quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Não é lata, é intimidade!

Desengane-se quem pensa que bastam os laços familiares, mesmo os mais próximos, como mãe-filho, pai-filho, irmã-irmã, para haver intimidade. 
As relações podem ter como base o sangue, porém, se não forem "trabalhadas" não nos levam para além da superficialidade. É necessário investir, tempo, atenção e dedicação. E é preciso uma vontade consciente para o fazer. Por isso, muitas relações de amizade se transcendem para além delas, pois foram esculpidas para alcançar outro patamar.

No entanto, por acharmos que os laços sanguíneos automaticamente nos proporcionam um estatuto de intimidade, descuidamos as relações familiares. E um dia, ao olharmos para quem nos é próximo, damos por nós a pensar numa pergunta que queremos fazer, num comentário que desejamos partilhar, e não ousamos. 

A relação pais-filhos é privilegiada, no sentido da existência abundante de oportunidades. Temos, constantemente, momentos em que podemos demonstrar empatia e respeito, que para mim são fundamentais na construção dos relacionamentos íntimos. Nenhum filho confia em quem não o compreende e respeita. Discordar é outra coisa; está numa área diferente, não sendo ameaçador perante argumentos válidos. E não há mal algum na discórdia, porque as pessoas pensam constantemente de formas diferentes. Temos apenas que aceitar essa diferença, com respeito pelo outro. 
Portanto, que alguém levante uma questão do foro intimo a um amigo, que a própria mãe não ousa abordar, não é atrevimento, é a prova da existência de intimidade. 
E quem a quiser, que faça por isso.      

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Os nutrientes e vitaminas estão na casca


Nunca tive muito o hábito de utilizar na cozinha caldos comprados, porém, desde que me tornei vegetariana dispensei-os definitivamente.

Com certeza que dão mais sabor a determinados pratos, mas há outra forma de o obter, mais saudável, económica e boa para o ambiente, por ser 100% natural. 
Basta guardar as cascas e cabeças de legumes que utilizou para a sopa, ou qualquer outra coisa, como restos de cenoura, courgete, abóbora, brócolos, couve-flor, batata-doce, etc. Se não tiver grandes quantidades de uma só vez, vá congelando. Colocar numa panela com água, temperar com sal e um dente de alho,e deixar cozer em lume muito baixo, cerca de uma hora. 
Utilizar de seguida, ou guardar no frigorífico não mais de 2 dias. Para além disso, convém congelar. 
Para utilizar em sopas, arroz, estufados, etc. 

Dica inspirada no blogue The Greenv.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Quando é Música


Estava no manual de Francês do Duarte. Fornecendo muita matéria de estudo, sobre um assunto sério, embrulhada em belíssima melodia. Deveria ser sempre assim, a música. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Dahl de Feijão Frade #Vegetariana


 Nunca me teria ocorrido preparar o Feijão frade desta forma, e no entanto fica tão, mas tão delicioso! A Letícia, que nunca gostou da salada fria de Feijão Frade, adora este prato. E novamente dou a Letícia como exemplo, porque em primeiro lugar ela é super esquisita com as comidas, e em segundo porque cada vez mais adere à comida vegetariana. Já somos quase duas. 
Este Dahl também dá para congelar, o que o torna muito prático. 


Dahl de Feijão Frade*

Ingredientes: 

1 chávena de Feijão Frade demolhado
1 tomate grande, cortado aos cubos 
1/4  de chávena de óleo de girassol
1/2 colher de chá de sementes de cominhos 
1 cebola vermelha média, picadinha
5 dentes de alho grandes, cortados em fatias finas 
1 colher (chá) de sementes de coentros moídos 
3/4 colher (chá) de pimenta 
1/4 chávena de folhas de coentros picadas  
1 colher (sopa) de manteiga sem sal 
1 colher (chá) de sal

Como fazer: 
Escorra  o feijão e coloque  numa panela grande. Adicione o tomate e 3 chávenas de água e deixe ferver.Reduza o lume e  deixe cozinhar até o feijão ficar cozido, entre 45 minutos a 1 hora. Mantenha o lume muito baixo.Aqueça o óleo numa frigideira média em lume alto. Quando o óleo estiver quente, adicione as sementes de cominhos, cobrindo a panela com uma tampa. Depois de as sementes pararam de saltar, adicione a cebola e refogue em lume médio. Cerca de 3 minutos mais tarde, adicione o alho e refogue até que a cebola fique castanho escuro, cerca de 5 minutos no total. Adicione os coentros, açafrão e pimenta, mexa tudo e despeje a mistura sobre o dal. Adicione os coentro, a manteiga e sal ao dal, envolta tudo, e cozinhe  mais 5 minutos.   
Sirva quente, com coentros frescos picados, e arroz basmati a acompanhar. 

* Receita do Smitten Kitchen

terça-feira, 15 de novembro de 2016

"Ser feliz é gozar bem a vida"

" A auto estima (...) significa que a valorização que fazemos de nós mesmos, conhecendo as nossas limitações e aptidões, é positiva. Isto traduz-se em segurança e autoconfiança, quer o indivíduo seja um condutor de autocarros,  um arrumador, (...) ou um arquitecto. Essa autoconfiança está na base da assertividade, que é aquilo que faz que a pessoa saiba defender os seus direitos e opiniões de forma clara e respeitosa, sem necessidade de ofender os outros, nem de se rebaixar, reconhecendo quando erra e sendo conciliadora por natureza. 

A felicidade é a soma e o compêndio de uma vida autêntica, em que alguém soube perdoar as suas próprias falhas e debilidades. 
A felicidade é estarmos contentes connosco, cientes que fizemos o maior bem possível e o menor mal consciente.  

Há duas coisas essenciais para alcançarmos a felicidade, a cultura e a espiritualidade. A cultura é liberdade, a estética da inteligência. A piscadela de olho que nos faz querer saber os segredos mais importantes da vida. A espiritualidade é a transcendência, uma visão alargada e panorâmica do jogo da vida.

Um dos erros mais frequentes que cometemos é compararmo-nos com os demais; porque aí contrapomos superfícies com profundidades, e desse caminho resulta a inveja, que não é mais do que a tristeza com a satisfação alheia. 

Nunca se pode dar mais importância à vida profissional do que à vida familiar, social ou sentimental. Quando alguém trabalha mais do que as horas que lhe são atribuídas, quando leva o stress para casa, acabará por pagar com deterioração da vida pessoal e da própria saúde mental e física.

A infância é a etapa da vida em que se semeia o potencial do ser humano, a futura auto-estima das crianças depende da forma como os pais as encaminham nesta fase formativa. Sugiro que comecem eles mesmos por lhes darem o exemplo e lhes incutam o conceito de se trabalhar para conseguir algo. O êxito fácil não existe. Meçam bem todas as palavras - uma crítica infeliz pode diminuir a confiança - e mostrem abertamente que as amam com beijos e carinhos. Estabeleçam ainda pequenos objectivos, passo a passo, e não as comparem com outras crianças, um mau hábito que está por trás de muitos complexos, invejas e frustrações. "

Enrique Rojas, professor catedrático de Psiquiatria e Psicologia Médica, humanista, escritor, director do Instituo Espanhol de Investigação Psiquiátrica de Madrid, e presidente da Fundação Rojas-Estapé in entrevista ao Noticias Magazine 16.08.2016

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

As crianças dormem cada vez pior. E a culpa é dos pais.

Diz a notícia que as crianças dormem cada vez pior. E que a culpa é dos pais. Mais uma, para o rol das nossas incompetências. 

Resistência das crianças na hora de ir para a cama sempre houve; quem não se recorda de ver os bebés com a cabeça a balançar, os olhos a abrir e fechar penosamente, numa luta inexplicável contra a sono? A despertar com uma energia fulminante, quando os pais os tentam deitar na caminha? Só para mais uma ronda de... seja lá o que for, desde que acordados. 

Depois disso, a hora de deitar foi sempre ingrata, repudiada, questionada, numa tentativa de adiar o inevitável, "só mais um bocadinho". Para acabar de brincar, de ver um desenho animado, etc. 
A estratégia que nós, pais, encontramos para conciliar hora de dormir com um pequeno prolongamento, foi a leitura de um livro. Já deitados na caminha, dentes lavados, ouvindo uma história a média-luz, num agradável ritual, de disfarce sonífero. Depois da luz apagada, mas ainda inconformados, apareciam eventualmente, porque tinham sede, ouviram um barulho, querendo fazer xixi. Outra vez.  
Qual a novidade? Era assim durante muito tempo, por vezes, anos. Era necessário firmeza no cumprimento, e perseverança. Porque francamente, isto é mesmo uma questão de quem mais teima. 

Este familiar cenário à parte, há actualmente uma série de condicionantes à hora de dormir; que se encontram no próprio quarto das crianças. Qualquer criança, ou jovem, tem uma televisão no quarto; e ligada a ela, uma consola. Na secretária está um computador, e na mesinha-de-cabeçeira um tablet. Ou telemóvel. Tudo ligado à internet, com certeza. E na falta desta, há jogos descarregados nos diversos aparelhos. 

Como podem as crianças, e jovens, dormir as horas que necessitam, a horas apropriadas, com tantas distracções e tentações, ao redor? Convenhamos que é muito difícil. 
Neste sentido, de facto, os pais boicotam o objectivo do quarto, uma vez que são eles que permitem, e patrocinam, todas esta parafernália electrónica. 
Se a prioridade do quarto é o descanso, porque o sono é fundamental para a saúde do ser humano, fazer-lhe uma "limpeza" será muito aconselhável, e urgente. Idealmente, nunca estas coisas lá deveriam estar, porém sendo o caso, vamos sempre a tempo de corrigir o errado. Vai originar contestação? Vai, mas quando temos a razão do nosso lado a nossa teimosia é legítima. E grande.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Lembrete


Há cerca de três anos comecei a encontrar, todos os Outonos, um Louva-a-Deus no jardim. Perfeitamente camuflado nos troncos castanhos, aventura-se por vezes pela folhagem em busca de sol. 
E aqui ficam até ao fim do Inverno. Este ano encontrei três. É uma alegria quando os vejo pela primeira vez, e todos os dias que os encontro. 

Não me parece que seja um acaso. Para mim, os Louva-a-Deus são um lembrete. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Dahl - #Vegetariana

Quentinho, ainda a fumegar!

Finalmente, a receita prometida do Dahl, um dos meus grandes favoritos, e da Letícia, que o considera mesmo o seu prato dilecto.
De resto, todos os que já o provaram cá em casa se renderam, algo atónitos, a esta deliciosa receita indiana.




^^ Dahl* ^^
Ingredientes:
1 chávena de lentilhas demolhadas em água, uma hora
1 tomate grande cortado aos bocados pequenos ( sem pele e sem sementes) 
1/4 chávena de óleo vegetal
1/2 colher de chá de sementes de cominhos 
1 cebola vermelha média, picadinha 
5 dentes de alho grandes, em fatias finas 
1 colher (chá) de sementes de coentros
3/4 colher de chá de açafrão em pó
1/2 colher de café de pimenta preta 
1/4 chávena de folhas de coentros picadas, ou salsa  
1 colher de sopa de manteiga sem sal
1 colher de chá de sal
 
Como fazer:
Escorra as lentilhas e coloque-as  numa panela grande. Adicione  três chávenas de água, o sal e a manteiga e deixe ferver. Reduza o lume  e deixe cozer cerca de 10 minutos. 

Aqueça o óleo numa frigideira média em lume forte. Quando o óleo ficar quente, adicione as sementes de cominhos, cobrindo a panela com uma tampa, e deixe-as estalar para libertar os aromas. Adicione a cebola e refogue em fogo médio. Cerca de 3 minutos depois adicione o alho e refogue até ficar tudo caramelizado, cerca de 5 minutos no total. Adicione os coentros, açafrão e pimenta, mexendo sempre. Acrescente o tomate e as lentilhas e deixe cozer com tampa em lume médio/baixo, cerca de 30-40 minutos.
Rectifique os temperos.
Como eu gosto que o Dahl fique com uma certa "borra", passo com a varinha um pouco, muito pouco realmente. Envolver tudo.
Adicione os coentros picadinhos na hora de servir, e acompanhe com arroz basmati. 
Para ficar perfeito só falta mesmo o Naan. Delícia suprema, repasto dos deuses. 

Costumo fazer e congelar em doses individuais, pois não perde qualidade, e é imensamente prático. 

*Receita inspirada nesta do Smitten Kitchen.