quinta-feira, 27 de julho de 2023

Animais domésticos em extinção?

Em conversa, diz-me uma pessoa que é contra a esterilização dos animais de rua, que a continuar esta prática, promovida pelas Câmaras e organizações de ajuda animal, os cães e gatos vão extinguir-se, e ainda que isso vai originar um novo negócio, muito mais caro. Disse também que desde sempre os animais foram auto-suficientes, mantendo um equilíbrio entre uns e outros, dentro do eco-sistema. 

O mundo mudou desde que o homem entrou pelo território natural, os animais têm muita mais dificuldade em subsistir, e se já antes a sobrevivência era difícil, agora piorou. Não podemos esperar que os animais de rua, cães e gatos, se desenrasquem sós, e tendo os sacos de lixo desaparecido, o que lhes resta? Caçar-se para se comerem? Para mim este pensamento é bárbaro. Se fomos os causadores do problema, temos agora que tentar encontrar soluções.

No ano passado, uma senhora americana contou-me que a filha trabalha numa ONG de resgate animal, e tem pedidos de adopção de cães a que não pode corresponder, então manda-os vir do Canadá e de outros países mais distantes, a expensas do adoptante. Portanto, eu sei que o primeiro argumento do meu interlocutor está correcto. 

Por outro lado, como podemos consentir que as colónias de animais de rua proliferem descontroladamente, se isso põe em risco animais e pessoas? Os cuidadores destas colónias fazem um trabalho fantástico, ao alimentá-los, vigiando-os e tratando deles quando adoecem ou sofrem acidentes, com ajudas institucionais, e por vezes, até mesmo às suas custas. Estes animais são quase todos dóceis, não fugindo ao contacto humano, e se por vezes surge alguém que adopta um destes animais, eles adaptam-se bem. 

A procura do equilíbrio é sempre um desafio enorme, e quando envolve vidas ainda maior. A castração massiva é algo que também me incomoda, mas de momento parece-me um mal menor. Temos é que ficar vigilantes para que, de facto, não se chegue ao ponto de ter que se pagar para ter um cão ou gato, porque nisto tudo é exactamente nisso que sou, assumidamente, contra, que se pague por animais, quando tantos se podem adoptar. 

terça-feira, 25 de julho de 2023

O Melhor do Verão

 

Das coisas que mais gosto no Verão são os jantares de família no jardim. Agora que estou mais interessada na arte de pôr a mesa, e me divirto bastante com isso, ainda gosto mais. 

Acho que descobri tarde que não é por ter um serviço branco, básico, do qual, aliás, ainda hoje gosto imenso, que tenho que continuar fiel ao mesmo, e não posso comprar outros pratos. O meu problema é o espaço; por outro lado, é bom que algo contenha o meu entusiasmo. 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Bolo de Limão e Alecrim Vegan



Por vezes faço um bolo pequenino, na forma de coração, para a Letícia, este foi para um lanche, em que também assei scones e pão. Acompanhamos com iogurte de soja, de baunilha, uma colherada generosa por cima, para lhe dar uma frescura extra. 

Bolo de Limão e Alecrim

Ingredientes:

Uma chávena de chá de farinha com fermento

Meia chávena de açúcar amarelo

Uma colher de café de bicarbonato de sódio

Raspas de meio limão e sumo de outro meio

60 ml de azeite

80 ml de leite vegetal

Alecrim picado a gosto


Como fazer:

Misturar os ingredientes secos numa taça, e envolver tudo; juntar o sumo de limão ao leite vegetal, deixar repousar, e entretanto misturar os restantes ingredientes aos secos, envolver tudo, e por fim o leite vegetal. 

Levar ao forno em forma untada e enfarinhada, e cozer cerca de 20 minutos, ou fazer o teste de palito. 

quarta-feira, 19 de julho de 2023

A Importância dos Mercados de Bairro

Há muitos anos que tenho noção da importância dos pequenos negócios, nomeadamente das mercearias de bairro, e já quando vivia no Porto, há 30 anos atrás, gostava de fazer aí as minhas compras. Há uns meses passamos em frente a uma mercearia, numa transversal de Sta Catarina, onde eu comprava as alheiras de Mirandela e o queijo, e perante a fila de espera que se prolongava pela rua, comentei incrédula, com a minha filha, que quando eu era cliente do casal idoso, muito lento e afável, agora substituídos por empregados com aventais enormes, a clientela ali rareava. Actualmente, vendem uma diversidade maior e mais dirigida aos turistas. O espaço estava renovado, e embora mantendo a traça, tinha perdido a essência. O positivo, a mercearia mantém-se, o negativo, mas não graças aos locais! 

Serve este intróito para falar do fim da "minha" mercearia local, há cerca de uma semana. Com nova gerência há coisa de 2 anos, uma casa centenária, negócio de 3 gerações, e agora negócio de família também, não se aguentou e fechou portas. Não foi total surpresa para mim, que via a clientela a diminuir e a reduzir-se ao mesmo ritmo da mercadoria nas prateleiras, mas desgostou-me à mesma. Era onde eu fazia compras, ao virar a esquina, apoiando o comércio local, e emprego de duas pessoas; onde encontrava, ocasionalmente, produtos locais e da época, a broa de milho caseira (vinda de alguém que também perdeu um cliente), e sobretudo, onde me conheciam pelo nome, e se preciso fosse, em caso de esquecer a carteira, me "fiavam" fosse o que fosse, e até me ajudavam a trazer as compras a casa! Há disso noutras superfícies?! 

Não posso esquecer ainda que durante as restrições covidescas, nunca me aborreceram por andar com a máscara abaixo do nariz, ou mesmo não a usar, quando não estava lá mais ninguém. E que nunca fiquei à porta em fila, como a maioria das pessoas fez nos hipermercados. Porém, a certa altura, reparei que precisamente para fugir dessas filas nas grandes superfícies, começou a aparecer uma nova clientela, e formaram pequenas filas ali ( comigo nunca, que ando sempre ao contrário dos demais), e fiquei contente, até pensei " Pode ser que com isto percebam o valor dos mercados locais e até constatem que nem sequer são mais caros, como a maioria crê!"; ingenuidade minha, eram somente oportunistas, desapareceram assim que terminaram as longas filas nos Continentes e quejandos. 

É certo que o centro da Vila está em obras há demasiado tempo, constrangendo a mobilidade da população, mas isso não justifica tudo. A responsabilidade recai sobre quem descarta o comércio local, e prefere continuar a enriquecer os Azevedo, os Soares dos Santos, e outros com nomes estrangeiros, em detrimento das famílias que nos estão próximas. 

Nas grandes superfícies somos apenas um, no comércio local conhecem-nos pelo nome, e concedendo-nos delicadezas que no momento de "aperto" se provam essenciais, como o tal esquecimento da carteira, ou a dispensa de um artigo que me esquecia de encomendar antecipadamente, como os ovos caseiros ou a broa de milho. Chegaram a partilhar comigo o que tinham posto de lado para consumo próprio. São estas coisas que valorizo e não têm preço. 

Portanto, tenho-me sentido algo zangada com a comunidade local. Por esta falta de apoio ao pequeno comércio, às famílias locais, ao que é português e singular.

Por outro lado, abriu há 2 anos uma loja bio que tem vindo a expandir-se em variedade, onde eu compro cada vez mais, e prevejo agora passar a comprar ali, essencialmente. Já sei, também, que em caso de "restrições" futuras terei neste comércio uma salva-guarda. O resto que volte a fazer filas nos mesmos de sempre, onde as etiquetas de preços promocionais tapam as anteriores com valores inferiores ou descontos de 1 cêntimo! Há quem goste de ser enganado e desconsiderado, e fazem por isso. Há quem nunca aprenda. E siga a marinha! 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Para Queda de Cabelo

Ouvi de uma senhora entendida em tratamentos e curas naturais, na Antena2.

Lavar o cabelo como sempre, com champô, retirar a espuma com água, e voltar a passar o cabelo por água fervida com alecrim, massajar suavemente, e limpar normalmente com a toalha. 

Cortei umas pontas de alecrim e deixei ferver uns 5 minutos, com água. Depois de frio verti para uma garrafa e guardei para uso de quem quiser. Notei que também amacia o cabelo.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Dica de leitura - Os Apanhadores de Conchas

Via

A meio deste livro senti uma enorme vontade de chorar de tal forma estava maravilhada com ele. Não por nada triste, apenas por ser tão bom! Que maravilha rara. 

Rosamunde Pilcher é uma autora inglesa, nascida em 1924, que desde muito cedo começou a escrever, tendo publicado o seu primeiro livro aos 18 anos. A sua obra é vasta, premiada, e reconhecida pelos leitores, tendo vendido mais de 60 milhões de cópias no mundo. 

Este romance conta a história da família Keeling, à volta da matriarca, Penélope. Há nalgumas pessoas uma fragilidade comovente, como se não pertencessem a este mundo, e cada inalação de oxigénio lhes fosse penosa. Senti que era o caso do pai da protagonista. 

Já Penélope parece ter sido alguém que navegou pela vida ao sabor do vento, não demonstrando ter firmeza necessária para grandes reviravoltas, mesmo necessárias, contudo demonstrou possuir uma lucidez apurada, e ver cada um que a rodeava para além das camadas superiores. E tendo isso em consideração, ela vai tomar decisões, afectando-os de forma inesperada. 

A história de Penélope parece algo banal, para uma mulher da sua geração, contudo possuí algumas facetas desconhecidas que nos vão sendo reveladas a nós, leitores, antes mesmo dos seus filhos. Esse desenrolar do fio prende, eficazmente, o leitor à narrativa, e o desvendar da vida passada de Penélope, a franca exposição humana com as suas falhas e vitórias aproxima-nos dela, de forma afectiva, terna.

Depois, há aquelas características que adoro, o campo inglês, a menção constante ao jardim e seus cuidados, a referência à pintura, e a teia das histórias de família, envolta na História da humanidade. 

Mais do que recomendo esta leitura!


Título: Os Apanhadores de Conchas

Autora: Rosamunde Pilcher

Editora: Marcador Nr de Págs: 432

terça-feira, 11 de julho de 2023

O lixo dos ricos

Foi tema no recente teste de Cidadania, a roupa descartada pelos E.U. e Europa que acaba no deserto chileno, a ser queimado numa fogueira permanente, que produz fumo negro interminável. 

A facilidade com que as pessoas, sobretudo as gerações mais jovens, adquirem roupa tornou-se um problema global. São baratas, e estão ao dispor de todos, fisicamente a um clique, vindo mesmo do outro lado do mundo, como da China, sem qualquer dificuldade; por outro lado, a moda acelerou o passo, mudando as tendências sucessivamente, e as redes sociais promovem essa mudança constante, tornando o mecanismo da moda imparável. 

Se por um lado a imprensa martela no tema das alterações climáticas, também contribui para este consumismo exacerbado, afinal as marcas de roupa, as grandes cadeias, são as suas patrocinadoras, o que constitui um contra-senso, denunciam o problema, mas também contribuem para ele. Por vezes, fico espantada com aquelas "notícias" que me surgem no feed, de revistas online, a promover uma peça de roupa, como se fosse notícia, do tipo "O vestido que todas querem usar este verão", indicando a marca do mesmo. Mais não é do que publicidade mascarada. 

Para que a roupa seja muito acessível é produzida em países onde os direitos dos trabalhadores não existem ou são muito diminutos, o que torna o produto anti-ético. E que os materiais usados sejam de fraca qualidade, recaindo na escolha do poliéster, que ao ser queimado, lá no deserto chileno, forma aquelas nuvens negras e tóxicas, nada amigas do ambiente. 

A propósito, o número de pessoas com alergias cutâneas tem crescido imenso, e embora se fale também que poderá dever-se à qualidade do ar, ninguém parece sobressaltar-se com o uso de materiais nas roupas artificiais, sendo que a matéria-prima a ser indicada deveria ser a natural, algodão, linho e lã, biológicos, preferencialmente. 

Não é correcto que o lixo dos ricos seja "vendido" aos mais pobres, aliás, considero isto escandaloso. De qualquer forma, a atmosfera não tem fronteiras, o que torna a expressão "what goes around comes around", nada literal. 

A mudança no mundo, começa em nós, que cada um faça a sua parte, de forma consciente e empática, menos teoria e mais prática.  

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Flor de Bananeira - O peixe vegetariano

 

Afinal, também temos peixe à mesa! A travessa. 

A primeira vez que vi folha de bananeira frita, para replicar o inglês "fish and chips", pareceu-me visualmente muito semelhante, e interessou-me por ser mais um prato diferente, do que por nostalgia de comer peixe. É também uma receita que posso fazer quando os restantes estão a comer peixe, gosto de fazer esses jogos que baralham quem vê.  

Flor de bananeira frita

Ingredientes:

Folha de bananeira de conserva ( Comprei na Evervegan)

Sumo de limão

Alho em pó a gosto

Sal e pimenta q.b.

Farinha de milho

Como fazer:

Temperar antecipadamente a folha de bananeira escorrida, com o alho, sal pimenta e sumo de limão; no momento de fritar, passar pela farinha de milho, e deixar cozinhar até ganhar cor. 

Servi com arroz Malandro de feijão branco e repolho; regamos com sumo de limão a folha de bananeira na hora de servir, realça o sabor e refresca. 

Delicioso!  


quarta-feira, 5 de julho de 2023

Notícias do Jardim: A Primeira Dália

 


Há semanas que vejo dálias floridas, mas para minha frustração as nossas flores estão sempre atrasadas, creio que devido à exposição solar limitada, portanto, quando cada flor desabrocha, é dia de festa, para mim. 

Comprei os tubérculos desta na Feira, ao lado estão os tubérculos do ano passado, que desenterrei e voltei a enterrar, no início da Primavera, e estão fortes, viçosos e com imensos botões, muito mais saudáveis do que os tubérculos que deixei na terra todo o ano, era uma experiência que queria fazer. Mas ainda não desabrocharam. Porém, estamos no início de Verão, é só preciso ter paciência, algo que a jardinagem me continua a ensinar. 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Como Médico e Ser-Humano

Stay AWAY from DOCTORS

Dr. Suneel Dhand fala neste vídeo como médico e ser-humano, alertando para o sistema actual de saúde, o que os jovens médicos não conseguem fazer, após o endividamento a que estão sujeitos para conseguirem tirar o curso de Medicina, tornam-se reféns. 
Diz que os médicos, actualmente, parecem robots, agarrados ao computador, mal fazendo contacto visual com os pacientes, e apenas seguindo o "Cookbook medicine protocol: já fez isto, e aquilo, tomou esta injecção, coloca cruz, tome isto, tome aquilo, que medicamente precisa que prescreva?" São somente vendedores de drogas, sem querer saber a raiz dos problemas, sem querer dialogar com os pacientes.

Quem é que ainda não passou por esta experiência? É um retrato exacto e inegável. 

Graças a Deus, há uma tendência crescente de médicos que estão a ver o sistema actual tal como é, terrível, e a quererem afastar-se dele, fazendo diferente, vendo a Medicina como um todo, e querendo realmente curar os pacientes, e não pretendendo manter a clientela ao contrário da indústria farmacêutica. Na mesma linha são cada vez mais pacientes que procuram estes médicos, que estão, de facto, interessados em escutá-los, que tiram tempo para eles, e pretendem encontrar a causa da doença, enfim, médicos com vocação de curadores. 

Activem as legendas automáticas em Português, se não conseguirem entender Inglês, que vale muito a pena ouvir este médico.