segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Um ano de dieta vegetariana


Quando, há um ano, mudei os meus hábitos alimentares tinha a certeza de que queria, de facto, dar esse passo. Porém, não estava totalmente segura de como seria esse processo; não queria sentir falta de carne e peixe.
Não queria sentir-me "desconsolada" com a minha nova alimentação.
Não queria que isso me trouxesse algum problema de saúde. 
Não queria ter que tomar vitaminas, ou qualquer outro suplemento que o organismo necessitasse, por já não estar incluído na minha dieta. 
E, sobretudo, não queria arrepender-me e desistir.

Portanto, talvez devido a tudo isto, dizer "sou vegetariana" foi algo que durante bastante tempo hesitei. E a primeira vez que o disse soou-me a falso; o que são algumas semanas, ou até meses, em toda uma vida de dieta omnívora?! 

Demorei imenso tempo a tomar a decisão, que acabou por acontecer numa fracção de segundo, precisamente para ter a certeza de que era uma mudança definitiva. Felizmente, nenhum dos meus receios se confirmou, até à data. 
Não me custa absolutamente nada abster-me de carne e peixe, nem sequer os meus (antigos) pratos preferidos me tentam. 
A comida vegetariana é muito reconfortante e apetitosa, de forma que,
confesso, por vezes como demasiado, apenas por gula! 
Sinto-me optimamente, as minhas últimas análises confirmam-no, e mantenho o peso ( 53 kg - 1.66 cm ), o que sendo eu naturalmente  magra, manter o peso é bom.  
Não me sinto nada arrependida desta mudança de dieta; num ano, nunca vacilei nem hesitei. Sou vegetariana. 

A dificuldade de alimentar-me fora de casa, fosse em férias, ou em casa de amigos e familiares, foi um ponto que desconsiderei. Quando as pessoas me começaram a questionar, simplifiquei dizendo que comeria o que houvesse para todos, excepto a carne e o peixe. E que levaria a minha comida quando isso fosse necessário, o que aconteceu na Páscoa, entre familiares, e no Verão, entre amigos. Para mim foi absolutamente normal, enquanto para os outros foi algo curioso; faziam-me perguntas, expunham dúvidas, davam mostras de perplexidade. Considerei razoável, afinal sou a primeira vegetariana da família, e entre amigos. Todavia, suspeito que não será sempre assim, outros tomarão o mesmo rumo, a seu tempo. 

Continuo, obviamente, a cozinhar carne e peixe, a minha família é omnívora, e por vezes cozinhar duas refeições diferentes é complicado. Adquiri então o hábito de cozinhar várias refeições e congelar; a diversidade na arca congeladora é muito prática e compensadora. E tenho também alguns truques, que o tempo e experiência me ensinaram; se a família tem uma refeição que inclui arroz seco, faço para mim uma omeleta, por exemplo. Ou salteio cogumelos com molho de soja, que envolvo no arroz. 

Sinto-me muito satisfeita com esta mudança, que considero ter sido um dos meus maiores sucessos em 2015. Sei que ninguém convence ninguém a mudanças destas; é algo que deve ser decidido a nível de consciência. Contudo, acredito que saber mais sobre a forma como os "alimentos" da dieta omnívora são criados e tratados, tomar conhecimento de que os animais também sentem, e percebem o processo de morte, são informações que nos motivam fortemente. A empatia é geradora de grandes mudanças no nosso íntimo, e se há coisa que este Mundo necessita é de empatia. 

Mais informação, aqui:
Vida Animal
Cantinho Vegetarian
ANDA