segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Calma... ainda é Verão!

 

Um dos sinais, evidentes, de que as pessoas estão constantemente fora do Presente é quando começam a falar, e portar-se, como se já estivessem na Estação seguinte. Não sei se é por terem esvaziado o conteúdo do Verão, neste caso, se por quererem ser pioneiras ao trazer novo tema, ou qualquer outra razão, pessoal ou comum, mas o facto é que se colocam adiante, ao publicarem fotos de imagens outonais, de roupas da Estação seguinte, ou receitas para dias frios. Sinceramente, não sei exactamente qual a pressa em antecipar o Futuro, eu adoro o Verão, e gosto de o apreciar até para além do último dia, se a meteorologia o permitir. 

Para mais, este Verão, apesar de previsto e frequentemente noticiado como efervescente, e com ondas de calor assustadoras, foi fraquito; não me recordo de ter vestido tantas vezes o meu roupão polar, que reservo para o Inverno, em vez do de algodão, pela manhã; não me lembro de ter tomado tão poucas vezes o pequeno-almoço no jardim, por estar fresco demais; de ter ido à praia tão poucas vezes pela instabilidade do tempo, etc. . Portanto, não estou com pressa de dar o Verão por terminado, por ainda não estar satisfeita com o que ele me proporcionou, e que eu esperava. 

Por outro lado, se tenho vontade de passar para uma Estação fria, vestir camadas de roupas, apanhar chuva, comer assados e comida quentinha? Ainda não. Quando lá chegar quero aproveitar tudo isso, embora, francamente, a chuva dispenso muito. Entretanto, quero desfrutar ainda do que resta do Verão, as praias estão mais vazias em Setembro, a natureza aprazível, as saladas continuam deliciosas, a fruta sumarenta e diversificada, os meus filhos ainda de férias. Quero viver o momento presente, desfrutar do que me proporciona agora. 

Pensar no futuro continuamente retira-nos do momento, e localiza-nos num tempo suspenso, o Futuro, que é somente aquilo que projectamos, já que não existe, estamos continuamente no Presente. Insistir que estamos onde não estamos não é saudável, não é pacífico, e causa ansiedade. 

Viver no Presente é uma aprendizagem contínua, um desafio que voluntária e conscientemente nos impomos, dado que pela tendência externa somos, constantemente, projectados adiante. Porém, tudo o que temos como garantia é o Presente, e que merece ser vivido plenamente.