quinta-feira, 27 de junho de 2019

Quando a mãe perde a paciência...

#geoengenharia #lítio #exploraçãoLítio #Portugal #carroseléctricos  #petróleo #mundo #humanidade #ambiente #pesticidas  #política...

terça-feira, 25 de junho de 2019

Fale francamente!


Há uns tempos, ouvi na cabeleireira uma cliente afirmar alto e bom som, como respondia ao filho, quando ele reclamava dela o sobrecarregar com algum trabalho; dizia: - Estás a ser meu criado? Eu também fui criada da minha mãe, e um dia, vais ser tu a ter criados, quando fores pai. É a lei da vida! 
Parece que agora ela já nem precisa de o recordar com esta lenga-lenga, quando o miúdo se descaí em queixumes, ele própria conclui: já sei, mãe, é a lei da vida...! E contava tudo isto com a satisfação imensa de quem tinha descoberto a fórmula triunfante.

Aquela conversa mexeu comigo, e palavra que me controlei bastante para não interferir e acho que realmente, só o fiz porque, não conheço essa senhora, ela não falava comigo, e principalmente porque ela estava cheia de pressa, e praticamente falou sem dar hipótese de alguém retorquir. 

Todo o trabalho que se faz em casa, é feito para todos, e por isso todos devem participar; quem vive em comunidade, deve contribuir para a comunidade, e a família é o primeiro núcleo onde se aprende esta lição. Bastava ela perguntar ao filho se não acha que ela, enquanto mãe, faz muito mais do que ele, para o miúdo entender. Porque as crianças têm um sentido de justiça apuradíssimo, e um alto nível  de compreensão, quando as coisas lhes são explicadas com lógica. 
Da forma como lhe respondeu, convenceu o filho pela força, imposição e lei do mais velho/mais forte; um dia caberá a ele colher os frutos do seu estatuto. A não ser que este miúdo seja mais inteligente e crítico do que a mãe. 

Frequentemente, os pais se queixam da rebeldia dos filhos, perante determinadas situações; que não acatam, que mentem, que enganam, que se esquivam, enfim, se revoltam, umas vezes frontalmente, outras ( conforme o medo), sorrateiramente. Aqui está a chave desse desajuste - comunicação incorrecta. Quando as conversas entre pais e filhos não têm um fio condutor ancorado na coerência, na frontalidade e sinceridade, as falhas surgem. O ressentimento e desconfiança nascem, e de ambas as partes a comunicação começa a fazer-se de forma retorcida. 

Para mim, a equação é simples: falar aos filhos, com o respeito com que falaria, como se adultos fossem. Com sinceridade e coerência; só se não houver justiça, o filho se rebelará. 
Tive a bênção de sentir esta intuição quase logo a ser mãe, e hoje com o filho mais velho com 18 anos, posso afirmar convictamente que esta é, de facto, a fórmula triunfante para uma comunicação  saudável e eficiente.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

"Os Ricos" - Dica de leitura

Via

Licenciada em Filosofia, doutorada em Sociologia, professora e investigadora, Maria Filomena Mónica não é um nome estranho, mesmo para quem nunca leu nada da sua autoria, devido a ocasionais participações na televisão. Já tinha lido dela um outro livro, há vários anos, cujo título não lembro, mas cujas impressões me ficaram até hoje, inclusivamente frases que cito ainda. Portanto, não esperava uma narrativa ficcional ou romanceada, mas uma espécie de estudo sobre os ricos portugueses, que escolhi por mera curiosidade.

Não direi que a escrita da Maria Filomena Mónica seja perfeita, encontrei algumas frases rebuscadas que procurando explicar situações se emaranhavam de forma pouco esclarecedora. Em abono da verdade, as situações rebuscadas também foram frequentes nas histórias investigadas e partilhadas. 
Portanto, gostei muito de ler o livro, não apenas porque conta como as grandes fortunas se fizeram ao longo da história ( nem sempre legítimas, mas por vezes de árduo trabalho, e sempre com empenho e ambição), mas por essa cronologia implicar referências históricas, que é um ponto que me seduz assazmente. 

Aquelas famílias que todos conhecemos, devido aos sobrenomes sonantes, fizeram fortuna há séculos, e passaram-na às gerações actuais, mas também há quem a fosse perdendo, e outros novos que a foram fazendo mais recentemente. Estes meandros que nos são alheios, foram deslindados pela autora, com recursos diversos, e aportam uma visão mais aprofundada, privilegiada, para quem tiver interesse nestes assuntos. 
No global, pareceu-me um tipo de leitura fascinante. 

Título: "Os Ricos"
Autora:  Maria Filomena Mónica
Editora: Esfera dos Livros
Nr de pág. 294

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Com os Cravos Nos Olhos

Não segui na televisão as Comemorações do 10 de Junho, e por isso não ouvi o discurso de João Miguel Tavares, presidente das Comemorações do 10 de Junho em Portalegre, mas ainda no mesmo dia li nas redes sociais diferentes apreciações; a maioria elogiava, alguns outros invectivavam-no de populista, mas definitivamente, foi o epíteto "discurso salazarento" que me exortou a ler. 

Confesso que nem sequer conhecia o senhor; não vejo "O Governo Sombra", nem leio a sua crónica no jornal, e portanto ignorava que é formado em Economia e professor universitário. Continuo sem saber se partidariamente, se coloca à esquerda ou à direita. Aliás, ele mesmo diz, que não lhe importa a que partidos pertençam os políticos, apenas espera que sejam íntegros e competentes.
O seu discurso foi bastante pessoal, para se dar como exemplo de uma família que geração após geração consegue progredir na vida, ao contrário do que agora sucede, pois já não se trata apenas de ter oportunidades de estudo, mas de ter cunhas para encontrar empregos bem remunerados. 

Acusam-no de mencionar temas queridos da direita, como os incêndios, e a família, mas quanto a mim, qualquer pessoa de bom senso e com o coração a bater no sítio certo, sente os temas da mesma forma. Porém, não deixa de tocar no tema Educação, esse querido pela esquerda, num panegírico à escola pública. E fez muito bem. 

O seu longo discurso foi frontal e assertivo, e por isso a corrupção e a avaliação da classe política não ficaram de fora. Certamente que esta avaliação ressoa no povo, e o aval deste confirma para os melindrados, que o discurso é populista. Ora, segundo o Priberam, por Populismo entende-se que seja a doutrina ou pratica política que procura obter o apoio popular através de medidas, que aparentemente, são favoráveis às massas. 
Sendo as massas a faixa populacional mais numerosa, torna-se num estado democrático, automaticamente a maioria, e quando a maioria quer algo, elege os políticos que se lhe propõem a pôr em prática as tais medidas que lhes são favoráveis. É assim que funciona o sistema!

Populismo tornou-se uma das palavras censuradas para os promotores do politicamente correcto, e efectivamente, o discurso de João Miguel Tavares não encaixa no politicamente correcto, e por isso mesmo tanto ofendeu os seus defensores. Quando os discursos não seguem esta linha delimitadora, dizem-se coisas que sendo verdadeiras, são constrangedoras. Para alguns.   
Doutrina ou prática política que procura obter o apoio popular através de medidas que, aparentemente, são favoráveis às massas.

"populismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/populismo [consultado em 12-06-2019].
 Doutrina ou prática política que procura obter o apoio popular através de medidas que, aparentemente, são favoráveis às massas.

"populismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/populismo [consultado em 12-06-2019].
 Doutrina ou prática política que procura obter o apoio popular através de medidas que, aparentemente, são favoráveis às massas.

"populismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/populismo [consultado em 12-06-2019].

Contudo, se um capitão de Abril afirmar, com todas as palavras, que Precisamos de um homem com a inteligência e honestidade de Salazar, ninguém ousará acusá-lo de populista ou salazarento!

O povo português está cansado e farto da corrupção, da incompetência política, e da brandura da Justiça, para com os criminosos de colarinho branco. Já não suporta os impostos, a dívida crescente do país, por saber que se deve à negligência e desonestidade política. Constatar isto não é populismo, é olhar de frente um problema gigante, que o povo quer resolvido. Se querem varre-lo para debaixo do tapete, senhores políticos e comentadores de serviço, façam-no. Veremos até quando.


Vídeo do Discurso de 10 de Junho de  João Miguel Tavares 

Discurso de 10 de Junho de João Miguel Tavares



sexta-feira, 7 de junho de 2019

Arroz de Espargos e Cogumelos


Recentemente, fomos a uma Primeira Comunhão em que os familiares tiveram o cuidado de pedirem para mim, e para a Letícia um prato vegetariano. Sendo um restaurante alentejano tradicional, sinceramente, estávamos na baixa expectativa do que sairia dali. E todavia, a simplicidade de um arroz de espargos selvagens e cogumelos, conquistou-nos. 
Resolvi recriar a receita em casa, adivinhando os passos, e saiu lindamente. 


Arroz de Espargos e Cogumelos

Ingredientes:
Um molho de espargos
2 dl de arroz carolino
8 cogumelos Paris
Uma cebola 
Um dente de alho
3,5 dl de Caldo de legumes
1/4 de pacote de natas vegetais
Sal, pimenta e azeite q.b.

Como fazer:
Cozer os espargos 4 minutos, escorrer e cortar com mais ou menos 5 cm. Reservar. 
Picar a cebola e saltear em azeite; estando já com alguma cor, juntar o dente de alho picadinho e deixar cozinhar mais um pouco. Acrescentar os cogumelos fatiados, e deixar refogar alguns minutos, mexendo cuidadosamente. Quando os cogumelos começarem a amolecer, juntar o caldo de legumes, o arroz e os espargos; temperar com sal e pimenta e envolver. Deixar cozer até metade do líquido desaparecer. Nesse ponto, acrescentar as natas vegetais, e envolver, deixando terminar de cozer.
Querendo o arroz mais liquido, basta acrescentar mais caldo de legumes e natas vegetais. 

quarta-feira, 5 de junho de 2019

O Poder da Luz

Jibóia (Scindapsus aureum)

De acordo com este artigo, esta é uma das plantas que segundo a Nasa, purificam o ar da casa; uma trepadeira que deveria crescer para baixo. E portanto, tendo o quarto-de-banho uma clarabóia, não há gravidade que a leve a deixar-se cair.  

segunda-feira, 3 de junho de 2019

As Verónicas

Verónica errou, quando há dez anos fez vídeos de teor sexual para enviar ao namorado. Tinha 22 anos. Depois, parece que voltou a fazê-lo, com outro namorado. 
Errou porque transmitiu a posse de imagens privadas para outra pessoa. Porque já deveria saber que este tipo de conteúdo é petisco viral na Internet.

E assim foi; os vídeos começaram a circular por entre os colegas da empresa em que Verónica trabalhava, calculando-se que cerca de 2.500 pessoas o terão visto e repassado.
Verónica começou a ser perseguida no seu posto de trabalho, por colegas que iam propositadamente perto dela, para lhe fazer comentários jocosos. 

Agora com 32 anos, casada e mãe de dois filhos de quatro anos e outro de nove meses, não aguentou a pressão da humilhação e vergonha e suicidou-se. Não sem antes, ter sido sujeita a chantagem por parte de um ex-colega, com quem terá tido um caso. 

Verónica não era santa, era uma mulher jovem, com desejos e emoções naturais e próprios da idade. Porém, errou quando decidiu gravar e enviar esses vídeos íntimos e pessoais. Porque o mundo, está repleto de canalhas, que sendo tudo menos santos, se colocam em pedestais judiciários e não perdoam as falhas dos outros. E não refiro apenas os colegas da empresa, os comentários que li na notícia, deixaram-me desolada; não havia empatia, compreensão, compaixão. Ninguém se colocou no lugar da Verónica, que deve ter sentido um desespero tão avassalador, que a levou a esquecer que tinha filhos a precisar dela. Ninguém se colocou no lugar dos filhos, tão pequeninos, que perderam a mãe. Ninguém pensou no marido e família, que estão a sofrer, não apenas com os vídeos, mas agora com a perda de quem amavam. 
Ninguém se pôs no papel imaginário, de quem tem uma filha, uma sobrinha, uma neta, uma prima, que possa cometer o mesmo erro. 
Foram todos juízes frios e distantes de algo que acontece e voltará a acontecer. Porque as Verónicas são sempre filhas de alguém, e amadas pelas suas famílias. E por muito óbvio que nos pareça que é um erro fatal, elas vão continuar a fazê-lo. E este sofrimento todo, vai repetir-se, não se sabendo a quem calhará vivenciá-lo.