segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Um poeta que amo, um poema que adoro...




NATAL!

Só pelo facto de o ser, o mundo parece outro:
Auroreal e mágico.
O homem necessita cada vez mais destas datas sagradas,
Para se ver transfigurado nas ruas
Por onde habitualmente caminha rasteiro.
São dias em que estamos em graça,
Contentes de corpo e lavados de alma,
Ricos de todos os dons que podem advir
De uma comunhão íntima e simultânea
Com as forças benéficas da terra e do céu.
Dons capazes de fazer nascer num estábulo,
Miraculosamente,
Sem pai carnal,
Um Deus de amor e perdão.


Miguel Torga