Vivemos num época de tentação; as ofertas são imensas, irresistíveis e estão ao alcance de todos. Pelo menos, é essa a mensagem que muitos pretendem enviar. Até no telemóvel recebo mensagens oferecendo dinheiro; antes das férias, para poder ir de férias, depois das férias, porque se gastou demais; antes do Natal porque se despende quantias exorbitantes, depois do Natal porque se está falido!
Adquirir casa, móveis, jóias, roupa,carro, viagens, etc tornou-se algo tão banal, que as pessoas repetem inúmeras vezes durante a vida, sem sequer questionar o porquê desta motivação. No tempo dos meus avós, quando eles compravam uma mobília era para toda a vida. Comprar casa então nem se fala, pretendia-se que ficasse para os descendentes. As roupas passavam de irmão para irmão. Hoje as pessoas passam por diversas casas durante a sua existência, mudam de móveis de todas as vezes, adquirem carro sempre que o novo modelo sai, a roupa muda de ano para ano. Constato que a maioria das pessoas que vivem neste sistema, não tem possibilidades económicas para tal, no entanto entraram nesta roda-viva e vivem no engano graças aos empréstimos que os bancos, instituições bancárias, empresas, lojas, etc. lhes concedem. Na verdade, hoje as pessoas são praticamente assediadas por estas entidades, através da intensa publicidade, cartas, mails e telefonemas. É comum para muita gente gerir créditos com novos créditos, um cartão paga outro e assim sucessivamente até que o descontrole seja total.
O triste é que as pessoas nem se apercebem que vivem escravizadas pelo dinheiro, pela sociedade de consumo, pelos créditos. Antes a vida espartana dos nossos antepassados, a simplicidade dos tostões contados, a troca de bens e serviços, o simples fluir do tempo; isso sim era liberdade.