quinta-feira, 25 de abril de 2024

A Liberdade Não se Celebra! Vive-se!

Quando os políticos se juntam, com pompa e circunstancia, para relevar um acontecimento ou conceito faz-me soar um alarme, estão apenas a encenar para o povo, os eleitores, a lembrar-nos e a manipular-nos, através de um ritual, fazendo-nos crer que atribuem importância a algo, e que nós lhes devemos seguir o exemplo. 

A Liberdade é um direito que temos ao nascer. É direito divino. Porém, a acção dos políticos é precisamente retirar-nos essa liberdade, de todas as formas; as leis e regras que fazem conduzem-nos como um rebanho amorfo e sem vontade própria, que para eles é, aliás, irrelevante. 

Como dizia alguém estes dias, "Celebrar o quê? Em 2022 pagava 450€ de prestação da casa e em 2024 pago 900€!". 

Outro, queixava-se das mais-valias que terá de pagar, pela casa que recebeu de herança dos pais, dizendo que sabia que esse dinheiro não irá reverter para nada de bom, na sociedade. 

E eu digo também, celebrar o quê? Quando o Tratado Pandémico, que a OMS pretende impor aos países, discutido na A.R., tem a conivência de todos os partidos, excepto de um, o Chega (que é, aliás, demonizado pelo mainstream), e que quer ter o poder de se sobrepor à vontade individual, e da nação, em caso declarado por eles, de emergências sanitárias, ambientais, e todas as outras que lhes ocorrerem. E celebramos entretanto a Liberdade?! 

Celebrar a Liberdade num feriado é atribuir-lhe uma importância falsificada; na realidade, aquilo que estão a fazer é o oposto. Se a liberdade fosse vivida plenamente não precisaria de ser festejada, seria somente vivida. 

terça-feira, 23 de abril de 2024

Adoramos não ser responsáveis!

Na semana passada estava descalça no jardim, a "aterrar", quando já farta de ouvir a Becas a miar agressivamente à gata dos vizinhos, do lado de lá da rede, me levantei para a obrigar a sair daquele sítio, mas antes de chegar a ela, bati com o pé direito, com toda a força, na perna do banco de ferro; imobilizei-me imediatamente, e pela dor aguda percebi desde logo que aquilo poderia ser mau. A minha mente começou automaticamente a arranjar "culpados" para o acidente; o banco estava fora do sítio porque o meu marido o tinha tirado do lugar habitual para lavar a parede na semana anterior, e não o tinha reposto. Era, portanto, dele a culpa. Mas eu tinha-me levantado e dirigia-me à Becas, que me tinha obrigado e lá ir; a culpa era da gata! 

Mas a Becas miava à gata dos vizinhos, se ela não estivesse ali, nada disto tinha acontecido! A culpa era, afinal, da gata dos vizinhos! 

Porém, porque estava a gata dos vizinhos ali? Porque eu a habituei a dar-lhe biscoitos por aquele sítio, quando ela vem miar com fome. 

Fiz o círculo completo, em segundos; mas voltou para mim. Fosse como fosse, a responsabilidade seria sempre minha, todavia neste caso é por demais evidente. Ainda assim, a minha mente procurou descartar responsabilidades pelo acidente. 

Portanto, tenho uma pequena fractura no dedo mínimo do pé, e tenho que aguentar a dor e incómodo por cerca de 3 semanas, porque num momento de distracção, de irritação, não medi correctamente a distância entre a perna do banco e o passeio. Tudo eu. 

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Picadinho de Soja

 


Um picadinho super fácil, e proteico, de soja para complementar uma refeição rápida em que o arroz e a polenta já estavam feitos. Na falta de salada para acompanhar, que gosto sempre de ter no prato, usei o chucrute que é o meu grande recurso. 

Picadinho de Soja

Ingredientes:

1 chávena de soja biológica granulada

meia cebola

1 tomate muito maduro/ ou molho de tomate

1 dente de alho

salsa e coentros

sal, pimenta, pimentão, mangericão a gosto


Como fazer

Hidratar a soja em água quente, com uma folha de louro e deixar, enquanto se faz o refogado, com a cebola e alho picados; deixar estalar, e juntar o tomate ou uma chávena molho de tomate, deixar cozinhar em lume médio alguns minutos ( usando molho de tomate é muito mais rápido) mexendo ocasionalmente. 

Escorrer a soja, apertando-a bem para secá-la o mais possível, e juntar ao tacho com o molho. Envolver tudo, temperar com sal, pimenta, pimentão, mangericão, e a salsa e coentros. Deixar cozinhar lentamente, mexendo algumas vezes, até ficar cozida. 

É um picadinho óptimo para fazer com bolonhesa, nesse caso, o molho deve ser mais abundante. 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

"Make Love Not War"!

Disseram-me que falam nas Notícias sobre o regresso do serviço militar obrigatório; no contexto da guerra da Ucrânia, onde os cidadãos ucranianos (novos e velhos, vi vídeos) eram caçados nas ruas, para serem enviados à força, sem preparação, para a linha da frente, para serem carne para canhão, e depois da França, na pessoa do Macron, dizer que era necessário enviar soldados franceses para lá, vem mesmo a calhar. 

Para mim isso é um retrocesso civilizacional, já passamos do tempo em que os conflitos se resolvem com guerras, devendo ser antes pela via da Diplomacia, a todo o custo. 

Eu não quero que os meus filhos sejam recrutados para nenhuma guerra; recuso participar desses joguinhos dementes dos que governam o mundo e provocam conflitos para proveito de alguns; mantendo sempre os seus a salvo, enquanto os filhos do povo são sacrificados em nome de valores pátrios, usados apenas quando convém aos políticos e outros que tais. 

Não é possível que uma mãe, um pai, um avô, uma avó sejam a favor das guerras! Quando trazemos descendência para este planeta só podemos ser a favor da Paz. Devemos exigi-la! 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Primavera, Epítome da Mudança

Le Printemps, Monet

A Primavera é uma Estação surpreendente e deslumbrante, todos os dias há novidades, porém, durante grande parte da minha vida significava somente que o clima melhorava, e era altura de vestir roupa mais leve, comprar alguma de tendência, e comer outros legumes e frutas. A vida em si, do que me rodeava, passava-me ao lado. 

Não me apercebia de quando as folhas começavam a brotar nas árvores nuas e monocromáticas; não via os pássaros que chegavam, e partiam, em função da mudança de Estação; não ouvia verdadeiramente os seus cantos e chilreios; não notava a primeira borboleta do ano, ou a primeira abelha. 

Agora, que me sinto mais ligada à Natureza, observo tudo o que vive, parando e olhando realmente para todas as coisas, desejando profundamente gravá-las na minha memória como se fosse um disco externo, sem condicionantes. Sentido-me maravilhada com o crescimento, de um dia para o outro, das plantas, das flores; ontem a Roseira de Sta. Teresinha não tinha nada, hoje encontrei-lhe montes de botões, juro! Do dia para a noite acontecem milagres. O odor do Jasmim ou das frésias, que inunda o meu jardim, e onde obrigatoriamente páro e me inclino, como em reverencia, para o aspirar mais próximo, inebriam-me de espanto, como podem ser tão perfumados e doces?! As flores da Glicínia, cujo roxo já é uma festa para os olhos, atraem abelhas, zangões, vespas, e outros semelhantes, produzem um formidável zumbindo que me provoca uma alegria quase infantil, todos os anos. Como se o esperado fosse continuamente surpresa, sentindo que vivo para esses dias. É um maravilhamento automático. 

Na origem desta ligação mais forte à Natureza está a jardinagem, desde que comecei a dedicar-me mais seriamente ao Jardim que a minha consciência entrou noutra dimensão; eu sou um agente da vida, que a promove, a cuida, a observa em sua defesa. Sou protectora e admiradora. Estou fora dela, mas também faço dela parte. 

Só há uma constante na vida, a "mudança", e porém, os humanos são intrinsecamente reaccionários a ela, acredito que se estivéssemos mais ligados à Natureza, a nossa postura seria diferente; se vivêssemos realmente de acordo com as Estações tudo na vida fluiria mais naturalmente. 

quinta-feira, 11 de abril de 2024

A Multiplicação das Aromáticas


Já lhe aconteceu comprar vasos de aromáticas e rapidamente as ervas morrerem? A mim acontecia-me muito, independentemente do cuidado que tinha com elas. Entretanto, vi esta dica na página do French Gardener, no Instagram, e parece-me que realmente dá certo, por isso partilho.

Acontece que os vasos de compra estão sobrecarregados com pés das ervas e começam a atrofiar por falta de espaço; a solução é dar-lhes espaço, retirando a planta do vaso original e dividindo as raízes, cuidadosamente por 3 ou 4 porções, e plantar cada uma delas em 3 ou 4 vasos. Depois, é cortar as folhas pelas pontas para que o pé volte a rebentar imediatamente abaixo, e continue a produzir. 
Eu dividi por 4 o que resultou em 4 vasos bastante abundantes. 

Agora é aplicar isto a todas as outras aromáticas, para ter ervas durante muito e muito tempo!  

terça-feira, 9 de abril de 2024

Temos Uvas!

 


"O vinho de Março não vai ao cabaço.

O vinho de Abril vai ao funil.

O vinho de Maio bebe-o o Gaio"

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Receita Para o Fim-de-Semana: Tofu Crocante

 


Queria fazer um jantar rápido, tinha tofu, mas já sem tempo para o temperar antecipadamente, resolvi tentar os sabores fortes, e resultou. Ficou delicioso!



Tofu Crocante (para uma pessoa)

Ingredientes:

Meia embalagem de tofu ( biodharma, o meu favorito)

Molho de soja - 1 colher de sopa

Cebola desidratada

Sumo de limão


Como fazer:

Cortar o tofu aos cubos, e colocá-los num recipiente fundo, para que o tempero fique mais agregado. Temperar com sumo de limão, molho de soja, cebola desidratada a gosto, e uma pitada de pimenta. Deixar alguns minutos, enquanto se prepara a sertã, com óleo de coco para fritar. 

Passar os cubos do tofu por farinha de amido (Maizena), e depois por pão-ralado, fritando bem de todos os lados, até ficar dourado. 

Acompanhei com massa e molho de tomate, e um pouco de chucrute. Muito bom! 


quarta-feira, 3 de abril de 2024

Mad Men - A série do momento


Já é tradição, entre mim e o Duarte vermos uma série juntos; por vezes ele sugere uma, outras vezes eu, a dica para Mad Men foi minha, que fui vendo as primeiras temporadas na RTP2 logo que saíram mas depois perdi o fio à meada e desisti.

Desde logo o Duarte gostou muito de Mad Men, e eu ainda mais do que da primeira vez que a vi. Tem como personagem principal Donald Draper, uma figura real, considerado um génio da publicidade.
 
É surpreendente, por vezes chocante, embora sem violência física, interessante pelo recapitular da História americana, e as referências culturais de época, nomes de actores, acontecimentos na sociedade, etc. que eu vou esclarecendo. Para ele há comportamentos surreais, mas que eu vivi, como por exemplo as crianças sentarem-se à frente nos carros, sem cinto, aliás ninguém o usa. Ou a quantidade de fumadores, mulheres grávidas, médicos e pacientes nos hospitais, nos transportes públicos, e por aí adiante. 
A noção de que a mulher de carreira não casa nem tem filhos. A infidelidade generalizada. A discriminação das mulheres divorciadas, de quem as outras mulheres fogem como da peste, com receio que lhes roubem os maridos. 
É, por conseguinte, uma série que vai muito para lá do mundo da publicidade, interessante per se, e que tem uma acção surpreendente com reviravoltas constantes que nos prendem à narrativa. Algumas personagens, como o Roger, têm o sentido de humor que eu e o Duarte apreciamos, e isso é sempre um bónus. 

Em suma, uma série muito bem feita, ganhou aliás imensos prémios, com actores incríveis, e uma história fascinante, que se tornou série de culto justificadamente.  

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Páscoa - Outra Festa da Família?

Via

Estávamos à mesa em almoço de Páscoa quando alguém se lembrou de fazer uma sondagem rápida, para sabermos quantos católicos estavam presentes; em dez, quatro assumiram-se, embora três como não-praticantes. Eu comentei que isso era como dizer "sou vegetariano mas como carne", e houve quem não gostasse. 

Já sabemos que grande parte das pessoas que festeja o Natal, e a Páscoa, não é católica e muitos nem acreditam em Deus, ou em Jesus, celebram pela festa, pela família, pelos presentes e decorações. E porque a maioria o faz, também. São rituais desprovidos de significado religioso profundo. Porém, a humanidade adora rituais. 

Por mim que façam como entenderem, agora o que faz da pessoa aquilo que ela é, é O que ela efectivamente faz, não o que diz ou pensa. O resto são devaneios.  

quinta-feira, 28 de março de 2024

Actividades de Férias Deviam Ser Divertidas!

Estava eu no atelier de Cerâmica e entrou uma mãe com a filha, de 6 anos, e duas amigas desta para uma aula única, como actividade de férias. Inicialmente muito tímidas, a conversarem aos cochichos, foram-se soltando com o tempo, até passarem para um certo descontrolo, que muito enervou a mãe. No espaço exíguo e de evidente proximidade, tive obrigatoriamente de ouvir a conversa, entre mãe e meninas, e mais adiante, com a mãe e outra aluna do atelier; apesar daquilo ser uma actividade lúdica, a mãe falou bastante da Escola, fazendo perguntas sobre o comportamento e resultados das amigas, enquanto se dirigia à filha: - Vês? Estás a ouvir? 

Pelos vistos, tanto o comportamento como os resultados da filha não são do agrado da mãe, e obviamente eu ignoro toda a situação para a avaliar, só achei o local e participantes errados para ter aquele tipo de conversa com, e sobre a filha, para mais estando ela presente. 

Outra frase que a mãe disse à filha, repetidamente: M.L.,continua a trabalhar! Se aquela actividade pretendia ser divertida, e creio que estando em férias lectivas, criar uma objecto, no caso uma taça para os cereais, devia ser, mas não sei se foi, porque desde o objecto escolhido até às cores utilizadas, a mãe opinou e orientou, passou apenas a ser um "trabalho". 

Nas férias de Natal vi expostas as árvores de Natal que um grupo do ATL fez, e delirei com a criatividade deles, cada uma diferente, algumas bem tortas, desequilibradas, a tombar, e algumas com os objectos mais inusitados como decoração. Tenho visto lá criações muito bonitas, e perfeitas, mas aquelas árvores... estavam espectaculares! Duvido muito que se os pais estivessem presentes o resultado fosse aquele. Quero dizer, seria desastroso, em comparação. 

Um atelier deste tipo proporciona momentos de liberdade criativa, e deve ser descontraído, uma experiência agradável e quiçá, uma revelação. Porém, a atitude de pais controladores e competitivos, trespassa a Escola, e atinge o Desporto, a Música, e outras actividades que deveriam ser lúdicas, pese embora, pedagógicas. Desenvolvendo as crianças, por eles, o mesmo sentimento que têm pela Escola. É tudo obrigatoriedade, avaliação, esforço. Que pena.  

terça-feira, 26 de março de 2024

Dica de Leitura - Solstício de Inverno

 

Via

Já apresentei Rosamunde Pilcher na resenha do livro "Os Apanhadores de Conchas", pelo que aqui se torna desnecessário, e como adorei esse primeiro livro, desta autora, comprei Solstício de Inverno do qual também gostei imenso. 

Há já algum tempo que atravesso uma fase anglófila, e então quando o cenário é rural, as casas, jardins e objectos que se tornaram para mim de um interesse e beleza difíceis de explicar, tudo se conjuga para que se me torne irresistível. Gosto de reconhecer as menções àquilo que faz o Reino Unido único e encantador, como o Ága, as louças da Cornualha, os chás reconfortantes a toda a hora! Uma série de palavras que não conheço outros que as digam, como eu, como anoraque! Em suma, identifico-me imenso com as descrições e narrativa, de forma que foi uma leitura deliciosa, algo especial.

Mas vamos ao enredo. A excêntrica Elfrida mudara-se, com o seu cão, Horace, de Londres para uma casinha no campo, fazendo amizades na aldeia, particularmente com os Blundell, de quem se torna íntima. Porém, acontece uma tragédia que faz com que Elfrida se mude temporariamente para a Escócia, habitando uma casa antiga e enorme, que acaba por alojar alguns familiares e amigos, algo perdidos na vida. 

Sinceramente, não esperava que Elfrida me surpreendesse, devido à sua idade, não quero dizer a que respeito, para não estragar a leitura, e por isso não me identifiquei com ela, nem aliás com nenhuma das personagens, sendo todavia, todas encantadoras e por vezes, fascinantes.  

Gosto da forma como a história de cada uma das personagens é contada, por capítulos. De como se cruzam e certa altura da narrativa. E de como a falta de esperança é superada para cada um, cada problema, trazendo um novo fôlego, perante cada desafio. O livro fala sobre a busca pelo amor, as dores da perda, e a alegria de o encontrar ou reencontrar. Recomendo, portanto, a leitura deste livro. 


Título:  Solstício de Inverno

Autora: Rosamunde Pilcher

Editora: Circulo de Leitores

Nr de Págs: 508

sexta-feira, 22 de março de 2024

Doce de Laranja

 


Estes dias terminamos o último frasco de compota que eu fiz em 2023, ( parece-me que desta última vez fiz menos, só pode!), e como das que se compram raras são as do meu agrado, pensei que deveria fazer mais, a questão era de quê, nesta altura do ano. Subitamente lembrei-me que no último Inverno tinha, finalmente, experimentado uma de laranja, sugerida por uma Instagrammer inglesa, no caso era um marca escocesa, e da qual gostei bastante, sendo que de momento tenho em casa imensas e deliciosas laranjas caseiras. Assim pensei assim fiz. 

A receita resulta de uma combinação que li em diversas fontes. 

Uma maravilha. A laranja fica macia, e não tão amarga como a inglesa que é feita com a laranja "Seville", pelo que na adição do açúcar já tive isso em conta, descontando a quantidade. 

Com o meu pão caseiro, sem glúten, é uma iguaria dos céus! 


Doce de Laranja

Ingredientes:

500 gr de laranjas biológicas

400 gr de açúcar

Como fazer:

Lavar muito bem as laranjas e colocá-las a cozer numa panela com água a cobrir, em lume baixo-moderado, durante 2 horas. 

Retirar da água, cortar o topo da laranja e a base, cortar em quartos, e fatiar finamente estes quartos; voltar à panela (cuja água de cozedura é entretanto descartada), com o sumo que as laranjas escorrem, aproveita-se mesmo tudo, juntar o açúcar e deixar cozer, mexendo ocasionalmente, cerca de 30 minutos, ou até o doce fazer estrada num prato. Deixar repousar 15 minutos. 

Verter para frascos esterilizados, em água a ferver, fechar muito bem, virar para cima, e estão prontos a guardar ou servir de seguida!

Muito fácil. Decididamente farei mais, dois frascos foi apenas para teste, tenho que aproveitar a abundância da época das laranjas.

quarta-feira, 20 de março de 2024

A Arte de Descomplicar

 Há pessoas que, realmente, têm uma tendência enorme para se verem enredadas em problemas, com uma facilidade que me deixa perplexa. De uma adversidade que lhes surge, causada pelos próprios ou por outrem, multiplicam-se diversas, sucessivamente. De fora, até me sinto zonza ao observar tamanha espiral. 

A pessoa perde o emprego, sente-se em baixo, começa a beber demasiado, causa mau ambiente em casa, os amigos e colegas afastam-se, fica deprimido, fica mais em casa, com uma vida totalmente sedentária, começa a tomar medicamentos anti-depressão, entretanto, para além dos problemas financeiros, já afastou a família e perdeu amigos, que entretanto nem conseguem sugeri-lo para qualquer trabalho, com receio de indicar um alcoólico ou instável; engordou, está doente, em suma, agora sim, tem razão para se sentir mal, e a mais desafortunada pessoa do mundo! E de quem é a responsabilidade? Sua. Mas não vê nem aceita. 

Causa-me espanto, e pena, ver problemas que surgem, desnecessariamente, a estas pessoas por talento próprio para o desastre; entre viver numa casa, tranquila, que precisa de algumas obras para ficar melhor isolada do frio e calor, onde há uma parcela de terra que gosta de trabalhar, prefere vendê-la e mudar-se para um apartamento, no bulício da cidade, agora que está reformado. Já antevejo o caminho para a depressão. 

Entre assumir uma omissão, explicando-a com sinceridade, preferiu persistir nela, justificando-a com mentiras, que adiante foram descobertas e expostas, causando um relacionamento de desconfiança que também antecipo, culmine, mais cedo ou mais tarde, em nada de bom. 

Entre manter os bens materiais que herda, vai-os vendendo, acumulando o valor no banco, que em juros nada de significativo lhe rende, enquanto os filhos não possuem sequer casa própria; mas o dinheiro, um dia, será deles! 

Enfim, são tantas as más escolhas que vejo e as pessoas passarem por tantas angústias desnecessárias! Constato também que isto não acontece apenas com pessoas menos educadas e inteligentes, é transversal a essas catalogações, o que me levou a concluir que isto não lhes está ligado, mas que se explica apenas pelo coeficiente emocional.

É bom de constatar, também, que outros conseguem pegar numa situação problemática inicial, como o desemprego, e conseguem dar-lhe uma volta que resulta positiva, e por vezes até, surpreendente; procuram activamente trabalho, e enquanto isso dedicam-se mais aos filhos, começam a fazer exercício físico, vão fazer uma formação no I.E. que os vai qualificar para outras áreas, ampliando assim as suas possibilidades; atiram-se finalmente para algo com que sonhavam e não ousavam, como abrir um negócio. Como se aquele percalço lhes desse força, e se engrandecessem perante a adversidade. Não admira que as empresas tenham começado a dar mais valor ao C.E. . 

A arte de descomplicar, resume-se a isto: O problema surge, o objectivo é conter o problema. Focar na solução, que seja eficiente e não provoque efeito dominó. Se não se consegue fazê-lo sozinho, devemos conversar com pessoas em quem tenhamos confiança, que gostem de nós, que vejamos como sensatas, e a prova disso está nas suas vidas, basta observá-las.  

A vida é como um jogo, um puzzle, e quanto mais o jogamos de forma consciente, melhor nos tornamos a fazê-lo. Já antes alguém disse: Não conseguimos evitar todos problemas, o nosso poder está na forma como os enfrentamos.  

segunda-feira, 18 de março de 2024

Presente para o Dia do Pai

 

Via Etsy


Cada vez mais estas datas impostas pela sociedade me dizem menos e mais as percebo como datas materialistas que promovem, sistematicamente, o consumismo. Porém, a maioria dos pais, mães, mulheres, crianças, etc. espera algo nestes dias, e se com isso fazemos alguém mais feliz, e tornamos o seu dia mais especial então proponho que seja pela via personalizada, e da criatividade. Pelo menos para mim estes são sempre os meus presentes favoritos. Guardo todos. Já cacarecos...

Esta proposta que encontrei não tem nada que saber, e mesmo crianças pequenas a podem pôr em prática, basta que alguém lhes faça um coração em cartão grosso para servir de molde, e com ele os mais pequenos desenham a quantidade de corações que quiserem, na cor que preferirem, pode ser a favorita do pai, recortar, com ajuda ou sem, e colar numa folha que será devidamente emoldurada. Guardar um coração em branco para escrever umas palavrinhas de ternura ao visado, e pronto! 

É tão simples e rápido que se torna ideal para presente de última hora.  

quarta-feira, 13 de março de 2024

Março no Jardim

 


Em Março é altura de semear: ageratos, assembleias, ásteres, cóleos, boas-noites, cravos, perpétuas. E de plantar: anémonas, dálias e trevos.  

As dálias que deixei na terra já rebentaram, e já tive que as proteger dos caracóis e lesmas, com as campânulas que fiz de garrafas de plástico. Vou hoje tratar de plantar os tubérculos que guardei numa caixa de cartão, cobertos com papelão. 

segunda-feira, 11 de março de 2024

Quando a Chuva Cansa...

 

Via 

Quando os dias, as semanas, os meses de chuva se sucedem, e me aborrecem, tenho de me lembrar: E se eu vivesse num planeta onde a chuva não existisse?! 

Não gostava mesmo nada. E além disso, há sempre alguém a quem a chuva beneficia.  

quarta-feira, 6 de março de 2024

Roupa Naturalmente Lavada

Via Mirística

Depois desta tentativa, que funcionou mas sinceramente não durou muito tempo, encontrei em 2022 uma opção que me agrada, simples e natural como nenhuma outra! Refiro-me às nozes de saponária, 3 ou 4 nozes dentro de um saco, dão para 4 ou 5 lavagens, dependendo da sujidade da roupa, e funciona mesmo. A roupa fica muito bem lavada! E o cheirinho de amaciador? Faz falta, não é? Mas também não ia juntar amaciador de supermercado nesta fórmula tão orgânica, portanto, 2 ou 3 gotinhas de óleo de essência de Lavanda, ou outro qualquer perfume da vossa preferência, e pronto! Um cheirinho a sair da roupa que convencerá os mais cépticos. 

Porque é importante encontrarmos uma opção natural aos detergentes químicos? Porque respiramos estes odores artificiais, porque estão em contacto com a nossa pele, e porque são muito poluentes. 

Depois de gastas as nozes de saponária podem ser descartadas no compostor. 

Por não encontrar por aqui, comprei a granel as nozes de saponária online, na loja Mirística, muito rápida a enviar. 

Recomendo vivamente!

segunda-feira, 4 de março de 2024

A questão dos Gatos

Via Pinterest

A propósito de um comentário que li de alguém que dizia não conseguir gostar de gatos, fiquei a pensar que, de facto, existe na sociedade uma corrente que descredibiliza gatos e promove cães; repetem uma série de clichés, "os cães são os leais amigos", os "gatos são interesseiros", "os cães até voltam a lamber a mão de quem os agride", "os gatos arranham quem lhes quer fazer festas"; "os cães amam os donos", "os gatos amam a casa que lhes dá abrigo e comida", etc. . E isso leva, frequentemente, as pessoas a assumirem um partido dizendo o famoso "eu sou uma pessoa de cães" ou "sou uma pessoa de gatos", coisa que na minha percepção é absurda por não compreender como uma pode excluir a outra.

Eu gosto de ambos, embora tenha tido apenas gatos, de momento temos 3, houve porém uma época em que tivemos 4. Eu queria ter tantos? Não, mas eles, simplesmente, foram abandonados e foram parecendo aqui, no jardim de casa, a entrar pela porta adentro, literalmente! 

Cada gato tem a sua personalidade, e mesmo dentro da raça, cada um tem algo que o distingue, todavia reconhecem quem os trata bem, fogem instintivamente de algumas pessoas e aproximam-se facilmente de outras ( eu acho fascinante observar isso com quem entra cá em casa); e também são companheiros, por exemplo, assim que eu começo a trabalhar no jardim eles aparecem, nem sei exactamente de onde, e quase se colam a mim, e no interior de casa se eu ando de um lado para o outro, entre rés-do-chão e primeiro andar seguem-me igualmente; se eu ficar sentada no sofá, como estou agora a escrever este texto na defesa destes felinos tão especiais, estão à minha volta. Já notei, que desde o final de Novembro, quando sofremos uma enorme perda familiar, eles ficaram muito mais caseiros, e acompanham-me muito mais.

Há quem reclame de que os gatos estragam cortinas e sofás, ao arranhá-los, porém isso também é uma aprendizagem para eles, os nossos já sabem que não podem fazer nada dessas coisas, nem podem dormir nas camas, ou andar por cima de mesas e móveis, sim, eles têm a capacidade de aprender tudo isso! Os limites estão onde nós os colocamos. 


Via Pinterest

Além disso, esta disputa entre cães e gatos existe muito mais entre as pessoas do que entre eles, pois tenho conhecido imensos casos de pessoas que têm ambos e são os melhores amigos, dormindo juntos, brincando juntos, comendo do mesmo prato. Isto é só outra questão em que nos dividem, causando prejuízo aos gatos. São criaturas muito inteligentes, divertidas e audazes. E além disso, muito independentes, e até solitários, buscam os seus companheiros de vida mas também apreciam os momentos e sós, não se inibindo de mostrar desagrado quando alguém os força ao que não querem no momento. Têm personalidades fortes. Ao observá-los aprendo imenso com eles; assim que a chuva pára e o sol quente se manifesta, eles deitam-se no jardim ao sol, não ficam na tijoleira ou granito, mas na terra, estão a fazer a enraizamento, enquanto recebem os raios solares. São muito descontraídos, caminham habitualmente com a lentidão e elegância de quem não tem stresses horários ( e não têm!) mas a qualquer altura correm uns atrás dos outros, exercitam-se impecavelmente; após as sestas que promovem ao longo do dia não saltam de imediato, esticam-se como fazendo yoga!

Via Pinterest

Hoje a minha mãe ficou perplexa, no final do almoço, o Niko que ainda não tinha comido, veio tocar-me delicadamente no braço com duas pancadinhas, olhou-me directamente nos olhos, e saiu da sala mas antes ainda olhou para trás, para confirmar se eu o seguia, e depois parou em frente do seu prato. Ele faz isto constantemente. Os animais não falam mas comunicam muitíssimo bem.

Via Pinterest

Há quem diga que são animais místicos, com poderes de limpeza de energia, e protecção, aliás os antigos egípcios veneravam-nos, e quem os maltratasse era severamente punido. Porque seria?!

A vida é tão mais divertida e amorosa com os gatos. É realmente uma honra partilharmos o nosso espaço com eles, portanto se não tem, aconselho que pondere, que reflicta bem e adopte, comprar nunca! Os abrigos estão lotados de gatos à espera de alguém que os acolha; e outra coisa, não escolha, permita ser escolhida, o gato certo irá ter consigo. Essa é a primeira lição, no que se trata de gatos, talvez a da humildade, a da aceitação. E é só o início de uma série de aprendizagens e maravilhamentos. 

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

" A boa Mulher"

Esta história não me sai da cabeça. Ela é uma mulher muito bonita, vistosa até pelo seu tipo nórdico, ainda mais num país de latinas, extremamente simpática e afável, muito competente no seu trabalho, sendo isso devidamente reconhecido, e cidadã activa na localidade onde reside. Para além disso, é uma mãe e filha extremosa. Não há quem não simpatize com ela. Porém, o marido, inferniza-lhe a vida, e ela sente-se desesperada. 

Que poderá ser tão importante num casamento que se sobreponha a uma mulher leal, de valor a vários níveis? Ele é apenas um quadro superior, não se lhe reconhece mais do que isso. E portanto, por comparação talvez isso o afecte. Talvez tenha ciúmes, ou inveja. 

Há homens que não compreendem que quando têm uma mulher de valor ao lado deles, isso também os valoriza, antes entendem que isso os diminui. Entram em auto-sabotagem e com eles arrastam quem lhes está próximo. 

O coeficiente emocional faz toda a diferença para viver uma vida equilibrada e feliz!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Yesterday's Children (2000)

Jane Seymour | Clancy Brown |

Este filme é baseado numa história verídica, vi-o há alguns anos, e recentemente voltei a vê-lo. Para além do tema central, a reencarnação, a grande questão aqui é o amor de mãe, que permanece  através dos tempos, das vidas, para sempre. A quantidade de comentários no YT comprova-o. 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

"Rituais Para Dias de Chuva"


A Primavera já vai dando sinais da sua chegada, por todo o lado que olho os encontro. Inclusive, já vi as primeiras borboletas, encontrei a primeira joaninha, que adoro. 

Após alguns dias de sol, e aliás bem quentes, que aproveitei sempre que pude, para ler no terraço, e usufruir daqueles raios solares magníficos, a chuva voltou, afinal estamos em Fevereiro. Porém, o céu voltou a ser cinzento, os chuviscos desanimam a qualquer saída que não seja obrigatória, os gatos procuram mais ficar em casa enroscados a dormir longas horas. Ainda precisamos de permanecer mais tempo recolhidos, a processar pensamentos, a recarregar energia, antes de nos expormos ao mundo que a Primavera e Verão proporcionam. O exemplo dos gatos é sempre inspirador. A natureza é sábia. 

Todavia, a letargia instala-se influenciando a mente, felizmente, há sempre algo que podemos fazer para alterar o estado de espírito, por exemplo hoje vou fazer pão, que é daqueles alimentos que perfumam a casa, dando em simultâneo uma sensação de bem-estar e aconchego. E já acendi o difusor de óleos essenciais, que fiz, com Pau Santo; e depois há outras, como essa lista abaixo, que partilho para inspirar quem necessite. 

Vamos tirar daqui algo de bom?! 

Via Pinterest



terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Lembretes

Cena 1. O carro que seguia à minha frente travou repentinamente, quando naquela curva o outro carro que subia entrou na nossa via, e quase em colisão com ele; como era uma descida com visibilidade, eu vi o carro que entrou em contra-mão a quase provocar o acidente, e a minha atenção nessa situação quase me fez bater na traseira do carro à minha frente. 

Cena 2. O carro a quem dei prioridade na saída do parque de estacionamento saiu da nossa via, e entrou na via contrária, enquanto eu, assustada, dizia sozinha "ó minha senhora!", regressando ela, quase logo, à via correcta, para meu alívio, mas entretanto, chovia imenso, a visibilidade era reduzida, e não vi a senhora que atravessava a passadeira, escura, sem guarda-chuva, levando a que travasse abruptamente à entrada da passadeira. 

Graças a Deus os travões do meu carro funcionam perfeitamente! E graças aos anjos!

Imediatamente, de seguida compreendi; a minha atenção tem que estar dirigida para a minha realidade. Ao focar-me nos problemas dos outros estou a descuidar-me dos meus. 

E eu, de certeza que não quero isso. 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Receita de Burgers de Feijão Vermelho

 


Cozi imenso feijão vermelho para congelar em caixinhas para a sopa, e resolvi fazer também para o almoço estes burgers, a modo de improviso. Ficaram bem bons, e foi muito fácil. Fiz para sobrar, gosto de os ter congelados para refeições futuras. 

Burgers de Feijão Vermelho

Ingredientes:
300 gr de feijão vermelho cozido
Meia cebola picada.
Um dente de alho picadinho
Uma chávena de flocos de aveia
1 colher de café de Paprika fumada
1 colher de sopa de molho de Barbecue
Sal e pimenta a gosto

Como fazer:
Colocar no precessador o feijão e ralar grosseiramente, juntar os restantes ingredientes e voltar a triturar, até ficarem misturados mas não empapados, é bom que tenha textura. Se a massa parecer demasiado mole, juntar um pouco de farinha. 
Modelar os burgers e levá-los ao congelador cerca de 15 minutos; fritar na sertã com óleo de coco, de um lado e do outro até ficarem com crosta acastanhada. 
 
Acompanhar como mais gostar. Eu gosto também de lhe juntar ketchup, fica sempre bem, é um clássico.  



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

"O Círculo de Blackburn" - Marion Zimmer Bradley

Fiz esta leitura por indicação de uma amiga, mas confesso que me demorou longos meses a terminar o livro. É já o segundo livro que me indica sem que eu consiga partilhar do entusiasmo dela. Porém, há muitos anos tinha visto "As brumas de Avalon", de que gostei imenso ( falta agora saber se isso ainda se manteria), e depois tenho também em alta conta as dicas, em geral, desta amiga; aqui está a prova de que os gostos literários podem ser, de facto, muito pessoais. 

Marion Zimmer Bradley é uma autora norte-americana, nascida em Boston em 1930. Com "As brunas de Avalon" permaneceu quase 3 anos na lista dos best-sellers do New York Times. É portanto, uma autora mundialmente conhecida. Já a sua vida particular teve uma faceta obscura, e muito reprovável, que veio tardiamente a ser revelada, e para mim, só mesmo agora ao escrever esta introdução, o que me deixou ainda mais desagradada. Ler aqui

O Circulo de Blackburn conta a história de uma seita dos anos setenta, em retrospectiva, pela procura da filha do líder dessa mesma seita, que vai em demanda de respostas para o seu passado. Truth, que toda a vida rejeitara a paternidade daquele que considerava um vigarista e responsável pela morte da mãe, durante um ritual, que acontecera na casa e propriedade que a pequena comunidade ocupara, tornara-se numa espécie de cientista do oculto, e pretendia também expor a teoria fraudulenta de Blackburn. Porém, essa investigação pelo passado vai revelar-lhe que afinal a sua família não se extinguira, pelo contrário, e que o poder da magia é afinal muito real. 

Não gostei da escrita, por considerá-la muito básica. Não tive de consultar o dicionário uma única vez, e pior do que isso, é efectivamente de uma simplicidade juvenil. Não consegui ligar-me à protagonista, que me pareceu sempre de uma antipatia e agressividade desnecessárias. No geral, nenhuma personagem me cativou, excepto talvez um pouco, Irene, uma personagem secundária, pela sua gentileza, bondade e inocência. 

Bem sei que na área do fantástico a parte racional do leitor é posta à prova, porém a história deve conter algo de credível que quase convença o leitor da possibilidade dos fenómenos paranormais, o que aqui não acontece. Pelo menos, não a mim. 

Em suma, não é livro que recomende. 

 

Via

Título: O Círculo de Blackburn

Autora: Marion Zimmer Bradley

Editora: Edifel

Nr de págs: 371

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

A minha realidade

Estava no jardim a trabalhar, e o barulho, não muito distante, de uma máquina de polir o soalho começou a irritar-me pela continuidade; queria estar no jardim em silêncio e aquele ruído parecia preencher todo o espaço. Subitamente, um bando de pardais começou a chilrear como se se disputassem, sobrepondo-se a todos os barulhos, e eu percebi. A minha realidade está onde eu ponho a atenção.

São estes momentos em que a chave vira que a nossa realidade também muda; foquei-me no que fazia ouvindo a passarada. Pensando agora, não sei quem terminou primeiro, se o taqueiro ou eu. 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

A Sua Melhor Versão

Via


É para isto que estamos aqui, nesta experiência terrestre, para desenvolvermos o nosso potencial, e criar a nossa melhor versão.

A maioria das pessoas pensa que está aqui por casualidade, nasce, cresce, estuda, trabalha, casa, tem filhos, faz férias, compra bens, acumula, envelhece e morre. É toda uma experiência virada para o exterior, não se interrogam do porquê estarem aqui, não questionam de onde vieram e para quê, não aprofundam quem são e porque têm determinados comportamentos. Levam uma existência superficial, navegando por cima de cada momento. E por isso, durante toda a sua vida não mudam muito realmente; e até acham bom, que isso as define como pessoas sólidas, fiáveis, que sabem quem são e o que querem. Porém, só quem está nesta vida com toda a sua atenção, a si, ao entorno e se questiona constantemente, muda, tanto em comportamentos como opiniões. E assim evolui.
 
Eu estou muito satisfeita por ter mudado ao longo da minha vida, de pensar de forma diferente sobre imensos assuntos, e olhando para trás vejo esse percurso não como uma estrada, mas como uma escada que eu fui subindo, com pausas, é certo, porque a nossa personalidade carece, por vezes, de fôlego para continuar a escalada, mas sempre ascendente. Eu acredito que o meu futuro será sempre melhor, e então sigo em frente. Porém, pelo caminho, vou-me sempre fazendo algumas dessas questões da tabela acima, para me auxiliar, me esclarecer, me ajudar a definir. 

Definitivamente, acredito que não viemos aqui a passeio, embora a Vida possa ser uma bela caminhada, se assim o quisermos e fizermos. 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

O Pequeno Nicolau - Filme Completo e Dobrado


Foi-me indicado como um dos filmes mais cómicos que essa pessoa viu; entretanto, lembrei-me de uma fase infantil em que os livros do Pequeno Nicolau foram os favoritos do Duarte, e vi o filme. 

É o humor de outra era, mais leve, mais simples, sem recursos a grandes artifícios, mais puro. E mais sincero. Retrata também um tempo, não muito distante realmente, que hoje em dia seria reprovável em muitos aspectos. Não deixa de ser interessante, e divertido. E portanto, partilho como dica para ser visto em família. 

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Precisamos dos Agricultores. Todos os dias!

 

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Não entendo como as pessoas, em geral, não compreendem nem apoiam o que os agricultores estão a fazer em França, na Alemanha, e na Holanda, para começar; é tão simples quanto isto, se eles não produzirem nós não comemos! E comer é das nossas necessidades mais básicas, não podemos dispensar nem adiar. 

Ao longo dos anos deste blogue tenho, ocasionalmente, mencionado a minha admiração pelos agricultores, pelo trabalho tão duro, em termos físicos e mentais, pela dedicação constante a tarefas que não se compadecem de horários e fins-de-semana, pela incerteza do resultado final, tão dependente do sol e chuva em intensidades certas, e porém incontroláveis pelos profissionais; para depois se resumir numa diária luta pela sobrevivência, devido a uma deficitária compensação financeira. Fazem um malabarismo constante, vivendo num stress permanente que poucos aguentariam. 

Para mim, aqueles que trabalham a terra vivendo esta circunstância tão desafiante e pouco gratificante, são verdadeiros heróis, e respeito-os verdadeiramente. Talvez esta minha mentalidade me esteja no sangue, dado que os meus antepassados já assim pensavam, e viveram da terra que possuíam. Portanto, não será assim tão difícil de entender que ao nos alimentarmos, e fazemo-lo constantemente ao longo do dia, é graças aos agricultores; e que por isso, deveríamos ter consciência de que precisamos deles, dependemos deles. E se os agricultores dizem que a actividade se torna incomportável para eles, e riscam a falência, devemos prestar-lhes atenção, devemos apoiá-los. Vivemos numa relação de dependência, é necessário assumi-lo. 

Nada mais justo é do que apoiar quem quer trabalhar, e o faz numa área tão fundamental como a sobrevivência alimentar do homem, contribuindo para a nossa saúde, a força, o crescimento. É preciso ter noção de que não são rebeldes sem causa, são pessoas que lutam pela sua sobrevivência, e pela nossa, e que estamos juntos nisto.   

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Esperando a Primavera

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Estes dias, uma "amiga" do Instagram publicava uma série de coisas animadoras para aguentar até ao fim do Inverno, e no fim dizia "para aqueles como eu, que contam os dias, faltam 58 para a Primavera". E havia imensa gente a concordar com a publicação. 

Logo depois uma outra amiga do Instagram publicou um poema, que comentei pela coincidência da conversa que tinha tido com os meus filhos, pela manhã; comentávamos como nos era tão penoso levantar cedo no Inverno, por ser ainda escuro, por ser frio e desagradável. E eu tinha concluído que talvez os humanos também devessem fazer como os animais, hibernar durante toda a estação, ficar recolhidos no aconchego do lar, a nutrir corpo&alma. E retomar a vida na Primavera, quando realmente o Ano deveria começar. 

Parece que naturalmente nos sentimos todos assim, durante esta Estação, é portanto algo real e sério. Entretanto, deixo o poema porque é bonito, e inspirador:

Esperando pela Primavera


Enquanto espero pela Primavera,

Ficarei contente observando os pássaros


Chapins-azuis, Piscos-de-Peito-Ruivo

e pardais da cor do carvão,

equilibrando-se no comedouro de pássaros

fora da janela da cozinha.

A cerejeira perdeu as folhas

mas os galhos estéreis seguram os pássaros com carinho,

enquanto suas primeiras flores fechadas

apontam para uma eternidade guardada dentro delas. 


Enquanto espero pela Primavera,

vou hibernar mais um pouco

esconder-me debaixo das cobertas,

embrulhar as minhas emoções em camadas de lã.

Vou saborear bebidas quentes, devagar e

refugiar-me no silêncio.


Enquanto espero pela Primavera,

Andarei pelas ruas ao entardecer

bebendo na luz fraca,

feita dourada contra edifícios cor de mel


Eu abraçarei a escuridão,

farei o ritual de fechar as cortinas,

acendendo velas e sentando-me perto da lareira.

Vou ouvir música, sinto melancolia

e faço longas listas na minha cabeça

de tudo o que eu aspiro ser

e fazer

Vou me convencer de que este ano

será diferente.


Serei paciente esperando pela Primavera

pois eu aprendi

neste espaço de espera

que todas as coisas se tornam possíveis.


Caroline Avnit


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Mudam-se os tempos mudam-se as vontades.

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Quando eu era criança sentia-me demasiado envergonhada para andar a Cantar os Reis em grupo, mas costumava juntar-me com algumas crianças da vizinhança e íamos apenas cantar os Reis a casa de um casal amoroso, que não tinha filhos, e nos dava sempre muita importância. Nos últimos anos acontecia que mal pedíamos licença para cantar, eles rapidamente abriam a porta e nos convidavam a entrar, nos oferecendo guloseimas e algum dinheiro. Pelo que após isto já nem nos dávamos ao trabalho de ensaiar. Simplesmente íamos à confiança. Enfim. 

Mas entretanto, em minha casa não faltavam pequenos grupos de miúdos, crianças e adolescentes, que surgiam a cantar os Reis, de forma muito personalizada, dedicando no final uma quadra a cada um de nós, que ouvíamos deliciados, entre risinhos de entusiasmo; quando abríamos a porta, para lhes dar dinheiro, a nossa maior curiosidade era saber quem seriam aqueles cantores que nos conheciam pelo nome, e na maior parte das vezes nós não sabíamos os deles, o que ainda nos admirava mais. 

Havia noites em que surgiam diversos grupos, para cantar os Reis; estávamos tranquilamente a ver televisão, e lá de fora ouvia-se, por vezes um sonoro, ou por outras, um tímido: "Olaré, cantaremos?", e imediatamente tirávamos o som da tv e nos púnhamos em sentido para ouvir os cantares. 

Não me recordo de chover nessas noites, talvez nessas eles não fossem, ou fossem mais raramente, mas lembro-me do frio, e da neblina nocturna. O clima minhoto invernosos não era impeditivo para esses grupos que corriam a freguesia, por vezes bem longe de casa. E era uma tradição muito bonita. 

Entretanto, deixaram de aparecer. A miudagem já não tem necessidade de ganhar uns trocos, todas as suas necessidades estão colmatadas pelos pais, desde a roupa de marca, ou não, aos telemóveis, e dinheiro de bolso. Não consigo deixar de lamentar o desaparecimento dessa tradição. E muito menos aprovar que se troque esta, tão nossa, pela outra, a do Halloween, em que já começam a tocar às portas, e pedir doces, como se fosse habitual; quer dizer, os pais também lhes dão doces, mas esta tradição importada é amplamente difundida pelos media, e pelo comércio em geral, pelo que "pedinchar" de acordo com uma moda que até aparece nos filmes já não embaraça, pelo contrário, até é giro. 

Eu sei, o mundo está em permanência mudança, mas se pelo menos fosse para melhor...

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Batido de Beterraba, Maçã e Gengibre

 


Não sei como acontece com as pessoas em geral, mas a mim apetece-me muito mais batidos durante as Estações mais quentes, porém tenho feito um certo esforço para os tomar também no Inverno, por serem muito nutritivos. Este de beterraba não será de consenso, mas eu gostei, adoro beterraba, o que lhe confere um sabor distinto, e o gengibre ter propriedades medicionais: é uma planta medicinal com propriedades termogênicas, antiespasmódicas, antioxidantes, analgésicas, anticoagulantes, vasodilatadoras, expectorantes, digestivas, anti-inflamatórias, antieméticas e antipiréticas. In Tua Saúde
 
Batido de beterraba, Maçã e Gengibre

Ingredientes:
uma beterraba cozida
Uma maçã verde descascada
Um bocado de gengibre fresco
250 ml de água
Sumo de meio limão
3 colheres de café de mel

Como fazer:
Cortar a beterraba E a maçã, aos bocados; descascar a pele do gengibre e cortá-lo miúdo, juntar a água, e o sumo de limão, e bater tudo na liquidificadora. Quando estiver bem líquido juntar o mel e bater mais um pouco até ficar uma mistura lisa e homogénea. 

Pode-se acompanhar com alguns legumes, como aipo, cenoura, pimento, para trincar e fazer um lanchinho ainda mais satisfatório. 



quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Oficina de Cerâmica


Já não sei se foi no 1º ou 2º ano do "Cíclo", actuais 5º e 6º anos, que em "Trabalhos Manuais" tive Cerâmica, e adorei, fiz uma espécie de jarro, que já não me recordo que destino teve, mas nunca mais esqueci aquela experiência. Aliás, recordo tudo o que fiz nessa disciplina, um caderno para receitas, para a minha mãe, e que velhinho guarda ainda as receitas de família, e que uma das minhas irmãs ainda tem; um porta-lápis em couro, que usei orgulhosamente durante bastante tempo; e um saco em macramé de sisal, que ficou anos pendurado na despensa da minha mãe, e que ela nunca usou por ser demasiado estreito para as compras, e não ser elegante suficiente para passeio. Mesmo sendo apenas decorativo eu gostava de o ver ali. 

E a propósito, porque já não ensinam estas coisas em "Trabalhos Manuais"?! Já nem sequer existe a disciplina como tal, e porém essas manualidades são de grande importância. É lamentável.
Mas adiante, eu recordei sempre estas experiências, inclusivamente lembro-me ainda da professora Odete e do professor João, o que revela quão marcante foi para mim, e não apenas para mim, em conversa com outras pessoas da minha geração todos as recordam como gratas aprendizagens. E portanto, acalentei durante muitos anos o desejo de retomar as aulas de Cerâmica, que fui adiando pela inexistência de ateliers onde vivo. Até que no fim de 2023 duas corajosas empreendedoras, também apaixonadas pela cerâmica, resolveram criar um espaço onde ensinam esta arte, e eu imediatamente me inscrevi. 

Comecei por escolher fazer um queimador de óleos essenciais, e depois fiz um segundo, para a Letícia levar para o quarto dela. Fazia sentido ter começado por algo mais simples, não sei porque não pensei nisso, fui simplesmente para aquilo que queria, aliás, pensando agora, no expositor dos trabalhos feitos não existia nenhum, e eu gosto sempre de sair um pouco da tendência, mas enfim, com a devida orientação lá consegui criar os meus objectos com uma apresentação decente, pelo menos já inspirou outros, e serviu de capa aos trabalhos publicados pelo atelier, o que deve confirmar algo de bom. 

Criar com as nossas mãos proporciona uma imensa satisfação; imaginar e ver o objecto a tomar forma, é realmente gratificante. É também um momento de meditação, de foco, e o tempo passa de forma diferente; requer também paciência, é um trabalho de etapas, tem que secar naturalmente, com a humidade da chuva demora mais, e o forno só se liga quando houver fornada que o encha. Estou na expectativa agora de ver os meus objectos terminados, mas gosto tanto desta sensação de ansiar por algo! 

Tenciono continuar com este passatempo, tenho uma listinha de coisas para fazer, e muito ainda para aprender, é um óptimo projecto para 2024, e uma linda forma produtiva de começar o ano.  


segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Sentir o Sol

Em 2023, os meus filhos apresentaram-me "Os Quatro e Meia", de quem são fãs, e desde aí que os ouvimos e cantamos juntos, sempre no carro, sobretudo quando está a chover. E como parece que vamos ter outra semana de mais chuva, invoco o sol em alegre modo musical! 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Cenas Infantis

 Diz o meu pequeno vizinho,7 anos, a voltar da Catequese: 

- Pelo menos não tive que ir à Missa! Bem, vamos lá ver se agora o domingo vai melhorar.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Acabar com as fontes de stress

Em um daqueles Reels aleatórios que me surgem por vezes, encontrei uma discussão acessa nos comentários sobre a rainha Letízia de Espanha, e a rainha Máxima da Holanda; em língua espanhola ( portanto, nem sequer eram holandeses), dividiam-se, não somente, em apoiar uma rainha como arrasar a outra! E de permeio com ofensas pessoais. 

E eu fiquei a pensar, mas o que sabem estas pessoas sobre cada uma destas rainhas que seja real e justo? Para além de que são bonitas e bem vestidas, e se passeiam pelo mundo dos privilegiados, ostentando colares de pedras preciosas e coroas no valor dos 7 milhões, parecendo exercer uma profissão exigente, todavia, com as mordomias associadas, entre a elite mundial, e fazendo-no por escolha... quer dizer, há formas de estar na vida muito mais exigentes do que estas, e sem merecerem tanta glorificação. 

E por fim, estão as pessoas do povo a discutir, a zangarem-se, a stressarem-se, por pessoas desconhecidas, que não sabem das suas existências, e nem querem saber delas para nada, porquê?! 

Há tantas coisas nas sociedades que promovem a divisão entre as pessoas, e a maioria delas com um nível de futilidade incrível. Tudo tão desnecessário, e mau. 

Quando começarmos a ignorar estas questões, e antes colocarmos o foco na união, a humanidade avança, progride e prospera. Almejo por um mundo assim.