sexta-feira, 27 de maio de 2016

Testes, provas de aferição e exames?

Via Celeiro
Apesar de boa aluna, a minha filha sente-se muito ansiosa com a aproximação dos testes. Exames então, pior ainda.  Embora eu tente acalmá-la, através de conversas e mantras que entoávamos antes da Letícia adormecer, geralmente ela sentia-se insegura. Imagino que esta descrição seja comum a muitas outras crianças, e portanto nada que cause admiração.
Já só me faltava experimentar os florais de Bach, mas não sabia onde os encontrar. No Celeiro, disseram-me. E realmente, são quatro gotas mágicas, diluídas num copo de água, ou directamente na boca. 
Fica a dica. 

"comfort & reasure" para o caso. 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Susan Sarandon, a mãe

 
Via

Nem tudo o que é óbvio é mais importante; não raro, o que realmente importa, define, e rege está como que relegado para segundo plano. E não serão muitos o que disso se dão conta. Felizmente, não é o caso de Susan Sarandon.

Quando se sente mais bonita?
Quando estou com os meus filhos e minha neta. Tenho tanto orgulho neles que quando me pedem para me definir, nunca digo activista ou actriz... digo mãe. Mãe é o trabalho mais difícil do mundo. Os meus filhos e neta fazem-me rir e penso que o riso mantém-nos bonitas e com aspecto jovem.
...
Quem é que admira?
Todas as mulheres. Acho as mulheres espantosas. Multi-tarefas, a trabalhar, a criar filhos... Não sei como é que o mundo funcionaria se não fossem as mulheres. A maioria das mulheres que conheci e são admiráveis são desconhecidas e são aquelas que todos os dias, sem que ninguém as aplauda ou encoraje, fazem as coisas mais extraordinárias.
...

Se pudesse dar um conselho às mulheres do mundo, o que diria?
Diga "sim" à vida e não tenha medo de correr riscos. Faça um esforço para estar receptiva a novas oportunidades, isso vai ajudá-la a crescer e é muito atraente. Comprometa-se com algo grande, seja a sua carreira, família, ou ajudar uma comunidade. Envolva-se numa coisa em que acredita, algo que a apaixone. Viva em gratidão. 
            In Revista Activa Março, 2016
 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

2016 - O ano das leguminosas

Tomei conhecimento, apenas este mês, que a ONU tinha decretado 2016 como o ano das leguminosas. Fiquei um pouco perplexa por não ter ainda ouvido falar nesta campanha, e pergunto-me se estará tão activa como deveria estar.

Desde o séc.VII a.c. que fazem parte da alimentação humana, todavia o consumo de leguminosas tem vindo a decrescer, globalmente, de ano para ano. Em Portugal, o consumo por habitante ano é de 4,1 kg (os mais consumidos são o feijão e grão ), estando em queda de há 20 anos para cá. Explicam-se estas mudanças com o aumento do poder de compra, e alterações dos hábitos alimentares. 
Também a produção nacional de leguminosas está em queda, representando somente 0,04% da produção mundial, apesar dos nossos solos e exposição solar serem muito propícios a este cultivo. 

Os benefícios de um maior consumo de leguminosas são diversos: pelas vantagens ambientais, não são alergénios, são saudáveis, são opção para quem não consome carne, são práticas e duradouras, e são económicas. 

As leguminosas são uma importante fonte de proteínas, vitaminas, minerais e fibras, podendo ter um papel importante na prevenção de doenças como a diabetes, a doença cardovascular e a obesidade, uma vez que promovem a saciedade, reduzem a absorção de colesterol, e ajudam a manter estável a glicemia. in Plataforma contra a obesidade
 
Quando combinadas com cereais, conseguem competir com a qualidade das proteínas de origem animal - carne, pescado, ovos e leite - sendo uma alternativa válida a estes alimentos para o alcance das recomendações proteicas diárias. Têm a vantagem de não contribuir para o consumo de gorduras saturadas.

O aumento do consumo de leguminosas é uma mais-valia para a saúde alimentar da população, mas também para a economia e sustentabilidade do país. Por apresentarem elevada qualidade nutricional e custo reduzido, tendo em conta o poder de compra da maioria dos Portugueses, o seu consumo promove uma alimentação variada e equilibrada. in Movimento 2020 

Considerando a mudança de hábitos alimentares, o número crescente de pessoas, crianças inclusive, com problemas de obesidade, e doenças decorrentes da má alimentação, o Movimento 2020, propõe uma série de medidas para reverter o quadro. A saber:

  • Promover a ingestão de pelo menos 3 porções de leguminosas por semana.
  • Incentivar a introdução das leguminosas na alimentação infantil entre os 9 e os 11 meses de idade.
  • Fomentar os incentivos à produção nacional de leguminosas (80 a 90% das leguminosas consumidas em Portugal são importadas).
  • Envolver o cidadão na definição de estratégias para aumentar o consumo de leguminosas e fornecer ferramentas para alcançar esse objectivo.
  • Mobilizar os profissionais de saúde, as instituições públicas e privadas, o sector da restauração e a indústria para a promoção do consumo recomendado de leguminosas.
Desde que me tornei vegetariana que, cá em casa o consumo de leguminosas tem aumentado, e posso afirmar que é do agrado de todos. Os meus filhos nunca gostaram do feijão na sopa, de forma que esse fica ralado junto com a base, e assim não notam e comem-no sem queixas. De resto, em feijoadas, em hambúrgueres, em estufados, em saladas, as leguminosas são muito apreciadas. 
Já partilhei algumas receitas, como a Salada de feijão frade com abacate e a Feijoada, mas notei agora que um dos nossos grandes favoritos não está ainda aqui. Prometo que a próxima será um maravilhoso Dahl indiano. Entretanto, vão comprando as lentilhas verdes! 

Fontes: 
Revista Visão 11-17/02/2016
Plataforma Contra a Obesidade
Movimento 2020

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Feijoada Vegetariana


Esta feijoada é mesmo deliciosa. Tanto que a Letícia, que sempre torceu o nariz à outra, não hesita em trocar seja que prato for por esta, a minha feijoada.

Feijoada Vegetariana 
Ingredientes:
500 gr de feijão vermelho cozido
uma cebola
três tomates médios maduros
alho a gosto
uma couve lombarda pequena
duas cenouras
uma fatia de abóbora
um talo de aipo
folha de louro, sal, pimenta e colorau

Como fazer:

Fazer um refogado com a cebola e azeite. Quando ficar transparente juntar o alho picado. Deixar cozer um pouco, e acrescentar os tomates cortados aos bocados, as cenouras, o aipo cortado às tiras finhas, a abóbora aos bocados; temperar com sal e louro, e deixar refogar. Quando estiver cozido, acrescentar o feijão já cozido, e a couve lombarda ripada. Rectificar os temperos, pimenta e colorau. Deixar cozer e apurar. 
Servir com arroz branco. 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Espólios


espólio s.m. bens que ficaram por morte de qualquer pessoa; despojos de guerra; restos; espoliação; fardamento que as tropas entregam quando são licenciadas.( do Latim Spoliu- "despojo" )*

No sábado passado estivemos no meio de um espectáculo. Não havia palco nem plateia, de forma que nós, os espectadores, estávamos assim a modos que cara a cara com os actores. Se isto se tornar mais comum talvez deixe de me impactar, porém nesta estreia reconheço que me tocou bastante.
No teatro a energia é outra, é viva, é sempre diferente, pois flui de acordo com as variantes do momento. Está predisposta a imponderáveis, como se sujeita aos caprichos dos deuses. E por isso nos comove tanto. Imagine-se quando, em vez de palco, partilhamos o cenário verdadeiro com os actores, e andamos de um lado para o outro, entrando em casas de famílias reais, que descerram as suas portas, partilhando as suas vidas. Será de crer que nos toque ainda mais profundamente. 

Este espectáculo: "Espólios", é assim, dividido por seis casas, perto da baixa portuense; casas de família, que se abrem à Arte e a estranhos. Fosse isto apenas e já seria imenso. Porém, estas famílias partilham ainda os seus espólios, permitindo a construção de textos profundamente pessoais, que nós, espectadores, vivemos. Vivemos, porque ouvir e ver, é demasiado redutor. Nós cheiramos, tocamos, expressamos, e absorvemos, entrando na intimidade dos outros. O tipo de voyeurismo que me fascina; desde sempre me interrogo sobre o interior das casas antigas, quando passo por elas.
É impressionante como o nosso espólio diz tanto de nós!E cada casa, com os seus móveis, livros, quadros, pedras, conta uma história digna de ser narrada num livro, num filme, numa peça de teatro.
A experiência é-nos proporcionada pelos actores, que fazem essa ponte, num acto extraordinário de coragem e generosidade.  E de talento, porque foram realmente fantásticos.

Depois disso, fiquei a pensar nalgumas frases como: " nós somos o fazemos, não o que dizemos", "podemos não gostar dos objectos, mas guardamos-los por gostar das pessoas a quem pertenceram", " o tio e a tia comem sempre frente a frente, porque são um casal muito frontal", etc. E finalmente, dediquei-me ao meu espólio.

1-  A terrina da V.A. da avó Elisa ( que mesmo estalada e colada mantenho por ter sido dela)
2- Caixa de jóias musical, presente do meu marido, ainda namorado
3- Telegrama de parabéns, enviado pelo meu pai, pelos meus 15 anos
4- Bloco de pensamentos, reflexões, epifanias, poemas e sonhos
5- Caixa de flores secas ( uma flor de cada ramo que o meu marido me ofereceu, e mais tarde algumas dos meus filhos)
6- O meu livro preferido - Meditações de Marco Aurélio
7- Fotografia do meu pai
8- Caixa de fotos de família (algumas com fotos bizarras, como as de falecidos nos caixões!)
9- Bilhete dactilografado, escrito pela Letícia
10- Caixa do Snoopy com borracha em coração ( dos 14 aos 17 coleccionei) 
11- Cartas escritas pelas minhas melhores amigas na adolescência
12- A fotografia preferida dos meus filhos

Não é fácil, pois a oferta é imensa, mas é um exercício que vale a pena fazer. Uma amostra de espólio que já diz tanto de mim. 

Teatro Nacional S.João
Teatro do Vestido / Teatro Carlos Alberto
Cocriação e interpretação:
Ainhoa Vidal
Estevão Antunes
Miguel Bonneville
Rosa Quiroga
Rosinda Costa
Sara Barros Leitão
Catarina Carreira

Só até ao próximo domingo. Porque as coisas boas não duram.        

* Dicionário da Língua portuguesa, Porto Editora, 8ª edição

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Os mais fracos serão os mais fortes

Na minha geração era corrente ouvir histórias de alguém que tinha sido sovado pelos pais, por ter feito algo em que se punha em risco, ou por se ter posto em risco e se ter magoado. Já na altura não entendia como podiam os pais bater a um filho que já estava dorido. Depois da maternidade ainda compreendo menos; correr para abraçar e confortar os meus filhos depois do susto, ou dor, foi sempre a minha primeira reacção. E se no processo algo se partia ou estragava a minha primeira preocupação era, e é, saber o estado em que os meus filhos se encontram. As coisas valem o que valem, são coisas, substituem-se. 

Pensava eu que os pais dos anos 70 e 80, que tinham esta reacção ilógica de bater nos filhos, depois do susto, tinham evoluído e desaparecido de cena( embora nunca das nossas memórias!). Porem, não; actualmente há ainda pais que o continuam a fazer. 
Terão sido, também, eles próprios vitimas deste comportamento contraditório? Não sei, e francamente estou a ficar um pouco cansada de compreender comportamentos incorrectos sustentando-os em atitudes traumáticas; temos que nos responsabilizar, cada um de nós, pelas nossas acções e deixar de nos desculparmos com os erros dos outros. Portanto, não me interessa mesmo o que está para trás.

Será assim tão difícil de entender que um filho magoado, necessitando de colo e consolo, não merece apanhar? Que isso, vindo de quem o deveria proteger e confortar, é alta traição? Que isso é que o vai marcar para sempre, não a brincadeira inconsequente, mas a tareia dos pais? 
Será assim tão difícil de descobrir que isso destrói o afecto? 

Ouvir uma criança dizer que não gosta do pai, ou da mãe, é algo que me revolve as entranhas. Mexe comigo mesmo não sendo da minha conta. 
Como seria bom que estes pais acordassem... Se os pensamentos e as palavras não lhes servem como despertador, oxalá os estudos o conseguissem fazer. Estudos como este

Bater num filho apenas ensina uma coisa: a arbitrariedade da lei do mais forte. E um dia, os pequenos serão os mais fortes. Para quem ainda se pergunta porque tantos idosos são maltratados, aqui está uma dica. 
Dizia-me há dias, uma senhora octogenária, que não há maior tristeza na vida do que a velhice e a solidão. Compreendo-a, verdadeiramente, mas parece-me que acima disso está ainda a falta de amor.    

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Negação

Niko na casinha das bonecas. Novamente.

Ou é efeito "Alice no País das Maravilhas" ou síndrome de Peter Pan mas parece-me mesmo, é que cá em casa, nem os gatos gostam da ideia de crescer...