quarta-feira, 20 de setembro de 2023

- Calma, estamos só a discordar!

O post anterior serve, de certa forma, para o tema que pretendo explorar hoje, a atitude ideal a ter em debates, segundo o meu ponto de vista.

Utilizo a palavra "debate" de forma muito consciente, pois sei que a palavra "discussão" está, para a maioria das pessoas, directamente ligada a confronto, e por isso, automaticamente, é negativa. Conceito com o qual eu não concordo de todo! Para mim, uma discussão é um confronto de ideias, que per se, só pode ser positivo, Da discussão nasce a luz, como diz o conhecido chavão, o que tem de negativo e lhe está subjacente é a atitude de quem discute, e isso é perfeitamente dispensável, e idealmente deveria ser trabalhada, com prioridade máxima.

No geral, constato que as pessoas misturam tudo, se alguém as contradiz num assunto, acham que estão "contra elas", como já me disseram a mim, entendem como um ataque pessoal, uma ofensa, o que não é realmente! É somente uma forma de ver o assunto diferente, porque temos vivências e personalidades diversas, e disso podem resultar conclusões opostas. 

A perspectiva que o outro nos apresenta, diferente da nossa, pode até nem ter sido ainda lembrada, analisada, e essa é uma oportunidade para a considerarmos, se honestamente não encontramos nela sentido, descartamos e mantemos a nossa. Tão simples quanto isso. Mas não, as pessoas zangam-se, elevam a voz, e às duas por três já não estão a debater argumentos, já estão no campo da ofensa. Tanto stress porquê? 

Seremos assim tão inseguros que precisamos que todos concordem connosco?! 

Seremos assim tão arrogantes que não possamos conceder que não somos donos da verdade?! 

Entre adultos, eu só posso lastimar pelo que vejo; por mim, digo o que me apraz e não deixo o debate derivar; aprendi há muitos anos uma frase-guia "Nunca discutas com um maluco, quem estiver de fora verá dois", e com ela aprendi a colocar um ponto final em situações que poderiam realmente expor um debate entre doidos. Outra aspecto a que estou atenta é não permitir que a discussão ultrapasse limites, quando já não se debate ideias mas carácter, as palavras ficam com quem as pronuncia, e eu dou-me por satisfeita. 

Porém, sobretudo, entre pais e filhos, vejo que muitas vezes os filhos se retraem de dar opiniões contrárias aos progenitores, por sentirem que isso os vai colocar numa situação complicada, os pais zangam-se. Essa mesma postura também se revela com os professores, e em qualquer relacionamento que sintam autoridade, aliás, a falácia da autoridade tem sido um argumento comummente usado, tacitamente ou não, e repugna-me. Acho de uma grande cobardia, a família e a Escola não são o Exército! 

Considero um grande desperdício de oportunidade que as pessoas se coíbam de partilhar pontos de vista diferentes, por se sentirem ameaçadas; todos poderemos tirar partido desse debate. As pessoas precisam de entender que são apenas opiniões, não são sentimentos, continuamos a gostar das pessoas, continuamos a apreciá-las. 

Esgrimir argumentos foi outrora uma espécie de Arte, em que a eloquência era valorizada, e as técnicas de oratória ensinadas nas escolas. Doravante, necessitamos recuperar essa prática, sob pena de continuarmos a promover uma sociedade apática e passiva. Porém, antes de tudo, temos que tornar o espaço das discussões um espaço seguro. 

Uma sociedade responsável, com maturidade e sentido crítico, precisa de debates, é daí que se chega a conclusões. E isto exercita-se primeiro em privado, na família, depois na Escola, e finalmente em público. É necessário promover esta prática, com respeito pelo outro, com abertura e aceitação. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

A Maturidade Necessária para Debater Temas e Opiniões

 -Às vezes gosto de te contrariar só para discutirmos.

-Ai, sim?!😐

- Adoro discutir com alguém e que no fim continue tudo bem connosco.

( Meu filho, 22 anos)

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Notícias do Jardim - Verão

 

Publicado assim até parece que o meu jardim foi muito mais colorido e abundante, do que realmente foi; as flores foram desabrochando ao seu ritmo (definitivamente não ao meu!) de forma que todos os dias havia novidades, ainda há, aliás e felizmente, muitos botões para desabrochar. E foi sempre com uma visita matinal, ao jardim, que comecei os meus dias. 

Da minha vistoria ao jardim faz parte a descoberta de insectos, dos habituais ou dos novos que foram surgindo devido às plantas introduzidas este ano, como a arruda, de quem as larvas de borboleta parecem gostar particularmente. Uns deixam-se fotografar, outros são mais esquivos, mas ainda assim fico feliz só de os ver e saber que frequentam o nosso jardim; hoje de manhã vi uma libélula enorme, que deu uma volta ao jardim e se foi sem que eu tivesse tempo de mais nada para além de a observar maravilhada. 


E por fim, a ultima das recompensas, as framboesas e morangos que não sendo em grandes quantidades são suficientes para fazer batidos, decorações de bolos e panquecas, e até para oferecer uma caixinha, uma vez ou outra, e as flores que decoram as mesas. E quase me esquecia, as uvas! Que não sendo tratadas quimicamente, são abundantes e deliciosas.
 
É  muito gratificante ter um jardim, em todos os sentidos.  
Aconselho a todos, com jardim ou apenas um terraço ou varanda, para além da terapia é um passatempo que dá frutos, e não só em sentido figurado, como podem ver. 

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Calma... ainda é Verão!

 

Um dos sinais, evidentes, de que as pessoas estão constantemente fora do Presente é quando começam a falar, e portar-se, como se já estivessem na Estação seguinte. Não sei se é por terem esvaziado o conteúdo do Verão, neste caso, se por quererem ser pioneiras ao trazer novo tema, ou qualquer outra razão, pessoal ou comum, mas o facto é que se colocam adiante, ao publicarem fotos de imagens outonais, de roupas da Estação seguinte, ou receitas para dias frios. Sinceramente, não sei exactamente qual a pressa em antecipar o Futuro, eu adoro o Verão, e gosto de o apreciar até para além do último dia, se a meteorologia o permitir. 

Para mais, este Verão, apesar de previsto e frequentemente noticiado como efervescente, e com ondas de calor assustadoras, foi fraquito; não me recordo de ter vestido tantas vezes o meu roupão polar, que reservo para o Inverno, em vez do de algodão, pela manhã; não me lembro de ter tomado tão poucas vezes o pequeno-almoço no jardim, por estar fresco demais; de ter ido à praia tão poucas vezes pela instabilidade do tempo, etc. . Portanto, não estou com pressa de dar o Verão por terminado, por ainda não estar satisfeita com o que ele me proporcionou, e que eu esperava. 

Por outro lado, se tenho vontade de passar para uma Estação fria, vestir camadas de roupas, apanhar chuva, comer assados e comida quentinha? Ainda não. Quando lá chegar quero aproveitar tudo isso, embora, francamente, a chuva dispenso muito. Entretanto, quero desfrutar ainda do que resta do Verão, as praias estão mais vazias em Setembro, a natureza aprazível, as saladas continuam deliciosas, a fruta sumarenta e diversificada, os meus filhos ainda de férias. Quero viver o momento presente, desfrutar do que me proporciona agora. 

Pensar no futuro continuamente retira-nos do momento, e localiza-nos num tempo suspenso, o Futuro, que é somente aquilo que projectamos, já que não existe, estamos continuamente no Presente. Insistir que estamos onde não estamos não é saudável, não é pacífico, e causa ansiedade. 

Viver no Presente é uma aprendizagem contínua, um desafio que voluntária e conscientemente nos impomos, dado que pela tendência externa somos, constantemente, projectados adiante. Porém, tudo o que temos como garantia é o Presente, e que merece ser vivido plenamente.