segunda-feira, 29 de março de 2021

Estratégia para rir - "Friends"


Esta cena mas tornou-se um meme entre os meus filhos. Ela diz, ele ri. 

 

"Friends" foi uma série que eu vi com o meu marido, na RTP2, nos anos 90 e que adorávamos. Entretanto, após ter visto "Foi assim que aconteceu" com o Duarte, e ele ter gostado, propus-lhe que víssemos "Friends", acreditando que ele também se interessaria. Passou a ser um programa nosso após o jantar, a Letícia juntou-se a nós um pouco depois, agora somos três a rirmos mais ou menos das mesmas coisas. Mais ou menos porque cada um de nós ri, por vezes, de coisas diferentes, mas rimos muito sempre.

Era isto que todos deveriam estar a ver, não telejornais ou filmes catastróficos que deixam impressões negativas e ameaçadoras na mente. Precisamos de rir, de boa disposição, para contrariar a realidade que não dá vontade nenhuma de rir. 
 

terça-feira, 23 de março de 2021

A sério?!

 

 

Se isto tivesse sido oferecido por outrem, que não por quem foi, já estava, na melhor das hipóteses, relegado para uma caixa nos confins do anexo. Ou doado, sem pena, juntamente com a última remessa de roupa. 

Assim sendo, está a decorar uma prateleira do quarto da minha própria filha.

terça-feira, 16 de março de 2021

A Natureza dentro de casa

 

 
Os ramos das árvores que vejo cá de casa continuam despidos mas, brevemente, quase da noite para o dia, começam a brotar uns apontamentos verdes promissores, e depois disso, rapidamente, as copas voltam a mostrar-se frondosas e exuberantes, e eu não me canso de as contemplar. É uma atracção que agora vou conseguir explicar.
 
São árvores públicas, mas sinto por elas tanta gratidão e amor, como se fossem minhas. Pensando bem, também são minhas, são de todos nós, estão ao serviço da humanidade na produção do oxigénio, ao filtrar o ar, amenizando as ondas de calor, proporcionando biodiversidade e sombras, enfim,... mas isso já todos sabem, o que talvez desconheçam, é que tal como os humanos as árvores também possuem aura! 
 
Li isso, recentemente, e o mais fascinante é que, durante a noite, as plantas podem duplicar ou mesmo triplicar o seu tamanho com a aura, e que essa energia é muito benéfica ao ser humano. Por conseguinte, aquelas copas gigantescas das tílias, mesmo estando distanciadas da minha casa, pelo menos durante a noite podem entrar no nosso perímetro, e fazer aquilo que fazem em nosso benefício. Portanto, as plantas que temos em casa também funcionam assim, sendo isto uma motivação extra para termos muitas, muitas plantas a decorar os nossos lares.
 
Sem dúvida que, as plantas se tornaram um elemento decorativo muito apreciado de há um par de anos para cá, mas não tínhamos ainda consciência de que fazem muito mais do que embelezar, são terapêuticas, algo que eu já intuía pois só de as contemplar, e apreciar os recortes, a delicadeza dos detalhes, a beleza perfeita, já me sentia bem, mais ligada à natureza. Então, é isso que elas fazem dentro das nossas casas, replicam a natureza que frequentemente não temos no exterior, por vivermos em apartamentos, ou distanciados de jardins e parques. E se antes eu achava que deveria ser comedida com os vasos de plantas verdes e flores, depois desta informação estou mais que convencida que não há limites para o verde, e depois ainda de ver esta casa, cuja proprietária é uma absoluta fã de plantas, e as tem por todo o lado, arranjando sempre mais um cantinho, um espacinho que seja, para mais um vaso, estou completamente rendida! 

Via
Fica lindíssimo, a casa tornou-se tão especial e aconchegante! Só posso crer que a nível de saúde o saldo deva ser mais do que positivo. 

Em períodos de confinamentos, como os actuais, mais se justifica este investimento na recriação de uma espécie de jardim Botânico dentro dos nossos lares. E agora já nem sequer há tanto aquele pretexto " ah, não tenho tempo para regar as plantas", é algo que toda a família pode fazer, nem que seja à vez, e para as crianças e jovens, mexer na terra e água é muito salutar. Em suma, tudo de bom! 

quinta-feira, 11 de março de 2021

Cada um tem o seu caminho

Há duas semanas passei por uma mãe, minha conhecida, e ela levava pela mão o filho mais novo, terá uns dois, três anos, com o rostinho mascarado; sem pensar disse-lhe que por Lei o menino não precisava de usar máscara, ao que ela me respondeu que sabia. Eu encolhi ombros frustrada e segui. 

Aquela cena lamentável não me saia da cabeça, sempre culpando a mãe por sujeitar o filho àquela máscara desnecessária, até que finalmente entendi; ninguém ama mais aquela criança do que aquela mãe. Ninguém quer mais o bem daquela criança do que aquela mãe. Como posso eu ousar, pretender, querer mais o bem do menino?! Não posso, é até arrogante da minha parte. Talvez até a tenha ofendido. 

Decidi então que nunca mais me imiscuiria em situações semelhantes. Que seja o que Deus, e os pais, quiserem. 

Estes dias, no Mercadinho onde faço compras estava uma mãe jovem, com dois filhos, o menino de seis ou sete anos também mascarado e a menina de três ou quatro ainda sem máscara. Olhei para eles e sorri com os olhos, ciente da promessa que fiz a mim mesma. Enquanto pagava, o grito contido da mãe fez-me olhar para trás: - Não toques! Sabes perfeitamente do vírus! 

O menino encolheu-se, e a irmã fez um gesto com a cabeça de encontro aos ombros como se quisesse recolher-se dentro de si mesma. Está a ser poupada à máscara, mas não os berros de perigo da mãe. 

Estas crianças terão que ser muito fortes, inteligentes e amorosas para, um dia, conseguirem ultrapassar estes traumas, perdoarem aos pais e serem adultos equilibrados e felizes. 

E no fim, fico sempre com a dúvida; faço bem em calar-me?! Nenhuma resposta me pacifica ou dá certezas. Eu sei que cada um tem o seu caminho mas continuo a pensar se não estarei a omitir-me. Mas se falar, não estarei a intrometer-me?

Talvez não haja resposta certa para isto, porque o que está errado no principio vai dar errado no fim. 

 

terça-feira, 2 de março de 2021

Dica de Leitura: Marquesa de Alorna

Via Wook
Via Wook

Andava para ler este livro há uns 5 ou 6 anos, mas ia adiando por dar primazia a uns e outros, e fiz mal. E porquê, porque agora estou numa fase em que este já não é propriamente o tipo de leitura que me enche as medidas. E porém, tem aquilo que habitualmente gosto, uma personagem feminina, real, História, enfim, uma biografia histórica. E logo de uma família portuguesa, que sempre me fascinou, os Távora, que pelo papel trágico deixado nas páginas dos manuais escolares povoa um pouco o imaginário de todos nós. 

Há determinadas pessoas que parecem viver diversas vidas dentro de uma, ao contrário dos comuns mortais, foi o caso de Leonor de Almeida, condessa d’Oeynhausen e Marquesa de Alorna; nascida pouco antes da perseguição do Marquês de Pombal à sua família, mas com idade para compreender a tragédia que se abatia sobre si e os seus, foi apesar de inocente, também vítima do ódio deste ministro, tendo sido posta em cativeiro, no convento de Chelas, com a mãe e irmãs.

Apesar de ter nascido no séc. XVIII, teve uma educação esmerada e o seu amor pelas Artes, mais exactamente pelas letras, fez dela uma autora e tradutora afamada, e altamente considerada pelos seus pares. Frequentou as tertúlias mais conceituadas, onde os intelectuais e artistas da época acorriam, e onde participando eram sempre aclamada. 

Foi uma mulher dona do seu nariz, e destino. Após o casamento, viajou pela Europa e viveu em  Paris, Viena, Avignon, Marselha, Madrid e Londres. Privou com a elite aristocrata, intelectual e política europeia. Imiscuiu-se na política do reino, e influenciou os poderosos. Até ao fim foi uma mulher activa e obstinada, quando aquilo em que acreditava lhe merecia a pena, sendo diversas as causas que a apaixonavam e defendia.

A mim espantou-me que nem a educação, nem a família, nem o meio a tivessem condicionado para ser aquilo que não queria ou que esperavam dela; talvez o prolongado cativeiro no convento a tenha moldado de forma contrária, e gravado na sua alma o valor que mais querido lhe era - a liberdade. 

Título: Marquesa de Alorna

Autora: Maria João Lopo de Carvalho

Nr de pág.688

Editor: Oficina do Livro