No meio de nada |
Há uns tempos, ao ver uma cena de uma série, bastante pateta, que passa na Fox Live, fiquei a pensar na resposta do filho mais velho, quando a mãe lhe sugeriu que levasse fulana ( a namorada) a um piquenique:
- Quê?! Eu já não namoro com ela há dois meses! Vocês deviam ler o meu Facebook. Recriminou indignado. Numa tarde de praia, talvez devido a algum "clima" que captou, o meu filho perguntou à prima de 16 anos, se fulano, era namorado dela. A prima ignorou a questão, e à segunda vez ( porque o Duarte é mesmo insistente), calou-o com dois beijinhos de despedida e um sumário "adeus".
Posteriormente, para meu espanto, venho a saber que ela se assumiu no Facebook como " em relação com X ", tendo, inclusivamente, publicado fotos com o tal namorado. O que me deixa perplexa é esta falta de coerência, não querer partilhar com a família determinados acontecimentos, e expo-los no Facebook a estranhos, ou meros colegas.
Porém, desconfio que para esta geração, que lida com as novas tecnologias com a mesma naturalidade com que nós, os pais, lidamos com o contacto humano direto, partilhar a vida privada nas redes sociais é totalmente natural. E admissível.
Inadmissível, é que pais, tios, e familiares em geral, lhes façam perguntas diretas a respeito das suas vidas; dos namorados, dos amigos, do que fazem, etc. Que intromissão!
Os meus filhos não teem ainda conta no Facebook (utilizam a minha conta para jogar), mas uma coisa eu digo desde já: vou ser amiga deles nessa rede! Até eles me removerem, claro.
A série é realmente pateta, e embora nunca tivesse tido paciência para ver um episódio completo, sempre que vejo um excerto, encontro um motivo de reflexão, porque aquela família reflecte muitíssimo bem as disfunções das famílias actuais. Aliás, pensando bem, acho até que seria digna de tese num doutoramento de Sociologia.
Definitivamente, não é assim tão pateta, talvez até seja genial...
Até breve!