sexta-feira, 28 de outubro de 2016

- Eu é que sou a mãe!

Diz o ditado que  Quem meus filhos beija, minha boca adoça, e está perfeito assim, mas nem sempre esta é a realidade sentida por muitas mães. 
A culpa e insegurança de quem confia os filhos aos cuidados de outrem surgem à tona, quando se deparam com o afecto dividido dos filhos. Não o percebendo como partilha, mas roubado, sentem que deveria ser apenas delas, e por isso recriminam os seus beneficiários e culpabilizam os filhos, sabotando consequentemente essas relações.

As fragilidades destas mães, sejam elas obrigadas a ceder os filhos a cuidados de terceiros, ou o façam por opção, tornam-se rígidas opositoras ao afecto que as deveria sossegar. Saber que os filhos estão bem entregues, que são cuidados e tratados com o carinho e respeito de quem os assiste como seus, deveria pacificá-las. Porém não, domina-as o ciúme, atormentando-as a ponto de desejarem que os filhos se desgostem dos seus cuidadores, descobrindo pretextos para dificultar encontros, sem compreenderem que são elas a causa do sofrimento dos filhos. Sem entenderem que quantas mais pessoas amarem os filhos, e os filhos amarem, mais felizes serão. Mais completos.

Estas mães, não precisam de afirmar aos filhos e a quem as ouve: eu é que sou a mãe. Essa é uma evidência inegável; falar é fácil, difícil é ser e fazer. O que estas mães precisam é de descansar nos vínculos afectuosos dos seus filhos. Encontrar aí a paz para continuar a tecer na rede de afectos familiares, contribuindo e não destruindo. 
Reconhecer que precisamos dos outros para cuidar dos filhos, desde que essas sejam as pessoas certas, não nos diminui; diminuí-se a si mesmo quem pensa mal de quem lhe faz bem. E aos seus.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Um Mundo melhor para os nossos filhos?


Não concebo o exercício da parentalidade plena, sem a inclusão dos grandes assuntos como a defesa do meio-ambiente. 

O CETA não foi assinado por um triz ( abençoada Bélgica!), mas quase ninguém quer saber. A humanidade continua no seu ritmo autofágico, a maioria de nós vivendo o presente, não se questionando ou preocupando com o futuro das gerações vindouras, filhos e netos. 

Em oposição, os Indígenas continuam a fazer a defesa da Mãe Natureza, #NoDAPL, agora mesmo, por exemplo, e desde há meses, em defesa do rio Missouri que abastece de água 17 milhões de norte-americanos, e do seu território. Porque água é vida e está em risco de ser contaminada com petróleo. São exemplos que nos deveriam inspirar.

Temos que mudar a nossa forma de viver, parar de compactuar com as grandes corporações. A maior revolução, e a mais eficiente, é mudar hábitos de consumo; a mensagem mais clara é aquela que afecta as finanças das corporações. E isso nem sequer nos coloca em perigo, não nos sobrecarrega financeiramente, não nos rouba horas do dia, não nos expõe. 
Tudo pelo contrário.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

#SaveTheLivingroom


Via Vintage Home
Quando o Duarte descobriu a série South Park e eu percebi a quantidade de palavrões que as personagens diziam, proibi-o de ver essa série. Claro que sempre que podia, ele via às escondidas e sei isto porque o apanhei diversas vezes. Admoestava-o, dizendo-lhe que apesar de ser animação não era para a idade dele, que os conteúdos eram para adultos, etc, etc. Contrariado, acatava mas sempre que podia, continuava a ver. Tenho a certeza. 
Agora esta censura já não faz sentido, e uma vez ou outra vejo um pouco de algum episódio com ele. E curiosamente, das poucas vezes que isso aconteceu o episódio tocava nalgum ponto bastante relevante; fiquei com a impressão de que os temas fazem pensar e são educativos, a linguagem é que não se mantém a esse nível. 

Este último episódio andou à volta da #SaveTheLivingroom. Esta evidência é planetária, as famílias deixaram de usar a sala de estar; já não se reúnem todos no sofá, no fim das refeições e fins-de-semana, a verem programas de televisão. Cada um sai da mesa, para direcções diferentes, com os seus tablets, telemóveis e p.c's. 

Por vezes, os meus filhos perguntam-me se eu penso que a minha infância e juventude foram melhores do que a deles, e eu digo sempre que sim. Foi melhor neste sentido de estar efectivamente presente nos sítios onde estive; e na sala de estar também. Era hábito a família reunir-se depois do jantar, para ver algum filme, ou série, apesar de termos apenas dois canais, e a escolha ser extremamente diminuta. E esses serões de t.v. em família são doces memórias que eu tenho e prezo. 

A sala-de-estar foi abandonada, por ninguém querer "estar". Estamos apenas de passagem, e se estamos em algum sítio, há-de ser muito provavelmente online

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Arroz de especiarias # Vegetariana


Este arroz é uma festa para as papilas gustativas. Para mim constitui uma refeição, para o resto da família acompanha o que tiver que ser, de muito bom grado. 



  Arroz de Especiarias*

Ingredientes:
2 dentes de alho picados
1 fatia fina de gengibre
1 raiz de coentro descascada
1 pimento, picado com semente
1/2 colher (chá) de grãos de coentro
1/2 colher (chá) de grãos de cominhos
1/2 colher (chá) de grãos de pimenta preta
1/2 colher (chá) de cúrcuma em pó (açafrão-da-terra)
1 colher (sopa) de folhas de coentros picadas
100 g de creme de soja
3 colheres (sopa) de azeite
1 cebola picada
1 tomate sem pele picado
1 chávena de courgete 

3 chávenas de arroz integral cozido (ou arroz branco, se quiser)
1 chávena e 1/4 de feijão azuki já cozido
Sal a gosto


Como fazer:
Num pilão, soque bem o alho, o gengibre, a raiz de coentro e a pimenta. Junte os temperos em grãos já triturados. Soque mais, juntando uma pitada de sal e a cúrcuma. Adicione o creme de soja e as folhas de coentro e bata bem com um mixer. Numa frigideira grande, aqueça o azeite e doure as cebolas. Junte o tomate e a courgete, tempere com uma pitada de sal e cubra com 1/4 de chávena de água. Deixe cozinhar por cerca de 5 minutos ou até que seque o líquido. Acrescente o creme de soja e espere ferver. Junte o arroz e o feijão e misture com delicadeza. Quando toda a mistura estiver bem aquecida, desligue o fogo e sirva.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Love you mom... ?


"A cada 15 minutos uma criança é retirada aos pais, em Inglaterra. " Se são retiradas nestas circunstâncias, algo cheira mal no reino de sua majestade...

Se apenas conhecemos uma versão: " Os serviços sociais não prestaram quaisquer declarações"; o que volta a ser muito estranho. 

Trabalho de investigação, da jornalista Ana Leal. 
Os resultados já começam a surgir ( aqui ), e bem necessários são, pois aqueles pais estão totalmente desamparados.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Era isto...



Passamos uma vida a tentar encontrar as palavras certas para descrever com justiça e exactidão, um local, um sentimento, uma situação, uma pessoa, sem sucesso. E de repente, encontra-se aquilo perfeitamente grafado por outrem, como se ela o tivesse também vivido ou sentido
É mais do que o domínio da palavra; é como se por artes mágicas, aquela pessoa tivesse entrado na essência, daquilo que nos foi vedado.

Isto a propósito do vinho que o meu pai produzia, para consumo particular, quando eu tento descrever como era bom, e como deixava o palato encantado de quem o bebia pela primeira vez:


“O que mais aprecio são pequenas colheitas particulares, vinhos muito puros, leves e modestos, sem nomes especiais; podem beber-se fácil e inofensivamente em grande quantidade, e têm um sabor doce e agradável a campo e a terra, a céu e a bosque. “

In O lobo das Estepes, Hermann Hess

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Dica de leitura: O Lobo das Estepes

Via Wook
Harry Haller é um homem dividido entre o eu civilizado e o eu selvagem; um a antítese do outro, um querendo o oposto do outro, um desprezando o outro, numa eterna luta de domínio e subjugação. É um homem estranho, muito reservado e triste; raras coisas na vida lhe proporcionam alegria e realização, por isso deu-se um tempo para viver, e os 50 anos são o limite. Entretanto, tudo muda quando conhece Hermínia, uma mulher tão superficial quanto profunda; fútil e sábia, adquire sobre ele uma ascendência que o fascina, deixando-se conduzir como que encantado desde então. É a descoberta de Harry e do mundo.

Uma viagem pelas profundezas da alma, a exploração do "eu", a descoberta de si mesmo, que tanto seduz aqueles que procuram um sentido para a vida, e existência. Colou-se-me à alma, a ponto de o considerar um livro indispensável. 
Este vai ficar definitivamente na mesinha-de-cabeceira.  

Título: O lobo das Estepes
Autor: Hermann Hesse
Editor: Difel
Nr de Pág. 266
Preço: 15.14€

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A diferença de roupas para meninos e meninas?


Vai ser cada vez mais difícil controlar as gerações mais novas. Para além de haver mais pais a pensarem e questionarem o instituído, elas parecem nascer já com outra atitude; com mais capacidades e menos conformismo. 
Por vezes penso que a famosa "hiperactividade", tratada com medicamentos, não é outra coisa senão a manifestação desse inconformismo, perante um Mundo inadequado.

Nas crianças reside a nossa esperança do futuro.