quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Precisamos dos Agricultores. Todos os dias!

 

Via

Não entendo como as pessoas, em geral, não compreendem nem apoiam o que os agricultores estão a fazer em França, na Alemanha, e na Holanda, para começar; é tão simples quanto isto, se eles não produzirem nós não comemos! E comer é das nossas necessidades mais básicas, não podemos dispensar nem adiar. 

Ao longo dos anos deste blogue tenho, ocasionalmente, mencionado a minha admiração pelos agricultores, pelo trabalho tão duro, em termos físicos e mentais, pela dedicação constante a tarefas que não se compadecem de horários e fins-de-semana, pela incerteza do resultado final, tão dependente do sol e chuva em intensidades certas, e porém incontroláveis pelos profissionais; para depois se resumir numa diária luta pela sobrevivência, devido a uma deficitária compensação financeira. Fazem um malabarismo constante, vivendo num stress permanente que poucos aguentariam. 

Para mim, aqueles que trabalham a terra vivendo esta circunstância tão desafiante e pouco gratificante, são verdadeiros heróis, e respeito-os verdadeiramente. Talvez esta minha mentalidade me esteja no sangue, dado que os meus antepassados já assim pensavam, e viveram da terra que possuíam. Portanto, não será assim tão difícil de entender que ao nos alimentarmos, e fazemo-lo constantemente ao longo do dia, é graças aos agricultores; e que por isso, deveríamos ter consciência de que precisamos deles, dependemos deles. E se os agricultores dizem que a actividade se torna incomportável para eles, e riscam a falência, devemos prestar-lhes atenção, devemos apoiá-los. Vivemos numa relação de dependência, é necessário assumi-lo. 

Nada mais justo é do que apoiar quem quer trabalhar, e o faz numa área tão fundamental como a sobrevivência alimentar do homem, contribuindo para a nossa saúde, a força, o crescimento. É preciso ter noção de que não são rebeldes sem causa, são pessoas que lutam pela sua sobrevivência, e pela nossa, e que estamos juntos nisto.   

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Esperando a Primavera

Via

Estes dias, uma "amiga" do Instagram publicava uma série de coisas animadoras para aguentar até ao fim do Inverno, e no fim dizia "para aqueles como eu, que contam os dias, faltam 58 para a Primavera". E havia imensa gente a concordar com a publicação. 

Logo depois uma outra amiga do Instagram publicou um poema, que comentei pela coincidência da conversa que tinha tido com os meus filhos, pela manhã; comentávamos como nos era tão penoso levantar cedo no Inverno, por ser ainda escuro, por ser frio e desagradável. E eu tinha concluído que talvez os humanos também devessem fazer como os animais, hibernar durante toda a estação, ficar recolhidos no aconchego do lar, a nutrir corpo&alma. E retomar a vida na Primavera, quando realmente o Ano deveria começar. 

Parece que naturalmente nos sentimos todos assim, durante esta Estação, é portanto algo real e sério. Entretanto, deixo o poema porque é bonito, e inspirador:

Esperando pela Primavera


Enquanto espero pela Primavera,

Ficarei contente observando os pássaros


Chapins-azuis, Piscos-de-Peito-Ruivo

e pardais da cor do carvão,

equilibrando-se no comedouro de pássaros

fora da janela da cozinha.

A cerejeira perdeu as folhas

mas os galhos estéreis seguram os pássaros com carinho,

enquanto suas primeiras flores fechadas

apontam para uma eternidade guardada dentro delas. 


Enquanto espero pela Primavera,

vou hibernar mais um pouco

esconder-me debaixo das cobertas,

embrulhar as minhas emoções em camadas de lã.

Vou saborear bebidas quentes, devagar e

refugiar-me no silêncio.


Enquanto espero pela Primavera,

Andarei pelas ruas ao entardecer

bebendo na luz fraca,

feita dourada contra edifícios cor de mel


Eu abraçarei a escuridão,

farei o ritual de fechar as cortinas,

acendendo velas e sentando-me perto da lareira.

Vou ouvir música, sinto melancolia

e faço longas listas na minha cabeça

de tudo o que eu aspiro ser

e fazer

Vou me convencer de que este ano

será diferente.


Serei paciente esperando pela Primavera

pois eu aprendi

neste espaço de espera

que todas as coisas se tornam possíveis.


Caroline Avnit


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Mudam-se os tempos mudam-se as vontades.

Via

Quando eu era criança sentia-me demasiado envergonhada para andar a Cantar os Reis em grupo, mas costumava juntar-me com algumas crianças da vizinhança e íamos apenas cantar os Reis a casa de um casal amoroso, que não tinha filhos, e nos dava sempre muita importância. Nos últimos anos acontecia que mal pedíamos licença para cantar, eles rapidamente abriam a porta e nos convidavam a entrar, nos oferecendo guloseimas e algum dinheiro. Pelo que após isto já nem nos dávamos ao trabalho de ensaiar. Simplesmente íamos à confiança. Enfim. 

Mas entretanto, em minha casa não faltavam pequenos grupos de miúdos, crianças e adolescentes, que surgiam a cantar os Reis, de forma muito personalizada, dedicando no final uma quadra a cada um de nós, que ouvíamos deliciados, entre risinhos de entusiasmo; quando abríamos a porta, para lhes dar dinheiro, a nossa maior curiosidade era saber quem seriam aqueles cantores que nos conheciam pelo nome, e na maior parte das vezes nós não sabíamos os deles, o que ainda nos admirava mais. 

Havia noites em que surgiam diversos grupos, para cantar os Reis; estávamos tranquilamente a ver televisão, e lá de fora ouvia-se, por vezes um sonoro, ou por outras, um tímido: "Olaré, cantaremos?", e imediatamente tirávamos o som da tv e nos púnhamos em sentido para ouvir os cantares. 

Não me recordo de chover nessas noites, talvez nessas eles não fossem, ou fossem mais raramente, mas lembro-me do frio, e da neblina nocturna. O clima minhoto invernosos não era impeditivo para esses grupos que corriam a freguesia, por vezes bem longe de casa. E era uma tradição muito bonita. 

Entretanto, deixaram de aparecer. A miudagem já não tem necessidade de ganhar uns trocos, todas as suas necessidades estão colmatadas pelos pais, desde a roupa de marca, ou não, aos telemóveis, e dinheiro de bolso. Não consigo deixar de lamentar o desaparecimento dessa tradição. E muito menos aprovar que se troque esta, tão nossa, pela outra, a do Halloween, em que já começam a tocar às portas, e pedir doces, como se fosse habitual; quer dizer, os pais também lhes dão doces, mas esta tradição importada é amplamente difundida pelos media, e pelo comércio em geral, pelo que "pedinchar" de acordo com uma moda que até aparece nos filmes já não embaraça, pelo contrário, até é giro. 

Eu sei, o mundo está em permanência mudança, mas se pelo menos fosse para melhor...

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Batido de Beterraba, Maçã e Gengibre

 


Não sei como acontece com as pessoas em geral, mas a mim apetece-me muito mais batidos durante as Estações mais quentes, porém tenho feito um certo esforço para os tomar também no Inverno, por serem muito nutritivos. Este de beterraba não será de consenso, mas eu gostei, adoro beterraba, o que lhe confere um sabor distinto, e o gengibre ter propriedades medicionais: é uma planta medicinal com propriedades termogênicas, antiespasmódicas, antioxidantes, analgésicas, anticoagulantes, vasodilatadoras, expectorantes, digestivas, anti-inflamatórias, antieméticas e antipiréticas. In Tua Saúde
 
Batido de beterraba, Maçã e Gengibre

Ingredientes:
uma beterraba cozida
Uma maçã verde descascada
Um bocado de gengibre fresco
250 ml de água
Sumo de meio limão
3 colheres de café de mel

Como fazer:
Cortar a beterraba E a maçã, aos bocados; descascar a pele do gengibre e cortá-lo miúdo, juntar a água, e o sumo de limão, e bater tudo na liquidificadora. Quando estiver bem líquido juntar o mel e bater mais um pouco até ficar uma mistura lisa e homogénea. 

Pode-se acompanhar com alguns legumes, como aipo, cenoura, pimento, para trincar e fazer um lanchinho ainda mais satisfatório. 



quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Oficina de Cerâmica


Já não sei se foi no 1º ou 2º ano do "Cíclo", actuais 5º e 6º anos, que em "Trabalhos Manuais" tive Cerâmica, e adorei, fiz uma espécie de jarro, que já não me recordo que destino teve, mas nunca mais esqueci aquela experiência. Aliás, recordo tudo o que fiz nessa disciplina, um caderno para receitas, para a minha mãe, e que velhinho guarda ainda as receitas de família, e que uma das minhas irmãs ainda tem; um porta-lápis em couro, que usei orgulhosamente durante bastante tempo; e um saco em macramé de sisal, que ficou anos pendurado na despensa da minha mãe, e que ela nunca usou por ser demasiado estreito para as compras, e não ser elegante suficiente para passeio. Mesmo sendo apenas decorativo eu gostava de o ver ali. 

E a propósito, porque já não ensinam estas coisas em "Trabalhos Manuais"?! Já nem sequer existe a disciplina como tal, e porém essas manualidades são de grande importância. É lamentável.
Mas adiante, eu recordei sempre estas experiências, inclusivamente lembro-me ainda da professora Odete e do professor João, o que revela quão marcante foi para mim, e não apenas para mim, em conversa com outras pessoas da minha geração todos as recordam como gratas aprendizagens. E portanto, acalentei durante muitos anos o desejo de retomar as aulas de Cerâmica, que fui adiando pela inexistência de ateliers onde vivo. Até que no fim de 2023 duas corajosas empreendedoras, também apaixonadas pela cerâmica, resolveram criar um espaço onde ensinam esta arte, e eu imediatamente me inscrevi. 

Comecei por escolher fazer um queimador de óleos essenciais, e depois fiz um segundo, para a Letícia levar para o quarto dela. Fazia sentido ter começado por algo mais simples, não sei porque não pensei nisso, fui simplesmente para aquilo que queria, aliás, pensando agora, no expositor dos trabalhos feitos não existia nenhum, e eu gosto sempre de sair um pouco da tendência, mas enfim, com a devida orientação lá consegui criar os meus objectos com uma apresentação decente, pelo menos já inspirou outros, e serviu de capa aos trabalhos publicados pelo atelier, o que deve confirmar algo de bom. 

Criar com as nossas mãos proporciona uma imensa satisfação; imaginar e ver o objecto a tomar forma, é realmente gratificante. É também um momento de meditação, de foco, e o tempo passa de forma diferente; requer também paciência, é um trabalho de etapas, tem que secar naturalmente, com a humidade da chuva demora mais, e o forno só se liga quando houver fornada que o encha. Estou na expectativa agora de ver os meus objectos terminados, mas gosto tanto desta sensação de ansiar por algo! 

Tenciono continuar com este passatempo, tenho uma listinha de coisas para fazer, e muito ainda para aprender, é um óptimo projecto para 2024, e uma linda forma produtiva de começar o ano.  


segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Sentir o Sol

Em 2023, os meus filhos apresentaram-me "Os Quatro e Meia", de quem são fãs, e desde aí que os ouvimos e cantamos juntos, sempre no carro, sobretudo quando está a chover. E como parece que vamos ter outra semana de mais chuva, invoco o sol em alegre modo musical! 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Cenas Infantis

 Diz o meu pequeno vizinho,7 anos, a voltar da Catequese: 

- Pelo menos não tive que ir à Missa! Bem, vamos lá ver se agora o domingo vai melhorar.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Acabar com as fontes de stress

Em um daqueles Reels aleatórios que me surgem por vezes, encontrei uma discussão acessa nos comentários sobre a rainha Letízia de Espanha, e a rainha Máxima da Holanda; em língua espanhola ( portanto, nem sequer eram holandeses), dividiam-se, não somente, em apoiar uma rainha como arrasar a outra! E de permeio com ofensas pessoais. 

E eu fiquei a pensar, mas o que sabem estas pessoas sobre cada uma destas rainhas que seja real e justo? Para além de que são bonitas e bem vestidas, e se passeiam pelo mundo dos privilegiados, ostentando colares de pedras preciosas e coroas no valor dos 7 milhões, parecendo exercer uma profissão exigente, todavia, com as mordomias associadas, entre a elite mundial, e fazendo-no por escolha... quer dizer, há formas de estar na vida muito mais exigentes do que estas, e sem merecerem tanta glorificação. 

E por fim, estão as pessoas do povo a discutir, a zangarem-se, a stressarem-se, por pessoas desconhecidas, que não sabem das suas existências, e nem querem saber delas para nada, porquê?! 

Há tantas coisas nas sociedades que promovem a divisão entre as pessoas, e a maioria delas com um nível de futilidade incrível. Tudo tão desnecessário, e mau. 

Quando começarmos a ignorar estas questões, e antes colocarmos o foco na união, a humanidade avança, progride e prospera. Almejo por um mundo assim.