segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O que querem os homens?

(Imagem "Adam's rib", aqui)

Há dias conversava com uma amiga; ela contava-me as suas aventuras e desventuras amorosas e terminou com este desabafo: - Não percebo o que querem os homens!

Ela é uma mulher bonita, bem-disposta, inteligente, excelente pessoa, regida por valores éticos e humanos, profissional competente e respeitada num meio masculino extremamente competitivo. E mãe solteira, o que a meus olhos a valoriza ainda mais. Há anos que não tem uma relação longa e séria.
E eu fiquei a pensar no que os homens querem. Será que eles também pensam isso das mulheres: - Afinal, o que querem as mulheres?!

É tão simples!
-Um homem sério mas que as faça rir.
-Um homem seguro mas flexível.
-Um homem estável porém aventureiro.
-Um homem inteligente e culto mas que não tenha pudores em manter uma conversa fútil (de vez em quando!)
-Um homem confiável mas que seja também surpreendente.
-Um homem racional, mas também romântico.
-Um homem que cheire a “homem”, apesar de banhado e perfumado !

E não me venham dizer que isto é contraditório,(tão tipicamente masculino!) é tudo perfeitamente conciliável; marinheiro que não sabe navegar em duas águas ainda tem muito que aprender!

A lista poderia ir por aí fora, porém grande parte da piada está na descoberta; se desejar, acrescente você algum item à lista. E se for homem, p.f. , responda-nos: - O que querem os homens?!

Nota: Esta pesquisa não é baseada em entrevistas, estatísticas ou qualquer outro tipo de auscultação; na verdade é somente o que a autora pensa que “elas querem”.

Tenha uma óptima semana!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Solidão extrema

(Autor Sebastian Barry)

”Escritos secretos” é, até hoje, o melhor livro que li este ano; o autor, Sebastian Barry, possui uma acuidade excepcional na descrição de sentimentos e sensações. Frequentemente, detenho-me numa frase, fecho o livro e fico a reflectir.

A personagem central e co-narradora, uma senhora centenária, escreve:
”Estou completamente só, não há ninguém no mundo que me conheça, agora, fora deste lugar, toda a minha família.... , já todos desapareceram”. Pág.14

Muitas vezes, observando idosos, perguntava-me como se sentiriam eles.

Como se sentirão os velhos sobreviventes, vendo desaparecer, um a um, pais, tios, irmãos, maridos, mulheres, amigos e vizinhos. E algumas vezes também, filhos. Consegue imaginar a solidão? Imagino-a tão intensa, a ponto de deixar a alma roxa com falta de oxigénio.

É por isso que ninguém deseja ser imortal; por muito egoístas que sejamos viver sem aqueles que amamos e nos amam não faz qualquer sentido.

E isto faz-me lembrar que devemos desfrutar a vida plenamente; amar e ser amados, convidar amigos e familiares, inventar pretextos de reunião, conversa e risos. Fazer da vida uma festa; festa enquanto dura!

Tenha uma excelente semana!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Casamento à força de punhos!

Legenda: Miss Piggy, a eterna namorada de Cocas. Agora entendi porquê!

Normalmente não vejo novelas; excepto as do Manoel Carlos, essas sigo, não perco um episódio. No entanto, acabo por frequentemente ver um bocadinho da novela da noite, enquanto espero o programa que quero realmente ver. Por isso, e porque aqui perto de casa havia um evento, extremamente barulhento, fiquei acordada a ver um episódio de “Caminho da Índia”, até ao final. Então, algo de verdadeiramente revelador aconteceu!

Uma personagem, chamada Melissa, deu uma enorme tareia à amante do marido. E ainda lhe confiscou a jóia que o seu marido lhe tinha oferecido. Até aqui nada de novo, não é?

Acontece que eu sempre achei uma imensa tristeza mulheres que espancam amantes; não compreendia. Afinal quem tem um compromisso com elas? Quem jurou fidelidade? Quem jurou amar e cuidar? O marido, o marido, o marido! Então, porquê ir à outra pedir satisfações?! Achava eu que era pura fraqueza; já que não podem espancar os maridos, espancam as amantes! Errado! Incorrecto! Falso!

Nessa cena da Melissa eu compreendi ( – finalmente, aleluia, aleluia!) que as legítimas espancam as amantes para as assustarem. Para as afastarem! Porque elas querem manter os maridos.

Fiquei CHO-CA-DA!
Como é que eu não sabia uma coisa dessas?! Serei assim tão ignorante das artes(manhas) femininas?!
É, acho que sou.

Tenha uma boa semana! Com muita paz!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O pai dos sábios


Estes dias lia uma crónica num pequeno jornal quando me deparei com a designação: “pai dos burros”, referente ao Dicionário. A autora, professora de Língua Portuguesa por sinal, lamentava-se do frequente “assassinato” da língua materna, que a levava muitas vezes, a duvidar da sua correcção, e por conseguinte a obrigava a consultar o "pai dos burros" ou seja, o Dicionário.
Fiquei irritada! Muito irritada.

Tive um professor de Literatura Portuguesa, na Faculdade, que certa vez nos atingiu com um veemente sermão, a propósito de não termos preparado um texto, como ele nos recomendara. E ele perguntava-nos quem julgamos nós que éramos, pois ele – afirmava - continuava a usar o Dicionário frequentemente, que esse era um livro para ser consultado toda a vida. E nós, a engolir em seco, em culpado silêncio, enquanto recebíamos uma lição de humildade, mais do que merecida, de alguém que realmente considerávamos um grande professor.

Desde esse dia que consultar o Dicionário se tornou, para mim, um enorme prazer; ele está aqui mesmo à mão, por cima do pc e uso-o frequentemente. Muitas vezes para saber o que significa determinada palavra. Às vezes com as crianças. Por vezes somente para descobrir novas palavras. Contudo, foi preciso ouvir alguém, que considero ser um sábio, fazer o elogio ao Dicionário para compreender que na aprendizagem não há burrice. Burrice existe quando não há aprendizagem. Burrice é chamar “pai dos burros” ao Dicionário, apontando um dedo acusador a quem procura o conhecimento.
Por isso eu digo: Dicionário, pai dos sábios!

Tenha uma óptima semana!