quarta-feira, 25 de março de 2015

Tolerância

Fala-se da intolerância como se fosse exclusiva dos fanáticos, no entanto está naturalmente disseminada entre nós, e poucos a parecem notar.
Uma opinião contrária, uma convicção diferente, é para muitos um ataque pessoal. E respondem, por isso, em conformidade. 

Atacam opiniões apenas por serem diferentes das suas; ridicularizam-nas, acreditando fragilizar as convicções do outro, quando na verdade estão apenas a revelar as suas debilidades.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Modelos Contra Corrente

Via
Todas as vezes que uma estrela de Hollywood "rejuvenesce", mais radicalmente, dá notícia no telejornal. Foi assim com Uma Thurman, com Rennée Zellweger e com Catherine Zeta Jones. Outras vão rejuvenescendo mais gradualmente, empatando o tempo com mais diplomacia, e por isso não se fazem tão notadas. Dizem que é da maquilhagem, que apenas mudaram com a idade, não reconhecendo habitualmente o recurso à cirurgia estética.

É difícil aceitar a passagem do tempo, permitir-lhe deixar as suas marcas, e ter por elas orgulho e respeito. Raras serão as actrizes da meca do cinema preparadas para envelhecer naturalmente. Pergunto-me mesmo se existirão. E quem poderá recriminá-las? Dizem elas que os papéis para filmes diminuem substancialmente, desaparecendo mesmo, depois dos 30 anos. Então, a estratégia e permanecer indefinidamente na trintena. Além disso, a publicidade promove tão eficazmente a ideia da juventude, que qualquer mulher toma como seu objectivo primeiro a captura permanente da idade desejável. E este objectivo torna-se tão imperioso, tão absoluto, que abarca tudo na mente da mulher. Pela sua realização ela paga o preço que for, sem hesitar perde a sua identidade, as características que eram exclusivamente suas, que a tornavam única.

Uma cultura que descaracteriza, que formata o físico e a fisiologia, para que a mulher encaixe num estereótipo de massas, não merece tamanho reconhecimento. Porém, também a formatação mental é produto desta mesma sociedade, e as mulheres submetem-se aos seus padrões. 
E apenas porque estas transformações são demasiado onerosas para a grande maioria, o número que mulheres que as elas se submetem é ainda pouco expressivo. Não são poucas as mulheres que assumem que fariam cirurgias estéticas se tivessem condições financeiras para tal.

Portanto, quando surge uma estrela que pede para não retocarem as suas fotos, como Catherine Deneuve, e até Clara de Sousa, ou se afirmam frontalmente contra as cirurgias estéticas, como Daphne Selfe, eu sinto-me com um pouco mais de esperança.

A história de Daphne Selfe é bastante surpreendente; começou a sua carreira de modelo aos 20 anos, que durou apenas 5, quando casou e se retirou para criar os filhos. Ainda hoje lhe faz confusão que as mulheres não consigam dedicar-se inteiramente à família.
Uma década depois tentou regressar mas o seu tipo estava fora de moda. Foi aos 70 anos, com as rugas que a vida lhe deu, e os cabelos brancos, que deixara de pintar, que alcançou o reconhecimento na carreira. Desfila para as grandes marcas internacionais e trabalha com os estilistas mais prestigiados.
Aos 86 anos é considerada a modelo mais velha do Mundo, e não lhe falta trabalho. 

Envelhecer com semelhante graça, e respeito pelo tempo vivido, deveria ser cultivado como fé comum. Seria o reconhecimento de uma sociedade equilibrada e saudável. Promovamos, então, estes exemplos!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Está na hora de... Renovar o Guarda-roupa!

T-shirt estampada

O crescimento das crianças é daquelas coisas que nos provoca sempre grande admiração. E quando familiares e amigos estão sem ver os meus filhos durante algum tempo, o espanto é ainda maior. Não que o crescimento seja desmesurado - estiveram sempre dentro do percentil correspondente- mas de facto, de há uns tempos para cá a altura de ambos destaca-se. Já não são os mais baixos da turma, nem estão dentre esses - coisa que os inquietou um pouco, quando aconteceu-pertencem agora ao grupo dos mais altos!

Portanto, as roupas vão encolhendo já não somente de um ano para o outro, mas de estação para estação. Ultimamente dou comigo a observar-lhes as bainhas subidas, as mangas repuxadas, e a perguntar-me se me teria enganado na temperatura das lavagens. Mas não! - Eles crescem. É só isso.

E por conseguinte, mudança de estação implica renovação obrigatória de guarda-roupa; sem descurar a peculiaridade das súbitas alterações de temperatura, que tanto sobem como descem, exigirem roupa adequada, ora mais quente, ora mais fresca.

Uma das minhas estratégias mais eficazes, nestas ocasiões, é recorrer às compras online; melhor ainda quando posso usufruir de descontos tão tentadores. Como estes da LaRedoute, que vão até 40%, na nova colecção criança Primavera-Verão, até 30 de Março.

   1.sweat estampada 2.T-shirt 3.Saia estampada  
4.Bermudas 5. Lote 2 camisolas 6. Calções

Bom negócio e prático, a grande hesitação é na escolha... há coisas tão giras, e uma miríade de combinações!

segunda-feira, 16 de março de 2015

A Teoria da Selfie

Apenas há dias, quando me pediram uma fotografia para publicar junto do meu artigo, me apercebi que não tinha fotos minhas. Sozinha. Normalmente sou a fotógrafa, portanto fico excluída, e quando faço parte dos fotografados é sempre em grupo. Para mim, faz sentido guardar as pessoas, reunidas naquele local que também quero registar, é certo, mas principalmente quem estava comigo. 
Parece impossível, na época das selfies, que não tivesse diversas fotos dentre as quais pudesse escolher; contudo, eu nunca tirei uma selfie. É verdade, devo ser caso raro, talvez até caso de estudo.

E pus-me a pensar neste fenómeno que elegeu, já em 2013, "selfie" como a palavra do ano, absorvendo o estrangeirismo como palavra sua, em todas as línguas. Ninguém parece resistir-lhe, cantores, actores, presidentes, o Papa, e recentemente a última das renitentes, a rainha de Inglaterra, até ao comum dos cidadãos. Não há faixa etária exclusiva, nem classe social. Basta possuir um smartphone, aparelho democraticamente disponível. 

Fosse a selfie uma constante reposição do mesmo e já teria certamente saído de moda, porém tem sido metamorfoseada periodicamente, através de, por exemplo, a "duck face", que parece ter sido inventada pela também inventada Kim Kardashian; ou outra parte do corpo de si mesmo, com direito a denominação própria.

Dizem os sociólogos, e psicólogos que é um acto de narcisismo assumido, e que o ecrã se tornou a montra da vida. Não me parecem controversas tais conclusões, vivemos numa era do culto do "eu", da promoção da imagem, da vida vivida em função dessa imagem idealizada e publicitada. São os 5 minutos de fama, do comum dos cidadãos; a imagem de perfil mudada dezenas, centenas de vezes, em busca de um record de likes. A divulgação do local de férias, do prato gourmet, das companhias fashion, da última compra, do último local onde se esteve. Tudo em tempo real, e pouco genuíno. A vida editada para ser alvo de admiração e inveja. Sempre com muitos likes.

Encontraram as pessoas uma forma legal, que julgam não lhes afectar a saúde nem criar dependência, de escaparem à monotonia, ou apenas normalidade da realidade. Atrevo-me a dizer que nunca antes aconteceu, uma escalada de alienação tão amplamente difundida e aceite. Fenómeno transgeracional, que perde pela unanimidade.
É isso o que realmente me preocupa, uma sociedade unificada na sua ausência.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Naan - Pão Indiano Caseiro


Desde que vi a personagem principal d'"A lancheira" a fazer estes pães que fiquei a modos que... obcecada com eles. E tinha razão, já os fiz diversas vezes e todos gostam imenso. A massa pode ficar alguns dias no frigorífico, o que se torna muito prático, pois são óptimos feitos na hora. E nem sequer é necessário ligar o forno, são feitos na sertã. Tudo de bom!

Naan - Pão indiano Caseiro
Ingredientes:
- 4 Chávenas de farinha de trigo  
- 1/4 Colher de chá de sal 
- 1 1/2 Colheres de chá de fermento em pó
- 1 Colher de chá de bicarbonato de sódio
- 1 Colher de sopa de açúcar
- 1/4 de chávena de água quente da torneira
- meia saqueta de fermento seco
-
3/4 Chávena de leite morno
- 1 Copo de iogurte grego, ou natural
- Manteiga derretida para pincelar (pode também usar azeite)
    
Como fazer: 
Numa tigela de tamanho médio dissolva o açúcar na água morna. Adicione o fermento seco e mexa até que o fermento fique dissolvido. Deixe descansar 10 minutos ou até a mistura começar a espumar e subir.

Coloque a farinha, o sal, bicarbonato de sódio e fermento em pó numa tigela grande.

Quando o fermento ficar espumoso e cheirar a pão, adicione o leite quente e iogurte. Despeje os ingredientes líquidos no meio dos secos e comece a misturar usando uma espátula de madeira. Quando a massa estiver prestes a incorporar, use as mãos para terminar a mistura. Assim que os ingredientes ficarem unidos pare de amassar. Deve ficar pegajoso, mas a massa deve formar uma bola e ser suave. Cubra a tigela com um pano húmido ou película e deixe descansar em local quente uma hora, ou se não usar imediatamente, no frigorífico. 

Quando estiver pronto para cozinhar divida a massa em 8 bolas iguais e usando um rolo, estenda cada pedaço de massa com forma oval. Ela deve ser de cerca de 6-8 centímetros de comprimento e cerca de 1 centiímetro de espessura, mas não mais fino. Repetir este método com o resto da massa.

Aqueça uma sertã em lume médio-alto. Pincele os dois lados do naan com manteiga derretida e, se desejar polvilhe quaisquer especiarias do seu gosto, como cominhos ou alho. Coloque o naan na frigideira quente, cubra com a tampa e leve ao lume por 1 minuto, até ver as bolhas começarem a formar-se. Vire e cozinhe por 1-2 minutos, do outro lado, até apresentar manchas acastanhadas. Pincele com um pouco mais de manteiga, se desejar polvilhe com um pouco de sal, coentros frescos ou outras ervas. Coloque o naan num prato, repita com o restante dos naans e sirva. 

Como nunca sobram, não faço ideia se serão bons frios!  

Receita retirada do Half Baked harvest

quinta-feira, 12 de março de 2015

Make-a-Wish

"O IRS não é brincadeira. Mas pode ser coisa de criança"

Para quem não conhece: "A Fundação Make-A-Wish tem como missão realizar o maior desejo de crianças e jovens, dos 3 aos 18 anos, que sofrem de uma doença que coloca em risco a sua vida, levando-lhes um momento de força, alegria e esperança.
Durante os próximos três meses os portugueses podem contribuir para a realização de mais desejos Make-A-Wish através do preenchimento do IRS. "

É tão simples fazer parte desta corrente do bem, não é? 

quarta-feira, 11 de março de 2015

- Obrigado pelo Oscar!

Perguntou-me a minha filha por que todos os vencedores de Oscares agradeciam aos pais, nos seus discursos. 
Acreditar no potencial dos filhos, apoiar-lhes as paixões, incentivá-los com palavras e ajudá-los financeiramente, contra todas as probablidades, é o motor do sucesso. 
Em pequena ou grande escala, com Oscar ou sem ele, é bonito de ver filhos reconhecidos e gratos.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Por que me tornei Vegetariana?

Na verdade era uma coisa de infância. Recordo-me perfeitamente de ser criança e me recusar a comer um bife, por saber que vinha das vacas; argumentei que tinham olhos tristes, como se adivinhassem que seriam abatidas. Claro que os meus pais foram surdos ao meu discurso, e me obrigaram a comer. 
E assim, acabei por sucumbir a um tipo de alimentação que de alguma forma nunca me foi natural. Exemplo disso era o meu esforço para entrar em talhos, e tratar das carnes para cozinhar. Tive sempre que abstrair-me do que fazia nessas ocasiões. Fiz sempre um esforço enorme, e senti sempre uma certa "repugnância".

Porém, a minha família é bastante avessa ao vegetarianismo, e o máximo que consegui  alterar na nossa dieta, foi introduzir duas refeições vegetarianas por semana. A minha filha, que desde pequenina se comporta como eu, perante a carne, foi a maior entusiasta desta novidade. Combinamos que um dia seríamos as duas vegetarianas. Entretanto, eu não pude esperar. Num clique, apercebi-me de que o meu contexto não mudaria, se eu tivesse que aguardar por condições alheias a mim; apenas eu poderia mudar. E de uma refeição para outra, tornei-me vegetariana.

Perguntam-me agora, constantemente, o que me levou a mudar de alimentação. Alguns, já conhecedores do documentário Cowspiracy, também concordam que é incomportável para o planeta que as pessoas continuem a consumir carne nas quantidades actuais. Porém, acreditam que basta consumir menos. Muitos, reforçam dizendo que necessitamos da proteína animal; ignoram, todavia, que há imensas alternativas vegetais para suprir essa necessidade.

Para mim, a questão do Vegetarianismo faz sentido porque se baseia em 3 pontos extremamente importantes.

1º Não quero que a minha alimentação seja feita às custas de violência contra seres vivos, seja durante a criação desses animais, seja no abate. 

2º Considero a forma como os animais são criados, muito artificial, e nociva ( senão letal) à nossa saúde.   

3º A criação de animais para consumo provoca um desgaste dos nossos recursos naturais, que está a destruir o nosso planeta. 

Há diversos estudos que fundamentam, e provam, o sentimento de dor e perda na forma como os animais são tratados. Nós precisamos de sentir compaixão por outros seres, e aceitar que eles sofrem com o nosso estilo de vida. 
Para isso, necessitamos informar-nos. Não tem de ser assim, pois temos outra alternativa. Apesar de ter nascido no campo, só há poucos anos soube que as vacas não davam leite naturalmente, mas apenas quando tinham filhotes. Com certeza, os agricultores meus vizinhos não lhes retiravam os vitelos 2 dias após o parto, nem as inseminavam artificialmente para manter as vacas em ordenha permanente. Porém, na indústria dos latícinios a natureza é enganada com medicação, e químicos, que passarão para o leite que havemos de consumir. 

Fala-se tanto em cozinhar com amor, que é esse o têmpero inprescíndível para confeccionar pratos saborosos, e no entanto esquecemos que estamos a cozinhar sofrimento.

Recentemente, li um texto de uma mãe vegana que me convulsionou imenso. Interrogava-se ela: "como é que se pode ter um gesto de amor quando estamos a dar sangue, morte e violência aos nossos filhos?"

Não pretento convencer ninguém. Reconheço que a convicção tem de vir de nós mesmos, é uma questão de consciência, e cada um de nós tem o seu tempo. Se a motivação nos for alheia, à menor tentação resvalamos para o ponto de partida.

Sei que cozinho agora com alegria. Dei comigo a cantarolar enquanto preparava as minhas primeiras refeições vegetarianas. E também devo cozinhar com amor, pois a comida resulta inacreditávelmente deliciosa! Testei este fim-de-semana, num jantar de família, e até mesmo os mais reaccionários gostaram e repetiram.


Mais informação:
6 documentários sobre os animais e meio ambiente
Como se tornar vegetariano?
A verdade sobre a produção de leite

quinta-feira, 5 de março de 2015

#Ser_Mulher

Tive o privilégio de ser convidada pelo blog do Oleban, para escrever um artigo, cujo tema me é particularmente caro. Sem maquilhagem, nem photoshop, literal e metaforicamente.

Passem por lá!

quarta-feira, 4 de março de 2015

Caminhando com Tim Tim


Enquanto muitos pais impedem que os filhos toquem em animais, incutindo-lhes medo; ensinam a indiferença, mostrando-se cegos; promovem o culto da higiene, interditando brincadeiras que sujam, outros aprendem com os filhos.
Muito poucos, infelizmente. 

Não é o caso desta história, que é uma história feliz. De pais que redescobrem o Mundo pelos olhos do filho, e lhe dão a oportunidade de descobrir o Mundo.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Ditado do Mês

"Março marçagão, de manhã cara de riso à noite cara de cão."

Com a instabilidade das previsões metereológicas, resta-nos ter alguma fé nos provérbios populares. E que estes dois dias não façam o mês!