segunda-feira, 30 de abril de 2007

Quando a beleza vem do interior...


Eu nunca tive ídolos. Nem mesmo durante a adolescência; as minhas amigas forravam os cadernos do Liceu e decoravam as paredes dos seus quartos com posters de cantores ou actores, mas eu não. Claro que eu gostava de música e de cinema, porém nunca houve um ou uma desses famosos, a quem eu prestasse culto. Podia até achar que eram muito giros, bem vestidos, bons actores e bons cantores, mas para além disso eu desconhecia a pessoa que eles eram, portanto não poderia idolatrar alguém apenas pelo que mostrava publicamente. A fama nunca me iludiu, sempre desconfiei até; pensava que uma pessoa famosa teria ainda menos hipóteses de ser uma boa pessoa do que uma pessoa comum. Deve ser quase impossível manter os pés em terra. No entanto, por influência do meu pai, vi uma quantidade enorme de filmes de Hollywood a preto e branco, dos anos 40 e 50. Ele tinha-os visto no cinema e falava daquelas actrizes maravilhosas, como Katherine Hepburn, Rita Hayworth, Bete Davis e outras com o maior respeito e admiração. Eu fiquei fã destes filmes até hoje. No entanto, entre as divas havia uma actriz que sempre me encantou mais do que as outras, era Audrey Hepburn. A sua beleza “clean”, aliada à elegância natural, tornaram-na um ícone até hoje. Para além de ser uma actriz maravilhosa e uma mãe amantíssima era também uma pessoa muito solidária. Recentemente, li um texto de Audrey Hepburn que adorei, pois estava ali a sua alma. Espero que gostem tanto quanto eu.

O texto a seguir foi escrito por Audrey Hepburn, quando pediram que revelasse seus segredos de beleza.

1. Para ter lábios atraentes, diga palavras doces.

2. Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas.

3. Para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos.

4. Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia.

5. Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho.

6. Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; jamais jogue alguém fora.

7. Lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficarmos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo.

8. A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.

9. A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está reflectida em sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela demonstra.

10. A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos.

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Um novo rosto
Para além das palavras postadas aqui, que são sempre muito pessoais eu queria também que o “Mãe e muito mais” tivesse uma imagem que evocasse um pouco do que eu sou; não, não tenho nada da Pin Up representada na imagem, no entanto, gosto muito da arte dos anos 50, da música, da moda e do cinema, daí o post sobre Audrey Hepburn, daí a imagem da Pin Up. Agradeço à Bel pelo óptimo trabalho que realizou, que foi exactamente de encontro àquilo que eu pretendia.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

A tirania dos best-seller


Tenho reparado que cada vez mais os livros que estão nos escaparates das livrarias são escritos por figuras públicas, completamente fora da área literária; Actores, apresentadores de televisão, jogadores de futebol, políticos, etc, e depois os filhos destes, os netos, os sobrinhos, etc. De repente, as listas dos livros mais vendidos estão cheios destes exemplares, que eu sinceramente não posso criticar ou desaprovar, porque não os leio. As editoras visam o lucro, como qualquer outra actividade comercial, portanto dão ao leitor o que ele quer. Tal qual como a televisão, que não cessa de baixar a qualidade para captar mais audiências. Para mais, as taxas de leitores são sempre incrivelmente baixas, portanto, compreendo que as editoras queiram potenciar o mercado. No entanto, não deixo de lamentar que a estratégia económica implique a baixa de qualidade e que as editoras prefiram nomes conhecidos do público em detrimento de desconhecidos. Felizmente, Camões, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Miguel Torga e tantos outros, não viveram na época do Big Brother, caso contrário, as suas obras jamais veriam a luz do dia e jamais iluminariam as mentes de tantos leitores.
Portanto, quando entro numa livraria e pego num livro, e se algures encontro anunciado que o livro é um best-seller em todo o mundo, volto a pousá-lo imediatamente. Também não leio escritores de best-sellers sucessivos; desmotiva-me a leitura.
No entanto, como em tudo, há excepções; e este é o caso do livro” para crianças (mesmo já crescidas) ”, “Pipas de Massa”, escrito por Madonna e ilustrado pelo pintor português Rui Paes.É uma belíssima história que transmite valores muito profundos, certamente inspirados pela cabala, acompanhada por admiráveis ilustrações de inspiração barroca. Para ler e reler. Para comprar e guardar. Para oferecer a pequenas mentes que necessitam de sementes boas que as ajudem a crescer. Para oferecer a mentes maiores, porque sim.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Férias de Páscoa


Eis algumas fotos dos sítios que visitamos durante as últimas férias, entre Alentejo e Algarve. Encontramos Castelo de Vide preparada para a procissão do Domingo de Ramos; as varandas das casas e janelas, por onde a procissão passa estavam decoradas com as mais bonitas colchas de damasco e seda, como manda a tradição. A procissão é encabeçada pelo padre da freguesia, acólitos e demais fiéis que carregam andores representando Jesus Cristo com a cruz às costas. Esta procissão faz-se em silêncio, porque significa os últimos momentos de vida de Jesus Cristo.As casas típicas alentejanas e algarvias são pintadas de branco,por causa do calor, com uma risca amarela ou azulão, para ficarem bonitas.E são!
Faro é uma cidade que remonta ao sec .VIII a.c., o seu nome fenício era Ossonoba. Quem disse que os bebés vêm de Paris nunca esteve no Algarve! Os ninhos de cegonhas abundam em casas e postes de electricidade, mesmo no centro da cidade. Em Paris nunca vi nada assim!Hehehe...
Fizemos um pequeno cruzeiro entre Faro e a Ilha Deserta, (chamada assim por obviamente não ser habitada), na Ria Formosa, área protegida, de onde se obtém uma linda panorámica sobre a cidade.
Vale a pena uma visita ao Palácio de Estói,estilo rococó, sec.XIX, apesar de apenas os jardins estarem abertos ao público.
A gastronomia algarvia tem como base o peixe e é deliciosa;hesitei muito antes de provar "massinha de peixe", porque para mim estes 2 ingredientes não combinam. Engano total, é de comer e chorar por mais! Não tirei fotos de nenhum restaurante, porém aconselho vivamente "A Taska", para experimentar, repetir e ficar fã!
Já penso nas próximas férias....

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Quem é o Anónimo?

Recentemente recebi um comentário num post proveniente de um anónimo; era um comentário simpático, que me fez sentir bem, porém pensei:” - Um dia destes estou a receber outro, que me vai deixar triste”. Porque a vida é mesmo assim. Então, aconteceu que entrando num blog de uma amiga, li um comentário insultuoso de um Anónimo; ele agredia verbalmente a pessoa da minha amiga, de uma forma que me chocou. Na realidade, trata-se de uma mulher linda, inteligente e sensível, com um blog interessante, eclético e sincero. Portanto, o que motivou o Anónimo? Despeito, certamente. Talvez ele gostasse de estar casado com uma mulher assim, ou…ser uma mulher assim e não podendo, ataca covardemente. Isto fez-me lembrar um outro episódio, passado há alguns anos com uma amiga. Ela telefonou-me em pranto, a contar que recebera uma chamada anónima, dizendo-lhe que o marido a traía. Ela não tinha quaisquer motivos para desconfiar, era um marido dedicado e óptima pessoa, mas bastou alguém colocar-lhe a dúvida para ela vacilar. O pior é que não fora um familiar, uma amiga, mas sim um desconhecido. O Anónimo. Qual fora a motivação deste? Talvez inveja daquele matrimónio? Não sei ao certo a verdadeira motivação do Anónimo deste acontecimento, nem do anterior. O que sei é que não devemos dar ao Anónimo o poder de nos desestabilizar, de nos melindrar, de nos fazer infelizes.
Bonaparte deixou uma frase que me agrada sobremaneira: “Perante a crítica e o elogio, fico indiferente, o meu juiz é a minha consciência”; certamente, ele pensava assim ainda antes de começar a invadir países, de qualquer modo a frase permanece porque é fundamentalmente boa. Não devemos deixar-nos manipular como marionetas, pelos outros. Vem um, dá uma pancadinha nas costas e nós sorrimos, vem outro, insulta-nos e ficamos infelizes. Contudo, se a consciência for o nosso guia, ficaremos abrigados desse balançar de emoções.
Quem disse que é fácil? É só para quem quer tentar.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Hoje o meu filho faz 6 anos!


Em Julho de 2000 eu o meu marido combinamos que logo após as férias iríamos iniciar o processo de adopção de uma criança. Fomos de férias para a Holanda, fizemos cerca de 5.000 kms de carro numas férias fantásticas, num pais belíssimo. Quando regressamos eu descobri com surpresa que estava grávida. Na primeira consulta e após a 1ª ecografia o médico disse-nos que dificilmente a gravidez iria até ao fim, porque eu tinha vários miomas no útero. No momento eu fiquei triste, porém quando saí do consultório, disse ao meu marido:
- Não acredito! Tenho a certeza que esta criança quer nascer, afinal fizemos uma viagem de 5.000 kms, nos primeiros dias da gravidez e ela aqui está.
Então, eu fazia constantemente festinhas na barriga e dizia-lhe:- agarra-te à mãe, bebé!
Eu tinha pavor do parto; todos os anos no meu aniversário a minha mãe dava-me os parabéns e fazia-me uma descrição das quase 24 horas de sofrimento que teve e de como desejou a morte. Portanto, o meu trauma vinha daí e mesmo existindo a epidural eu ainda não estava completamente relaxada com o parto e comecei a pensar que o ideal seria uma cesariana. Quando o medico me disse que o bebé estava sentado e que se não mudasse de posição me faria uma cesariana eu fiquei completamente tranquila. Comecei a dizer ao meu filhote: "- fica assim mesmo Duarte, não dês a volta". E simultaneamente sabia que ele não mudaria de posição, e falava com certeza a toda a gente que faria uma cesariana.
A gravidez correu muito bem e o Duarte nasceu de cesariana, tal como combinado com ele.
Quando o Duarte nasceu algumas mães aconselharam-me a desfrutar o mais possível do bebé, que o tempo passaria demasiado depressa e quando me apercebesse já ele teria idade para ir para a escola. Eu ouvia-as e sorria, pensando para os meus botões: "-Contigo foi assim porque ao fim dos 4 meses tinhas o teu filho no infantário e regressado ao trabalho".
Convenci-me que comigo seria diferente, pois passaria muito tempo com ele, no entanto, hoje o meu filho faz 6 anos e eu não sei como o tempo passou tão depressa.
O que eu quero dizer aqui é que às vezes a vida foge-nos completamente do controle, como diz aquela frase:” não faças planos para a vida, que ela pode ter outros planos para ti!”. Bem, eu deixei nas mãos de Deus e a partir do momento em que eu aceitei o que quer que fosse que me estava destinado, engravidei.
Hoje o meu filho faz 6 anos e vai para a escola em Setembro! Não dá para acreditar como o tempo passa...