sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A Barbie do séc.XXI

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Nos últimos anos a contestação à boneca Barbie tornou-se muito comum, e até polémica. A influencia da imagem feminina publicitada tem grande peso na projecção das mulheres, e nas mentes mais jovens, ainda mais susceptíveis, torna-se deveras preocupante. No caso, meninas muito pequenas, sendo "educadas" a considerar a imagem da Barbie como beleza perfeita. Conceito de beleza ideal.

Porém, o número crescente de jovens com distúrbios alimentares, nomeadamente a anorexia, tem levado a sociedade a reflectir no que estará errado com a nossa cultura.   
  
Relativamente à Barbie, está errado este estereotipo irreal de beleza, condicionadora de desejos igualmente irreais; este desfasamento incomodou sobretudo feministas e mães, que viram na boneca uma influencia perniciosa. 

As marcas sabem que o que elas dizem a respeito dos seus artigos já não é o mais importante; o que conta agora é o que os compradores dizem uns aos outros ( quem nunca consultou um fórum para se informar de um produto, antes de o comprar?). Portanto, as críticas à Barbie expandiram-se, alertando sobretudo as compradoras da boneca - as mães e educadoras. 

Porém, se as empresas são renitentes à mudança das suas filosofias, mesmo surdas às críticas dos consumidores, o argumento derradeiro é cartada deste - boicote às vendas. Portanto, desde 2012 que as vendas da Barbie estão em queda. E como contra factos não há argumentos, a Matttel teve finalmente de render-se.

Não deve ter sido fácil para a empresa, conceder, renegando o conceito original da boneca, para representar outros tipos de corpos. É, todavia, a decisão mais acertada e justa. A oferta de diversos tipos de boneca é mais representativa e realista; as crianças poderão olhar para as Barbies, vendo-as como projecções possíveis.  
Há ainda quem critique, dizendo que a Mattel poderia ter ido mais além, de encontro a modelos mais realistas; de certa forma, há uma característica subjacente à Barbie que deve permanecer, para que a Barbie continue sendo ela mesma

A mim, parece-me que esta mudança foi revolucionária. Uma vitória do consumidor, mais consciente do que implica o acto de comprar; mais atento e exigente àquilo a que expõe os filhos. E é bom que as marcas tomem disso conhecimento, e nos levem a sério. 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O poder da palavra

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É tão grande que consegue mudar mentalidades, fazer modas e alterar rumos. Senão, veja-se o caso de "cozinheiro"; profissão de segunda, pobremente remunerada e mal-amada. Bastou uma geração reclamar-se como "chef", para se tornar glamorosa, apetecível e muito bem paga.

Tanto que, há quem deixe profissões, classicamente bem conceituadas, para pegar nos tachos, e quem sonhe em fazê-lo desde tenra idade. Os sucessivos concursos televisivos, os programas de "chefs", os artigos nas revistas, são propaganda inflamada que alimenta o gosto. 
De repente, descobrimos que não há quem não goste de cozinhar neste pais; apresentadores, actrizes, comentadores e políticos, todos eles com acentuado gosto culinário. 

A imagem é fundamental, e não sendo obrigatória a beleza ( embora aconselhável!), é absolutamente necessário ser sexy.

E não admirará que resulte de todo este pacote, promovido com tanta  eficiência, em termos hoje, mais chefs do que cozinhas!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

De todos os sítios do Mundo...

A Letícia olhava, muito séria, e fixamente, para a minha barriga.
- O que foi, filha? Pergunto eu, curiosa.
- De todos os sítios do Mundo onde já estive, esse é o mais incrível! 

Poderá alguém refutar semelhante conclusão?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A mãe Francesa

Portugal tem uma coisa muito boa: as mães são muito carinhosas com os filhos. Outras coisas acho que podiam aprender mais com os franceses: responsabilizar-se pelos seus actos e sentir-se parte activa da sociedade, são aspectos que os franceses levam mais a sério. Em Portugal, toda a gente culpa os outros dos problemas mas escolhe-se poucas vezes responsabilizar-se. Em França as pessoas queixam-se, mas agem. Parece-me que uma educação geral mais atenta e firme das crianças permitiria melhorar a eficiência da sociedade portuguesa. Assisto diariamente nos adultos a hábitos anti-produtivos: chegar atrasado, não respeitar os prazos, fazer as coisas sem grandes cuidados, envolver-se o menos possível no trabalho para evitar "chatices". Seria útil ensinar limites aos filhos: ser pontual, ter responsabilidades em casa, esperar a sua vez para falar, saber ficar calmo quando é preciso, falar mais baixo, não dizer palavrões, etc. Ensiná-los a encarar os desafios de forma optimista também me parece valioso nestes tempos difíceis, e é preciso determinação para isso.

Promover a cultura, sem dar demasiada importância à cultura de massa ( Disney, etc.), e sensibilizá-los par ao respeito ás diferenças: inclusive a das próprias crianças. Acho que é uma forma de respeito deixar o seu filho desenvolver a sua penalidade, independentemente dos nossos desejos de mãe. Por exemplo, deixar-lhe a opção de escolher as suas opções espirituais: não o baptizar nem inscrevê-lo na catequese

Uma ideia bem francesa: promover a leitura de bandas desenhadas. São divertidas, espertas e há para todos os gostos e idades. Os pais franceses costumam deixar algumas na casa de banho, que é um óptimo sítio de leitura! Outra ideia divertida é assistir a espectáculos de comédia ou "one man show". Costumo ouvir na Internet a estação de rádio "Rires et Chansons", e a minha filha fica logo bem disposta!
E, finalmente, informo que em França comem-se croissants sem fiambre nem queijo! Seria comparável a comer um pastel de nata com fiambre e queijo! 
Régine Campagnac, uma filha de 8 anos, in revista Activa, Maio 2015 

A mãe francesa aponta aspectos muito interessantes, com os quais concordo totalmente; a responsabilização e o respeito, por exemplo. No entanto, para as ensinarmos, temos antes que ter os ensinamentos como nossas práticas, não é?
Dá também dicas importantes, que por coincidência foram implantadas cá em casa, desde sempre, como as B.D's. Portanto, obviamente, estamos também em sintonia.
Há, todavia, algo de que discordamos totalmente: croissants! É que nem para comparar com as natas, dá! O croissant é seco e muito pouco doce; portanto, o queijo e o fiambre ficam-lhe bem. 


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A quem serve a Escola?

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Esta última notícia, sobre o alargamento do horário escolar, tem causado grande celeuma. Como sempre, há quem concorde, e quem discorde. Quem veja aspectos positivos, e quem veja aspectos negativos. Mas quais terão mais peso?

Para os primeiros, é um problema resolvido; por exemplo, para pais que trabalham depois do actual horário lectivo. Deixam de necessitar de recorrer ao A.T.L., e com isso, menos um encargo no orçamento familiar. Ou então, as crianças passam a ficar resguardadas, em vez de deambularem pelas ruas entregues a elas mesmas
Além disso, quem não quer, não fica! O horário não é obrigatório.

Para outros, como os professores e profissionais educativos, é um problema que surge, com a possibilidade de horários incompatíveis com as suas próprias famílias. Receosos de verem os seus horários mais fragmentados, entre escolas, e localidades diferentes. 
Preocupados por anteverem alunos cada vez mais irrequietos e saturados da escola. 

Muito se supõe, porém, o facto é que Portugal ocupa já o 2º lugar de mais horas na escola.

O famoso psiquiatra Augusto Cury afirmou: " Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva.", atribuindo a responsabilidade aos pais, Escola e excesso de estímulos. Haverá quem lhe rebata o discurso, e se negue a ver nele uma realidade preocupante?

Podemos filosofar, todavia é certo que tudo se conjuga a favor do mercado de trabalho. Mercê da crise, as relações laborais tornam-se  cada vez mais insanas; reféns do medo ao desemprego e precariedade, os trabalhadores aceitam a disponibilidade absoluta, enquanto a remuneração vai em caminho inverso. Cada vez mais frequentemente, acumulam trabalhos. Indisponíveis para eles mesmos, e suas famílias. Para os seus filhos.
A nossa realidade promove a alienação de pais e filhos. Uns dependentes do trabalho, outros enclausurados em escolas e dependentes de consolas. O Estado, como um "bom patriarca", assim o institui.   

Para fechar o ciclo, atam-se as pontas soltas; a escola fica aberta até às 19:30. Mas... alguém perguntou às crianças o que elas querem? O que elas precisam? O que elas sentem?

  

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Hamburger de Quinoa #Vegetariana



Nunca um hambúrguer me soube tão bem! Também adoro o de feijão frade, e hei-de partilhar aqui a receita ( quando a máquina fotográfica for mais rápida do que o meu apetite!), prometo. 

Hambúrguer de Quinoa
Ingredientes: 
300 gr de quinoa cozida
1 batata cozida
½ cebola picadinha
Salsa
sal e pimenta a gosto
Cominhos a gosto
pão ralado

Como fazer:  
Lavar muito bem a quinoa, passando-a por água corrente diversas vezes. Levá-la a cozer, numa proporção de um para dois, de água. 
Colocar a quinoa cozida num recipiente, com a batata em puré, a cebola e salsa picadinhas, temperar com sal, pimenta e cominhos; misturar tudo, salpicando um pouco de pão ralado. 
Formar os hamburgeres à mão, ou com ajuda de uma forma, envolver com pão ralado.
Untar uma sertã com óleo vegetal e grelhar, de um lado e de outro.

Servir no pão, ou no prato, com batatas fritas. 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A oração dos cinco dedos

Catholic.net
No sábado passado, o programa "E Deus criou o mundo", na Antena2, era sobre a oração. A esse propósito, o representante da Igreja Católica mencionou a oração dos cinco dedos do Papa Francisco. Pareceu-me fazer todo o sentido
Uma estratégia perfeita; quando pensamos com o coração, é esse nível que se atinge - o da perfeição. 

1. O polegar é o dedo mais próximo. Então, começar a orar por aqueles que estão mais perto de si. Eles são os mais fáceis de lembrar. Orar por aqueles que amamos, é "um trabalho doce".
 
2. O próximo dedo é o indicador: Ore por aqueles que ensinam, instruem e curam. Eles precisam de apoio e sabedoria para conduzir outros na direcção certa. Mantenha-os em suas orações.

3. O próximo dedo é o médio, que na realidade e o mais alto. Lembra-nos de nossos líderes e os governantes, que têm autoridade. Eles precisam de orientação divina.
  
4. O próximo dedo é o anelar. Surpreendentemente, este é o nosso dedo mais fraco. Os pianistas conhecem-no por isso. Ele lembra-nos de rezar pelo mais fraco, o doente ou perturbado por problemas. Eles precisam de suas orações. 

5. E, finalmente, temos nosso dedo mindinho, o menor de todos. Este deve lembrá-lo de orar por si mesmo. Quando terminou a oração para os quatro primeiros grupos, as  suas próprias necessidades aparecerão na perspectiva correta, e estará preparado para orar por si mesmo de uma forma mais eficaz.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Um ano de dieta vegetariana


Quando, há um ano, mudei os meus hábitos alimentares tinha a certeza de que queria, de facto, dar esse passo. Porém, não estava totalmente segura de como seria esse processo; não queria sentir falta de carne e peixe.
Não queria sentir-me "desconsolada" com a minha nova alimentação.
Não queria que isso me trouxesse algum problema de saúde. 
Não queria ter que tomar vitaminas, ou qualquer outro suplemento que o organismo necessitasse, por já não estar incluído na minha dieta. 
E, sobretudo, não queria arrepender-me e desistir.

Portanto, talvez devido a tudo isto, dizer "sou vegetariana" foi algo que durante bastante tempo hesitei. E a primeira vez que o disse soou-me a falso; o que são algumas semanas, ou até meses, em toda uma vida de dieta omnívora?! 

Demorei imenso tempo a tomar a decisão, que acabou por acontecer numa fracção de segundo, precisamente para ter a certeza de que era uma mudança definitiva. Felizmente, nenhum dos meus receios se confirmou, até à data. 
Não me custa absolutamente nada abster-me de carne e peixe, nem sequer os meus (antigos) pratos preferidos me tentam. 
A comida vegetariana é muito reconfortante e apetitosa, de forma que,
confesso, por vezes como demasiado, apenas por gula! 
Sinto-me optimamente, as minhas últimas análises confirmam-no, e mantenho o peso ( 53 kg - 1.66 cm ), o que sendo eu naturalmente  magra, manter o peso é bom.  
Não me sinto nada arrependida desta mudança de dieta; num ano, nunca vacilei nem hesitei. Sou vegetariana. 

A dificuldade de alimentar-me fora de casa, fosse em férias, ou em casa de amigos e familiares, foi um ponto que desconsiderei. Quando as pessoas me começaram a questionar, simplifiquei dizendo que comeria o que houvesse para todos, excepto a carne e o peixe. E que levaria a minha comida quando isso fosse necessário, o que aconteceu na Páscoa, entre familiares, e no Verão, entre amigos. Para mim foi absolutamente normal, enquanto para os outros foi algo curioso; faziam-me perguntas, expunham dúvidas, davam mostras de perplexidade. Considerei razoável, afinal sou a primeira vegetariana da família, e entre amigos. Todavia, suspeito que não será sempre assim, outros tomarão o mesmo rumo, a seu tempo. 

Continuo, obviamente, a cozinhar carne e peixe, a minha família é omnívora, e por vezes cozinhar duas refeições diferentes é complicado. Adquiri então o hábito de cozinhar várias refeições e congelar; a diversidade na arca congeladora é muito prática e compensadora. E tenho também alguns truques, que o tempo e experiência me ensinaram; se a família tem uma refeição que inclui arroz seco, faço para mim uma omeleta, por exemplo. Ou salteio cogumelos com molho de soja, que envolvo no arroz. 

Sinto-me muito satisfeita com esta mudança, que considero ter sido um dos meus maiores sucessos em 2015. Sei que ninguém convence ninguém a mudanças destas; é algo que deve ser decidido a nível de consciência. Contudo, acredito que saber mais sobre a forma como os "alimentos" da dieta omnívora são criados e tratados, tomar conhecimento de que os animais também sentem, e percebem o processo de morte, são informações que nos motivam fortemente. A empatia é geradora de grandes mudanças no nosso íntimo, e se há coisa que este Mundo necessita é de empatia. 

Mais informação, aqui:
Vida Animal
Cantinho Vegetarian
ANDA