sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

E para este Carnaval?

O meu afilhado escolheu este. Mal posso esperar para ver o meu super-herói!
Já não falta muito para o Carnaval. As lojas já há algum tempo nos recordam que está na hora de escolher a fantasia, e as crianças, sobretudo, não nos deixam esquecer. Animam-se os pequenos com a profusão de disfarces, abrangendo todos os gostos; uns mais catitas, outros mais exuberantes, outros assustadores, outros alegres, de acordo com a diversidade das personalidades, ou das personagens da moda. 

Cá em casa o Carnaval servia, sobretudo, de pretexto para comprar mais uma fantasia, para se juntar ao "guarda-roupa" cénico que a Letícia mantinha. Porque todos os dias são bons para as crianças fingirem que são super heróis, piratas, fadas ou bailarinas e princesas; a minha filha, e amigas, adoravam vestir as fatiotas para melhor encarnarem as personagens que criavam ou recreavam. Vestidas a rigor, as brincadeira ganhavam outro colorido e interesse. Eu achava-lhes imensa graça!

Claro que sendo o Carnaval a data oficial, é pretexto para ultrapassar as quatro paredes e desfilar publicamente. Cada criança é protagonista da festa, seja em casa, na escola, ou caminhando pela rua. É a diversão cerimoniosa, com data prevista, e por todos aguardada.
E depois da festa? Passa tão depressa! Não faltarão oportunidades para envergar a fantasia; para além de brincadeiras intermináveis, pode, por exemplo, inspirar o tema de festa de aniversário. É só deixar a fantasia à vista, no guarda-roupa, junto ao outro vestuário!

O Vegaoo é um site de fantasias que disponibiliza milhares de disfarces e acessórios, para todos os gostos, interesses, tamanhos e preços. Para escolher comodamente em casa, sem stress, nem pressas; com envio expresso( no mesmo dia) chega ao domicilio num piscar de olhos. Não poderia ser melhor.

E bom Carnaval!  

Nota: texto em parceria com o Vegaoo

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Um dia no Museu

Musée des Beux-Arts de Lyon, Foto de Letícia
Ainda hei-de passar um dia inteiro num museu de Belas Artes. Estarei lá à hora de abertura, sem me preocupar com almoço e lanche, sem olhar para o relógio, saindo apenas quando o museu encerrar portas. 

Ninguém me acompanhará, nem combinarei hora e lugar para visitar seja o que for nesse dia.

Irei parar o tempo que quiser a admirar telas, sem ninguém a apressar-me. Voltarei para trás as vezes que entender. Sentar-me-ei num banco sem pressa, a contemplar, a devanear e a tirar notas, se o entender. 

E se por um feliz acaso, encontrar o mesmo velhinho, que discutia El Greco diante de uma tela deste pintor e da qual se afastava relutante, voltando uma e outra vez, com um acompanhante enfastiado, vou perguntar-lhe. 
Vou perder a minha reserva natural, e aquela que a boa educação me deu, e perguntar-lhe directamente o que vê de tão fascinante naquela tela.

Não sou exigente, sobre a sua localização, pode ser em Paris, Londres, Florença ou Amsterdam. Ou Lyon, pela 4ª vez. Mas desta vez, serei apenas eu. E isto não é ingratidão para quem teve paciência de me acompanhar repetidas vezes. É somente um grande capricho meu.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A Mãe Angolana

"As angolans são mais rigidas do que as portuguesas, acho eu. Eu recomendo que não cedam aos caprichos das crianças e que não tenham medo de se fazer obedecer. 
Nós, angolanas da minha geração, que tenho 38 anos, crescemos sem espaço de manobra. Não sei se era das sequelas da guerra, de pais que estavam pouco tempo connosco e portanto tinham 
de se concentrar no que era essencial, mas a educação em nossas casas sempre teve muita rigidez. Crescemos com a ideia que os nossos pais eram a autoridade máxima, e isso nunca nos fez confusão. Levávamos palmadas e havia mesmo quem levasse chicotadas, mas na realidade só era preciso um olhar para obedecermos. Crescia-se com o fantasma do chinelo ( às vezes não era só o fantasma). 
Eu não sou tão rígida com os meus filhos porque os tempos também são outros, mas mantenho essa ideia de que os pais são a autoridade máxima, que partilham com os professores (a educação, acho eu, deve ser trabalho conjunto). E os meus filhos também obedecem a um olhar meu.
Eles não fazem birras em casa, não choram no hipermercado. Nem é preciso levarem uma palmada - o meu olhar é desafiador. E isto não significa falta de carinho. Eles amama-me na mesma porque eu estou com eles em todas as alturas importantes da vida deles. 
Acho que os pais não deviam ter tanto medo que os filhos deixem de gostar deles, porque a nossa posição de pais já está mais do que garantida. Ainda hoje, quando o meu pai me diz: Tu vê lá! eu ainda oiço."
Carla David, dois filhos de 4 e 9 anos, in Revista Activa, Maio 2015 

Fiquei com a impressão que para a mãe angolana a ênfase da educação está na "autoridade"; que os pais sejam a autoridade, reconhecidos como tal, e que por isso se façam respeitar e obedecer.

Não posso discordar da brandura dos pais portugueses, porque me parece um facto; por vezes, e talvez demasiado frequentemente, as crianças parecem ser a autoridade nas suas famílias. Decidem, escolhem, rejeitam e "exigem", sobre coisas que ainda não têm maturidade para tal. 
Segundo os psicólogos, é mais pernicioso a parentalidade omissa do que a autoritária; as crianças confundem-na com "indiferença" dos pais. Então, aqui está algo que podemos aprender com a mãe angolana. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Recebi Flores!


Já há muito tempo que não recebia flores. Costumo comprar para decorar o hall de entrada, mas com a decoração de Natal nem essas flores tinha. De qualquer forma, eram flores compradas, não oferecidas. E tinha saudades de receber flores. 

Depois de guardar a decoração de Natal, fui à Florista, pensando no hall, e deparo-me com um único ramo de tulipas. Perfeito. Desde criança, as minhas flores preferidas. 

Naturalmente optei por essas, mas já não com a intenção de decorar o hall de entrada; comprei-as para as oferecer. A mim.

Pode parecer estranho, disparatado até, mas senti-me imensamente feliz e grata, por as ter recebido, mesmo vindas de mim. 

Todas as vezes que passo pelas tulipas a intenção da oferta renasce; não são apenas as flores que estão a decorar o hall, são as tulipas que recebi!

Por que esperar que alguém nos ofereça flores? Quando achar que lhe apetece, que merece, que precisa de flores, para alegrar o seu dia, seja o que for, ofereça-as a si mesma. Porque não teriam o mesmo valor?


Acaso não devemos ser nós as primeiras a valorizar-nos? Penso que sim.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Jogos de Espelhos

Nem todos os filhos do pintor desenham extraordinariamente bem. Nem todos os filhos do escritor consagrado gostam de escrever. O filho do político pode naturalmente abominar a política. E o filho do economista ser mau aluno a Matemática. Ser filho "de" não significa ter o mesmo talento "que". Podemos herdar gostos e tendências mas não é garantido, e muito menos será que se herde a genialidade. Aconteceu a muito poucos, parece-me, aliás, assim de repente só me recordo dos Strauss, e dos Bruegel. 

É certo que não deve ser fácil seguir as pisados dos pais quando estas são imensas, e sujeitar-se à comparação entre um e outro. Talvez muitos evitem seguir as mesmas carreiras por isso mesmo. Porém, a grande parte não o fará por falta de vocação. E não há nada de errado com isso, é um direito legitimo que nos assiste, seguir o nosso caminho.

Nem todos estamos talhados para grandes feitos. Todavia, esta constatação evidente parece ser de difícil aceitação, para muitos pais. Esperam que os filhos os igualem, ou superem alcançando o sucesso que eles não conseguiram, e mostram-se frequentemente insatisfeitos, impondo um grau de exigência desmesurado. Por isso, frequentemente, resultado de frustrações e amarguras, as relações entre uns e outros são tensas, difíceis.

Tudo o que os filhos querem dos pais é serem aceites. E quando a condição para isso é o sucesso, e este não é alcançado à medida do que os pais esperam, não há obviamente motivo para orgulho. Na falta deste a aceitação é impossível. 

A definição de "sucesso" é tão variável como a definição de "bom gosto", pelos tempos. E também subjectiva, dependendo do sujeito. Para mim, é não virar costas àquilo que é correcto. E ser feliz. Ouvir pais dizer que o que querem é que os filhos sejam felizes vai-se tornando mais comum; sinal da mudança de mentalidades, dirão uns, ou reflexo de sociedade desenvolvida, preocupada com o supérfluo, dirão outros. Seja como for, é uma novidade boa.

Independentemente de expectativas, desejos e sonhos, existe da parte dos pais um imenso amor pelos filhos. Por isso acredito que as relações entre pais e filhos podem ser mais fluídas e cristalinas. E fáceis. Temos apenas que nos aceitar como somos, seres independentes e únicos, cada um com o seu caminho para fazer. Este é o nosso grande desafio, interiorizar e aceitar que os filhos não são o nosso reflexo. Mas têm imagem e luz próprias. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Balanço do Ano Velho, Planos para o Ano Novo

Todos os dias são Ano Novo, e cada um, uma nova oportunidade para mudar, no entanto há duas datas imensamente impactantes e poderão alavancar mudanças, ainda com mais sucesso: o nosso aniversário e o Ano Novo. 
São datas que se proporcionam a balanços, sendo estes que nos impulsionam. São datas poderosas, que podem animar-nos a mudanças, inicio de planos, etc.

Portanto, estamos numa dessas datas. Encontrei estas guias no blogue Mulher Verde, que aqui partilho, por me parecerem perfeitas: 

- O que estou celebrando agora, neste exacto momento? 
- O estou deixando para trás, ou seja, que não aconteceu conforme o esperado?
- O que eu quero que aconteça em minha vida em 2016? 
- Como posso melhorar minha qualidade de vida neste ano?
- O que fazer para ter mais felicidade (ou paz, ou saúde, ou prosperidade, ou seja lá o que for) em 2016?

Apenas acrescento uma sugestão: 

- Reunir uma colecção de “eventos memoráveis” de sua própria vida.

Sempre tive propensão para coleccionar coisas, papel de cartas, blocos de notas, caxinhas em porcelana, etc., mas nunca levei muito a sério essas minhas colecções. A um nível inconsciente pensava que não era aquela a colecção certa.
No ano que passou compreendi, finalmente, que "eventos memoráveis" é de facto a única colecção que merece total empenho. Esta si, é a colecção que vale a pena!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O Amor é Caro... ou Raro?

Cada vez mais me convenço que a oferta de presentes no Natal, dos pais para os filhos, não passa de um ajuste de contas. De tal forma bem embrulhada em boas intenções, que nem os próprios se apercebem, de como essa doação é a negação da própria palavra.

Não passa de uma compensação atrasada pelo tempo que não lhes foi dedicado, pela falta de atenção, de paciência, interesse, ou qualquer outra coisa que não traz etiqueta pendurada.

E quanto maior é a culpa, seja lá ela qual for, mais caro é o presente. Transversal a classes económicas (havendo vontade o resto acontece, ou não existissem Cetelem's), apenas a motivação diverge.
  
Muitas vezes, é um ajuste de contas de si para si; porque não teve quando era pequeno, porque os pais não podiam ou não queriam. Ou um ajuste de contas com outrem: - Se os outros têm porque não há-de ter o meu filho? Não é menos do que eles. Eu também posso!

Em todo o caso, existe sempre uma motivação egoísta na origem da oferta. Seria uma ingenuidade pueril acreditar que é somente um acto altruísta. 
Nem que seja a mais vulgar de todas, e talvez a menos egoísta, dar causa alegria, e saber-nos causa desse sentimento faz-nos sentir bem.  
Pode a oferta reflectir amor? Certamente, mas então o valor económico já não será disso reflexo. Ninguém oferece uma flor, no Natal. 
Os desvarios financeiros que se cometem nesta Festa estão impregnados de sentimentos que antagonizam a própria época. 

Ironia das ironias, numa celebração que convida ao recolhimento todos se viram para o exterior. 
E tudo isto dá tanto que pensar...