segunda-feira, 29 de junho de 2009

Era uma vez uma sementinha...


Falo sempre a verdade aos meus filhos; respondo com sinceridade numa linguagem ao nível deles. Eu sabia que o tempo das questões verdadeiramente difíceis se aproximava, contudo não deixei de engolir em seco, quando o Duarte me perguntou há pouco tempo como se faziam os bebés.

Tinha-me saído tão bem com a história do parto! Graças às cesarianas que fiz, a explicação foi sucinta e sem rodeios: o médico deu um medicamento à mãe, chamado anestesia, que tira as dores e depois fez-lhe um corte na barriga, por onde tirou os bebés! Lindo, maravilhoso, indolor e verdadeiro.

Fico sempre com aquela dúvida, qual o limite do aceitável e compreensível para as minhas crianças, porque eu quero ser uma mãe aberta e verdadeira sem lhes dar nós nas cabecinhas! Há muito tempo, li algures que se a criança tem maturidade para fazer uma determinada pergunta, também tem maturidade para ouvir a resposta. Então tento pautar-me por aí.

Por conseguinte, respondi que o pai colocava umas sementinhas na mãe, que cresciam e se transformavam em bebés. A explicação não suscitou mais dúvidas, embora eu as esperasse.(E receasse!)

Sinceramente, achei a minha própria explicação demasiado simplista mas por outro lado lembrei-me que se o Duarte não tinha aprofundado mais o assunto é porque ainda não tem maturidade para ouvir respostas mais assertivas. Entretanto, ao folhear uma Marie Claire(Nov.2008), deparei-me com um artigo, intitulado: “Diz, os teus pais fizeram-te como?”, em que diversas crianças respondiam a algumas perguntas. Fiquei alegremente perplexa com a ingenuidade de crianças, algumas mais velhas do que as minhas. Eis algumas pérolas:

Marie Claire: Sabes como os teus pais te fizeram?

Lisa (10 anos): Deram beijinhos.

Nina (8): Deram beijinhos na boca e depois alguns bichinhos vão pelo corpo da mãe.

Martin (6): Não sei.

Clemence (9): Penso que eles se beijaram, mas foi o médico e não o papá que fixou a data do nascimento.

Romaine(7): Não, a mamã está demasiado ocupada para me explicar!

Wanda(8): Eles fizeram amor e 9 meses depois eu nasci. Fui eu que quis saber. É importante compreender como nascemos.

Marie(7): Eles fizeram festinhas, depois uma sementinha vai para a barriga da mãe.

Ronan (9): Ninguém me disse, mas eu vi um filme sobre cavalos...para os papás e mamãs não é exactamente igual, mas há algumas coisas semelhantes.

Afinal a história das abelhas ainda continua válida, porque no séc.XXI as crianças ainda continuam crianças!

Boa semana!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Cozinhar está na moda?

(Imagem daqui)

Já ouviu dizer? Pois, não acredite! Quem o diz baseia-se na ideia de que existem cada vez mais blogues de culinária, muitos deles visitados por centenas de pessoas diariamente; e é verdade que até no "Mãe muito mais..." uma das entradas mais populares via Google é “scones fofos”! Contudo, nunca no supermercado tivemos tanta oferta de pratos feitos, muitas vezes evocando sabores tradicionais, como a sopa da avó, ou bolos semi-prontos, tudo congelado, bastando colocar no micro-ondas para servir. Uma refeição em 3 minutos!

Dizem também que as cozinhas são espaços cada vez mais deslumbrantes e bem apetrechados, o que é uma evidência, para quem visita blogues de decoração. Et voilá, toquei no ponto! Decoração, isso sim, está na moda!

Porque, deixe-me dizer-lhe, só quem não cozinha a sério, utilizando óleos e azeites, produzindo vapores, se pode dar ao luxo de colocar quadros por cima do fogão, livros em estantes, papel na parede e verdadeiros candelabros no tecto da cozinha! E no fim das contas cada membro da família pega num tabuleiro e come em frente à t.v. . Ou nos quartos, sozinhos!

Eu gosto imenso de decoração, tenho inclusive montes de blogues nos meus favoritos que me inspiraram e solucionaram problemas decorativos. Portanto, acho muito bem que outros (muitos outros) também gostem, e até compreendo!

Eu vejo a questão desta forma: vivemos num mundo tão difícil, com tantos problemas, que entrar em casa ( que também é o nosso mundo) seja importante estar rodeado de coisas bonitas. Objectos com os quais nos identifiquemos e que expressem o nosso bom-gosto, as nossas vivências, a nossa família e até o nosso passado. Na decoração criamos um mundo nosso, feliz e alegre, todo contrário ao Mundo lá de fora. Por isso, é que a decoração está na moda.
Uma evasão - poderão alguns dizer...mas evasão por evasão, antes uma que tenha estética, digo eu!

Tenha uma linda semana!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

FORWARD = Para a frente

(Imagem aqui)

Quem pensa que email é um meio muito rápido de comunicação não me conhece; na última vez que entrei na minha caixa de correio tinha 142 mensagens por abrir! Claro que o facto de eu reduzir o meu tempo na blogosfera implica reduzi-lo também no pc e consequentemente o meu correio electrónico fica muito atrasado. É também um facto que GRANDE parte destas mensagens são forwards, que eu vou, mais tarde ou mais cedo, abrir.

Forwards são mensagens que circulam na net, frequentemente em pps ou ppt que recebemos e enviamos. Conheço muita gente que não gosta de os receber; por exemplo o meu marido avisa sempre que não quer e quando recebe apaga-os. Excepto os meus; porque ele sabe que eu só lhe envio aqueles Fw’s que lhe interessam.

Frequentemente, amigos e familiares agradecem-me, e dizem-me que gostam imenso dos Fw’s que eu envio e pedem-me para continuar a enviar. Porquê? Porque eu faço um criterioso rastreio a todos os FW’s que recebo. Como?

Mensagens xenófobas e misóginas, como anedotas: Delete!

Mensagens que eu já li há n tempo atrás: Delete, outra vez!

Mensagens lamechas: Delete again!

Mensagens de cadeias (se não enviar algo de terrível vai-lhe acontecer nas próximas horas): Delete, delete, delete!

O que fica? Humor sadio, textos espirituais, casos de vida inspiradores, informações de saúde ou temas da actualidade que considere inteligentes e fidedignos.

Envio para todos os meus contactos? Não; conhecendo as pessoas, envio os Fw’s que sei serem do interesse de cada um. Dá um pouquinho de trabalho mas considero-o uma atenção que tenho para quem envio. É muito aborrecido enviar FW’s e decorridas algumas horas ou dias, voltar a recebê-los de alguém a quem os enviamos. Há dias aconteceu-me isto. Novamente. Só que desta vez, vinha inclusive uma pequena mensagem pessoal, assinada por mim, que pelos vistos anda por aí a circular. Chato!

Outra coisa que tenho em atenção: os contactos nunca são visíveis. Para quê exibi-los?! Devemos proteger os nossos contactos e fazê-lo não custa rigorosamente nada.
Porque insisto em ler Forward’s ? Porque ás vezes surgem autenticas pérolas, que fazem com que valha a pena!

That’s it! Tenha uma óptima semana!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O melhor amigo ou bons amigos?


Há dias o Duarte comentava que o melhor amigo dele era o A. e imediatamente, eu e o meu marido, perplexos, perguntamos em uníssono:
-Quem?! Mas tu já nem brincas com ele!
-Pois não, mas ele foi o meu primeiro amigo, no Infantário.

Então, aproveitei a oportunidade para conversar com o meu filho sobre a amizade.

Quando eu era criança, a minha mãe teve uma conversa semelhante comigo; a família atravessava um problema sério e antes que eu tivesse tempo de comentar com alguém a minha mãe disse-me que determinados assuntos não deveriam sair de casa. Que na família estavam os nossos melhores amigos. Parece-me que este foi o ensinamento da minha mãe que mais me marcou. Tive sempre amigos, mas nunca uma melhor amiga. Esse tipo de amizade fusional causava-me urticária. Também não acreditava em amizades com pessoas que são amigos de todos; chamava-lhes "personalidade de plasticina", porque bem via como tinham que se adaptar constantemente.

Ainda hoje não acredito nisso de melhor amiga. No geral tenho visto que não funciona; ou acabam por trair confidências ou roubam o marido. A sério; isso de ter alguém a entrar e sair da minha vida, da minha casa, da minha família, sem pedir licença é demasiado invasivo para a minha maneira de ser. Acho que sou individualista demais para tal. Para ser totalmente sincera…certa vez tive “um melhor amigo”. Mas depois acabei por me casar com ele. Eu não disse que não dava certo?!

Resumindo, disse ao Duarte que devemos ter alguns bons amigos, não necessariamente um melhor amigo. E você, tem um melhor amigo ou bons amigos?

Tenha uma óptima semana!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A fragilidade da felicidade

(Imagem daqui)
Quando eu era adolescente pensava que a felicidade não existia; não acreditava no casamento, muito menos que durasse para toda a nossa existência. E dizia que dormir era a melhor coisa da vida. Felizmente que a capacidade de reflexão e a experiência me ensinaram que a minha vida não teria que ser igual àquelas que eu conhecia em meu redor. A maturidade mostrou-me que somos nós que riscamos o nosso caminho e olhando para o caminho traçado ao lado podemos aprender e evitar aqueles erros.

Ouço muito as pessoas dizerem: a felicidade não existe, somente momentos felizes. Permitam-me discordar; hoje eu acredito na felicidade como um estado de alma contínuo. Simplesmente creio que o meu conceito de felicidade é um pouco diferente. Enquanto para maioria das pessoas felicidade é um estado de exaltação que se atinge num momento de extrema alegria, por sei lá…ter ganho um prémio, uma herança, uma jóia, ter comprado o carro ou a casa dos seus sonhos; ser promovido, ver a sua foto no jornal, etc, para mim a felicidade é mais calma. Digamos que é exactamente o tempo anterior e posterior a todos esses acontecimentos. Vou usar uma metáfora futebolística: enquanto a maioria fica feliz no momento do golo, eu já estou feliz na preparação do golo e também depois da marcação. Eu saboreio cada momento.

Por vezes, quando entro em contacto com outras realidades, de pobreza, doença, violência, injustiça, etc, eu digo para mim: como é difícil ser feliz neste mundo! Como conciliar a minha felicidade com existências tão sofridas, onde não existe sequer esperança? Virando a cara? Olhando para o meu umbigo? Creio que muitos o fazem, mas saiba que dizer somente: - Ah como eu tenho pena das crianças maltratadas! Não faz de si uma pessoa sensível. Se você virar a cara para o lado. Contudo, se você olha, , se compadece e faz um gesto, ainda que isso minore o sofrimento de uma única alma, ainda que seja por momentos, aí sim, você será uma pessoa sensível. E isso, garanto, não vai abalar a sua felicidade.

Repare, a fragilidade da nossa felicidade alimenta-se da indiferença, de todas as vezes que viramos o rosto!

Desejo que tenha uma feliz semana, de olhos bem abertos.