quinta-feira, 4 de junho de 2015

O Amor Maternal é Natural?


Segundo a filosofa francesa Elisabeth Badinter o amor maternal não tem nada de natural. Foi um mito criado para que assumíssemos este papel; enquanto os homens ficam com o poder, o domínio do mundo exterior, nós fomos eleitas rainhas do lar. 
Nada contra o que ela observa no Jardim do Luxemburgo e nas praias de Bretanha. Mães aborrecidas, apáticas, indiferentes; interagindo com a prole por obrigação. 

E diz mais nesta entrevista, e muito mais ainda nos seus livros publicados. 
Concordo com algumas das suas ideias, mas discordo de outras, e particularmente desta. Para mim o amor maternal é instintivo, mas baseio-me unicamente em mim, e por mim própria falo apenas. Como posso provar um sentimento? Escrever tese que o comprove? Sei o que sinto somente, e acredito que pelo facto de ter gerado uma vida dentro de mim, e a ter carregado 9 meses, o amor que sinto por essa criança seja intrinsecamente natural. Sei que, no primeiro segundo em que pus nos meus filhos os olhos senti esse amor maternal arrebatar-me. 
Parece-me também que em qualquer estado de paixão, seja o objecto qual for, a constância é inexistente, o que não nega o sentimento.  

Há autores, e livros, que nos iluminam como faróis, mas não quer com isso dizer que atraquemos naquele porto. A luminosidade apenas nos guiou durante parte da viagem. Muito obrigada!