Há dias o Duarte comentava que o melhor amigo dele era o A. e imediatamente, eu e o meu marido, perplexos, perguntamos em uníssono:
-Quem?! Mas tu já nem brincas com ele!
-Pois não, mas ele foi o meu primeiro amigo, no Infantário.
Então, aproveitei a oportunidade para conversar com o meu filho sobre a amizade.
Quando eu era criança, a minha mãe teve uma conversa semelhante comigo; a família atravessava um problema sério e antes que eu tivesse tempo de comentar com alguém a minha mãe disse-me que determinados assuntos não deveriam sair de casa. Que na família estavam os nossos melhores amigos. Parece-me que este foi o ensinamento da minha mãe que mais me marcou. Tive sempre amigos, mas nunca uma melhor amiga. Esse tipo de amizade fusional causava-me urticária. Também não acreditava em amizades com pessoas que são amigos de todos; chamava-lhes "personalidade de plasticina", porque bem via como tinham que se adaptar constantemente.
Ainda hoje não acredito nisso de melhor amiga. No geral tenho visto que não funciona; ou acabam por trair confidências ou roubam o marido. A sério; isso de ter alguém a entrar e sair da minha vida, da minha casa, da minha família, sem pedir licença é demasiado invasivo para a minha maneira de ser. Acho que sou individualista demais para tal. Para ser totalmente sincera…certa vez tive “um melhor amigo”. Mas depois acabei por me casar com ele. Eu não disse que não dava certo?!
Resumindo, disse ao Duarte que devemos ter alguns bons amigos, não necessariamente um melhor amigo. E você, tem um melhor amigo ou bons amigos?
Tenha uma óptima semana!