foi um mito criado para que assumíssemos este papel; enquanto os homens ficam com o poder, o domínio do mundo exterior, nós fomos eleitas rainhas do lar. 
Nada contra o que ela observa no Jardim do Luxemburgo e nas praias de Bretanha. Mães aborrecidas, apáticas, indiferentes; interagindo com a prole por obrigação. 

E diz mais nesta entrevista, e muito mais ainda nos seus livros publicados. 
Concordo com algumas das suas ideias, mas discordo de outras, e particularmente desta. Para mim o amor maternal é instintivo, mas baseio-me unicamente em mim, e por mim própria falo apenas. Como posso provar um sentimento? Escrever tese que o comprove? Sei o que sinto somente, e acredito que pelo facto de ter gerado uma vida dentro de mim, e a ter carregado 9 meses, o amor que sinto por essa criança seja intrinsecamente natural. Sei que, no primeiro segundo em que pus nos meus filhos os olhos senti esse amor maternal arrebatar-me. 
Parece-me também que em qualquer estado de paixão, seja o objecto qual for, a constância é inexistente, o que não nega o sentimento.  

Há autores, e livros, que nos iluminam como faróis, mas não quer com isso dizer que atraquemos naquele porto. A luminosidade apenas nos guiou durante parte da viagem. Muito obrigada! 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

As crianças - Os Verdadeiros Artistas

Da entrevista a Fernanda Torres, no Jornal do Lidl, a propósito do seu primeiro livro publicado, retive a seguinte afirmação:
"São todos bancários, advogados, não tem nenhum artista, ninguém especial."
Talvez seja politicamente incorrecto minimizar profissões de status reconhecido, em favor das profissões que muitos consideram ainda pouco sérias.
Por isso, talvez, não me recordo de ter alguma vez lido, ou ouvido, uma afirmação tão explícita, todavia assinaria em baixo sem piscar os olhos.

Logo de seguida, vejo " A viagem a Itália", com Steve Coogan e Rob Brydon a fazer o inusitado papel deles próprios ficcionados. E levada pela paisagem, gastronomia e cultura, mas sobretudo pela companhia daqueles dois, quase que desejei voltar a Itália.

Sem dúvida, a vida com artistas é especial; vemos tudo com outros olhos, com mais profundidade e abrangência. O invisível mostra-se, o silêncio torna-se eloquente, e a matéria ganha formas nunca antes imaginadas.
Levam-nos a questionar o que temos como certo, modos de ser e fazer. Empurram-nos para o sonho.
Porém, poucos são os privilegiados nesta situação, os artistas tornaram-se raros. Existiam em abundância, mas cresceram e transformaram-se em profissionais sérios, ponderados, encaixados na norma, actuando como se espera deles. 

Quase de certeza que já teve pelo menos um, aí em casa. Provavelmente ainda tem. Um gesto, uma palavra, basta para nos resgatarmos. E o dia de hoje apenas serve para nos recordar.